VIANA DO CASTELO: CAPITAL DA CULTURA DO EIXO ATLÂNTICO – MELÂNIA GOMES APRESENTOU A SESSÃO DE ABERTURA
A abertura da Capital da Cultura do Eixo Atlântico apresentou Viana do Castelo como um verdadeiro Mar de Cultura
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A abertura da Capital da Cultura do Eixo Atlântico apresentou Viana do Castelo como um verdadeiro Mar de Cultura
A história da língua dos galegos tem sido, realmente, uma história clínica nas últimas décadas. Entramos no século XX com mais dum 90% de falantes nativos e uma saúde linguística que não tinham bascos e catalães. Esta pequena comunidade de hispano-parlantes estava constituída por pequenos grupos de falantes procedentes de diversas regiões espanholas e cujo número não se aproximava do 10% da população da Galiza, mormente vinculados à administração, ao exército ou às hierarquias eclesiásticas, todos eles dependentes do projeto político espanhol de signo castelhano. O grosso da população galega falava a sua língua histórica.
Foi durante esse século XX, que nasceu o galeguismo político de marcada vocação nacional galega, cujo objetivo era a reconstrução da Nação, tendo como ícones principais, o apego à terra, a sua tradição etnográfica e sobre tudo, à sua língua, que até o momento, todos os intelectuais reconheciam como uma variante da língua ibero-ocidental, conhecida pelo mundo com o nome de português e que na própria Galiza foi sempre identificada com o nome de “galego” de maneira ininterrupta desde os inícios.
Esses foram os começos, mas pelo meio houve vários terramotos políticos que desviaram e deturparam o projeto: duas ditaduras com um guerra civil pelo meio em que se imporia novamente o castelhano e uma tentativa, aparentemente democratizadora à morte do ditador que favoreceu a chegada duma autonomia descentralizadora, a qual implicaria a existência duma vida política galega interna, que se marcaria o objetivo fundamental de defender os interesses do país, assim como a oficialização da língua dos galegos que se supunha daria pulo ao nosso idioma tradicional. O franquismo tinha trazido a chegada dos média e a obrigatoriedade dum ensino público em castelhano, pelo que se começava a visualizar como o número de falantes do galego minguava pouco a pouco. Se nos inícios do século eram mais de 90% de falantes nativos, nos anos 70’s do século XX, havia um 80%, aproximado, de falantes, fluentes na língua do país. Mas aquela autonomia conseguida com sangue, suor e lágrimas, acabou pervertida em mãos de ex-franquistas, aqueles caciques que tanto tinha criticado Castelão nas suas obras literárias e nos seus comícios. Isto fez com que o idioma dos galegos, nas mãos dos que mantiveram o poder na ditadura, parecesse a galinha a ser guardada pela raposa. Tudo sob a olhada dum galeguismo abafado pelo momento histórico, inicialmente inexperiente, que necessariamente participava da legalidade construída pelos legisladores procedentes do antigo regime, carente dum sistema partidário plural e amplo que fosse capaz de atingir todo o espetro social galego e longe da bagagem pedagógica e tutoria do galeguismo anterior à guerra, exilado ou perdido nas valetas.
Para além disso, a marcação e a desconfiança do Estado, temeroso pelo tamanho do potencial da possível galeguidade consciente dum terceiro nacionalismo que menorizasse os partidos espanhóis no jogo parlamentar, manteve o movimento nacional galego sob o olho observador dos poderes estabelecidos. A gestão perversa da autonomia galega de quem era inicialmente contrário a ela, fez com que em quarenta anos de autonomia, o número de falantes passasse do 80% nos finais dos anos 70’s, a um escasso 50% em 2025, onde mais do 75% dos menores de idade resolvem a sua vida em castelhano, língua incutida desde as escolas, focos de castelhanização, desde os média espanhóis e desde uns média galegos de ínfima qualidade que serviram e servem de foco de difusão das diretrizes galegófobas do poder. É a primeira vez na história da Galiza em que o número de hispano-parlantes supera o número de galaico-parlantes, ou lusófonos, nativos, os quais sofrem um baixada maior, em quarenta anos, do que nos últimos cinco séculos.
