Hoje, no debate quinzenal com o Primeiro Ministro sobre políticas ambientais, de ordenamento e de valorização do território, a Deputada Heloísa Apolónia questionou António Costa sobre a exploração de lítio em Montalegre.
A Deputada de Os Verdes acusou o Primeiro Ministro de declarações contraditórias em matéria de exploração de lítio pois o Governo afirmou que não haveria exploração em áreas classificadas. Ocorre que em Montalegre, em área classificada como Património Agrícola da Humanidade pela FAO/UNESCO, há um contrato assinado de exploração de lítio sem sequer haver avaliação de impacto ambiental.
Os Verdes lamentam que esta matéria tenha ficado sem resposta por parte do Sr. Primeiro Ministro e, como tal, comprometem-se a confrontar novamente sobre esta situação.
Heloísa Apolónia, Deputada do PEV, levantou ainda, neste debate, questões sobre mitigação e adaptação ao fenómeno das alterações climáticas, com foco na floresta, prevenção de incêndios e fim da expansão do eucalipto.
ISAVE apoiou 600 atletas no “Montalegre U rban Fit”
Montalegre voltou a ser palco de um evento desportivo extraordinário que juntou mais de 600 atletas, a 2 de março, na terceira edição do ISAVE Montalegre Urban Fit, prova que combina corrida com obstáculos urbanos.
Organizada pela empresa URBAN FIT RACE, esta prova de corrida com obstáculo tem o apoio dos estudantes de Enfermagem do Instituto Superior de Saúde (ISAVE) e conta com o apoio, entre outros, do município de Montalegre.
Os alunos do ISAVE - da Licenciatura de Enfermagem, enquadrados pelo Prof. Gilvan Pacheco - estão treinados neste tipo de serviços ao desporto, especialmente esta prova considerada uma corrida de obstáculos, desenvolvida num ambiente natural, bem como ambiente Urbano, em áreas com vários obstáculos naturais e outros artificiais como: pirâmides de madeira, paredes, pneus, paredes inclinadas, poças, fardos, escadas, trincheiras, reboques, etc., o que implica riscos ao enfrentar e superar os mesmos.
No âmbito das unidades curriculares teóricas e práticas do Curso de Licenciatura em Fisioterapia e sob a supervisão do coordenador do Curso de Licenciatura em Fisioterapia Professor Doutor Gilvan Baroni Pacheco e da fisioterapeuta Professora Sílvia Xavier, os estudantes participaram no evento Urban Fit de Montalegre com objetivo de aplicarem as técnicas de avaliação, diagnóstico e tratamento nas lesões músculo-esqueléticas adquiridas durante a prova. Desta forma, os estudantes colocaram em prática as técnicas de Fisioterapia Desportiva aprendidas durante o curso num contexto diferente do estágio realizado em Clínicas e Hospitais.
A prova realizou-se com partida e chegada no Pavilhão Multiusos de Montalegre, onde foram efetuadas partidas de 10 em 10 minutos, em grupos de 200 pessoas.
Nesta III edição do Montalegre Urban Fit, a prova foi dividida no escalão Elite, apenas com escalão individual masculino e individual feminino.
A prova apresentou um carácter solidário ajudando uma instituição do concelho e teve um percurso de oito quilómetro em que cada participante enfrentou 20 obstáculos com diferentes níveis de dificuldade e com muito frio garantido nesta altura do ano nas terras do Barroso.
A próxima prova realiza-se em Amares, no dia 1 de junho, com chegada e partida no centro de Ferreiros, estando as inscrições abertas até 19 de maio.
Acaba de ser publicada a edição de Março da revista “A Barrosana” que pode ser lida aqui, número que transcreve o artigo publicado no BLOGUE DO MINHO sob o título “Vila de Salto – Concelho de Montalegre – é terra minhota e deveria ser devolvida a Cabeceiras de Basto”.
Fundado e dirigido por Domingos Chaves, a revista A BARROSANA, "tem como objectivo principal, promover e divulgar o concelho de Montalegre, o seu património, a sua língua, as características e valores da sua cultura, bem como valorizar as obras, os homens e mulheres da região e toda a área geográfica onde se insere".
