FESTA DO PÃO JUNTA ESPOSENDENSES EM FONTE BOA E RIO TINTO
Esposendenses recriaram uma vez mais em Marinhas o ciclo do pão. A iniciativa levou à União das Freguesia de Fonte Boa e Rio Tinto muitos visitantes, ávidos por assistir a uma das tradições mais genuínas.
Calcula-se que o pão seja confeccionado pelo Homem pelo menos desde há 30 mil anos, constituindo porventura o alimento artificial mais relevante ao longo de todas as culturas e civilizações. Não admira, pois, as referências bíblicas e todo o simbolismo em seu redor, a sua importância do ponto de vista etnográfico e em tudo o que lhe está associado como a engenharia na concepção dos diversos tipos de moinhos.
A sua simbologia vai muito além da sua natureza física. Em terra de pescadores como sucede em Esposende, o pão significa também o peixe que os pescadores recolhem do mar para sustento da família – e a terra dura sulcada pelo arado as vagas alterosas que o pescador lavra no mar agreste!
À semelhança de anos anteriores, a recriação desta actividade agrícola tradicional teve início com a saída em cortejo dos elementos dos ranchos participantes. Cumprindo a tradição, teve lugar, sob cânticos, o “virar do carro”, seguindo-se a desfolhada, na esperança de encontrar o milho-rei, e ainda o malho das espigas. A iniciativa integrou também uma merenda colectiva e as rusgas ao som das tocatas dos grupos folclóricos.
Com a realização desta iniciativa, a Câmara Municipal de Esposende visa preservar os usos e costumes, a cultura popular associada à vida do campo e o espírito de salutar conivência entre os elementos dos ranchos concelhios.
Refira-se que o cultivo do milho é uma tradição enraizada nas terras do Minho, sendo uma das actividades colectivas, gratuitas e recíprocas que, outrora, detinham um importante papel social como forma de entreajuda entre famílias.