A situação via-se vir, mas ainda que a notícia resultasse especialmente estridente, não causou uma grande sensação nos média galegos, que tiraram importância a esta notícia de grande profundidade histórica, só na população mais consciencializada, criando posicionamentos discursivos que, nuns casos serviram para reafirmar a galeguidade, embora noutros casos, para tirar a máscara de alguns etnosuicidas e linguófobos anti-galegos desnaturados. Por sinal, devemos lembrar, como o atual presidente da Junta partilhou espaço na manifestação contra a plena oficialidade do galego em fevereiro de 2009, organizada por uma associação que advoga pela negação da necessidade do conhecimento do galego, por todos os galegos. Essa manifestação foi bem valorizada publicamente pelos média espanhóis e pelo próprio partido do governo galego que se apoiou neles para ganhar as eleições ao Parlamento Galego desse ano, embora com um apoio do 28% do total dos votantes galegos[1]. Isto contrasta, com a negativa valorização que esse mesmo partido, ainda hoje no poder, manifesta contra a manifestação que se vai celebrar o próximo 23 de fevereiro em denúncia da política linguística executada na Galiza desde 1981 e que está levando a língua dos galegos à debacle.
Dentro de todo este caos, a gestão da língua tem sido muito eficaz para causar este dano enorme enxergado agora, com o apoio de alguns autodenominados galeguistas que exerceram de eficiente correia de transmissão dessa gestão durante muito tempo. É agora que se vê como a língua se esfuma, quando sentem o apuro de protestar contra a perda de falantes. Como se fossem inocentes.
A consideração do galego como uma língua independente do resto do ibero-românico ocidental, sendo-lhe aplicado um padrão linguístico dependente do ibero-românico central e portanto, um protótipo antinatural e daninho, tem sido a arma fundamental desta prática glotofágica que fornece uma imagem de inutilidade e subserviência a respeito da língua do Estado. Os criadores da arma têm sido a RAG (Real Academia Galega) junto com o ILG (Instituto da Língua Galega), instituições oficiais no organograma do poder, que determinaram a feição da língua e portanto essa imagem inoperante de língua dispensável. Para além da castelhanização maciça do seu corpus gráfico, léxico, morfossintático e o tratamento de falar subsidiário e dependente do castelhano, levou-se a cabo a deturpação das falas nos media e no ensino, e nos últimos tempos, a proibição de ministrar aulas nas matérias técnicas e científicas na língua do país, nomeadamente, Matemáticas, as Ciências Tecnológicas, assim como a Física e Química[2]. Todo isto foi efetivado pelos gestores, nomeadamente, os distintos governos galegos havidos desde os inícios da autonomia até agora.
Da mesma maneira, a situação de apuro provocada pelo independentismo catalão dentro do Reino da Espanha, obrigou à negociação e à pressão sobre a gestão das línguas do Estado, pondo em questão a histórica política supremacista de signo castelhano praticada na Espanha, reposicionando os galeguistas nesse tabuleiro de xadrez. A vontade de oficializar o catalão e o basco na União Europeia faz com que os nacionalistas galegos respondam na mesma medida, imitando as estratégias e duplicando os objetivos, como se as línguas fossem iguais ou como se estas apresentassem uma mesma problemática. O seguidorismo do nacionalismo galego levou a pedir a oficialização do galego nas mesmas instâncias, o que poderia ser viável para o catalão, incluso para o basco se certas circunstâncias se derem dentro do próprio Estado Espanhol. Mas no caso galego, e tendo em conta todos os condicionantes identitários da língua, assim como os reconhecimentos das legalidades linguísticas presentes na própria UE, parece-nos coisa inviável e impossível, sobretudo, se esse galego mantém essa padronização de novilíngua castelhanizante de recente criação e essa falsa filosofia de “língua irmá pero diferente” do português, adaptada do elaboracionismo croata, surgido do infeliz conflito linguístico da antiga Jugoslávia, em que uma língua una, falada em quatro países, passam a ser quatro línguas escritas diferente[3]. Do nosso ponto de vista, o pedido de oficialização do chamado “galego” nas instituições europeias está errado. Não nos parece viável, pois como português, já é oficial desde 1986, e nomeadamente como galego, desde 1994, em que José Pousada, deputado galego da C.G. (Coligação Galega), fez os trâmites para assim ser reconhecido[4]. Se não for assim, a deputada Ana Miranda não poderia intervir num plenário do Parlamento como tantas vezes tem participado, na sua língua[5] ou vermos o absurdo de presenciarmos outra deputada galega a pedir a oficialização do “galego” falando em galego[6]. Um basco ou um catalão não poderiam fazer isso, porque as suas línguas, infelizmente, ainda não são oficiais, mas uma galega, sim pode fazê-lo, justamente, porque a sua língua é oficial. Valle-Inclán, teria achado um magnifico tema para uma obra[7].
