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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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PONTE DE LIMA É O CAMINHO HISTÓRICO DOS PEREGRINOS A SANTIAGO DE COMPOSTELA

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Peregrinação coletiva a Santiago de Compostela | Caminho Português de Santiago Central - Porto e Norte | Aberto Período de Inscrições

A Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago, em colaboração com diversos Municípios, está a preparar uma peregrinação coletiva por etapas a Santiago de Compostela através do Caminho Português de Santiago Central - Porto e Norte, com partida na Sé do Porto, a acontecer durante o mês de outubro de 2024.

As duas fases da peregrinação que envolvem o Município de Ponte de Lima e atravessam o nosso território realizam-se nos seguintes dias:

19 de outubro de 2024 (sábado) – Etapa de Barcelos a Ponte de Lima (30km)

26 de outubro de 2024 (sábado) – Etapa de Ponte de Lima a Valença (38km)

As inscrições são gratuitas e está assegurado o transporte dos peregrinos no final de cada etapa até ao local de partida.

O período de inscrições termina a 14 de outubro (para a etapa Barcelos-Ponte de Lima) e a 21 de outubro (para a etapa Ponte de Lima-Valença).

As inscrições já estão abertas e devem ser submetidas através do formulário disponível em https://forms.gle/chctzCbny2Jr6QW39

O número de lugares disponíveis é limitado e as inscrições serão analisadas por ordem de chegada. Como tal, os interessados deverão aguardar resposta, pela mesma via, sobre o resultado da sua inscrição.

Para mais informações, ver com a Associação dos Amigos do Caminho Português de Santiago:

Facebook da AACPS: https://www.facebook.com/AACPSantiago

Facebook do evento: https://www.facebook.com/events/414977534945579/?ref=newsfeed

e-Mail: acps@caminhoportuguesdesantiago.com

Telefone: (+351) 258 931 161 (chamada para rede fixa nacional)

O BANQUETE DA REPÚBLICA NO ACAMPAMENTO DA ROTUNDA ACONTECEU HÁ 114 ANOS!

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 Os cestos com as duas mil pescadas. Um aspeto da confraternização. À esquerda vê-se um militar abraçado à sua namorada.

A nossa História está recheada de episódios burlescos que, não obstante, acabaram por não alterar o curso dos acontecimentos. Poucas pessoas questionam-se como ocorreu naquele longínquo ano de 1910 a rendição das forças monárquicas entricheiradas na Rotunda, onde se encontravam os políticos a aguardar o desfecho dos confrontos e, por fim, que bandeira foi realmente hasteada nos paços do concelho de Lisboa. Porém, um dos eventos mais caricatos que ocorreram nessa ocasião foi o célebre banquete que durante vários dias teve lugar no acampamento da Rotunda onde um punhado de soldados e meia centena de carbonários se entrincheiraram às ordens do Comissário Naval Machado dos Santos. A história é contada pela insuspeita revista “Ilustração Portugueza” na sua edição de 7 de novembro de 1910.

Uma vez alcançado o cessar-fogo na manhã do dia 5 de outubro, as hostilidades republicanas dirigiram-se para alvos mais comestíveis e nutritivos. O acampamento manteve-se por mais cinco dias que foram preenchidos com a realização de um autêntico festim que, a avaliar pelas quantidades de alimentos digeridos, reuniu largas centenas de comensais que, não tendo embora participado nos combates, não quiseram deixar os seus créditos de bravura por mãos alheias. 

Desse extraordinário sucesso que não deveria ser omitido nas páginas da nossa História contemporânea onde se inscrevem tão gloriosos feitos revolucionários, dá-nos conta a insuspeita revista “Ilustração Portugueza”, na sua edição de 7 de novembro de 1910, sob o curioso título “Subsídios photographicos para a História da Revolução”: 

O reducto da Avenida, que foi o verdadeiro baluarte da republica, offereceu aspectos deveras curiosos, mesmo depois de passados os combates. Durante os dias que os soldados e os civis ali se encontraram foi montado um serviço regular de subsistências, confeccionando-se em improvisadas cosinhas, rancho de que partilharam todos os que lá se tinham juntado nos dias da revolta. Na manhã do dia seis foram cozinhadas no acampamento duas mil pescadas em nove fogões de campanha e desde que se estabeleceu o serviço regular até ao dia 10, em que se retiraram os militares e paisanos, consumiu-se dez mil kilos de carne de vacca e quarenta mil kilos de pão, não sendo possível averiguar o numero de pessoas que foram alimentadas durante esse tempo na rotunda que se tornou um logar histórico”. 

