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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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CASA DO MINHO EM LISBOA A CAMINHO DO CENTENÁRIO

Grémio do Minho – atual Casa do Minho – foi fundada em 29 de abril de 1923

Passam no próximo dia 29 de abril de 1923 precisamente 100 anos sobre a data da fundação do então Grémio do Minho, a primeira entidade destinada a pugnar em Lisboa pelos interesses regionalistas do Minho e a congregar a colónia minhota ali residente.

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Naquele dia já longínquo, um punhado de 18 minhotos reuniram-se na rua do Benformoso, nº 150, os quais viriam a nomear a “Comissão Fundadora” encarregue de lançar as bases da futura agremiação regionalista. Foram eles Delfim Gomes de Faria (Braga); João Alves Pereira (Terras de Bouro); Manuel Abreu Vieira (Monção); João Pereira de Araújo (Arcos de Valdevez); Manuel Joaquim da Costa (Póvoa de Lanhoso) e Flávio Gonçalves (Monção).

Desde então, foram várias as instalações que lhe serviram de sede social. Funcionou na rua da Mouraria nº 27, na rua dos Anjos; na rua Víctor Cordon nº 14 e, finalmente, encontra-se instalada na zona de Telheiras. Mas foi na rua Víctor Cordon que a Casa do Minho conheceu o seu auge sob a liderança do jornalista Artur Maciel.

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A imagem data de 4 de julho de 1934 e apresenta os membros da Direção do Grémio do Minho, atual Casa do Minho, em Lisboa, e da Comissão organizadora da Semana dos Vinhos Verdes. Na foto identificam-se Francisco da Conceição Rosa, José Augusto da Cunha, Prudente da Rocha, Engenheiro Raul Dantas, Engenheiro Luís Cincinato Cabral da Costa, José de Azevedo, Álvaro de Lacerda, Pedro Bandeira, Ernesto Ferreira e Dr. Francisco Veloso.

Fonte: Arquivo Nacional da Torre do Tombo

Entretanto, como consequência das alterações introduzidas pelo Estado Novo com vista à instituição do corporativismo que atavés do Decreto-Lei nº. 23 049, de 23 de setembro de 1933, estabelecia os “grémios nacionais” como organismos corporativos das entidades patronais, o então Grémio do Minho passou a adoptar a designação de “Casa de Entre-Douro-e-Minho”, área geo-etnográfica que corresponde ao da histórica Comarca com o mesmo nome, incluindo portanto o Distrito do Porto e os concelhos de Ribeira de Pena, Mondim de Basto e Castelo de Paiva. De resto, área geográfica que ainda permanece inscrita nos estatutos em vigor da Casa do Minho.

Aliás, a propósito da criação artificial da província do Douro Litoral em 1936, escreveu a esse respeito o Conde d’Aurora em “O Douro Litoral”, da colecção “Antologia da Terra Portuguesa”, o seguinte:

Criou-se nos últimos anos, mutilando a velha e tradicional Província de Entre Douro e Minho (já truncada em 1834, subdividida em Minho e em Douro, já então sendo Santo Tirso, no Douro, por exemplo, mas não tendo qualquer efeito prático essa divisão de Províncias), de modo a ficarem nela incluídos o Distrito do Porto e ainda os Concelhos de Espinho, Arouca, Castelo de Paiva e Vila da Feira, do Distrito de Aveiro – e os de Resende e Cinfães, no de Viseu.

E sendo a nova comarca administrativa denominada Minho, apenas constituída pelos distritos de Braga e de Viana do Castelo.

Divisão de critério meramente ferroviário, baseado na penetração das duas velhas linhas do Estado, a do Minho e a do Douro, subdividindo-se em Ermesinde.

A querer partilhar a velha e ancestral Província na sua unidade inegável que resistira a tantos séculos, por se achar demasiado grande, porque não dar-lhe então os títulos, respectivamente, de Alto e Baixo Minho?

Assim poderiam continuar a ser minhotos, oficialmente, os povos do resto da velha comarca interamnense; minhotos sem distinção dos restantes, hoje destinados à condição de douro-litoralenses, os minhotos de Felgueiras, de Santo Tirso, da Póvoa ou de Baião…”

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A imagem data de 8 de maio de 1938 e mostra as crianças que receberam roupas e calçado na Casa de Entre-Douro-e-Minho, atual Casa do Minho. Face às dificuldades que então sentiam muitas famílias, as casas regionais possuíam uma vertente social que pode ser recuperada nos tempos que correm.

Fonte: Arquivo Nacional da Torre do Tombo

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Entretanto, na década de quarenta foi-se acentuando uma divisão interna que levou a uma cisão que esteve na origem da criação, em 1944, da Casa do Distrito do Porto, a qual já não existe.

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Em data imprecisa do ano de 1943, por ocasião das comemorações do duplo centenário da Independência de Portugal em 1143 e da Restauração em 1640, foi constituído o seu Grupo Folclórico que, apesar de algumas intermitências, se mantém na actualidade sob a batuta de Paulo Duque, actual Presidente da Direcção desta Instituição regionalista”.

Em 4 de Junho de 1956, esta instituição voltaria a alterar a sua denominação, adoptando a que mantém até aos nossos dias – Casa do Minho!

A caminho do seu 1º Centenário, o BLOGUE DO MINHO saúda os seus dirigentes e associados, endereçando votos para que novos e mais auspiciosos dias se apresentem no futuro.

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A imagem regista o almoço realizado no Grémio do Minho - actual Casa do Minho - em 8 de Julho de 1934, para a inauguração da Semana dos Vinhos Verdes.

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A imagem data de 4 de Julho de 1934 e mostra membros da Direcção do Grémio do Minho (actual Casa do Minho) e da Comissão Organizadora da Semana dos Vinhos Verdes.

Nela se identificam Francisco da Conceição Rosa; José Augusto da Cunha; Prudente da Rocha; Engº Raul Dantas; Engº Luís Cincinato Cabral da Costa; José de Azevedo; Álvaro de Lacerda; Pedro Bandeira; Ernesto Ferreira e o Dr Francisco Veloso.

Desde há muito tempo que a Semana dos Vinhos Verdes deixou de realizar-se naquela instituição.

Fonte: ANTT

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Em 20 de Junho de 1932, o Grémio do Minho, actual Casa do Minho em Lisboa, recebeu uma representação do Concelho de Viana do Castelo.

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A foto data de 15 de Julho de 1932 e mostra o Orfeão do Grémio do Minho, actual Casa do Minho em Lisboa.

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A fotografia data de 10 de Junho de 1935 e retrata a chegada ao Rossio do Conde Vladimiro D’Omerson, podendo ser identificados, a contar da esquerda, Artur Maciel, François Mauriac, Condessa d’Omerson, Madame Mauriac, Ferreira dos Santos, Guilherme Pereira de Carvalho, António Ferro, Conde Vladimiro d’Omerson e António Eça de Queirós.

Fonte: ANTT