Maria AMÉLIA CARVALHEIRA da Silva, Escultora, nasceu na Freguesia de Gondarém (Vila Nova de Cerveira), a 05-09-1904, e faleceu em Lisboa, a 31-12-1998. Filha de José António Silva e de Perpétua Maria de Jesus Costa Carvalheira.
Até 1950 assinou as suas obras com o pseudónimo Quinha. Com a estátua São João de Deus recebeu, em 1949, o Prémio Manuel Pereira.
Fez exposições individuais em 1949 e 1985. Participou na I Bienal de São Paulo, na exposição comemorativa de São Francisco Xavier realizada em Goa, em 1952, e noutras que tiveram lugar no Brasil e em Moçambique. Dedicada sobretudo à escultura religiosa, são plenas de singeleza e graças as suas interpretações de Nossa Senhora de Fátima, como a que se encontra no Seminário da Torre, em Soutelo (Vila Verde).
É no entanto em Fátima que o seu trabalho e o seu talento atingem uma maior notoriedade e visibilidade, sobretudo nas seis estátuas na Colunata de Fátima, sendo elas “Santa Teresa de Ávila”, “São João da Cruz”, “São Simão Stock”, “Santo Afonso Maria de Legória”, “Santo Inácio de Loyola” e “São Francisco de Sales”, em mármore e com cerca de dois metros e meio de altura, além de diversas outras na Capela do Verbo Divino e nos Valinhos, em Fátima, e da estátua do beato Nunes na fachada da Igreja de Santo Condestável, em Lisboa.
Em Linhó (Sintra), na Casa das Irmãs Doroteias podemos encontrar um “São José e o Menino” em mármore, com metro e meio de altura, existem trabalhos seus noutros locais, como: Pinheiro da Cruz, na Colónia Penal, em Coimbra, em Faro, no Porto, etc. Na via pública de Gondarém, terra que a viu nascer, podemos observar um “Cruzeiro” e uma “Nossa Senhora das Três Ave-Marias”, ambas em bronze e um baixo-relevo denominado “Os Emigrantes”. Ainda em Gondarém, mas na capela, um “Presépio” miniatura e uma “Via-Sacra”. A marcar a sua residência ficou um “São José”, em pedra.
O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de ex-Nossa Senhora de Fátima, actual Freguesia das Avenidas Novas, Edital de 23-09-2004), Vila Nova de Cerveira (Freguesia de Gondarém).
Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Domingo, dia 8 de setembro foi dia de homenagear a maior escultora Portuguesa de Arte Sacra do século XX: Maria Amélia Carvalheira. Um nome incontornável das artes, sendo autora das imagens dos Pastorinhos e do Anjo de Portugal, obras em pedra mármore na Loca do Cabeço em Fátima, bem como de várias esculturas de Santos que estão na colunata do Santuário.
Na data que perfaz 120 anos do nascimento da escultora e 20 da inauguração do Jardim com o seu nome, quis a Junta de Freguesia das Avenidas Novas prestar-lhe uma merecida homenagem com a edificação de um memorial evocativo que pretende imortalizar a vida e obra desta grande escultora.
A inauguração e bênção do memorial contou com a presença de Sua Excelência Reverendíssima D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e com o Presidente da Junta de Freguesia de Avenidas Novas, Daniel Gonçalves.
A homenagem contou ainda com a presença do Núncio Apostólico Ivo Scapolo, do responsável pelo espólio da escultora, José Cruz, e ainda do autor da escultura, Carlos Bajouca. Um encontro de vontades que se uniram em torno de uma merecida homenagem à escultora, que viveu durante 60 anos na Freguesia de Avenidas Novas, mais concretamente na Avenida João Crisóstomo.
Maria Amélia Carvalheira da Silva, mais conhecida por Amélia Carvalheira (Gondarém, Vila Nova de Cerveira, 5 de setembro de 1904 — Lapa, Lisboa, 31 de dezembro de 1998), foi uma escultora portuguesa.
Nasceu a 5 de setembro de 1904, no lugar de S. Sebastião, freguesia de Gondarém, em Vila Nova de Cerveira, e foi batizada nessa freguesia a 6 de outubro de 1904, como filha de José António da Silva, negociante, também natural de Gondarém, e de Perpétua Maria de Jesus Silva, doméstica, natural da freguesia e concelho da Moita. Os pais moravam em Lisboa, na Rua de S. João da Praça, na freguesia da Sé, e encontravam-se acidentalmente em Gondarém no momento do nascimento de Amélia.