Em 1 de Setembro de 1915, foi pelo deputado Augusto José Vieira apresentado ao Senado, em nome da Junta de Paróquia da freguesia de Salto, uma proposta solicitando que fosse colocado à discussão o projecto de lei que anexava aquela freguesia ao concelho de Cabeceiras de Basto em relação à qual, aliás, já havia pertencido. Também o governador civil de Braga apresentou idêntica proposta em nome dos paroquianos da freguesia de Salto.
Sucede que, numa perspectiva histórica e etnográfica, os habitantes da vila de Salto – actualmente a maior freguesia do concelho de Montalegre – preservam a sua identidade e costumes minhotos, mau grado por razões políticas terem sido "transferidos" para um concelho transmontano.
Rezava assim a proposta então apresentada:
“O Sr. Presidente :—Consulto a Câmara sobre a admissão à discussão do seguinte projecto de lei publicado no Diário do Governo de 8 do corrente:
Senhores Deputados – Vem de longos anos o desejo dos habitantes da freguesia de Salto, concelho e comarca de Montalegre e distrito de Vila Rial, a desanexação da sua freguesia desse concelho e comarca, para ser anexada ao concelho e comarca de Cabeceiras de Basto.
E esse desejo não é "por política, nem por capricho, mas tam somente por motivos de ordem económica para a freguesia de Salto c comodidade dos seus habitantes.
Com efeito, quási todo o comércio da freguesia é feito com a região de Cabeceiras de Basto, e muito principalmente com a sede do concelho, devido a haver mais facilidade de comunicação com esta vila, por virtude de serem melhores.
Mas, outros motivos há, e esses também muito de atender, quais sejam as distancias a que fica a freguesia dos dois concelhos.
Da freguesia deSalto à sede do concelho de Montalegre, a distância é de cerca de 35 quilómetros, cujos caminhos são de difícil passagem e de grande aspereza as regiões a percorrer, quase sempre cobertas de neve devido à vila do Montalegre ser situada nas serranias de Trás-os-Montes, ao passo que a distancia da sede do concelho de Cabeceiras de Basto, é apenas de 15 quilómetros cujo caminho, como se disse, é de fácil percurso.
E pelo que respeita às cabeças de distrito, a distância da de Vila Ilial é do 125 quilómetros e da de Braga de 65 quilómetros.
De notar é também que a freguesia deSalto fica muito mais perto da sede do concelho de Cabeceiras de Basto do que algumas freguesias que a este concelho pertencem, tais como: Gondiàes, Vilar, Samão e outras.
Pertenceu já a freguesia deSalto ao concelho de Cabeceiras de Basto, até o ano de 1834, tendo sido deste concelho desanexada para ser anexada ao do Montalegre, para satisfação de interesses políticos com absoluto desprêzo dos interesses e comodidades dos povos das duas regiões.
Pelo exposto, e ainda pelo desejo manifestado por 277 cidadãos naturais c residentes na freguesia do Salto, que assinam a representação dirigida à Câmara dos Deputados, no número dos quais se compreendem os representantes da junta de paroquia da mesma freguesia, pedindo a sua anexação ao concelho e comarca de Cabeceiras de Basto, pedido corroborado pela Câmara Municipal desse concelho em representação dirigida à mesma Câmara, tenho a honra de propor o seguinte projecto de lei:
Artigo 1.° E desanexada a freguesia do Salto do concelho o comarca de Montalegre para ser anexada ao concelho e comarca de Cabeceiras do Basto.
Art. 2.° Para a Câmara Municipal do concelho de Cabeceiras de Basto passam quaisquer encargos respeitantes à freguesia, deSalto e que sejam da responsabilidade da. Câmara Municipal de Montalcgre.
Art. 3." Fica a mesma freguesia de Salto pertencendo ao distrito do Braga, sendo desanexada do de Vila Rial de Trás--os-Montes.
Art. 4.° Fica revogada a legislação em contrário.
Sala das Sessões, em 7 de Maio de 1914. =0 Deputado, Augusto José Vieira.”
O deputado Augusto José Vieira nasceu no Funchal em 19861, tendo militado no Partido Republicano Português. Foi ainda presidente da Associação do Registo Civil e secretário da Federação do Livre Pensamento, tendo exercido a carreira docente que escolheu em detrimento da carreira militar que inicialmente se propunha seguir.
Como espaço habitado e evangelizado, Salto é já referido no Paroquial Suévico como uma das trinta paróquias já existentes, no último terço do século VI e pertencentes à catedral de Braga. As suas raízes históricas ligam-na ao Minho desde tempos muito remotos!