José Pousada
A praxe de usar a língua dos galegos no Parlamento Europeu não é nova, pois, anteriormente o deputado Camilo Nogueira e antes, o próprio José Pousada levaram a cabo essa prática linguística com total consciência de estarem utilizando de maneira oficial a sua língua num âmbito supranacional.
O pedido de oficializar, já não uma língua como é o basco ou o catalão, mas uma variante duma língua, nascida na Gallaecia medieval, e já oficial na UE, com um padrão diferente à usada historicamente, consolidaria a desfeita linguística na Galiza e cumpriria com os objetivos da política do PP, cujos resultados estão à vista nos últimos tempos. A oficialização de variantes das línguas já oficiais, mas implementadas com normas diferentes às reconhecidas e consolidadas como normas cultas e de prestígio histórico, parece-nos absolutamente impossível, porque se isso se levasse a cabo, saberíamos do caos internacional que isso causaria. A comunidade internacional veria nascer línguas novas que não têm razão de ser, como o norte-americano, o australiano, o quebequense, o argentino ou dentro da própria Europa, o valão, o andaluz, o romanhol, o picardo ou o brandemburguês, desafiando toda a praxe racional do uso das línguas dum ponto de vista internacional e seria contrário a toda funcionalidade linguística. Num caso esmagador como este suposto, a União ver-se-ia, irremediavelmente, na necessidade de reconhecer de maneira absolutamente urgente uma única língua oficial, que provavelmente seria o inglês, para glória do Tio Sam.
Esta tentativa de oficializar a variante galega, também não é nova, houve uma tentativa no governo de Tourinho, presidente da Junta da Galiza entre 2005 e 2009, em que se atribuiu a primazia do uso do “galego” na Europa[8], sem ele saber que anteriormente, até representantes de certos movimentos sociais galegos na defesa dos interesses legítimos da Galiza, têm estado presentes em Bruxelas usando a língua do país[9].
A saída para a língua dos galegos na UE é o reconhecimento por parte das autoridades galegas e espanholas da oficialidade do galego como variante do português, com o padrão português e uma gestão da língua similar à do alemão, o qual tem diferente gerenciamento se é para a Alemanha ou é para a Áustria. As diferenças internas de ambas falas alemãs, quer da República Federal como da República austríaca, exigem um tratamento diferente sendo a mesma língua.
O chamado Protocolo Nº 10 garante o reconhecimento da variante austríaca sob a lei internacional do alemão austríaco, percebendo o alemão como língua pluricêntrica. Em parte e em relação à língua dos galegos, assim é reconhecido no Informe Killilea elaborado por José Pousada em 1994 com o apoio do Presidente do Parlamento Europeu na altura Egon Kelpsch, em que se reconhece o galego como uma variante nacional galega da língua portuguesa[10].
Este desleixo histórico exercido contra a língua é visualizado agora, quando se percebe muito perto o abismo linguístico e algumas organizações são capazes de tomar consciência do fiasco praticado nos últimos quarenta anos em que se investiram milhões e milhões de pesetas, antes, e de Euros, depois, numa suposta “normalização” do galego, cujos resultados estão-se vendo inversos aos predicados durante muito tempo, insistindo e reincidindo no erro uma e outra vez, justificando, mesmo desde algum falso galeguismo, as políticas de substituição linguística da Junta. Em qualquer país normal, isto seria considerado um suposto delito de prevaricação, que ninguém pareceu ver nunca… O que resulta muito curioso é que agora, algumas destas instituições façam como se estivessem indignadas, como se não fossem também responsáveis como instrumentos do desastre. É hora de abrir os olhos, de o galeguismo mudar de estratégia, de desmascarar os autênticos objetivos e tirar-lhe a máscara àqueles que quando iam nas manifestações em favor da “imposición del gallego” arguissem que estavam a defender não sei bem quê tipo de liberdade, mas agora que há galegos que vão manifestar-se pela sua língua, resulta que estão politizados e a iniciativa é pouco menos do que horrível. A Galiza tem um cancro, representado por uma toxicidade política e linguística de longa data que parece não ter fim. Só parece ter fim a nossa língua e a nossa condição de galegos. Superemos o cancro com medidas decididas por parte do galeguismo, entre as quais está a de mudar absolutamente de rumo, tanto do ponto de vista linguístico, como político.