Foi discípula de Salvador Barata Feyo. Em 1949, venceu o Prémio de Artes Plásticas Mestre Manuel Pereira, com a obra S. João de Deus, em barro policromado, que está exposta na capela do Palácio da Cruz Vermelha. Marcou presença em várias exposições, a título individual, em Portugal e no estrangeiro.
É autora da escultura O Anjo de Portugal, e ainda da escultura de Nossa Senhora e de todas as Estações da Via-Sacra existentes nos Valinhos, em Fátima, assim como demais esculturas de cariz religioso espalhadas de Norte a Sul de Portugal.
Em 1992, recebeu, das mãos do então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, a condecoração da Santa Sé Pro Eclesia et Pontificia. Em 28 de maio de 1992, foi feita Comendadora da Ordem do Mérito pelo Presidente Mário Soares.
Morreu a 31 de dezembro de 1998, na freguesia da Lapa, em Lisboa.
Fonte: Wikipédia
O Anjo de Portugal, em Fátima, escultura em pedra da autoria de Maria Amélia Carvalheira da Silva.
O Leite Creme ou Creme Queimado, foi escolhido pela equipa de cozinha que vai confecionar o Bacalhau á Moda de António Feijó e Eça de Queirós, para remate desse convívio de Sábado próximo, 26 do corrente mês , na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa.
A sobremesa regional portuguesa é omnipresente em refeições de restaurantes de Ponte de Lima, nomeadamente na Clara Penha (hoje Casa dos Sabores, empreendimento municipal), o Solar do Taberneiro, o Diamante Azul, o S. Nicolau, o Encanada, o Gaio, o Manuel Padeiro, o Sabores do Lima (foto cedida), a Taverna Cadeia Velha, a Tulha, a extinta Maria Preta (S. João) e nos arredores a Fátima Amorim, o Sonho do Capitão, a Casa de S. Sebastião, a Carvalheira, a Cozinha Velha, entre outros.
Assim, após o teste do chefinho da Cadeia velha, Leonardo Matos, tudo está selecionado: leite, ovos caseiros, limão, farinha, pau de canela, etc.. e segredo!
O Leite Creme foi também sobremesa apreciada em 22 de Fevereiro de 1992 pelo escritor brasileiro Jorge Amado (1912-2001), em visita a Ponte de Lima, acompanhado do saudoso amigo Nuno Lima de Carvalho, Secretário Geral do Casino Estoril e fundador Grão – Mestre da Confraria Gastronómica do Minho. O autor de dezenas de títulos, alguns deles adaptados a telenovelas, fechou o Arroz de Sarrabulho em Ponte de Lima com essa delícia doceira, diz a tradição adaptada da – crema catalana – da Catalunha, Espanha.
Mas, caso desejem os amigos leitores degustar esta especialidade de Ponte de Lima com o bacalhau, ainda existem poucas, mas algumas inscrições possíveis.
O antigo eurodeputado (2014-2019) nas comissões de Segurança Alimentar, Saúde Pública, Ambiente, e suplente na de Transportes e Turismo, José Inácio Faria, integra a lista de convidados ao almoço-convívio Bacalhau ao gosto de António Feijó e Eça de Queirós, evento agendado para o próximo Sábado 26 de Outubro, na casa de Tomar em Lisboa.
Actual deputado á Assembleia Municipal de Lisboa, assessor jurídico na autarquia, Inácio Faria é natural de Vila Franca do Lima, Viana do Castelo. Todavia, a sua juventude decorreu não só no município vianense como em Ponte de Lima, e no exterior, nomeadamente a vida escolar na África do Sul, França e Inglaterra, onde o pai foi embaixador. Fixado depois por terras alfacinhas, prosseguiu seu percurso académico e profissional, aqui salientando-se o desempenho parlamentar na sede da Europa. Durante o seu mandato, a enogastronomia portuguesa registou enfoque, destacando-se várias mostras gastronómicas no Parlamento, na Embaixada de Portugal e retiros da comunidade luso-belga em Bruxelas. Os municípios de Monção, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Vila Verde e Guimarães, tiveram ocasião de apresentar suas iguarias na sede da democracia do velho continente. Foram intervenientes nessas missões, vários chefs de cozinha: o Michelin António Loureiro; o green Thomas Egger; Carlos Torres; Paulo Amorim, Paulo Santos e vários produtores de vinhos Loureiro em Ponte de Lima, como a CUCA, Adega Cooperativa, Vil´ Antiga e Caroça.