- Apenas faltou mencionar-se a quantidade de vinho que regou tão lauto repasto !

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A confeção do rancho no acampamento da Rotunda. O corneteiro, ao centro, aguardando ordens para tocar para o rancho...

A IMPRENSA REGIONAL FOI A VOZ DO LIBERALISMO E DO REPUBLICANISMO EM PORTUGAL

O primeiro número do jornal "Cardeal Saraiva" foi publicado em 15 de Fevereiro de 1910

As origens da imprensa regional estão intimamente ligadas à necessidade de difusão das ideias do liberalismo e do republicanismo, beneficiando do avanço das técnicas da impressão tipográfica e da sua vulgarização. A partir dos finais do século XIX, surgiram um pouco por todo o país jornais regionais que eram sustentados sobretudo pelo comércio local e por uma pequena burguesia instalada nos pequenos aglomerados urbanos da província. Muitas das vezes, por detrás do lançamento de muitos dos jornais regionais encontravam-se as lojas e os triângulos maçónicos em funcionamento nas respetivas localidades.

À semelhança do que sucedia com o jornal “O Século”, claramente identificado com a propaganda republicana e anticlerical como aliás o próprio título sugere, dirigido por Magalhães Lima, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, também os jornais regionais assentavam numa rede de correspondentes locais, costume que curiosamente ainda se mantém.

Com o estabelecimento do Estado Novo, a Imprensa regional veio a adaptar-se às novas circunstâncias, caindo numa longa letargia que a impediu de se desenvolver tecnologicamente e inovar a sua linha editorial. Com processos tipográficos antiquados, muitos jornais ainda há relativamente pouco tempo ocupavam as suas páginas com a publicação de extensas colunas de aniversariantes e outras crónicas de natureza social, logrando desse modo obter a ajuda dos seus assinantes.

A década de oitenta do século passado marca um ponto de viragem para a Imprensa regional. A partir de então foram-lhe colocados desafios com vista à modernização dos parques gráficos, mormente à utilização do offset na impressão dos jornais e à adoção dos novos sistemas de fotocomposição. Muitos deles avançaram para a profissionalização do seu quadro redatorial, deixando de limitar-se à colaboração voluntária dos seus correspondentes e outros colaboradores. Entretanto, as novas tecnologias da informação obrigaram a utilização da Internet e a disponibilização de conteúdos on-line.

O Minho possui um conjunto bastante apreciável de jornais históricos que foram acompanhando a evolução dos tempos e continuam a chegar aos seus leitores. Entre eles, conta-se naturalmente o semanário “Cardeal Saraiva” que se publica em Ponte de Lima desde 15 de Fevereiro de 1910. Um título que evoca precisamente os ideais de liberdade defendidos por aquele que foi uma das figuras mais ilustres de Ponte de Lima e do país.

EPHEMERA INAUGURA EM VIANA DO CASTELO EXPOSIÇÃO “PAPÉIS DA LUTA PELA LIBERDADE: PRESOS POLÍTICOS DE VIANA DO CASTELO”

Inauguração da exposição PAPÉIS DA LUTA PELA LIBERDADE: PRESOS POLÌTICOS DE VIANA DO CASTELO, com a presença de José Pacheco Pereira, na próxima sexta-feira, dia 4 de outubro, às 18h, nos Antigos Paços do Concelho de Viana do Castelo.

Organização do Arquivo Ephemera (Núcleo de Viana do Castelo).

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SABIA QUE COURA JÁ DEU NOME A UM APEADEIRO DE COMBOIO DA LINHA DO MINHO?