Vimos convidá-los a participar na 29.ª Exposição Canina Monográfica do Cão de Castro Laboreiro, organizada pelo Clube do Cão de Castro Laboreiro, com o apoio doClube Português de Canicultura e do Município de Montalegre, contando ainda com o patrocínio da Novavet e da Ownat.
A 29.ª Monográfica terá lugar no Parque do Torrão da Veiga, em Salto, Montalege, no dia 27 de julho (sexta-feira) e contará com a presença do Ex.mo Juíz João de Paula Bessa que avaliará os exemplares presentes.
Não se esqueçam de inscrever os vossos Castros até ao próximo dia 20 de julho, utilizando o Boletim de Inscrição que enviamos em anexo. Para mais informações podem consultar o Programa que anexamos.
Contamos com a presença de todos, nesta Exposição especial que reúne criadores e amigos desta raça única.
Corria o ano de 1910!... Enquanto as tropas monárquicas com as suas luzidias espadas e os seus cavalos em passo de “caracol”, desciam pelas encostas do Larouco, tentando recuperar posições face ao avanço dos repúblicanos, dois meninos, a Maria Carneira* e o seu irmão Begia#, guardavam uma junta de vacas, ali para os lados do Castelo do Romão!...
Assustados co`a “guerra”, esconderam-se por entre o arvoredo e os muitos penedos ali existentes, de onde só saíriam com a chegada do seu pai, que entretanto havia ido ao seu encontro. Pareciam coisas do “outro mundo” e era preciso serenar as crianças!... Crianças que cedo despertavam para a vida!...
No único aposento da casa, coberta de colmo esburacado, de rudes paredes de pedra sobreposta, por cujas fendas entrava o frio e o vento, nasciam essas crianças, nestas aldeias remotas e “perdidas no tempo. Nasciam sem assistência médica e só raras vezes com o auxilio de uma parteira improvisada, no mesmo leito e tosco e bárbaro do noivado.
O ritual era sempre o mesmo!... Momentos antes de dar á luz, a futura mãe colocava junto ao fogo do lar o pote de ferro com água para o banho. O marido, esse andava pelos campos a sachar, a lavrar ou a arrancar ervas. Acontecia por vezes uma vizinha chamá-lo para ver o filho que havia nascido.
Quatro ou cinco dias depois, a mãe aparecia pela primeira vez após o parto na rua com o filho ao colo, e uma semana depois já o levava para o monte. Neste “meio tempo” tem também lugar o baptizado...
Durante dois anos – ás vezes mais – a criança alimentava-se do leite materno. Por vezes já comia pão e ainda mamava. Exposta ás intempéries da vida, ao calor e ao frio, ao sol e á chuva, como um “animalzinho bravio” nascido no monte sob uma lapa, a criança ou sucumbe ou fortalece. Eram as agruras do tempo e da época. A maioria das vezes cria-se bem resistente e forte, nesse severo regime de selecção natural.
Apartada do leite, é então invariavelmente abandonada á educação do próprio instinto. Aos cinco anos ensinam-lhe a rezar e aos sete, já lhe confiam a guarda das vacas e das ovelhas. Até eu sei como era!... Muitas vezes, a criança passa já os dias no monte, solitária, pastoreando o gado. O monte é a sua primeira escola e quase sempre a única.
Aos dez anos, começa a preparar-se para a comunhão, "indo á doutrina". Era assim que o “senhor padre” queria e determinava. Quem não seguisse a regra, entrava em “pecado”.
Aos doze anos comunga. E a vida de trabalho ininterrupto principia.Rapaz ou rapariga e de comunhão feita, é já uma criatura emancipada. Se os pais são pobres, vão “servir”. Se são filhos de um lavrador remediado, fazem em casa o tirocínio árduo da lavoura.
O “criado de servir” começa por ganhar o que come e bebe, bem como os “usos da casa”. Raros são aqueles que têm direito a “jorna”, e quando tal acontece, não ultrapassa os dois mil réis por ano.
Mais tarde - dos dezoito aos vinte anos - os mais diligentes e ao serviço de lavradores mais abastados, chegam a ganhar três moedas. Mas este salário é um fenómeno.