Mas, para além desses eventos culinários, também prémios a escolas de Ponte de Lima, Ponte da Barca e Real Associação de Viana do Castelo, estiveram na agenda do eurodeputado do Alto Minho, sempre com visita obrigatória ao Parlamento e ao centro histórico da cidade. Igualmente, instituições da região beneficiaram da sua presença na Bélgica, com visitas de informação, afincadamente os Limianos (Santa Casa da Misericórdia, Bombeiros Voluntários, Universidade Fernando Pessoa, Escola Superior Agrária e Assembleia de Freguesia de Arca e Ponte de Lima), o Moto Clube de Vila Franca do Lima, entre outras.
No desempenho das funções europeias, Inácio Faria chefiou a missão de observadores do Parlamento às eleições nas Honduras, além de representante em outras iniciativas ocorridas no Brasil, Venezuela, Turquia e Taiwan.
Apreciador de boa gastronomia, a minhota é sua preferida, e o Sarrabulho de Ponte de Lima ou o Bacalhau à Chef Egger (Tabuaço), ou de Cebolada, preenchem as suas preferências! É o caso do encontro almoçante na Casa do Concelho de Tomar na capital portuguesa, concerteza…
Mas, se deseja juntar-se ao grupo convivial de tradição de cozinha regional minhota, ainda há umas vagas!
Faltam apenas duas semanas para a Mostra Gastronómica de Ponte de Lima, a realizar na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, no Sábado, 26 deste mês de Outubro. A iniciativa conjunta dessa instituição regionalista na capital portuguesa e do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, esse grupo de amigos empenhados na divulgação da culinária tradicional especialmente Limiana no país e estrangeiro, tem como objectivo divulgar essa componente da nossa cultura, da nossa tradição e da nossa identidade.
Simultâneamente, a descida de cozinheiros, produtos e segredos daquela região do país à capital, permitirá articular os vinhos com o respetivo prato – Bacalhau ao Gosto de António Feijó e Eça de Queirós – nomeadamente os brancos verdes, com predominância da casta rainha, Loureiro que será servido para acompanhar a iguaria. Esta, será da responsabilidade de experimentados homens na arte culinária: Paulo Santos, Leonardo Matos e Filipe Matos, respectivamente de São Pedro de Arcos, Arcozelo e Facha, concelho de Ponte de Lima, e Domingos Gomes, de Cardielos, Viana do Castelo. Na coordenação do serviço, também um conhecedor no assunto: Guilherme Galante, um promotor de produtos regionais na metrópole alfacinha.
E, quanto a entradas, as escolhas também estão decididas: haverá saborosos enchidos e fumados com mais entreténs a marcar a singularidade do território altominhoto, Pontelimês, como elementos preponderantes na cozinha genuína portuguesa, regional, tudo baseado em receituário rural, das origens para o sector da restauração.
O Clube de Gastronomia de Ponte de Lima e a Casa do Concelho de Tomar em Lisboa vão unir-se para realizar, no dia 26 de outubro, sábado, a partir das 13h, na sede da Casa do Concelho de Tomar, na capital portuguesa, uma mostra gastronómica.
A inscrição poderá ser feita até o dia 23 de outubro na Casa do Concelho de Tomar. A confirmação para o evento será processada com o preenchimento do formulário de inscrição, disponível no site da mostra (link abaixo), que deverá ser enviado via e-mail junto do comprovativo de pagamento.
Formulário de inscrição: https://cctomar.pt/index.php/noticias/90-casa/118-outras/617-mostra-gastronomica-de-ponte-de-lima-na-casa-do-concelho-de-tomar
Os organizadores informaram que as entradas serão regionais com bacalhau especial ao gosto de António Feijó e Eça de Queirós, sobremesas e vinhos verdes selecionados. Haverá animação com música popular do Minho.
“A Casa do Concelho de Tomar, empenhada em promover a cultura portuguesa, tem vindo a realizar na sua sede em Lisboa um Ciclo de Mostras Gastronómicas Regionais, promovendo junto dos seus associados em particular e da comunidade tomarense em Lisboa em geral o que de melhor se faz em Portugal, estreitando os laços entre regiões”, defendeu Carlos Galinha, presidente da direção da Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, que destacou que a inciativa do evento foi do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, na pessoa de Tito de Morais.
“Este magnifico repasto é confeccionado por dois Chefes de Cozinha que vêm de Ponte de Lima. Será uma Mostra Gastronómica que o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima traz a Lisboa, dando a conhecer um Prato tradicional Minhoto”, completou este responsável.
