Este ano, a chuva decidiu pregar uma partida aos foliões dos estabelecimentos de ensino do concelho de Vila Nova de Cerveira que iriam desfilar pelas ruas do centro histórico, esta sexta-feira, 9 de fevereiro, apresentando os disfarces originais e toda a alegria contagiante condizente com a quadra carnavalesca. Tudo se mantém, menos o espaço e o horário. O Desfile de Carnaval das Escolas passa a realizar-se no Pavilhão Multiusos e no período da manhã, a partir das 10h30. O espaço vai estar aberto a familiares e público em geral para assistirem a esta festa!
Com plano A ou B, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira não deixa passar em branco mais um Carnaval, juntando cerca de 1000 crianças e jovens, bem como dos membros da Unisénior – Universidade Sénior, proporcionando um dia diferente, de intercâmbio, e com muitas brincadeiras e surpresas.
De tema livre, cada turma vai ser convidada a subir ao palco para mostrar os disfarces e, na maioria dos casos, a mensagem social trabalhada em contexto escolar. Com início às 10h30, o Desfile de Carnaval das Escolas’24 de Vila Nova de Cerveira conta ainda com animação circense temática, com personagens muito divertidas e interativas, associadas à consciencialização ambiental e respeito pelo planeta Terra.
A alteração de horário, do período da tarde para de manhã, resulta de sugestões de encarregados de educação e professores junto do executivo municipal e que se prendem com a logística de conseguir manter as crianças com os disfarces ao longo de toda a manhã, enquanto aguardavam pelas 14h30. Assim, este ano, a Câmara Municipal optou por trocar e avaliar o desenrolar da atividade.
E porque o Carnaval deve ser comemorado entre família e amigos, as bancadas do Pavilhão Multiusos estarão de livre acesso para que possam aplaudir e desfrutar de uma manhã de magia e folia.
Pai Velho – Entrudo Tradicional do Lindoso: Uma celebração ancestral em pleno coração do Alto Minho
À medida que o Carnaval se aproxima, Lindoso preparam-se para uma das celebrações mais antigas do país: o Pai Velho, uma verdadeira viagem no tempo e um tributo à rica herança cultural portuguesa.
Nos dias 11 e 13 de fevereiro, conhecidos como "Domingo Gordo" (10h30) e Terça-feira de Carnaval (13h), o busto de madeira do Pai Velho é o centro das atenções, sendo transportado por entre os espigueiros e a eira comunitária, tendo como pano de fundo o imponente Castelo Medieval.
O momento alto acontece na noite de terça-feira, a partir das 23h30. É quando acontece o velório do Pai Velho, seguido pela queima do busto e a leitura do seu testamento. Este ritual simbólico marca o fim da festividade, mas também o início da esperança e renovação, conforme os participantes se despedem do inverno e dão as boas-vindas à chegada da primavera.
A organização é da Associação Os Amigos de Lindoso, com o apoio do Município de Ponte da Barca.
A discordância quanto à etimologia da palavra Carnaval, a sua ancestralidade, como remanência possível de festejos de gregos e ou de romanos, a forma hábil como a cultura cristã o tentou adaptar, a ligação, a partir do séc. VI, segundo alguns, à Quaresma, que cerca de dois séculos antes terá entrado para o calendário litúrgico, possivelmente nunca preocupou as mentes da quase totalidade dos foliões que, geração após geração, não perderam, nem perdem, a oportunidade de nele participar de forma activa.
Em Ponte de Lima, o advento da imprensa escrita permite acompanhar alguns desses festejos.
Em 1865, já lá vão quase 159 anos, o O Lethes n.º 9, de 3 de Março, descreve como decorreram os bailes de máscaras em “todos os três dias de Carnaval”, no primeiro andar da casa do Sr. José Brandão, no Largo de Além da Ponte, e no Paço do Marquês de Ponte de Lima.
Pouco concorridos, os de “Além”, muito participados, de mascarados e espectadores, o que leva a crer “que estes são os divertimentos que mais interesse inspiram aos nossos conterrâneos”, os do Paço, ali na proximidade da Câmara Municipal, edifício onde também estava instalado o Teatro D. Fernando, que, de portas fechadas, cumpria mais uma proibição, recorrentes durante a sua existência.
“O Salão do Paço era vistosamente decorado. O plano de divisão tirava tudo à forma porque se achava a sala do antigo Café Concerto, em Lisboa. A parte da galeria, que formava a cabeceira do salão, era adornada de quase todas as elegantes que compõem a nossa mais selecta sociedade(...)”, descrevia o articulista, que não deixou de invectivar os adversários políticos ao pormenorizar algumas das mascaradas (O Lethes, numa alegoria ao jornal; Baco; as velhas janotas; o romeiro; o terror do tanas).
