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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL COMEÇOU HÁ CEM ANOS: OS MINHOTOS DA “BRIGADA DO MINHO” FORAM MÁRTIRES E HERÓIS NA FLANDRES!

Comemora-se este ano o centenário da Primeira Guerra Mundial. Faz no próximo dia 28 de julho que as grandes potências europeias se envolveram num conflito que custou mais de 9 milhões de mortos em combate e 22 milhões de incapacitados e feridos graves, para além da fome, miséria e doença causada às populações civis de ambos os lados do conflito.

De um lado a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália. Do outro, a França, o Reino Unido e o Império Russo. Em Portugal, após uma posição inicial de defesa dos territórios ultramarinos das intromissões alemãs, o governo da República viria em 1917 a decidir-se pelo envio de tropas portuguesas para o teatro de guerra europeu, tendo o Corpo Expedicionário Português (CEP) atingido perto de 200 mil mobilizados.

Com destino ao campo de batalha foi constituída a 4ª Brigada do Corpo Expedicionário Português, a célebre “Brigada do Minho” que, no dia 9 de abril de 1918, haveria de bater-se de forma heroica pela defesa das suas posições, acabando impiedosamente massacrada com um elevado número de mortos.

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IV Brigada, o Minho em nós confia

Seu nome honrado entrega em nossas mãos

E seu nome, que soou, de sempre, a valentia

Aos quatro batalhões, - unidos como irmãos

Tudo a mesma Família - há-de servir de guia

Canção da «Brigada do Minho»

França - Julho de 1917

“A 4ª Brigada de Infantaria que desde 7 de Fevereiro do corrente ano de 1918 guarnecia e tinha a seu cargo a responsabilidade do sector de “Fauquissart”, tendo a cooperar com ela tacticamente o 6º Grupo de Metralhadoras Pesadas e as 4ªs baterias de morteiros médios e morteiros pesados, tinha as suas forças distribuídas no referido sector no dia 8 de Abril da seguinte forma:

Batalhão Infantaria 20: com sede do comando em Temple-Bar, ocupava o S.S.1. (Fauquissart I) com 3 companhias na 1ª linha e uma em apoio.

Batalhão Infantaria 8: com a sede do comando em Hyde-Park, ocupava o S.S.2. (Fauquissart II) com 3 companhias em 1ª linha e uma em apoio.

Batalhão Infantaria 29: com sede do comando em Red-House, constituía o apoio dos batalhões em primeira linha, tendo as suas companhias distribuídas pelos postos de apoio da 2ª linha.

Batalhão Infantaria 3: com sede do comando em “Laventie” constituía a Reserva tendo todas as companhias acantonadas nesta posição.

Morteiros médios e pesados, 4ª B.M.L., grupo de metralhadoras pesadas, achavam-se distribuídos pelas respectivas dos dois sub-sectores.

A 4ª Brigada de Infantaria ligava-se no seu flanco direito com a 6ª Brigada de Infantaria e no flanco esquerdo com uma Brigada Escocesa (119ª Brigada da 40ª Divisão Britânica) que havia dias ocupava o sector de "Fleurbaix", vinda da ofensiva do "Somme" de 21 de Março.

O efectivo da brigada achava-se extremamente reduzido, pois em principio de Abril faltavam-lhe em pessoal e animal, para o seu completo, aproximadamente 51 oficiais, 1300 praças e 85 solípedes, o que era devido não só ás baixas que dia a dia a brigada vinha sofrendo nas operações com o inimigo nas ainda ao rigor do clima a que os Portugueses não estavam habituados e ao violentos e árduos trabalhos que sem descanso eram exigidos ás tropas da Brigada, desde que seguiu da zona da retaguarda para a frente em 21 de Julho de 1917, primeiro para instrução em 1ª linha por enquadramento sucessivo de companhias, e depois de batalhões sem e com responsabilidade, nos sectores ocupados por tropas inglesas desde "Fleurbaix" a "Armentiére" e em "Beuvry" depois nas reparações do sector "Neuv-Chapelle", ocupado pela 2ª Brigada, durante o período intensivo de instrução no mês de Agosto e parte de Setembro de 1917; mais tarde na ocupação do sector de “Ferme du Bois” desde o dia 23 de Setembro, emq eu se rendeu a primeira B.I. até 30 de Dezembro porque foi rendida pela 2ª B.I., vindo, então, constituir a reserva da 2ª Divisão, e, logo em seguida além da instrução, empregada para o enterramento do cabo, e execução de urgentes reparações dos postos da linha das aldeias, do corpo, e ocupação efectiva de alguns dos mesmos, que eram batidos com insistência pelo inimigo e finalmente na ocupação do sector de “Fauquissart”, desde 7 de Fevereiro, em que rendeu a 6ª B.I., até ao dia 9 de Abril em que se deu a ofensiva alemã contra a frente portuguesa

Durante todo este período de tempo, em que decorreu de 21 de Julho de 1917 a 9 de Abril de 1918, comportaram-se as tropas da Brigada sempre de molde a merecer o elogio e louvor das instâncias superiores, quer Portuguesas quer Inglesas, repelindo com energia todos os "raids" e ataques inimigos e tendo evidenciado sempre uma alto espírito ofensivo, sempre que se encontrava em 1ª linha. É uma prova flagrante o enorme dispêndio de munições de metralhadoras, e de muitos morteiros especialmente em permanência no sector de “Ferme du Bois”, em que chegou a atingir o extraordinário consumo de 1352 projécteis de morteiros ligeiros no prazo de 24 horas, como deve constar dos mapas estatísticos existentes no C.E.P.