Em declarações à nossa reportagem, Adelino Tito de Morais, que é coordenador do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, sublinhou que este grupo de amigos se destaca por ser formado por “admiradores de cozinha tradicional portuguesa”, apostando na “promoção no país e no estrangeiro, acentuadamente na Bélgica e em França”.
Recorde-se que, em novembro de 2023, conjuntamente com a Casa do Concelho de Vinhais, a Casa do Concelho de Tomar de Lisboa promoveu a Gastronomia Transmontana junto dos seus associados e da comunidade tomarense em Lisboa, quando foram “dados a conhecer as iguarias e os pratos típicos da região transmontana, reforçando os laços culturais entre Tomar e Vinhais”.
“O Repasto foi confeccionado pelos dirigentes da Casa do Concelho de Vinhais, promovendo uma Mostra Gastronómica Transmontana na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa. Agora será a vez de privilegiarmos a Gastronomia de Ponte de Lima”, finalizou Carlos Galinha.
Márcia Condessa – uma das mais afamadas cantadeiras do fado e empresária do ramo – nasceu em Monção há 109 anos. Ficou célebre a sua casa típica à Praça da Alegria, em Lisboa. Aliás, muitos foram os minhotos que ali atuaram, com os nossos trajes tradicionais. Márcia Condessa nunca esqueceu as suas raízes e ajudava os seus conterrâneos sempre que podia. Acerca da sua biografia, transcrevemos o que é referido no Portal do Fado.
“Márcia Condessa nasceu em Monção a 28 de Setembro de 1915. Não tendo possibilidade para realizar estudos, veio ainda jovem para Lisboa para procurar trabalho.
A sua ligação ao fado inicia-se no restaurante da Bica onde Márcia Condessa trabalhava e, por vezes, cantava fados e também algumas canções galegas.
Em 1938, quando o jornal "Canção do Sul" organiza o Concurso da Primavera, os frequentadores e habitantes do bairro pedem a Márcia Condessa que participe em representação da Bica. A fadista acede aos pedidos, passa nas eliminatórias e chega à final do concurso, realizada a 11 de Julho de 1938, numa das salas da redacção do jornal.
Nesta prova cada cantadeira interpreta dois fados do seu repertório, um castiço e outro canção e, conforme é referido na edição do jornal de 16 de Julho, onde se publica a acta do concurso, foi atribuído pelo júri o "1º prémio e por unanimidade, o título de «Rainha do Fado - 1938» à candidata do Bairro da Bica, Márcia Condessa, a qual reúne sobejamente os predicados requeridos de dicção, voz e expressão."
Vencido o concurso e apresentada a fadista na capa da referida edição do jornal "Canção do Sul", a cantadeira passa a actuar em várias casas de fado e espectáculos vários até abrir, na década de 1950, o seu próprio restaurante típico.
Quando em 1938 Márcia Condessa arrecadou o título de «Rainha do Fado», no Concurso da Primavera do jornal "Canção do Sul", abraçou a carreira de fadista como sua profissão.
Os locais onde interpretou o fado abarcam várias casas de fado, mas foi na Adega Machado que integrou o elenco permanente durante vários anos, até ter inaugurado o restaurante "Márcia Condessa", desde aí condicionando a sua carreira artística para as apresentações diárias e gestão deste espaço.
A 16 de Abril de 1942, Márcia Condessa volta a ser a capa do jornal "Canção do Sul" que apenas quatro anos passados da sua estreia a adjectiva como "Uma Titular no Fado Antigo" e "A Voz da Humildade".
Em 1944, a fadista actuou no Coliseu do Porto, no espectáculo "Mãe Portuguesa", onde se juntava na interpretação a dois outros grandes nomes do universo fadista, Ercília Costa e a Júlio Proença. (cf: "Canção do Sul", 16 de Setembro de 1944).
É no nº 38 da Praça da Alegria que a fadista abre a casa "Márcia Condessa", a qual se tornará um ponto de referência nos circuitos de exibição dos fadistas mais destacados. Para além das actuações da própria Márcia Condessa, passaram por este espaço artistas como Celeste Rodrigues, Alcindo Carvalho, Teresa Nunes, Alfredo Marceneiro, Fernando Farinha ou Beatriz da Conceição.