E é, fundamentalmente, em tom de confronto que, no mesmo texto, se descreve “um desacato às cousas sagradas”. “Um espectáculo indigno, novo porém nos fastos deste concelho (..)”
“Em parte alguma se consente que este ao aquele, por ignorância ou malevolência faça a mais insignificante alusão aos actos da nossa religião, da religião do Estado(1), ridicularizando-a.”
“Na quadra do Carnaval os editais de polícia lembram sempre a proibição de tal prática como incriminada e punida pelas nossas leis.”
Não obstante, numa “insolente mascarada dos que precedem o fúnebre préstito do Cristo morto”, entraram no “salão dos mascarados de matraca em frente, com os competentes fogaréus, seis homens, que para melhor semelharem os farricocos, envergaram os vestidos que estes usam, e se acham depositados na Santa Casa da Misericórdia desta vila”.
“Sacrilégio igual jamais houve no centro de uma povoação católica como esta se presa de ser”, e tudo na presença da autoridade administrativa que, impassível, “contemplou tal desacato”.
Termina, o articulista, pedindo, ao governador civil, a punição severa dos autores e cúmplices, e antes escreve que este “concelho está confiado ao Srs. Gonçalo Manoel da Rocha Barros e José Pereira de Sá Sotto-maior, aquele administrador do concelho, este substituto, e na actualidade no exercício das respectivas funções (...) e a Santa Casa da Misericórdia desta vila (...) entregue à vigilância e solicitude do Sr. padre António da Feitosa e Tenente Coronel, José Francisco Pereira & C. (...)”, numa clara tentativa do envolvimento destes adversários políticos no “desacato às cousas sagradas”.
Em 1866 e 1867, no Teatro D. Fernando, em benefício das Irmandades da Senhora das Dores e de S. João Baptista, são anunciados diversos bailes de máscaras.
No ano seguinte, 1868, os bailes efectuam-se no Teatro D. Fernando e no Hotel dos Dois Amigos, no Pinheiro.
Segundo o Echo do Lima, n.º 157 de 27 de Fevereiro, no “teatro a concorrência de máscaras (...) foi diminuta. Em compensação no Hotel dos Dois Amigos houve muita animação (...)” e “dançou-se entusiasticamente até às 4 horas da manhã”.
(1) Em Portugal, a Lei da Separação entre o Estado e a Igreja foi publicada a 20 de Abril de 1911, na sequência da implantação da República, em 1910. Esta lei provocou diversos conflitos, incluindo o corte de relações diplomáticas do Vaticano com Portugal.
O colorido e a animação do Carnaval chegam a Braga na noite do dia 12 de Fevereiro.
O desfile de Carnaval terá início pelas 21h00 no Arco da Porta Nova e percorrerá a Rua D. Diogo de Sousa, a Rua do Souto e a Rua Francisco Sanches, terminando no Largo São João do Souto, onde a festa continuará a partir das 22h30 com muita animação garantida.
Organizado pelo Município de Braga, contará com a participação, a energia e a alegria de associações e grupos de jovens do Concelho, bem como de todos aqueles que pretendam fazer parte desta festa.
“Valen`Samba no Carnaval” é o convite de Valença para uma noite de folia, sábado, 10 de fevereiro, no Quartel dos Bombeiros Voluntários.
Espera-se repetir a noite memorável da edição de 2023, a partir das 22h30, com muita magia repleta de cor, música e alegria. A organização convida a vestir o seu melhor disfarce e vir divertir-se. A temática desta edição é a selva “jungle” e promete colocar este evento como uma das grandes referências do carnaval no Alto Minho.
A festa contará com cabeça de cartaz o grupo Vem Ser Feliz. Este grupo é toda uma referência, em Portugal, na interpretação dos mais emblemáticos clássicos do pagode e samba brasileiros que prometem encantar e contagiar Valença.
A noite contará, ainda, com muita música a cargo de Zé Avècalhos e Jp Alcantara. A noite encerrará, em grande, com os valencianos Pedro Pagodes e Pedro Lima.
No local estarão presentes os bares New Look Bar, Bar Quê?, Tzero Bar, Estação, Buraco e Eskina.
O evento conta com o apoio da Câmara Municipal de Valença e terá um carácter solidário, com uma entrada de 5 euros, por pessoa, a reverter para os Bombeiros Voluntários de Valença.
O Entrudo do Pai Velho, uma das últimas celebrações mais tradicionais do nosso país, acontece ao longo de dois dia - no dia 11 de fevereiro, “Domingo Gordo”, e dia 13 de fevereiro, Terça-feira de Carnaval.
A iniciativa realiza-se neste magnifico cenário das terras altas onde tem lugar o engalanado cortejo que transporta o Pai Velho pelos lugares para que o povo se junte à festa e celebre os dias de Carnaval.