A “Paragem de Coura” como era oficialmente designada situava-se entre Caminha e Seixas, na Linha do Minho, tendo entrado ao serviço em 15 de Janeiro de 1879.

Em Junho de 1913, era servida pelos comboios tramways entre Viana do Castelo e Valença. O mapa dos horários referente a esse ano surge com a categoria de paragem. A designação que lhe foi atribuída prendeu-se naturalmente com a proximidade da localidade de Coura pertencente a Seixas visto serem em regra escolhidos entre a toponímia mais próxima.

Relativamente a Paredes de Coura, o comboio jamais chegou a apitar!

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SABIA QUE FOI O ARQUITETO CAMINHENSE MIGUEL VENTURA TERRA QUEM PROJETOU A SALA DAS SESSÕES DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA?

Retrato de Miguel Ventura Terra no Hemiciclo, desenhando a planta do espaço, José Veloso Salgado, 1914, óleo sobre tela, coleção privada.

Miguel Ventura Terra nasceu em Seixas, concelho de Caminha, em 1866. Estudou Arquitetura na Escola de Belas-Artes do Porto.

Em 1886, frequentou a École des Beaux-Arts (recebendo o diploma de arquiteto de 1.ª classe) e o atelier do arquiteto Victor Laloux.

Premiado com várias medalhas de honra, ganhou o concurso para a remodelação do Palácio das Cortes. São de sua autoria importantes edifícios como a Sinagoga de Lisboa (1905), o Palacete Valmor e o Banco da Rua do Ouro (Banco Totta e Açores) (1906), os Liceus Camões (1907) e Pedro Nunes (1908), a Maternidade Alfredo da Costa (1908), a Casa Tomás Quartim (1911), distinguida com o Prémio Valmor, o Teatro Politeama (1912-1913) e a Igreja de Santa Luzia de Viana do Castelo.

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A Sala das Sessões, inaugurada em 1903, foi projetada pelo arquiteto Ventura Terra depois de um violento incêndio em 1895 ter destruído a primeira sala da Câmara dos Deputados, desenhada pelo arquiteto Possidónio da Silva.

A sala foi construída no local de um dos quatro claustros monásticos, ocupando ainda uma capela que lhe ficava anexa.

De planta semicircular e disposição em anfiteatro, pelo que tem a designação de Hemiciclo, tem carteiras de madeira de carvalho trabalhada ao estilo inglês, ordenadas por bancadas simples, onde se sentam os 230 deputados de acordo com a tradição parlamentar pós Revolução Francesa, da esquerda para a direita, voltados para a tribuna presidencial.

A iluminação zenital da sala é feita através de uma claraboia de estrutura em ferro e vidro, denunciando, tal como na Sala dos Passos Perdidos, as influências parisienses vanguardistas dos arquitetos-engenheiros, amenizadas aqui,  pelo neoclassicismo lisboeta de Miguel Ventura Terra (em contraste com o arrojado modernismo de José Marques da Silva que pontuava, à época, na arquitetura do Porto).

A decorar a sala, por detrás da tribuna da Presidência, está uma estátua de corpo inteiro representando a República, com uma esfera armilar nas mãos, da autoria do escultor Anjos Teixeira, datada de 1916.

Mais acima, destaca-se uma grande luneta pintada por Veloso Salgado, representando as Cortes Constituintes de 1821 - que elaboraram a Constituição de 1822, a primeira da história constitucional portuguesa - reunidas na Biblioteca do Convento das Necessidades em Lisboa. Este tema foi o eleito, após a avaliação das duas propostas apresentadas pelo pintor em 1923, tendo a pintura sido cuidadosamente estudada em numerosos esbocetos de composição e retrato, existentes no Museu da Assembleia da República. No centro da composição, disposta em torno da mesa da Presidência (na qual está o arcebispo da Baía, Frei Vicente da Soledade), destaca-se a figura do orador Manuel Fernandes Tomás, considerado um dos maiores mentores da Revolução Liberal de 1820.

Esta grande tela semicircular é emoldurada por brasões com as armas dos distritos e das antigas províncias ultramarinas, evocativos das circunscrições por onde os deputados eram eleitos, pintados por Benvindo Ceia.