Este será o espaço onde a cantadeira se manterá até decidir afastar-se da carreira artística em meados da década de 1970, passando depois o espaço a ser gerido por um sobrinho seu e, mais tarde, passando pelas mãos de vários sócios, que mantiveram o nome da casa. No decorrer da década de 1990 a casa deixou de ser espaço de apresentação de fado e passou a ser o restaurante "O Púcaro".
Márcia Condessa fez também actuações no estrangeiro. Durante 8 meses esteve no Brasil, integrada numa companhia de teatro, da qual faziam também parte Irene Isidro, António Silva e Ribeirinho. E, já depois de ter a sua casa aberta ao público, fez um espectáculo em Marrocos, integrando uma comitiva de Estado.
Apesar da sua longa carreira não existem quase registos discográficos de Márcia Condessa. Em formato CD existe apenas uma edição conjunta com Adelina Ramos e Berta Cardoso, na colecção "Fados do Fado" da Movieplay. Aqui surgem reeditados os quatro temas que a fadista gravou para a editora Alvorada em 1962: "Embuçado", "Fado menor (quadras soltas) ", "Canção do Mar" e "Fado das Caravelas".
Márcia Condessa faleceu a 1 de Julho de 2006, quando estava perto de completar 91 anos. O seu funeral realizou-se na sua terra natal, em Monção.”
Os cestos com as duas mil pescadas. Um aspeto da confraternização. À esquerda vê-se um militar abraçado à sua namorada.
A nossa História está recheada de episódios burlescos que, não obstante, acabaram por não alterar o curso dos acontecimentos. Poucas pessoas questionam-se como ocorreu naquele longínquo ano de 1910 a rendição das forças monárquicas entricheiradas na Rotunda, onde se encontravam os políticos a aguardar o desfecho dos confrontos e, por fim, que bandeira foi realmente hasteada nos paços do concelho de Lisboa. Porém, um dos eventos mais caricatos que ocorreram nessa ocasião foi o célebre banquete que durante vários dias teve lugar no acampamento da Rotunda onde um punhado de soldados e meia centena de carbonários se entrincheiraram às ordens do Comissário Naval Machado dos Santos. A história é contada pela insuspeita revista “Ilustração Portugueza” na sua edição de 7 de novembro de 1910.
Uma vez alcançado o cessar-fogo na manhã do dia 5 de outubro, as hostilidades republicanas dirigiram-se para alvos mais comestíveis e nutritivos. O acampamento manteve-se por mais cinco dias que foram preenchidos com a realização de um autêntico festim que, a avaliar pelas quantidades de alimentos digeridos, reuniu largas centenas de comensais que, não tendo embora participado nos combates, não quiseram deixar os seus créditos de bravura por mãos alheias.
Desse extraordinário sucesso que não deveria ser omitido nas páginas da nossa História contemporânea onde se inscrevem tão gloriosos feitos revolucionários, dá-nos conta a insuspeita revista “Ilustração Portugueza”, na sua edição de 7 de novembro de 1910, sob o curioso título “Subsídios photographicos para a História da Revolução”:
“O reducto da Avenida, que foi o verdadeiro baluarte da republica, offereceu aspectos deveras curiosos, mesmo depois de passados os combates. Durante os dias que os soldados e os civis ali se encontraram foi montado um serviço regular de subsistências, confeccionando-se em improvisadas cosinhas, rancho de que partilharam todos os que lá se tinham juntado nos dias da revolta. Na manhã do dia seis foram cozinhadas no acampamento duas mil pescadas em nove fogões de campanha e desde que se estabeleceu o serviço regular até ao dia 10, em que se retiraram os militares e paisanos, consumiu-se dez mil kilos de carne de vacca e quarenta mil kilos de pão, não sendo possível averiguar o numero de pessoas que foram alimentadas durante esse tempo na rotunda que se tornou um logar histórico”.
- Apenas faltou mencionar-se a quantidade de vinho que regou tão lauto repasto !
A confeção do rancho no acampamento da Rotunda. O corneteiro, ao centro, aguardando ordens para tocar para o rancho...
Após recolha de opiniões de provas e gostos de Chefs de cozinha e mais membros do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, para além de apreciadores anónimos de bons vinhos portugueses e verdes, já saiu a decisão de vinhos para os comensais da Mostra Gastronómica de Ponte de Lima na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, agendada para as 13,00 h de Sábado 26 de Outubro.
A escolha foi o branco Loureiro, a casta nobre da Ribeira Lima. A predominância de rótulos será a Adega Cooperativa de Ponte de Lima, vencedora de medalha de ouro com esse produto no maior concurso de vinhos do mundo (o Decanter World Wine Awards), para além de outros produtores associados a esse evento, cuja primeira fase de inscrições termina hoje 30 de Setembro. Todavia, haverá alguma alternativa, para o sector dos tintos!