Em frente dos espigueiros e da eira comunitária, e tendo como pano de fundo o Castelo Medieval, o busto de madeira do Pai Velho é transportado sempre nas manhãs de domingo (às 10h30) e terça-feira (às 13h), com a realização de um momento de humor protagonizado junto ao cruzeiro (dia 11 às 11h30) e com muita animação musical, através do encontro de concertinas e das desgarradas (dia 11, das 14h30 às 23h30 e dia 12 das 14h30 às 23h30).
O momento alto do entrudo tradicional de Lindoso acontece no dia 13, a partir das 23h30, com o velório, a queima do Pai Velho e a leitura do seu testamento.
Dias 8, 11 e 12 de fevereiro. Mostra a tua careta! Diverte-te!
Na segunda-feira, noite mais “galhofeira” do ano, Monção espera milhares de pessoas no desfile de mascarados, pelas ruas do centro histórico, e na Mega Tenda, situada na Praça Deu-la-Deu.
No domingo à tarde, dia 11, pelas 15h00, na Praça Deu-la-Deu, decorre o baile de máscaras júnior com animação a cargo do DJ Pedro Pagodes e a presença de figuras animadas, que criarão um ambiente de festa e alegria. Serão entregues prémios aos seis primeiros classificados. As inscrições para o concurso decorrem no próprio dia.
Na segunda-feira, dia 12, Monção espera milhares de foliões no desfile de mascarados, entre o Parque de Estacionamento da Cova do Cão e o Largo do Loreto, local onde os participantes apresentam as respetivas coreografias ao júri de premiação, sendo distinguidos de acordo com a criatividade, o guarda-roupa e a originalidade do tema.
O regulamento do “Carnaval na Praça 2024” prevê prémios para grupos de 1 a 3 elementos – 1º prémio (200,00 €) e 2º prémio (100,00 €) - e para grupos com mais de 3 elementos (1º prémio (800,00 €), 2º prémio (400,00 €) e 3º prémio (150,00 € em consumo nos bares aderentes).
Os vencedores serão anunciados na Mega Tenda, situada na Praça Deu-la-Deu, espaço com bares de apoio e animação pela noite dentro, onde se multiplicarão momentos divertidos e humorísticos. Na noite mais “galhofeira” do ano, o som é “lançado” pelo DJ Pedro Pagodes e pelo DJ Pette.
O aquecimento para estes dias de espírito carnavalesco acontece esta quinta-feira, dia 8, com o habitual desfile do Agrupamento de Escolas de Monção, Colégio do Minho e Santa Casa da Misericórdia de Monção. Tem início às 10h00, com saída da Escola Básica José Pinheiro Gonçalves.
Na noite de 12 de fevereiro, todos os caminhos vão dar à cidade famalicense
Super-heróis, estrelas de cinema, ‘minions’, peças de dominó… Encontra-se de tudo no Carnaval de Famalicão, o mais divertido e espontâneo do país! ‘Está na cara’ que na noite de 12 para 13 de fevereiro todos os caminhos vão dar à cidade minhota, onde a festa vai até ao raiar do dia.
“Gosto do ambiente, é muito divertido (…) percorro as ruas, vou aos bares, assisto ao desfile de mascarados. É uma boa forma de celebrar o Carnaval. Deve continuar!”, refere Mafalda Almeida, natural de Matosinhos e que desde 2018 escolhe Famalicão para viver a noite de Carnaval.
“Lembro-me que a primeira vez que ‘desci à rua’ tinha 13, 14 anos” comenta Daniela Oliveira, de Famalicão, que participa na Carnaval da cidade “há quase 20 anos”, uma noite que “sempre acompanhei” e da qual sente “um grande orgulho”, porque já “faz parte da história de Famalicão”.
A famalicense já começou a preparar a fantasia que vai usar na próxima segunda-feira à noite. “Já é uma tradição no meu grupo de amigos. Normalmente, começamos a pensar num tema logo após o Natal”, destacou.
Nesta noite, quem vier a Famalicão, para além de encontrar um ambiente bem animado, repleto de mascarados e boa disposição, também encontrará animação musical em quatro pontos da cidade.
Diogo Fonseca, Ricardo Reis e Mc Mano são os responsáveis pela animação no palco da Praça 9 de Abril. A música no espaço instalado na Praça D. Maria II ficará a cargo de Viktor Soul, Manuel Fonseca e MC Landu Bi, e pelo palco da Praça vão passar João Nogueira, Meninos do Rio e Pedro Ribeiro. O programa de animação contempla ainda o tradicional desfile e concurso de mascarados e a atuação da Orquestra Pentágono no palco da Rua Luís Barroso.
Os bares e cafés também abrem as portas e juntam-se à festa com vários DJ’s a oferecerem música aos foliões, madrugada dentro, numa megafesta de Carnaval ao ar livre onde há lugar para toda a gente.
