“ARTUR PASTOR – PORTUGAL PAÍS DE CONTRASTES” – MUNICÍPIO DE LISBOA E EDITORA MAJERICON PRESTAM TRIBUTO AO INSÍGNE FOTÓGRAFO
A Câmara Municipal de Lisboa, Arquivo Municipal / Fotográfico e a Majericon acabam de publicar o livro “Artur Pastor – Portugal país de contrastes” cuja apresentação terá lugar na Feira do Livro de Lisboa no dia 3 de setembro, às 19h.
Trata-se de um tributo celebrando o centenário do nascimento de Artur Pastor (1922-1998) com uma seleção de 249 fotografias a preto e branco, entre as muitas que constituem o espólio adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa em 2001. Têm como objetivo dar a conhecer a obra deste fotógrafo ímpar e dar a este prolífico mas pouco conhecido fotógrafo o reconhecimento, colocando o seu nome entre os grandes da fotografia.
Tomando como ponto de partida o texto Portugal um país de contrastes, escrito por Artur Pastor em abril de 1954 para a revista Portugal Ilustrado, e o seu testemunho Portugal não se visita apenas com o olhar porque se sente, também, o coração, este livro constitui-se como um roteiro fotográfico sobre o legado deixado pelo fotógrafo Artur Pastor, evocando o seu desassossego ambivalente, em torno da escrita e da fotografia, do litoral e do interior ou da ruralidade e da modernidade.
Na seleção feita, podemos descobrir a sua faceta artística e parte da sua atividade profissional. A sua visão de Portugal, um país desaparecido e alterado na memória dos mais novos, mas refletindo um passado presente para os que o viveram. Um levantamento etnográfico exaustivo onde encontramos os trabalhos agrícolas, como a lavoura com junta de bois, a sementeira e a ceifa, os pastores e os seus rebanhos, a debulha na eira ou a debulha mecânica com máquina a vapor. Nas fainas da pesca: o copejo do atum na costa algarvia, a arte xávega na Nazaré com os bois a puxar os barcos, a amanha e a secagem do peixe nos paneiros, a reparação, o transporte e a lavagem das redes, a distribuição do peixe formando quadrículas na areia para a lota em Sesimbra, o artesanato e os seus ofícios, as feiras e os mercados, as festas populares, a indústria, as paisagens urbanas ou rurais.
Tamanho 22.6 cm x 22.7 cm | 264 páginas | Capa dura | ISBN 978-98-93336-53-3
Textos em Português, Inglês e Francês
PVP: 35 €
O livro estará à venda, a partir de Setembro, nas instalações do Arquivo Municipal de Lisboa, na Loja BLX – Bibliotecas de Lisboa, nas livrarias e poderá ainda ser adquirido através da página da editora: www.majericon.com.
ARTUR PASTOR nasceu em Alter do Chão, a 1 de maio de 1922. Concluiu o curso de Regente Agrícola em Évora, na Herdade da Mitra, em 1942. Neste ano realizou o seu primeiro trabalho de fotografia que utilizou para ilustrar a sua tese final. Nessa altura descobriu o gosto pela fotografia que o fascinou até ao fim da sua vida.
Em Évora envolveu-se em projetos de natureza fotográfica apresentando os seus trabalhos em publicações ilustradas, postais, selos e cartazes. Colaborou em diversos jornais do Sul do País com artigos de opinião e de cariz literário. Com apenas 23 anos apresentou a sua primeira exposição “Motivos do Sul”.
No início dos anos cinquenta ingressou nos serviços do Ministério da Economia em Montalegre, sendo transferido em 1953 para Lisboa, para a Direção-Geral dos Serviços Agrícolas, fundando a fototeca deste serviço. Paralelamente, colaborou com outros organismos públicos, dos quais se destacam, a Junta Nacional do Azeite, do Vinho, das Frutas e a Federação Nacional dos Produtores de Trigo, entre outros. Em 1958 publicou uma edição de autor intitulada “Nazaré” e em 1965, “Algarve”, dois álbuns com textos e fotografias da sua autoria.
Participou frequentemente em exposições e Salões de Fotografia, tanto em Portugal como no estrangeiro, onde recebeu alguns primeiros prémios. O seu trabalho foi publicado por diversas revistas de fotografia nacionais e internacionais, tais como “The Times”, “National Geographic” entre outras.
Trabalhou por encomenda para diversos organismos oficiais e empresas, sobretudo no campo da agricultura e turismo. Integrou exposições oficiais e feiras, no país e no estrangeiro, tendo fotografado de forma regular até ao seu falecimento, em 1999. Em 2001 o espólio foi adquirido à família pela Câmara Municipal de Lisboa.