Recorde-se, que o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, apresentou na Europa, nos últimos dois anos, vários vinhos Loureiros de Ponte de Lima, em Espanha, Bélgica, França, Luxemburgo, Itália, Suécia e Suíça.
O produto vínico do Alto Minho que será servido em Lisboa, é considerado por especialistas com uma “ vincada frescura e elegância” para acompanhar o Bacalhau, além da sua côr citrina e notas florais.
A figura do Zé Povinho foi durante muitas décadas – a par de Santo António – um ícone nas tabernas de Lisboa, que tinham invariavelmente como donos galegos ou minhotos, com especial predominância para os oriundos de Ponte de Lima e Paredes de Coura.
“Um ramo de louro à porta / Indicava uma taberna / À noite era uma lanterna / Com sua luz quase morta” – tal como canta a barcelense Gisela João.
Lá dentro, em lugar cimeiro, Santo António segurava o menino dentro da sua capelinha e, a seu lado, a figura rústica do Zé Povinho garantia: Queres fiado… toma!
O taberneiro, qual sacerdote de Dionysos, perfila-se diante do balcão como se da ara dos ritos sacrificiais se tratasse, presidindo à liturgia pagã do vinho junto dos seus ungidos. E, no seu subido altar, nas suas funções de Baco, Zé Povinho assegurava o cumprimento do dever dos fiéis não deixarem de cumprir a sua obrigação do pagamento da despesa. Isto acontecia outrora quando existiam tabernas dos minhotos em Lisboa.
A Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) assinou um novo acordo de colaboração com o Centro Nacional de Cultura, com o objetivo de continuar a promover os roteiros “Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo”, “Caminho de Santiago” e “Lisboa: Bairros e Lojas com História”.
Até ao final do ano, serão desenvolvidos vários materiais promocionais, em parceria com os municípios de Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira. Carla Salsinha, presidente da Comissão Executiva da ERT-RL, destaca que "a renovação desta parceria permite conferir sustentabilidade e continuidade ao trabalho que temos desenvolvido em conjunto com o Centro Nacional de Cultura, desde o ano passado. Vamos agora investir em três projetos de grande dimensão que resultarão num maior usufruto da região, por parte de peregrinos, visitantes e turistas”.
Do projeto “Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo” resultará a produção de uma edição, em papel, do Roteiro do Caminho do Tejo, disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), a atualização da plataforma/site Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo, a ampliação da coleção de postais Caminho do Tejo e a criação e produção de materiais de apoio ao peregrino.
Já para o projeto “Caminho de Santiago” será realizado o processo de identificação e verificação detalhada do percurso – incluindo as jornadas, os recursos logísticos e a sinalização -, a organização de um dossiê para candidatura à certificação, a criação de da marca Caminho de Santiago para utilização nos suportes de comunicação na Região de Lisboa e a produção de materiais de comunicação, em colaboração com a Associação Via Lusitana.
No contexto do projeto “Lisboa: Bairros e Lojas com História” será realizada a produção e edição, em papel, de um mapa "Lojas com História", em parceria com o Programa homónimo da Câmara Municipal de Lisboa e disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), a produção e edição de um desdobrável sobre “Lisboa: Bairros Históricos e Tradicionais”, disponível em dois idiomas (português e inglês) e o desenvolvimento de um programa de capacitação/especialização para profissionais do turismo sobre o projeto em questão.
Os investimentos nos três projetos serão realizados até ao final de 2024, reforçando o compromisso da ERT-RL e do Centro Nacional de Cultura com a promoção sustentável do turismo na Região de Lisboa e contribuindo para a valorização cultural e histórica da mesma.
Sobre a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL)
A ERT-RL tem como missão a valorização e o desenvolvimento das potencialidades turísticas da Área Regional de Turismo de Lisboa, bem como a gestão integrada do destino no quadro do desenvolvimento turístico regional, de acordo com a Lei, os presentes estatutos, as orientações e diretrizes da política de turismo definida pelo Governo e os planos plurianuais da administração central e dos municípios que a integram. Participam na ERT-RL 18 municípios: Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira, bem como associações e entidades privadas com interesse no desenvolvimento e valorização turística da ERT-RL.