E para que ninguém perca esta grande noite, está prevista uma grande operação no que toca a transportes públicos, com doze linhas de autocarros gratuitos disponibilizados pelo município, que vão sair de diversas freguesias do concelho, e bilhete promocional nos comboios urbanos e regionais do Porto, com paragem e partida em Vila Nova de Famalicão, com um custo de 3 euros (ida e volta), fruto da parceria estabelecida entre a autarquia e a CP – Comboios de Portugal.
Os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras da CP até este sábado, 10 de fevereiro.
Todas as informações sobre o Carnaval de Famalicão em www.famalicao.pt.
O Baile do Assalto, regressa ao Valadares, Teatro Municipal de Caminha, no dia 10 de fevereiro, a partir das 22H00. Este baile que marcou gerações continua a ser uma das grandes atrações do nosso Carnaval. Há prémios para as melhores fantasias. O Baile do ano é organizado pelo Grupo de Jovens de Seixas e conta com o apoio do Município de Caminha, Freguesia de Caminha e Vilarelho.
Bilhetes disponíveis no Posto de Turismo de Caminha.
Durante muito tempo, os trajes regionais foram utilizados como máscaras de Carnaval durante a respectiva época festiva, verificando-se uma especial predilecção pelos garridos trajes minhotos. Crianças e adultos, porventura atraídos pelo seu colorido e pitoresco, passeavam-se pela rua ou acorriam às festas particulares, a maioria das quais promovidas pelas sociedades de recreio, envergando um qualquer traje tradicional a emparceirar com máscaras e uniformes dos mais variados ofícios e profissões.
Este costume teve o seu aparecimento numa altura em que o velho Entrudo popular e trapalhão entrou em declínio para dar lugar a uma festa mais ao gosto da pequena burguesia urbana. Com efeito, ao longo do século XIX, os lisboetas divertiam-se na rua brincando o Carnaval, seguindo os desfiles entre o Passeio Público e o Chiado, prolongando as saturnais festividades até ao seu enterro, ocasião em que o mesmo era representado por um desfile fúnebre onde não faltavam as carpideiras seguindo atrás do defunto Entrudo, palidamente deitado no esquife.
Uma das figuras típicas do Carnaval à época era o célebre peralta, vulgarmente tratado por xé-xé. Tratava-se de personagem um tanto grotesca, com casaca garrida e chapéu bicórnio, de cabeleira e rabicho, de lunetas e empunhando uma enorme faca de madeira, representava um velho a quem tudo lhe era permitido dizer e ridicularizar. Ainda hoje, quando alguém profere afirmações menos sensatas, é habitual dizer-se que está xé-xé.
Pese embora ser frequentemente tida como uma caricatura miguelista, a verdade é que a referida personagem não era minimamente do agrado da burguesia citadina que via nela uma figura brutal e rude, sem maneiras, que não poupava quem quer que fosse com o seu sarcasmo e comentários jocosos. Tal sentimento de repulsa era de igual modo extensível ao próprio Carnaval, considerado bárbaro e de mau gosto, impróprios de uma sociedade que se pretendia civilizada. Ironicamente, a burguesia em ascensão parecia querer reeditar os antigos bailes de máscaras que, no século XVIII tinham lugar corte, com os seus arlequins coloridos divertindo os participantes.
Após a implantação do regime republicano em Portugal, o Carnaval de rua praticamente desapareceu para passar a ser festejado em privado, em casas particulares ou nas sociedades recreativas, aí se realizando os bailes e os concursos de máscaras. Foi ainda neste contexto que surgiu o hábito de eleger a “rainha” da colectividade através de um processo de votação que se traduzia numa interessante fonte de obtenção de receitas, prática que apesar de extemporânea ainda subsiste nalgumas associações.
A preferência pelos trajes regionais como máscaras de Carnaval tem sobretudo a ver com a forma como os costumes populares são encarados por parte de uma burguesia urbana que já então olhava para o folclore como algo curioso e bizarro, com a mesma reacção de surpresa dos exploradores do sertão ao depararem com gente remota. Não admira, pois, o preconceito com que o folclore continua a ser encarado, mormente quando é referido de forma depreciativa, o que não deixa de revelar uma profunda ignorância a seu respeito.
Entretanto, o Carnaval regressou à rua, mas sem o cunho burlesco de outros tempos. Agora, apesar do frio intenso que geralmente se faz sentir por essa altura, o público paga para assistir ao desfile de escolas de samba e garotas admiravelmente despidas, muito ao jeito do Carnaval brasileiro. Nas sociedades recreativas já não se realizam os famosos “bailes da pinhata” e, em relação aos trajes tradicionais, há muito tempo que deixaram de ser usados como máscaras de Carnaval.