Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

ETNOGRÁFICO DE VILA PRAIA DE ÂNCORA – ENTRE O MAR E A SERRA – REPRESENTA OS USOS E COSTUMES DAS GENTES DO MAR E DO CAMPO – FOTOS DE FERNANDO GOMES

FB_IMG_1586284730574.jpg

Vila Praia de Âncora homenageia Nossa Senhora da Bonança – a Padroeira das Gentes do Mar – 4 a 8 de Setembro

Vila Praia de Âncora que aos pés de Nossa Senhora da Bonança se ajoelha em religiosa devoção, é terra de gente que não teme o mar e todas as manhãs, ainda o sol não se ergue no firmamento, afoita-se nas vagas alterosas para lançar as redes que recolherão o pão que é o sustento da família. Como disse o sábio grego Platão, existem no mundo três espécies de homens: os vivos, os mortos e os que andam no mar.

Vila Praia de Âncora – a vetusta Santa Marinha de Gontinhães – é uma terra de tradições piscatórias no concelho de Caminha. Situa-se num vale abrigado pela serra d’Arga a norte e o Monte de Santa Luzia, a sul. O velho portinho, junto ao Forte da Lagarteira, tem para contar inúmeras histórias de pescadores que, ao que tudo indica, possuem as suas raízes em A Guarda, na Galiza. Mas, Vila Praia de Âncora é terra e mar e possui costumes rurais, tão bem retratados no seu grupo folclórico: o Etnográfico de Vila Praia de Âncora!

Este grupo foi fundado em 22 de Março de 1976. É um grupo que representa o Alto Minho, com especial destaque para a vertente poente da Serra d'Arga, considerada a região de Portugal mais rica em folclore e etnografia. Cantam e dançam os viras e as gotas, as rusgas e as chulas ao som da concertina e do cavaquinho, vestem trajes de trabalho e de cotio, domingueiros ou de festa. Mas, apesar de difícil recolha etnográfica, o Etnográfico de Vila Praia de Âncora não deixa de representar os usos e costumes dos pescadores da sua terra.

O escritor Raul Brandão, na sua obra “Os Pescadores” publicada em 1923, descrevia esta comunidade piscatória da seguinte forma: “À direita, encostado ao forte de Lippe, que forma o outro lado da bacia, com o portinho e o varadouro, ficam as casas dos pescadores.

(…) A parte dos pescadores no areal difere completamente nos tipos, nos costumes e nas casas, naturalmente noutros tempos barracas de madeira construídas sobre estacas. Há quatrocentos pescadores pouco mais ou menos, e cento e trinta e dois barcos varados na praia, todos pintados de vermelho. São maceiras, de fundo chato, tripuladas por dois homens, volanteiras ou lanchas de pescada por doze homens, e barcos de sardinha, que levam cinco ou seis peças de sessenta braças cada uma, e quatro homens. As redes têm nomes: peças as da sardinha, volantes as da pescada. Chama-se galricho a uma espécie de massa com que se apanha a faneca; rastão ao camaroeiro; patelo à rede que colhe o caranguejo ou mexoalho; e rasco à da lagosta. As redes da sardinha são do mestre, e as da pescada dos pescadores. Os quinhões dividem-se conforme o peixe.”

FB_IMG_1586284712180.jpg

FB_IMG_1586284749219.jpg

FB_IMG_1586284823620.jpg

22141860_hCpKM.jpeg

22141862_qkz7T.jpeg

22141863_nJrbh.jpeg