Os Chefs Paulo Santos e Domingos Silva, e os Ajudantes João Leonardo Matos e Filipe Matos, reuniram para discutir pormenores da ementa para o almoço na Casa do Concelho de Tomar, no Sábado 26 de Outubro. De acordo com decisões já tomadas, nas entradas haverá produtos regionais como enchidos e fumados, onde o salpicão e chouriça de carne estarão presentes, a par de outras iguarias do Minho, e de Ponte de Lima, em especial.
Depois, chegará o bacalhau ao gosto dos escritores, diplomatas e gastrónomos que se chamaram, António Feijó e Eça de Queirós. Nas suas cartas e nos seus livros, em convívios de amigos ou familiares, em recepções diplomáticas e outros momentos de degustação de produtos nacionais, era o “fiel amigo” um dos componentes de cardápios.
Assim, a organização do convívio na capital portuguesa, resolveu recriar o prato típico, uma nuance do Bacalhau de Cebolada, desde 1930 também como variante do dito “à Narcisa”, e recentemente “ à Minhota” ou à moda de “Braga”, pois a célebre Casa de Pasto onde a especialidade surgiu, encerrou portas, e o município chamou a si a titularidade da receita e da tradição. De salientar, que esta especialidade culinária portuguesa, concerteza, já foi apresentada pelos dois mestres, na Suécia em Março último, na embaixada de Portugal onde Feijó servir durante vinte e cinco anos, e em Junho, na Bélgica, por iniciativa da Academia do Bacalhau de Bruxelas.
Os lombos do dito peixe já foram selecionados, a batata e o azeite são tarefas que se seguem, os ingredientes escolhidos, o empratamento e a decoração estudados, pelo que, estamos no bom caminho! Pormenores estão a ser estudados, partilha de funções para confecionar o pitéu também já foram elencadas, pelo que, estamos a caminhar para a contagem decrescente do evento em Lisboa…
Para acompanhar, também os vinhos verdes da região foram encomendados, principalmente brancos da casta loureiro, a mais apreciada da Ribeira Lima, o tal “ … vinhinho… fonte de inspiração e de alegria”, como dizia António Feijó, que o consumia em tempo de férias, e longe, nas suas missões diplomáticas no Brasil e Suécia.
Para rematar o almoço, o habitual leite creme de Ponte de Lima, um ícone na galeria de doces regionais, e mais uma surpresa para acompanhar o café.
“PRIMEIRA PÁGINA DE Instrumento de conserto e amigável composição e desistência” das arras, móveis, imóveis e dinheiro prometidas em dote de casamento, feito pelo secretário, Gaspar de Faria Severim, procurador de D. Maria de Noronha, viúva de D. João Luís de Vasconcelos e Meneses, governador da praça de Mazagão aos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, D. Diogo de Lima e sua mulher D. Joana de Vasconcelos EM 14 DE SETEMBRO DE 1608
Estava na capilha do documento com a cota: Viscondes de Vila Nova de Cerveira, cx. 32, n.º 19; tem cosido no fim uma meia folha com a informação "Nomeação do prazo da Travanca e Mafra "; número atribuído ao documento: 566. Este número no Índice da documentação, referido no documento: Portugal, Torre do Tombo, Viscondes de Vila Nova de Cerveira, cx. 2, n.º 4 (PT-TT-VNC/A/204), pertence ao mç. 17. No inventário intitulado: "Livro Geral do cartório de D. Tomás José Xavier de Lima, 2º Marquês de Ponte de Lima, no qual se contém todos os títulos e padrões, morgados, senhorios, propriedades, quintas, fazendas, foros, casais e mais rendas, privilégios, bulas apostólicas, testamentos e outros bens que pertencem à dita casa. Tudo extraído dos originais, títulos e mais documentos que no dito cartório se acham mando [sic] por ordem do dito senhor em Julho de 1819" (PT-TT-VNC/A/1), mç. 17 corresponde ao "Morgado e bens dos Vasconcelos".