Esta é uma história muito mal contada, muito deturpada pelos média em mãos de políticos funestos apoiados na desinformação, no desconhecimento da gente e no pior da praxe política. A Galiza não merece isto, os galegos não merecemos isto, a língua dos galegos, o galego, o português da Galiza, não merece isto. A nossa língua é internacional, é oficial na UE e em todas as organizações internacionais em que qualquer país lusófono estiver presente, só é mal tratada numa importantíssima parte do seu lugar de nascimento, na Galiza de hoje, e os galegos devem reagir, por supervivência, por dignidade e porque não se podem permitir ver como a sua língua ancestral, língua de reis e de poetas, se veja jogada pelo vaso da sanita por um conjunto de malfeitores com poder.
Acordem e reajam, já. O duvidoso mérito de obter o recorde Guinness duma administração governamental em reduzir o número de falantes duma língua no menor tempo possível, têm-no os governos da Comunidade Autónoma Galega e com semelhante marca não cabe outra coisa do que desconfiar dele. Esta gente, responsável dos destinos da Galiza e da sua língua nos últimos quarenta anos, não cabem no conceito de democracia.
[1] O sistema eleitoral galego, seguindo a lei d’Hont não favorece a representação de partidos políticos com menos do 5% dos apoios, o que favorece as maiorias absolutas continuas e constantes do partido que leva no poder quase quarenta anos. Isso, junto com as denúncias por irregularidades legais, corrupção e outras perversões políticas e penais, favorecem a perpetuação no poder do partido em questão. Nessas eleições, o 28% é do censo total, incluídas as abstenções. Lido de outra maneira: O 72% dos votantes galegos não apoiou o partido que governa com maioria absoluta na Galiza desde 1981 (exceto seis anos, o que nem chega às duas legislaturas completas)
[2] DECRETO 79/2010, de 20 de mayo, para el plurilingüismo en la enseñanza no universitaria de Galicia: https://www.xunta.gal/dog/Publicados/2010/20100525/Anuncio17BE6_es.html
[3] http://despertadoteusono.blogspot.com/2024/08/o-servo-croata-um-mal-exemplo-para-os.html
[4] https://despertadoteusono.blogspot.com/2012/02/o-galego-ja-e-oficial-na-uniao-europeia.html
[5] https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=VgxR3XHhKaM
[6] https://www.youtube.com/watch?v=OvC-QfiR9wc
[7] Valle-Inclán, escritor galego em castelhano, foi o precursor dum estilo literário denominado de Esperpento, que se carateriza pela apresentação grotesca e bizarra dos personagens, as circunstâncias e o abuso do contraste e distorção da realidade.
[8] https://despertadoteusono.blogspot.com/2011/12/nossa-lingua-nas-instituicoes-europeias.html
[9] https://despertadoteusono.blogspot.com/2014/05/manuel-garcia-do-mel-eu-falei-galego-no.html
[10] https://www.youtube.com/watch?v=Zxe_CieHB_U
Rueda, atual presidente da Junta, na manifestaçao contra o galego
1ª Edição | Aldeia dos Potes 2025 - Sabores da Nossa Memória 22/02/2025
A Associação Património Enogastronómico, Cultura e Tradição (PECT) tem o prazer de anunciar a realização do evento intitulado – Aldeia dos Potes, um evento dedicado à vida sustentável e à preservação do património cultural no dia 22/02/2025, no campo da feira semanal, na cidade De Barcelos pretendendo ser um ponto de convívio encantador pelo que temos o prazer de anunciar uma novidade num evento emocionante neste próximo dia.
A Aldeia dos Potes é um novo evento que pretendemos seja uma atração neste dia de 22 de fevereiro entre as 15 e as 24 horas, sendo de entrada gratuita onde os visitantes poderão degustar as várias iguarias que serão confecionadas nos potes colocados às lareiras montadas para o efeito. Esta iniciativa visa promover uma conexão mais profunda entre as pessoas e os sabores de memória, ao mesmo tempo em que celebra as ricas tradições de nossos ancestrais.
Na Aldeia dos Potes poderá encontrar várias associações e outros operadores económicos com a vontade de mostrar e dar a degustar as suas iguarias ao cozinhar vários pratos tradicionais nos Potes aninhada no coração de Barcelos.