As três pinturas do teto, distribuídas em torno da grande claraboia, foram executadas por Alves Cardoso e representam alegorias à Ciência, às Artes e à Indústria; à Pátria, à Paz e à Fortuna; ao Comércio e à Agricultura. Tal como a composição da luneta, estas foram executadas após a realização de estudos preparatórios, levados a concurso em 1921.

Por cima das tribunas destinadas ao corpo diplomático e às altas individualidades estão grupos escultóricos com figuras alegóricas, da autoria de Moreira Rato e de Teixeira Lopes, e, acima da mesa da Presidência, da autoria deste último.
No balcão da galeria central do último piso, destaca-se um relógio monumental de pedra, remodelado em 1990, com máquina eletromecânica com sistema de controlo de quartzo dos fabricantes alemães Bürk e Kienzle.

As galerias do primeiro piso, destinadas ao público, são pontuadas por seis estátuas de gesso, identificadas pelas inscrições nos respetivos plintos: a Constituição, de Simões de Almeida, sobrinho, a Lei, realizada por Francisco Santos, a Jurisprudência, de Costa Mota, tio, a Eloquência, moldada por Júlio Vaz Júnior, a Justiça, por Costa Mota, sobrinho e a Diplomacia, da autoria de Maximiano Alves, símbolos alegóricos ligados à arte de legislar e ao exercício do poder. A capacidade total das galerias é de 660 lugares.

Entre agosto de 2008 e março de 2009 realizaram-se obras de remodelação da Sala das Sessões da Assembleia da República, período em que as reuniões plenárias decorreram na Sala do Senado, especialmente adaptada para o efeito.

Estas obras permitiram dotar a sala de condições mais adequadas aos trabalhos parlamentares. Contudo, a arquitetura original do espaço, tal como concebida pelo arquiteto Ventura Terra no final do século XIX, manteve as suas características essenciais.

Nesta sala, realizam-se as sessões plenárias da Assembleia da República, isto é, as reuniões com os 230 deputados eleitos nas eleições legislativas. Todas as sessões plenárias são públicas e realizam-se, habitualmente, às quartas e quintas-feiras, às 15h00, e às sextas-feiras, às 10h00. Realizam-se também nesta sala as sessões solenes, como é o caso da sessão comemorativa do 25 de Abril ou da sessão de tomada de posse do Presidente da República.

Além das sessões plenárias, realizam-se ainda nesta sala as reuniões da Comissão Permanente (o órgão que funciona fora do período de funcionamento efetivo da Assembleia da República) e as reuniões das comissões parlamentares em que se procede ao debate na especialidade do Orçamento do Estado e das Grandes Opções do Plano.

Fonte: Assembleia da República

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ARCOS DE VALDEVEZ E AS PRIMEIRAS ELEIÇÕES LIVRES (1822)

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“Para a história da representação política em Portugal. As primeiras eleições parlamentares (1822). Círculo eleitoral de Arcos de Valdevez"

Esta obra da Coleção Parlamento, da autoria de Vital Moreira e José Domingues versa sobre as primeiras eleições parlamentares realizadas após a aprovação da Constituição de 1822.

No rescaldo do golpe da Vilafrancada de 1823, os documentos respeitantes às eleições foram destruídos pelas câmaras municipais. No entanto, preservou-se grande parte da documentação do círculo eleitoral de Arcos de Valdevez, através das cópias enviadas às Cortes, para verificação de eventuais ilegalidades no processo das eleições. Esse espólio é a base principal desta obra.

Fonte: Assembleia da República

MUNICÍPIO DE ESPOSENDE RECUPEROU DOIS CANHÕES DO NAUFRÁGIO DE BELINHO

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O Município de Esposende recuperou ontem, do fundo do mar, ao largo da praia de Belinho, dois canhões de bronze do século XVI, que se supõe serem da embarcação quinhentista cujos destroços deram à costa em 2014.

