CIDADE FRANCESA DE MONTLUÇON RECEBE PRIMEIRA CASA DE GUIMARÃES
Projeto para comunidades emigrantes será uma realidade
Domingos Bragança recebido em França com entusiasmo, após reuniões com Presidente da Câmara de Montluçon e encontros com emigrantes vimaranenses.
O Presidente do Município de Guimarães, Domingos Bragança, anunciou em França a abertura da primeira “Casa de Guimarães” em território estrangeiro, na sequência de uma deslocação oficial realizada a Montluçon, cidade onde vivem cerca de 4 mil vimaranenses, maioritariamente provenientes de Rendufe, São Torcato, Atães e Gonça, numa comunidade emigrante constituída por 8 mil portugueses.
O acordo de princípio para a concretização deste projeto inaugural ficou definido na sequência de contactos e de reuniões estabelecidas com o Presidente da Câmara de Montluçon, Daniel Dugléry, que acompanhou Domingos Bragança, no passado fim de semana, no périplo de visitas realizadas a empresários, representantes comerciais e instituições locais, entre elas, quatro associações de emigrantes portugueses.
Depois de ter sido recebido por vimaranenses e por entidades oficiais locais no edifício da Câmara Municipal de Montluçon, igualmente instalada num antigo convento, tal como sucede com a sede do Município de Guimarães, Domingos Bragança inaugurou a 48ª Foire de Montluçon, uma prestigiada exposição gaulesa à qual aderiram este ano mais de trezentos empresários e que, em média, recebe mais de 100 mil visitantes.
«Para mim, as promessas eleitorais são para cumprir e uma das minhas promessas foi criar as Casas de Guimarães nas nossas comunidades de emigrantes no Mundo. Este é o princípio de um caminho que espero que venha a ser uma referência para as duas cidades e para os dois países, pois vamos estabelecer um programa cultural, social e económico recíproco com Montluçon», disse Domingos Bragança, enquanto cumprimentava os vimaranenses e empresários franceses que participavam na feira.
«Estou muito contente por receber aqui o meu amigo Domingos Bragança, depois de ter visitado, em junho passado, a cidade de Guimarães, que se parece muito com Montluçon. Nós temos uma comunidade portuguesa muito grande, maioritariamente originária de Guimarães. A paixão que o Domingos Bragança tem por Guimarães, assim como eu tenho por Montluçon, levou a criarmos este acordo de cooperação», referiu o edil Daniel Dugléry, um ex-Comandante da Polícia Nacional de França, que exerce há 14 anos o cargo de Autarca.
«Guimarães é uma referência europeia como cidade de cultura e uma das mais emblemáticas de Portugal! O objetivo desta Casa é ser um espaço físico associativo para a comunidade emigrante, de modo a estabelecermos laços sociais e culturais muito fortes para não se perder a ligação com a nossa terra e o orgulho de sermos vimaranenses», considerou o Presidente do Município vimaranense.
«Guimarães é uma cidade universitária muito forte, com institutos de investigação aplicada na área da biomedicina e engenharias e, neste âmbito, podemos estabelecer pontes entre as duas comunidades ao nível da inovação, ciência, cultura, empreendedorismo, entre outras áreas», reafirmou Domingos Bragança, depois de ter visitado o Museu de Músicas Populares, infraestrutura única em França que retrata a história da música mundial desde 1750 ao século XXI.
VIMARANENSES NO PODER AUTÁRQUICO DE MONTLUÇON
O Castelo, o verde da natureza, a limpeza do espaço público e uma constante presença de vimaranenses em cada rua de Montluçon são algumas das características da cidade que fazia parte do Ducado de Bourbon, considerada atualmente pelas estatísticas como a segunda cidade mais segura de França e cuja população é constituída por 80 mil habitantes, aproximadamente.
Eleitos para mandatos autárquicos de seis anos, sem limitações temporais no cargo, os responsáveis políticos de Montluçon identificam-se muito com os vimaranenses. «Os filhos de Guimarães são filhos de Montluçon!», afirmou Daniel Dugléry, o “Maire” que convidou o produtor cultural Stéphane de Freitas, de Rendufe, para exercer as funções de Adjunto na Câmara e o economista Patrice Dias, com raízes familiares em Atães, para Conselheiro Municipal, órgão equivalente ao Conselho Consultivo para o Investimento e Emprego, recentemente criado por Domingos Bragança.
Conhecida pela cidade das “Duas Caras”, numa metáfora entre edificações antigas em contraste com modernas construções, Montluçon é a cidade adotiva de portugueses que emigraram há mais de meio século. Atualmente com 83 anos, Aurora Dias, de Atães, está há 76 anos em Montluçon, depois de ter exercido funções técnicas num tribunal francês. «Vou a Guimarães duas vezes por ano para matar saudades; na Páscoa e em agosto. Estou surpreendida e muito contente por ver aqui o Presidente da Câmara da minha cidade», disse, em conversa com Domingos Bragança e Daniel Dugléry, na Praça Jean Jaurès, situada em frente ao edifício da Autarquia francesa.