A Aldeia dos Potes oferece uma mistura única de práticas ecológicas, artesanato e envolvimento comunitário. A nossa missão é criar um ambiente harmonioso onde os visitantes possam vivenciar a beleza da cozinha antiga, observar as várias mostras culinárias, aprender sobre práticas de vida sustentáveis e trocar experiências. preservando o Património Cultural pois acreditamos na importância de preservar nosso património cultural. Esta comunidade sedia culinária pelas várias demonstrações (cada Chef é uma demonstração culinária ao vivo) e degustações, destacando-se o artesanato tradicional, uma vez que a louça utilizada é Olaria de Barcelos, música, com grupos locais e animação juvenil, permitindo que os visitantes mergulhem na rica história de nossa região.
A realização deste evento tem a parceria da Câmara Municipal de Barcelos com a colaboração da ACIB e da associação Motogalos, além de outras organizações e empresas.
Esta é a primeira edição da Aldeia dos Potes pelo que será a partir deste ano que este evento fará a sua história e trará as atrações principais que se dedicam à recriação da nossa cozinha de Memória para o Público em geral.
Próximos eventos:
Montalegre 2025- Junte-se a nós em 09/10 e 11 de Maio para participar de um evento único que contará com variadíssimas atividades Enogastronómicas, palestras, provas sensoriais verdadeiramente inéditas, reunião de todo o sector agroalimentar, animação, degustação, refeições temáticas com produtos endógenos e autóctones e uma mostra de raças autóctones com solar a norte de Portugal etc..
Esta é uma ótima oportunidade para participar no maior evento Enogastronómico a norte do País e desfrutar de refeições de origem local preparadas pelos nossos talentosos chefs.
Junte-se a nós - Convidamos todos a visitar a Aldeia dos Potes e experimentar as ofertas exclusivas. Para mais informações sobre nossos eventos, workshops e iniciativas comunitárias, visite WWW.pect.pt ou entre em contato connosco em geral@pect.pt
A Aldeia dos Potes é uma Organização do Património Enogastronómico, Cultura e Tradição (PECT). A nossa visão é criar uma comunidade próspera que promova uma vida sustentável e a valorização cultural.
parece fácil produzir um fantástico evento cultural de raíz popular perfeito aos olhos e ouvidos do espectador. que faz transbordar a alma e nos remete a cada instante à terra que nos deu vida e se continua nos caminhos galegos que e afinal, apenas prolongam e unem numa comunhão de gente próxima e irmã.
parece fácil e, provavelmente, é. porque no Minho está tudo o que nos faz portugueses. o tormento, sofrido num naufrágio longínquo, a fé vivida na crença da protecção divina, a alegria dos foguetórios que acordam as aldeias nas manhãs de festa aos seus padroeiros.
estão lá os músicos bêbados na tradição popular que trazem a rua para o salão, os dançadores que tanto batem a chula nas pedras dos caminhos como nos chãos encerados da fidalguia, os cantadores que se fazem ouvir das margens do rio aos picos serranos, está lá o amor que leva uma comunidade a ensinar, na escola, a tradição, o fio condutor que une geração após geração perpetuando o orgulho minhoto que extravasa da região ao mundo.
será assim fácil encher um palco de talento, de um brilho ofuscante que me leva a questionar da justiça aquando da distribuição dos méritos e capacidades pelos povos…
e que orgulho tenho eu em fazer parte de um povo assim tão emotivo, criativo, genial, guardião do seu passado, ainda que apenas filho adoptivo.
em 2025, Viana do Castelo produzirá cerca de setenta eventos culturais que celebram a Cultura do Eixo Atlântico. não poderia ter começado melhor…
O Centro Cultural de Viana do Castelo recebeu, esta segunda-feira à noite, a cerimónia da abertura da VIII Capital da Cultura do Eixo Atlântico, momento que integrou um espetáculo multidisciplinar criado e dirigido pelo músico Daniel Pereira Cristo e contou com a participação de uma centena de artistas em palco.
“Mar Adentro” apresentou-se como uma proposta cénica, que misturou dança, voz e música, e que contou com a participação especial do artista galego Xabier Díaz. O espetáculo reuniu a participação de diversos agentes culturais do concelho vianense, elementos de grupos folclóricos que integram a AGFAM (Associação de Grupos Folclóricos do Alto Minho), danças contemporâneas (EVIC - Escola Vocacional de Interpretação e Criação), Cantadeiras do Vale do Neiva, Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana e a artista Malva.
O Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, que lidera também o Eixo Atlântico, Luís Nobre, considerou a associação “uma grande plataforma eurorregional absolutamente única, diferenciadora, inspiradora e motivadora para a Europa e o projeto europeu”.
“A Cultura é emoção e a personificação da aproximação dos povos de duas regiões de uma forma tão particular e única”, realçou o autarca. “Tem sido através do Eixo Atlântico e, de uma forma particular, através da cultura, que temos construído este bem coletivo assente no que é a individualidade e a particularidade de cada cidadão da eurorregião”, considerou ainda Luís Nobre.
“Estão todos convocados para cumprirmos de forma exemplar esta Capital da Cultura, para que Viana do Castelo seja vista como uma identidade única que faz questão de cuidar e preservar a sua cultura e autenticidade”, com mais de 70 eventos culturais programados para este ano, rematou o Presidente da Câmara.
A Capital da Cultura do Eixo Atlântico é um programa que a entidade tem vindo a realizar há 16 anos, sendo a atividade, a par dos Jogos, com maior nível de participação e satisfação dos cidadãos. O evento promove a criação cultural, tanto de criadores e artistas da Galiza como do Norte de Portugal, assim como a acessibilidade ao consumo cultural.
A Capital da Cultura do Eixo Atlântico destaca o protagonismo dos criadores mais jovens e valoriza a importância das indústrias culturais e a criação de emprego e de atividades económicas através da criação cultural do território do Eixo Atlântico. Promove o conceito de “democratização e democracia cultural”, um processo que procura tornar a cultura acessível tanto ao consumidor como ao produtor.
A Capital da Cultura do Eixo Atlântico é apoiada pela Comissão Europeia através dos projetos Fénix e TSI, cofinanciados pelo Interreg Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027.
Professor Doutor António Sampaio da Nóvoa vai no próximo dia 18 de fevereiro proferir a palestra”Valença e o seu património histórico, cultural e identitário”, no âmbito das comemorações do Feriado Municipal de Valença em Honra de S. Teotónio.
António Manuel Seixas Sampaio da Nóvoa de seu nome completo, nasceu em Valença, em 12 de dezembro de 1954. Fez a instrução primária na Escola Pública de Caminha, tendo terminado a quarta classe já em Nova Oeiras, onde a família se instalou no início de 1964, até hoje.
Passou a infância e a juventude com uma bola nos pés. Com os irmãos, os primos, os amigos, joga futebol, lê livros e demonstra uma habilidade particular para os números. É convidado por um olheiro da Académica a fazer testes para a equipa de futebol e chega à Universidade de Coimbra em 1971, com 16 anos, um ordenado de Juvenil e uma matrícula em Matemática.
Em Coimbra, vive na República 5 de Outubro, uma residência mista e fortemente politizada. Poucas semanas depois de chegar, António Sampaio da Nóvoa já é delegado da associação de estudantes e partilha o tempo entre o futebol da Académica e os palcos do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC).
No teatro e nos cafés de Coimbra, António Sampaio da Nóvoa ensaia a intervenção. As leituras, as tertúlias, um debate constante pelo futuro de Portugal. É então que, apesar do convite para passar à equipa de futebol Sénior, deixa os relvados de Coimbra trocando-os pela Escola de Teatro do Conservatório Nacional e regressa a Lisboa, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
De 1973 a 1976, os palcos estão em Lisboa, no Conservatório, nos grupos de discussão, nas madrugadas. António Sampaio da Nóvoa viveu o 25 de Abril na rua. Tinha 19 anos e havia um país novo para construir. Nas eleições autárquicas de 1976, Sampaio da Nóvoa dinamiza uma das primeiras listas de cidadãos independentes.
A animação cultural e a participação cidadã são uma escolha e é através da expressão dramática que chega à formação de professores. De 1977 a 1979, Sampaio da Nóvoa dá aulas no Magistério Primário de Aveiro e reconhece a importância do futuro na escola e nos professores.
Com 25 anos, parte num Fiat 127 com destino à Europa. Tem alguns contactos em Bruxelas, mas acaba por ficar na Suíça. Depois de diplomado em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra, é convidado para prosseguir estudos de doutoramento, ao mesmo tempo que dá aulas. Defenderá a sua tese em 1986, sobre a história dos professores em Portugal.