A operação de resgaste foi realizada na presença de mergulhadores, na área do naufrágio de Belinho, após diversas alertas ao Serviço de Património Cultural da autarquia. Prontamente foram alertadas as devidas autoridades e entidades, no caso a Capitania do Porto de Viana do Castelo e a Delegação Marítima de Esposende, para além do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, que tutela o Património Cultural Subaquático.

Os trabalhos arqueológicos foram realizados com caráter de emergência, atendendo aos recorrentes alertas e às excecionais condições do mar, nomeadamente a fraca ondulação. Efetivamente, durante os trabalhos de monitorização e de registo, verificou-se que as duas bocas de fogo tinham sido deslocadas, estando totalmente à mercê da natureza e/ou de interesses ilícitos.

Resgatados à turbulência das profundezas do irado mar Atlântico e à cobiça humana repousam agora num merecido ambiente tranquilo, nas instalações do Município de Esposende, em tanques construídos para o efeito em 2017.

Consciente do seu valor e relativo fácil acesso, a equipa de investigação procurou, desde a sua descoberta em abril de 2017, promover a sua salvaguarda, mas até agora nunca se tinha conseguido reunir a conjugação de fatores naturais – particularmente a fraca ondulação e boa visibilidade – bem como recursos e equipas. 

Na passada segunda-feira, dia 23 de setembro, foi realizada uma ação de salvaguarda, dado o risco destas peças de artilharia virem a ser pilhadas ou roubadas. De referir que a Convenção da UNESCO para a Proteção do Património Cultural Subaquático privilegia a preservação “in situ” quando estão reunidas as condições de proteção e de valorização das peças. Agora, segue-se a fase de conservação e de investigação das duas colubrinas oitavadas de bronze, raras no território português e que obedecem a um plano rigoroso.

De realçar que no passado dia 20 de setembro, no âmbito da programação das Jornadas Europeias do Património do Município de Esposende, foi apresentada a publicação “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global”, dedicada ao naufrágio de Belinho.

Foi a consciência das ameaças a que este património está sujeito, desde a natureza dos fundos subaquáticos, expostos a processos sedimentares extremos e/ou a tempestades, ou a atividades que coloquem em causa a sua integridade física, que esteve sempre subjacente a toda a intervenção de resgate.

A recuperação deste importante Património Cultural permitirá a sua investigação de forma mais detalhada e, eventualmente, trazer novas perspetivas sobre o navio de Belinho. Paralelamente, será mais um elemento de valorização do acervo arqueológico do Município de Esposende, com vista à posterior fruição por parte dos cidadãos, reforçando a partilha de informação e do conhecimento da e com a comunidade. Porque afinal, e de acordo com a máxima do Serviço de Património Cultural, “um cidadão esclarecido, é um cidadão ativo!”.

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PONTE DA BARCA: AS OFERTAS DO REI D. MANUEL I À BARCA TERRA DA NÓBREGA NO SÉCULO XVI – CRÓNICA DE MANUEL BENINGER

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As ofertas do Rei D. Manuel I à Barca Terra da Nóbrega no século XVI

Em 1515 o rei D. Manuel I veio à Barca atribuir o foral à Terra da Nóbrega. Ficou uns dias com a rainha na casa situada na praça de poesia e foram colocados dois bustos em granito na parede da casa. O rei resolveu oferecer à Barca uma ponte para o rio Lima entre a Nóbrega e Valdevez. Ofereceu também para a Páscoa uma cruz de cristo em prata e um escudo de Portugal em pedra de granito com uma barca por baixo que está exposta na parede da praça Diogo Bernardes em frente ao Museu Fernão Magalhães e ao restaurante Gomes.

Esse brasão de Portugal, que já esteve exposto na antiga câmara municipal, está agora suposto a ser coberto pelas plantas que o rodeiam e ninguém sabe que é um monumento com mais de quinhentos anos e havia interesse em documentar na base do brasão histórico a história monumental.

Curiosamente os turistas estrangeiros que habitam a Casa Nobre do Correio-Mor, perguntam por vezes o que representa a Barca por baixo do brasão de Portugal, existente no Largo Diogo Bernardes e explicamos que o rei D. Manuel I de Portugal pôs uma barca debaixo do brasão porque era o nome da terra e só depois de o rei ter produzido a ponte passou a ser Ponte da Barca, cerca de cem anos depois.