Relação complementar: documento mencionado no elemento de informação "História custodial e arquivística": (PT-TT-VNC/A/1), mç.17, n.º 14: "escritura de de D. Diogo de Lima com D. Joana de Vasconcelos e Meneses e por ele consta os bens que vieram à casa dos Viscondes, ano de 1642"; Relação complementar: Portugal, Torre do Tombo, Viscondes de Vila Nova de Cerveira, cx. 2, n.º 12, (PT-TT-VNC/A//212), inventário das instituições "delas", do Morgado de Santa Ana, bens da Coroa e Morgado de Soalhães, f. 6, 6v, mç 2, n.º 25 (702): "Para haver de casar D. Diogo de Lima com a Senhora D. Joana de Vasconcelos e Meneses filha de D. João Luís de Vasconcelos e Meneses lhe fez o Visconde pai de D. Diogo dote e D. João Luís de Vasconcelos também qualquer deles dê 400 reis de renda D. João Luís pôs rendimentos da quinta da Valada que chamam Malpica 200 reis e na alcaidaria mor de Castelo Bom 100 reis e 100 reis nos rendimentos do concelho de Aregos e na dita Joana noiva além do mais que lhe dotaram fizeram nomeação do prazo da Golegã que é do convento de Tarouca, do prazo de Travanca junto a Viseu senhorio a Universidade de Coimbra, e do prazo da Enxara dos Cavaleiros, senhorio o Hospital de Todos os Santos e dos prazos que pertencem à quinta de Malpica foreiros a saber um às freiras de Chelas, outro à igreja de São João em Porto de Mós outros à igreja de Alcáçova em Santarém e também o dito D. João Luís e sua mulher fizeram deste à dita sua filha de todos os seus bens livres havidos e por haver com reserva somente do usufruto, todo o sobredito por escritura feita em Lisboa em 28 de Junho de 1642 tabelião Gaspar de Carvalho". À margem "1642". "Depois falecendo D. João Luís, sua mulher D. Maria de Noronha fez contrato com seu genro e filha acima nomeados por modo de partilhas: ela D. Maria de Noronha desistiu das arras prometidas por seu marido, móveis e dinheiro do dote e do que resultou d venda das casas e cardal nomeados no dito dote e da acção que podia ter contra os bens de seu marido e do direito e nomeação dos prazos que este lhe fez da quinta de Valada e da parte que tinha nas propriedades livres que ficaram no casal e dos bens móveis tudo a favor dos viscondes filha e genro e fez a sobredita desistência e cessão dos serviços que tinha de seu marido D. João Luís para os haverem os viscondes e estes se obrigaram a dar-lhe cada ano 200 reis de que lhe fizeram consignações no juro do Almoxarifado de Alenquer 80 reis e 80 reis na Cabana do pescado e o restante nos foros de Carnide e os viscondes lhe largaram a pretensão do prazo de Travanca para o gozar em sua vida e a dita D. Maria de Noronha lhe largou o direito que tinha vindo e viesse de Mazagão para fazer o visconde umas casas e ele ficaria obrigado a pagar as dívidas do casal excepto o serviço dos criados, de que há escritura feita em Lisboa ano de 1648. Tabelião Gregório de Souto Craveiro. À margem direita: há rol incorporado na mesma escritura. À margem na f. 6, 6 v: foi filho do Visconde D. Lourenço de Lima além do mais que depois foi visconde"; Relação complementar: Portugal, Torre do Tombo, Viscondes de Vila Nova de Cerveira, "Livro que contém o rendimento das fazendas das minhas casas e morgados a elas anexos", cx. 20, n.º 1 (PT-TT-VNC/B/2001), f. 171.
Nota ao elemento de informação "Datas": escritura feita em Lisboa junto á igreja das Chagas, nas casas do Visconde de Vila Nova de Cerveira, D. Diogo de Lima [D. Diogo de Lima Brito e Nogueira, 7º visconde de Vila Nova de Cerveira].
Passam hoje 120 anos sobre a data de nascimento do poeta e folclorista Pedro Homem de Mello.
O poeta Pedro Homem de Mello foi reconhecidamente um dos mais eminentes folcloristas portugueses. De seu nome completo Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello, nasceu no Porto em 1904 onde também veio a faleceu em 5 de Março de 1984.
Apaixonado pelas tradições do Minho em geral e pelos costumes das gentes da Serra d’Arga, da Apúlia e de Viana do Castelo em particular, adoptou Afife como a sua própria terra, aí tendo vivido no Convento de Cabanas. E é em Afife que se guardam os seus restos mortais.
A Pedro Homem de Mello se deve a divulgação do folclore português através da RTP – ao tempo não existiam outros canais televisivos – bem como muitos poemas que ficaram célebres através da voz de Amália Rodrigues, Frei Hermano da Câmara e Sérgio Godinho. Entre eles, lembramos “Povo que Lavas no Rio”, “Havemos de Ir a Viana” e “O Rapaz da Camisola Verde”.
A Câmara Municipal de Lisboa prestou-lhe homenagem, consagrando o seu nome na toponímia da capital.