Os usos variam também com a idade dos “criados”!... Uma a três camisas de estopa, um ou dois pares de calças de cotim ou saias de riscado, um colete e um par de sócos, é o prémio pelo seu trabalho.
Aos rapazes, as patroas remendam-lhes e lavam-lhes a roupa.
As raparigas fazem-no por conta própria.
As relações entre estes “servos pobres” e estes amos tão pobres como eles são quase familiares mas sempre com a noção inata da hierarquia.
Por volta dos vinte e dois, vinte e três anos, o moço de lavoura, tendo concluído a sua aprendizagem e livre de “ser soldado”, casa-se. É tão raro ficar um lavrador sem casar, como haver moço que não lute tenazmente, para se furtar ao tributo do sangue.
O casamento era por estas terras funcionava como base essencial á independência. Moço ou moça que não case fica condenado a servir toda a vida ou a trabalhar para os “bezinhos”.
O casamento é a aspiração unânime, o fim para que tendem todos os esforços, o prémio conquistado com as canseiras mais indescritíveis. O idilio, meio sensual e meio lírico, iniciado nas segadas, nas malhadas, no arranque das batatas, ou até no adro da Igreja, termina com a boda para se converter numa obstinada refrega pelo pão.
Ordinariamente, a noiva leva para o casal um cordão e umas argolas de ouro e o noivo as alfaias indispensáveis para o granjeio das terras. Os parentes e os amigos oferecem aos esposados, alguns duas galinhas, outros uma raza de centeio, outros dois pedaços de pano de linho, um pote, meia dúzia de tigelas ou de pratos de barro, meio alqueire de pão, a pá para o forno ou um carro de lenha.
Se um deles é filho de lavrador abastado, este abona-lhes o gado!... Uma junta de “bacas” medianas para principiar e raras vezes um bezerro para a engorda. Algumas vezes, também raras, levam ainda em dote uma “céba” de porcos e um “odre” de vinho.
O primeiro dia de casados é para os noivos pobres o primeiro dia de trabalho árduo. Vão tratar os dois umas terras a “mêas”, que tomam a algum “bezinho”. Desde o nascer do dia até noite fechada, trabalham ambos no campo ou na eira. À noite, até altas horas, a mulher fia junto da lareira, a teia com que há de fazer as primeiras camisas e os primeiros lençóis. O homem descansa da labuta do dia, ajudando a mulher a dobar o fiado.
Feitas as sementeiras e antes das colheitas, quando a lavoura abranda, o homem vai ás feiras, vende os bezerros e ás vezes as “bacas”, compra outras mais baratas e vai ganhando alguns favores em carretos de pedra, de lenha ou de estrume. A mulher, no entanto, cora a teia, lança ninhadas de frangos e galinhas e engorda os porcos para sustento no ano que se segue.
Mas esses pobres têm uma riqueza: São independentes!... Enquanto pagarem com o que a terra lhes dá, essa terra que eles lavram cavam e semeiam pertence-lhes. É dessa terra, adubada com o seu suor, que lhes vem com o sustento, o orgulho de um domínio que se lhes afigura sem partilha. São deles as aguas, os campos, as árvores, os montes, as eiras e as casas. Não existe para eles, como para o operário citadino, um patrão dominador e imperativo. Só eles mandam na “sua fabrica”.
No ínicio do século passado, o alimento destes casais, reduz-se a pouco mais do que a caldo e pão. O homem que trabalha de manhã até á noite, a mulher que o acompanha na sua lida incessante, comem menos do que hoje as crianças da cidade. Mas se a gravidez a não deformou, é uma mocetona corada e jovial de larga bacia, de grandes seios e de roliços braços de trabalhadora. O homem é musculoso e rijo. Ambos cantam enquanto sacham. Nenhuma tristeza perturbam esses casais pacificos e laboriosos, que não conhecem o dinheiro. Gozam amplamente os dois saúdes humanas: a moral e a física, de cuja união resultam as felicidades perfeitas. O trabalho é o seu regime moral.
O caldo destes trabalhadores infatigáveis reduz-se a algumas couves galegas, apanhadas na horta, a alguns feijões e a um magro fio de azeite, ou um “bocado de unto” como adubo. O pão é de centeio, cozido em grandes fornadas no forno do povo para durar uma ou duas semanas. O cozer pão a miúdo é prejudicial á economia. Porque come-se mais enquanto é fresco e quantas mais vezes se acende o forno, mais lenha se consome. Raras, muito raras vezes, há sardinhas ao jantar ou à ceia. Petiscos como este só de longe a longe. Quando o sardinheiro as vende a mais de 5 ao vintém, a mulher aventura-se a gastar dez réis nesse luxo supérfluo.