​Por todo este motivo histórico propúnhamos que, tal como existe junto à igreja românica de Bravães e com muita competência e uma explicação do monumento, um dito por baixo do brasão de Portugal falando do efeito do rei D. Manuel I no século XVI. Seria um monumento histórico muito apreciável.

HISTORIADOR FAFENSE DANIEL BASTOS APRESENTOU EM PARIS O LIVRO “MEMÓRIAS FAFENSES”

No passado sábado (21 de setembro), foi apresentado na capital francesa o livro “Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”.

A obra, concebida pelo historiador fafense Daniel Bastos a partir do espólio fotográfico inédito de Fernando Mariano Cardeira, antigo oposicionista, militar desertor, emigrante e exilado político, foi apresentada na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris.

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O historiador Daniel Bastos (esq.), acompanhado do deputado Paulo Pisco (ao centro) e do fotógrafo Fernando Mariano Cardeira, no decurso da apresentação do livro Memórias da Ditadura – Sociedade, Emigração e Resistência”, na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris.

A sessão de apresentação, que encheu a Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris, um centro de irradiação da cultura portuguesa na capital francesa, de emigrantes, lusodescendentes, empresários, líderes comunitários e dirigentes associativos, esteve a cargo de Paulo Pisco, Deputado eleito da Assembleia da República pelo círculo eleitoral da Europa, que enalteceu o percurso de Daniel Bastos em prol da promoção do papel das comunidades portuguesas. Segundo o mesmo, a apresentação deste livro no ano em que se assinala meio século da Revolução de Abril, acentua o papel da memória histórica, contribuindo assim para uma sociedade mais conhecedora da sua história recente, e mais participativa, plural e democrática.

Refira-se que nesta nova obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira e prefácio do investigador José Pacheco Pereira, realizada com o apoio institucional da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, Daniel Bastos revela o espólio singular de Fernando Mariano Cardeira, cuja lente humanista e militante teve o condão de captar fotografias marcantes para o conhecimento da sociedade, emigração e resistência à ditadura portuguesa nos anos 60 e 70.

Através das memórias visuais do antigo oposicionista, assentes num conjunto de centena e meia de imagens, são abordados, desde logo, as primeiras manifestações do Maio de 1968 em Paris, acontecimento icónico onde o fotógrafo engajado consolidou a sua consciência cívica e política. E, com particular incidência, o quotidiano de pobreza e miséria em Lisboa, a efervescência do movimento estudantil português, o embarque de tropas para o Ultramar, os caminhos da deserção, da emigração “a salto” e do exílio, uma estratégia seguida por milhares de portugueses em demanda de melhores condições de vida e para escapar à Guerra Colonial nos anos 60 e 70.

Em plena celebração de meio século de liberdade em Portugal, a apresentação deste livro na capital francesa, como aludiu João Costa Ferreira, Diretor da Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris, constituiu um reconhecimento dos laços históricos que unem Portugal e França. Assim como, da importância da comunidade portuguesa em França, a mais numerosa das comunidades lusas na Europa e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas no território gaulês.

No final da sessão de apresentação do livro na Casa de Portugal André de Gouveia, na Cidade Internacional Universitária de Paris, os presentes puderam degustar de uma seleção de vinhos verdes, promovida pelos Vinhos Norte, um dos maiores produtores nacionais de vinho verde que procura aliar a tradição de fazer vinho com a inovação no sector.

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BRAGA: PCP APRESENTA LIVRO DE EDGAR SILVA

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Livro de Edgar Silva “Vendaval de Utopias. Os Católicos da Revolução e o PCP” apresentado em Braga com apelo à unidade na luta por vida melhor e pela paz

Realizou-se em Braga, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, a apresentação do livro “Vendaval de Utopias. Os Católicos da Revolução e o PCP” de Edgar Silva.

Na mesa da apresentação, para além do autor, estiveram também Manuel Pinto, professor e investigador, membro do Conselho de Ética da Universidade do Minho, e Raquel Gallego, da DOR Braga do PCP.