O filho André nasce em 1985. Sampaio da Nóvoa volta para Lisboa e é professor convidado do Instituto Superior de Educação Física. No ano seguinte, poucos meses depois do doutoramento é convidado para a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Em 1994, faz as provas públicas de agregação na Universidade de Lisboa. É Professor Catedrático desde 1996.
Na Universidade de Lisboa constrói a sua carreira académica, reconhecida por colegas e alunos. É um professor disponível, presente, um ouvidor. Um amante de livros e bibliotecas, e também de pessoas e de vidas.
Sampaio da Nóvoa passou períodos em várias universidades estrangeiras de grande prestígio. Em 2006, completa um segundo doutoramento, na Universidade de Paris IV- Sorbonne, em História Moderna e Contemporânea.
Entre 1996 e 1999, foi consultor para a Educação do Presidente da República Jorge Sampaio. Estando presente em múltiplos comités e instituições, nacionais e internacionais.
Em 2002, estava em Nova Iorque como professor, e é convidado por José Barata-Moura para Vice-Reitor. Sampaio da Nóvoa reconhece na gestão da universidade, do conhecimento e da ciência um desafio claro de mudança.
É eleito Reitor em 2006 e com António Cruz Serra, lidera o processo de fusão da Universidade de Lisboa e da Universidade Técnica de Lisboa, abrindo a universidade à cidade e ao país.
Projeto ‘Há Cultura 2024-2027’ contempla 16 ações artísticas por todo o concelho e representa investimento de mais de 350 mil euros
Da música ao circo contemporâneo, passando pelo teatro e a dança, o Município de Vila Nova de Famalicão vai promover, até 2027, perto de duas dezenas de ações culturais, em regime de cocriação com a comunidade.
Sob a chancela ‘Há Cultura 2024-2027’ e comparticipação da União Europeia, através do Programa Regional Norte 2030, a autarquia vai dinamizar iniciativas artísticas, numa coprodução com o Teatro Narciso Ferreira, contando, para tal, com o apoio de oito parceiros artísticos locais (INAC - Instituto Nacional de Artes do Circo, Fértil Cultural, ITZ-Intranzyt Cia ®, A Casa ao Lado, ACE – Escola de Artes – Polo de Famalicão, O Eixo do Jazz - Associação Luso-Galaica para Promoção do Jazz, Momento - Artistas Independentes e Cineclube de Joane) e dois regionais (PELE Associação Social e Cultural e Ondamarela).
“Ao longo dos últimos anos, apostamos de forma consistente na implementação de projetos e práticas de expressão artística e cultural que priorizam o envolvimento comunitário, numa lógica de inclusão social e formação de públicos e de novos artistas”, destaca o presidente da autarquia famalicense, Mário Passos. “Vimos, nesta candidatura, uma oportunidade de reforçar uma estratégia cultural que já está no terreno e que tem sido bem-sucedida”, acrescenta.
Serão promovidas 14 residências artísticas com a comunidade, em cada um dos territórios das Comissões Sociais Inter-Freguesias (CSIF) de Vila Nova de Famalicão, no domínio das artes performativas e visuais, assim como três encontros de cinema e um encontro de arte e comunidade, entre 2025 e 2027, que terão como principal objetivo a inclusão social de grupos vulneráveis através de práticas artísticas.
De referir que o projeto-piloto do Há Cultura 2024-2027 aconteceu no final do ano passado, com o ‘Coro de Jazz’, sob a orientação artística d’O Eixo do Jazz, e resultou num concerto de Jazz inédito protagonizado por 25 cidadãos famalicenses.
Atualmente, encontra-se em desenvolvimento o “Tás a Rir do Quê?”, um projeto de cocriação dinamizado pelo INAC e a Fértil, juntamente com as comunidades de freguesia de Gondifelos, Cavalões, Outiz e Louro, em torno do património imaterial destas freguesias, tendo como base artística o circo contemporâneo e como palco das sessões com a comunidade, a Casa da Pedreira, em Gondifelos.
Recorde-se que o projeto municipal ‘Há Cultura’ começou em 2019, tratando-se de um projeto de descentralização cultural que visa formar novos públicos, capacitar agentes locais, promover o acesso à fruição cultural e criar novas dinâmicas culturais locais. Entre 2020 e 2022, sob o crivo do ‘Há Cultura | Cultura Para Todos’, projeto cofinanciado pelo NORTE 2020, através do Fundo Social Europeu, foram implementadas 17 ações culturais de cocriação em Vila Nova de Famalicão, que envolveram perto de 900 cidadãos famalicenses.