Um quartilho de azeite, podia custar seis ou sete vinténs e durava a um casal pobre, de 15 dias a um mês. Anos há, em que o pão (centeio) escasseia e a caixa (arca) se esgota. Aí surgem de Montalegre os compradores, oferecendo oito tostões por alqueire.
Á salgadeira – os que a têm – vão apenas pelas festas do ano: no Entrudo, na Pascoa e no Natal, ou em dias de trabalho extraordinário, quando não podem de todo, sozinhos, granjear as terras, e rogam o auxílio dos vizinhos que vêem ajudar, sem direito a “jorna” e só pelo favor e pela mantença.
Nestes tempos, uma família de lavradores, que não satisfeita com as dádivas generosas da terra - pão, batatas, hortaliça, feijão e lenha, gasta em alimentação, vestuário e demais necessidades da vida para cima de dez tostões por mês, ou é rica ou está perdida.
Parecendo á primeira vista impossível que tão insignificante quantia possa chegar ao orçamento de uma casa, verifica-se, que ele é suficiente e não é mesmo atingido na maior parte das das vezes.
O exíguo "orçamento" de um casal de lavradores no inicio do século passado por terras de Barroso para as primeiras necessidades, assentava fundamentalmente em quatro modestísimas verbas: 240 réis para o azeite, 100 para as sardinhas, 20 para sal e 60 para sabão.
Fora do "orçamento", ficam as despesas de vestuário. Uma “andança” de roupa para homem, que pode custar aproximadamente 8 réis, dura entre 5 e 10 anos. Quase sempre usando “sócos”, o lavrador não chega a romper um por ano. A boina, que custa de seis a dez tostões, serve apenas para usar nos dias de feira ou nas festas. No trabalho diário, o lavrador usa uma capucha de burel no Inverno e um lenço da mão no verão.
As mulheres gastam ainda menos do que os homens!... Uma saia de chita, um avental com barras a enfeitar e um lenço para a cabeça, são as peças essenciais e que duram “uma vida”.
Roupa branca, lençóis, toalhas e ainda as calças de uso dos homens saem do linho, da estopa ou dos tomentos – da teia fiada em casa. O gado, é considerado fortuna comum.
A própria doença, parece respeitar todo este culto sagrado da economia dos lavradores de Gralhas e de outras aldeias vizinhas. Só a velhice mata esta gente...
Quando entram na agonia, a família manda chamar o padre para os confessar e ungir. Depois do padre, vem então o médico - se o houver - que raro receita e as mais das vezes chega a tempo de verificar o óbito.
E assim morreu economicamente todo este mundo e toda esta gente. Exactamente, como economicamente nasceram e viveram.Só a emigração a partir da década 60, mudaria os hábitos e o "bem-estar" destas gentes...
A prova Peneda-Gerês Trail Adventure®, que decorrerá de 12 a 19 de maio, é uma organização do Carlos Sá Nature Events, com o apoio do Município de Terras de Bouro, da ADERE Peneda-Gerês e das Câmaras Municipais de Arcos de Valdevez, Melgaço, Ponte da Barca, Montalegre e com a autorização do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).
TransCávado BTT-GPS 2017: 400 atletas pedalam de Montalegre a Esposende no próximo fim-de-semana
Quatrocentos atletas, oriundos de todo o país e da vizinha Galiza, em Espanha, vão participar, no próximo fim-de-semana, dias 16 e 17 de setembro, na segunda edição do TransCávado BTT-GPS, promovido pela empresa municipal Esposende 2000, em parceria com os Municípios de Esposende, Barcelos, Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho e Montalegre. Este evento de lazer e aventura foi apresentado, esta manhã, em sessão pública no Fórum Municipal Rodrigues Sampaio, em Esposende.
Após o sucesso da edição de 2016, que uniu a foz à nascente do rio Cávado, o TransCávado lança um novo desafio e outra perspetiva, ligando a nascente, no Larouco, à foz, em Esposende. Com passagem pela terceira maior elevação de Portugal, a serra do Larouco com os seus imponentes 1 525 metros de altitude, o evento tem como cenário o rio Cávado e a sua esplêndida natureza, abraça o majestoso Parque Nacional da Peneda-Gerês e prolonga-se até ao Parque Natural do Litoral Norte, numa extensão total de 160 quilómetros.