O perfil académico de Edgar Silva é vasto - licenciatura em Teologia, mestrado em Teologia Sistemática, mestrado em História das religiões, bolseiro de doutoramento na Fundação Ciência e Tecnologia, com uma tese sobre catolicismo social e compromisso político, também bolseiro do Instituto Camões em Roma, doutorado em 2023 em História, com especialização em História Contemporânea, com a tese “Vendaval de Utopias, os católicos da Revolução e o PCP”. Actualmente é bolseiro pós-doutorado na Universidade Católica.

Edgar Silva é responsável da Organização do PCP na Madeira, membro do Comité Central, foi deputado na Assembleia Legislativa regional. Foi candidato a Presidente da República em 2016.

O livro é um ensaio histórico muito importante, uma nova abordagem da Tese de Doutoramento homónima, de Maio de 2023, sobre o percurso da vanguarda católica na fase final da crise geral do fascismo, de 1965 ao 25 de Abril e à Constituição de 1976.

Para Manuel Pinto, o livro constituiu uma grande surpresa, quer pela quantidade e profundidade de conteúdos, mas também por novos conceitos que desenvolve, com a ideia de “Católicos da Revolução”. Manuel Pinto afirmou que sendo alguém que apurou a sua consciência social e política no activismo católico, foi com naturalidade que se identificou com muitas das experiências de luta referidas no livro.

Na sua opinião, a orientação de trabalho que o PCP avançou na década de 40 do século passado designada por “dar a mão aos católicos”, numa perspetiva de construção da unidade do povo e dos trabalhadores para resistir à ditadura fascista, foi um factor de avanço muito importante para abrir caminhos de convergência de pessoas que desejavam uma ruptura e que participavam em vários movimentos e áreas.

Lembra-se que no quadro das decisões do 7º Congresso da Internacional Comunista (de 1935) e das suas orientações para travar o caminho ao fascismo, o PCP formulou as teses da inter-acção de comunistas e católicos e da relação com a Igreja num texto de Álvaro Cunhal, aprovado em 1943 no III Congresso, sobre “a unidade da nação portuguesa na luta pelo pão, a liberdade e a independência”, que integrava a tese da “mão estendida aos católicos”.

Decidiu-se então que um crente pode ser membro do PCP e concluiu-se: “lutamos contra o sectarismo de muitos militantes e antifascistas. Houve erros de intolerância em 1910 que não devem repetir-se. Conquistaremos para a causa da democracia a massa dos católicos, na medida em que saibamos respeitar as suas crenças e ser os melhores defensores da liberdade de consciência”.

Mais tarde foi reafirmado por Álvaro Cunhal que “o PCP respeita rigorosamente as crenças religiosas, opondo-se a qualquer ofensa aos sentimentos religiosos. Os interesses e aspirações dos portugueses identificam-se e contradizem-se pelas classes a que pertencem e não pela religião que professam, na inteligência e no coração do povo podem coincidir a crença religiosa e a luta pela liberdade e a democracia, os ideais do socialismo, a solidariedade e a fraternidade humanas”.

O Edgar Silva explicou a motivação que o levou à elaboração da tese, e depois do livro, que não pretende ser nem a história da Igreja, nem a história da PCP, mas um ensaio sobre a intervenção da parte mais comprometida com o PCP do grupo amplo e heterogéneo de católicos da revolução. O seu livro contou com um intenso trabalho de campo, com dezenas de entrevistas com protagonistas da acção católica progressista.

O autor do livro realçou a ousadia da orientação do PCP de trabalho em unidade com os católicos, que foi parte integrante de uma cultura de abertura e diálogo que caracteriza a intervenção dos comunistas.

Raquel Gallego referiu que iniciativa inseriu-se na 2ª Edição do Roteiro do Livro Insubmisso promovido pela Direcção da Organização Regional de Braga do PCP, que vai percorrer a região na divulgação de livros comprometidos com os valores de Abril.

A iniciativa seguinte terá lugar em Fafe sobre do livro livro "Os Lusíadas – Antologia Temática e Texto Crítico" de António Borges Coelho e da revista Vértice.

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