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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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AZENHAS DE D. PRIOR SÃO O MOINHO DE MARÉ DE VIANA DO CASTELO E MERECE SER VISITADO

Em Portugal, a maior parte dos moinhos de maré encontram-se localizados entre os rios Tejo e Sado, encontrando-se entre eles alguns musealizados como o de Corroios, no Seixal, e o do Montijo, identificado com a cruz da Ordem de Santiago. Não obstante, Viana do Castelo também possui o seu moinho de maré, localmente conhecido por “Azenhas de D. Prior”.

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Situado junto à Meadela, num ponto onde o ribeiro de S. Vicente desagua no rio Lima, destinava-se este moinho a produzir a farinha necessária ao abastecimento de pão à cidade. Nele encontra-se actualmente instalado o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Viana do Castelo (CMIA), de cujo site extraímos o seguinte resumo histórico:

“A história das Azenhas D. Prior

Azenhas de D. Prior é o nome pelo qual os vianenses conhecem o Moinho de Maré situado no limite da cidade com a freguesia da Meadela, onde o ribeiro de S. Vicente desagua no rio Lima.

A história deste moinho inicia-se em 1803, quando António Pereira Pinto Araújo, Abade de Lobrigos e Dom Prior da Colegiada de Barcelos - que veio a dar o nome às azenhas -, solicitou autorização à Câmara para “fazer todo seu” o terreno pantanoso, “por não ser útil a algum indivíduo” a fim de o drenar e tornar cultivável e assim “assegurar a pública felicidade a todos os viventes desta vila”.

No entanto esse seu primeiro intento depressa desapareceu e logo em 1809 há referências à existência deste moinho movido pela força da maré, que aparece referenciado na Carta Cadastral da Cidade de Vianna do Castello de 1868, onde se pode ver a existência de 4 mós.

Não é possível ter certezas, uma vez que a documentação falta, mas é provável que nos finais do século XIX, o industrial francês Jules Deveze tenha comprado as azenhas aos seus anteriores proprietários. Terá sido ele quem lhe introduziu enormes melhoramentos, transformando-o num mecanismo pré industrial.Para isso, substituiu todo o maquinismo que seria de madeira, por outro de metal com um sistema de rodas dentadas e de desmultiplicação do movimento, a que terá anexado uma serração de madeira, movida pela mesma fonte de energia. 

Com o Programa Polis, as Azenhas de D. Prior retomam uma nova fase da sua vida, não com intuitos saudosistas, mas, muito pelo contrário, integrando o novo Parque da Cidade, com o objectivo de mostrar aos mais novos como é possível e desejável o aproveitamento de uma fonte de energia não poluente, gratuita e inesgotável.”

Como a sua própria denominação, um moinho de maré é movido pela força da maré, aproveitando o desnível das marés nos estuários dos rios. Dispondo de uma caldeira que se enche de água com a subida da maré, através de uma porta de água (adufa), fechando-se de seguida até à descida das águas que correm sob as arcadas onde se encontram os rodízios que fazem mover as moendas que constituem pares de mós.

Foto: CMIA Viana do Castelo