“O TransCávado 2017 é a afirmação de uma região hidrográfica através do ciclismo de aventura e natureza que congrega dois distritos - Braga e Vila Real, e sete municípios, desenhando percursos e histórias de pura superação entre a nascente e a foz do Cávado, ao longo das suas margens através de antigos caminhos rurais, maioritariamente em terra, e fabulosos trilhos”, assinalou o Presidente do Conselho de Administração da Esposende 2000 e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Esposende, António Maranhão Peixoto.
Maranhão Peixoto destacou a elevada adesão de participantes, obrigando ao encerramento das inscrições muito antes do prazo previsto, dizendo que tal é ilustrativo do sucesso desde evento que, na primeira edição, superou todas as expetativas. Entre os inscritos estão dois reconhecidos atletas esposendenses, o ciclista João Benta e o atleta olímpico de canoagem João Ribeiro.
Considerando que “há margem de progressão”, Maranhão Peixoto referiu que é intenção dar continuidade ao evento e fazê-lo crescer, revestindo-o de maior envolvência e afirmando, de forma ainda mais vincada e abrangente, o território do Cávado.
O Presidente do Conselho de Administração da Esposende 2000 notou que a realização de um evento desta natureza e dimensão se reveste de grande complexidade e logística e sublinhou o papel determinante dos mais de meia centena de voluntários, agradecendo a todos quantos estão envolvidos na organização, bem como aos patrocinadores. Destacou, por outro lado, a componente ecológica associada à TransCávado, em respeito pela natureza e pelo ambiente.
Numa simbiose perfeita entre o lazer e o prazer de um grande desafio, o Transcávado integra duas etapas, nomeadamente uma mais lúdica, o Slow Race, que, no primeiro dia ligará Montalegre a Vieira do Minho e, no dia seguinte, Vieira do Minho a Esposende, e o segmento Race, com um cariz mais competitivo, em duplas ou individual, a efetuar apenas num dia, num percurso de 160 quilómetros de pura adrenalina e aventura. Esta é uma prova de superação para os mais audazes, motivados pela oportunidade de elevar os seus limites em plena harmonia com a natureza no seu estado mais puro e selvagem.
Presidente da Câmara na sessão de encerramento dos Encontros de Basto e Barroso na Casa do Tempo de Cabeceiras de Basto
A 20ª edição dos Encontros de Basto e Barroso chegaram quarta-feira, dia 14 de junho, ao fim, depois de um mês e meio de conferências, um encontro desportivo e da realização da Assembleia Nacional da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP). Organizados pelo Centro de Formação de Basto, os Encontros de Basto e Barroso tiveram no seio do debate o ‘Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar’ num conjunto de cinco conferências que ocorreram nos cinco concelhos da área de abrangência destes Encontros – Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Ribeira de Pena e Montalegre.
Na sessão de encerramento que aconteceu na quarta-feira, na Casa do Tempo, marcaram presença o presidente das Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves; o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Humberto Cerqueira; a vereadora da Educação da Câmara de Montalegre, Fátima Alves; o delegado regional do Norte do IEFP, Dr. António Leite; o presidente da Comissão Diretiva do POCH - Programa Operacional Capital Humano, Dr. Joaquim Bernardo; a diretora do Agrupamento de Escolas de Cabeceiras de Basto, Dra. Céu Caridade; o diretor do Centro de Formação de Basto, Prof. Doutor João Carlos Sousa; entre muitos professores e outros convidados.
Na sua intervenção, o presidente das Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, deu os “Parabéns” ao Centro de Formação de Basto por, ao longo destas duas décadas, ter contribuído para “a promoção da reflexão sobre as mais variadas questões ligadas à Educação e à Cultura, bem como para a divulgação das mais atuais e modernas práticas educativas nos concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Ribeira de Pena e Montalegre” e destacou “somam-se já vinte anos a impulsionar o trabalho em rede e o aprofundamento dos conhecimentos, sobretudo, ao nível dos setores educativo e cultural”.