Não obstante a impecável disciplina e boa vontade sempre manifestada pelas tropas das unidades da Brigada no cumprimento dos seus deveres, era bem evidente o cansaço e a fadiga física das tropas, especialmente nos últimos tempos e, já, na ocupação do sector de “Fauquissart”, resultante do progressivo acréscimo de actividade de operações de bombardeamentos por parte do inimigo, especialmente de bombardeamentos a todo o momento, que demoliam quási por completo as trincheiras, impedindo a continuidade e regularidade das operações e aumentando o já de si duro, extremamente fatigante, trabalho das tropas da Brigada, sendo cada vez maiores as faltas no pessoal em virtude das baixas e dos doentes por fadiga, evacuados para os hospitais e, não sendo as mesmas preenchidas, resultava com o decréscimo dos efectivos num excessivo trabalho para os restantes, a acrescentar ao que já lhes competia”.

- Relatório da 4ª Brigada de Infantaria (do Minho). Corpo Expedicionário Português – 2ª Divisão

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OURIVESARIA MINHOTA EM GUIA RUSSO SOBRE LISBOA

«Португалия: «Здесь русский дух...» Лиссабон é o título em russo de um guia da cidade de Lisboa, publicado pela editora Altheia, da autoria de dois jornalistas russos. “Portugal:" espírito russo aqui... “ Lisboa” constitui a sua tradução para a Língua portuguesa e exibe na capa a imagem de uma peça da ourivesaria tradicional minhota.

VIANA DO CASTELO: AUTARCA DE VIANA PEDE “REUNIÃO URGENTE” AO MINISTRO DA DEFESA POR CAUSA DOS ESTALEIROS

O presidente da Câmara de Viana do Castelo pediu ontem uma "reunião urgente" ao ministro da Defesa depois de confirmada a desistência do grupo brasileiro Rio Nave do negócio dos estaleiros locais.

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O autarca José Maria Costa (PS) assumiu "profunda preocupação" com a situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), nomeadamente pela confirmação da saída dos brasileiros do processo de reprivatização.

"Solicitei uma reunião urgente ao senhor ministro da Defesa para me inteirar do ponto de situação deste processo e qual o cenário alternativo pensado pelo Governo, caso o processo da reprivatização não resultar", explicou.

O grupo russo RSI Trading é agora o único na corrida à venda dos estaleiros, depois de os brasileiros da Rio Nave terem desistido do negócio, conforme avançou ontem à Lusa fonte governamental.

Segundo a fonte, o grupo brasileiro, um dos dois selecionados para a última fase da reprivatização dos ENVC, já comunicou a intenção de "não manter" a proposta pela empresa pública portuguesa, perante a "indefinição" de Bruxelas em autorizar a conclusão do negócio.

"Face a estas notícias, quero ser informado da posição do Governo perante o arrastar desta situação, se já estão esclarecidas as dúvidas colocadas pela Comissão Europeia e qual será o plano procedimento a seguir para os ENVC, se Bruxelas não aceitar os esclarecimentos", disse ainda José Maria Costa.

O autarca tinha já anunciado, na segunda-feira, a realização na próxima semana de uma reunião com o secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino, para conhecer se existem "cenários alternativos" pensados pelo Governo para a empresa.

Contudo, José Maria Costa admitiu ontem a necessidade de antecipar este encontro, tendo em conta "os últimos desenvolvimentos", reclamando que a reunião seja com o ministro José Pedro Aguiar-Branco.

A venda da empresa está suspensa desde Dezembro devido a pedidos de esclarecimento apresentados pela Comissão Europeia ao Governo português, por dúvidas na atribuição de apoios estatais aos ENVC de 180 milhões de euros.

A propósito deste processo de investigação lançado por Bruxelas, elementos dos ministérios das Finanças e da Defesa reuniram-se ontem na Comissão Europeia.

O objetivo, precisou à Lusa fonte ligada ao processo de reprivatização, passa por convencer as autoridades comunitárias da necessidade de "concluir rapidamente" a venda da empresa e "salvaguardar os postos de trabalho".

A mesma fonte admitiu a "esperança" numa intervenção do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, nomeadamente "sensibilizando" os representantes dos vários países para esta operação.

Apesar deste impasse, o grupo russo RSI Trading já confirmou o prolongamento por mais um mês da validade da proposta, que entretanto expiraria, o mesmo não acontecendo, assim, com os brasileiros da Rio Nave.

Fonte: Diário dos Açores

Foto: Jornal TERRA E MAR