Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

DEPOIS DA SUÉCIA… CLUBE DE GASTRONOMIA DE PONTE DE LIMA LEVA BACALHAU À EÇA DE QUEIRÓS AO “CHAPEAU” DE BRUXELAS

image001 (18).jpg

Eça, Cônsul em Paris, com 38 anos (BNP)

  • Crónica de Tito de Morais

Trata-se de mais uma receita antiga, portuguesa, concerteza, recolhida pelo Clube de Gastronomia de Ponte de Lima. A sua apresentação teve lugar a 23 de Março, na Residência da embaixadora de Portugal na Suécia, reservada a 25 participantes, evento que levou o Chef Paulo Santos a acompanhar - me, desde Ponte de Lima a Estocolmo, para homenagear Eça de Queirós e António Feijó, dois amigos, diplomatas, escritores e gastrónomos.

Agora, o convite surgiu da Bélgica, da Academia do Bacalhau em Bruxelas, presidida pelo amigo Amândio Maia. O jantar de Sábado 15 de Junho próximo, no Restaurante Chapéu, será uma evocação do autor d “Os Maias”, da sua passagem pela hoje capital europeia, em direcção a Antuérpia, situada a meia centena de quilómetros, onde se demorou uns dias. O romancista era então, nesse ano de 1880,  cônsul de Portugal em Bristol, Inglaterra, e regressava dumas férias lusitanas, para ligação ferroviária à marítima, no centro da Europa.

Desta vez, a iguaria adaptada pela figura universal das letras a partir do Bacalhau de Cebolada tão ao seu gosto e paladar, será da responsabilidade do Chef Domingos Gomes, de Viana do Castelo, estabelecido em Cardielos com o seu “ Rio Lima”. Formado pela Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo, prosseguiu estudos na de Vila da Feira, para obter o grau superior. É também, elemento da Associação de Cozinheiros Profissionais de Portugal.

De Portugal, além de alguns ingredientes para cozinhar duma forma sublime a nuance do fiel amigo a partir da tradicional receita minhota, acompanhará o mestre altominhoto de culinária, um Vinho do Porto especial, para na elaboração do molho de azeite e cebolada ele ficar mais macio, e um loureiro branco da Ribeira Lima.

Mas, para a degustação dum acepipe queirosiano na capital belga e no “Chapéu”, adorno também comum no traje de Eça (ver foto anexa), é preciso inscrição atempada, pois o restaurante tem capacidade limitada !

A fechar, aproveitamos relembrar, que segundo pesquisas que efectuamos em obras de Eça de Queirós ou sua correspondência publicada, ele era um gastrónomo e opíparo no dizer da esposa, epiteto que ela alongava ao pontelimense Feijó. Entre os locais predilectos para banquetes ou festins, principalmente em Lisboa, há referências aos extintos hotéis  Bragança e Espanhol, e o recuperado com notável bom gosto Borges, no Chiado, onde também se hospedava a filha do poeta da “Ilha dos Amores”, Mercedes, nas décadas de quarenta e cinquenta do século passado, e aí confidenciava a situação europeia ao ditador Salazar.