Francisco Alves felicitou todos os promotores desta iniciativa de âmbito regional por não terem esmorecido ao longo destes anos “e por se manterem firmes na defesa da escola, do ensino, da aprendizagem mas também da formação”.
Os Encontros de Basto e Barroso têm “contribuído para o intercâmbio de experiências e partilha de ideias e de saberes entre alunos e professores destes cinco concelhos – quatro da região de Basto e um da região de Barroso”, disse Francisco Alves, assegurando que “os Encontros de Basto e Barroso são uma iniciativa de sucesso que marca a agenda educativa e cultural dos concelhos de Basto e de Montalegre”.
Nas suas palavras e elogiando o trabalho realizado pelo Centro de Formação de Basto nestes últimos 20 anos de Encontros de Basto e Barroso, o delegado regional do Norte do IEFP, Dr. António Leite, desafiou a organização deste evento a continuar o “bom” trabalho realizado até hoje em torno de tão importantes temáticas relacionadas com a Educação.
Formalizado Projeto de Interesse Público para a Melhoria da Cobertura de Comunicações Eletrónicas Móveis no PNPG
O Ministro do Ambiente, Eng.º. João Pedro Matos Fernandes, garantiu na passada sexta-feira, dia 5 de maio, que o Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), o único parque nacional, vai ter rede móvel em praticamente toda a sua área, até dia 30 de junho.
Em Lamas de Mouro, aquando da cerimónia de formalização do Projeto de Interesse Público para a Melhoria da Cobertura de Comunicações Eletrónicas Móveis no PNPG, uma medida que integra o plano-piloto de prevenção de incêndios florestais e de valorização e recuperação de habitats naturais no PNPG e que envolve um investimento de cerca de oito milhões e meio de euros em, aproximadamente, seis anos, o senhor ministro afirmou que o projeto resulta de uma parceria entre as três maiores operadoras de telecomunicações – MEO, NOS e VODAFONE, a EDP distribuição, os municípios de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Vieira do Minho, e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com o objetivo de melhorar as comunicações, facilitando assim situações de socorro, como incêndios, mas também oferecer uma melhor qualidade a quem visita a região.
Os incêndios florestais que afetaram o país em 2016 e que assolaram o PNPG na última década desencadearam a adoção de um conjunto de iniciativas pelo Governo, com destaque para a melhoria dos instrumentos de prevenção e redução do risco de incêndios, tendo assumido a forma do ‘Plano-Piloto de prevenção de incêndios florestais e de valorização e recuperação de habitats naturais no Parque Nacional da Peneda-Gerês’.
Assim, serão criadas quatro novas estações – Gerês 3 (P.E. Picos), Castro Laboreiro, Porta do Mezio e Gerês 4 (Leonte); e reforçadas outras quatro – Gerês 1 (Louriça), Gerês 2 (Gavieira), Rio Caldo e Paradela, tendo como foco essencial o nível de cobertura garantido, dividindo-se em duas fases. Assim, na 1ª Fase, os Projetos com Grau de Complexidade mais Reduzida serão Gerês 1 (Louriça), Gerês 2 (Gavieira), Paradela, Rio Caldo, Castro Laboreiro e Porta do Mezio, cuja meta é este ano. Para 2018, e numa 2ª fase, os Projetos com Grau de Complexidade mais Alta são Gerês 3 (P. Eólico de Picos) e Gerês 4 (Leonte).
O Protocolo foi assinado por várias entidades: Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes; Rogério Paulo Rodrigues, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); dos Presidentes de Câmara João Manuel do Amaral Esteves (Arcos de Valdevez), Manoel Calçada Pombal Batista (Melgaço), Manuel Orlando Fernandes Alves (Montalegre), António Vassalo Abreu (Ponte da Barca), Joaquim José Cracel Viana (Terras de Bouro) e de António Cardoso Barbosa (Vieira do Minho); Alexandre Filipe Fonseca (MEO); José João Pardelhas Rivera (Vodafone); Paulo Manuel Moura Ribeiro (NOS); e Ângelo Manuel de Melo Sarmento (EDP, Distribuição). O Protocolo de Colaboração Técnica e Financeira foi assinado por Alexandra Carvalho, do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente; Alexandre Filipe Fonseca (MEO); Ângelo Manuel de Melo Sarmento (EDP, Distribuição); Paulo Manuel Moura Ribeiro (NOS); e José João Pardelhas Rivera (Vodafone).