Desde então, e num compromisso assumido pelo executivo local, foram desenvolvidos mais seis projetos de cocriação comunitária, um pouco por todo o concelho, em parceria com as instituições artísticas que integram a rede ‘Sobre o Palco’, uma plataforma colaborativa constituída por perto de duas dezenas de entidades artísticas famalicenses.
“Descentrar” chega a todas as Freguesias do Concelho de Braga
O Município de Braga, em colaboração com as Juntas de Freguesia e diversos parceiros locais, apresentou esta Terça-feira, 28 de janeiro, a 5.ª edição do programa “Descentrar”, uma iniciativa cultural inovadora que promete levar a arte e a cultura a todo o território Bracarense ao longo de 2025.
Com mais de 60 atividades programadas, o “Descentrar” reafirma o compromisso de democratizar o acesso à cultura e transformar comunidades através de uma abordagem inclusiva e sustentável.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, esta iniciativa é uma oportunidade de reforçar Braga como referência cultural a nível nacional.
“Braga, enquanto Capital Portuguesa da Cultura em 2025, tem a responsabilidade de mostrar como a cultura pode ser verdadeiramente descentralizadora, inclusiva e transformadora”, referiu, notando que o “Descentrar” é um “exemplo claro do nosso compromisso em levar arte e cultura a todas as Freguesias, fortalecendo o sentido de pertença e promovendo o contacto direto das comunidades com o seu património e criatividade".
A transformação cultural e social é outro dos objetivos do “Descentrar”. Este programa, implementado em 2021, fomenta a inclusão, valoriza o património local e promove a participação das comunidades.
“Mais do que um programa cultural, o “Descentrar” é um convite para redescobrir Braga, reinventar o olhar sobre os seus espaços e celebrar a riqueza do património local em diálogo com as suas comunidades”, acrescentou o Autarca.
Com um investimento de cerca de 125 mil euros, o “Descentrar” oferece uma programação diversificada, incluindo: Residências artísticas e oficinas de mediação literária; Trilhos pedestres, visitas guiadas e encenadas; Concertos de música tradicional, fado, jazz, blues e artistas emergentes; Espetáculos de teatro, circo contemporâneo e intervenções de arte urbana.
Cultura em Cada Freguesia
O programa destaca-se pela sua capacidade de integrar espaços urbanos e rurais, promovendo novas centralidades culturais em locais inusitados.
Através de uma programação multidisciplinar, o “Descentrar” une património, história e criatividade, oferecendo experiências artísticas únicas em 37 freguesias do concelho.
Gualtar será a primeira Freguesia a receber esta iniciativa, já a 1 de fevereiro. Segue-se Pedralva, a 8 de fevereiro, e Priscos, no dia 15. Em março, as atividades prosseguem em Ferreiros e Gondizalves, Tebosa, Lamas e Padim da Graça.
Sustentabilidade e Acessibilidade
Reforçando o compromisso com a sustentabilidade, o programa inclui uma parceria com os Transportes Urbanos de Braga (TUB), oferecendo bilhetes de ida e volta a 1€ nas linhas que servem as freguesias envolvidas.
Com esta medida, a Autarquia pretende promover uma mobilidade mais consciente, fácil e sustentável para os participantes e reduzir o impacto ambiental gerado pelo uso de veículos privados.
A ideia iniciativa visa não apenas tornar os eventos acessíveis a mais pessoas, mas também contribuir para a redução da pegada de carbono do programa, incentivando alternativas de transporte mais ecológicas.
Todos os eventos são de entrada gratuita. Inscrições para oficinas, trilhos e visitas guiadas devem ser feitas através da plataforma EventBrite, exceto o evento “Clube Raíz: Roda da Tradição”, que irá decorrer em março.
Todas as informações estão disponíveis em cm-braga.pt
Amanhã, Sábado, 25 de janeiro, a Cidade de Braga abre as portas da Capital Portuguesa da Cultura. Para este primeiro dia, a Braga25 apresenta um programa repleto de espetáculos e atividades para todos.
*O espetáculo Quimera está integrado na Cerimónia de Abertura. A chegada ao Theatro Circo para ver este espetáculo deve ser 11h, hora de início da Cerimónia.
O Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, esteve, esta manhã, em Vila Nova de Cerveira para uma visita à XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira e ao Palco das Artes. A segunda figura do Estado Português foi acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, Rui Teixeira, e pelo Presidente da Assembleia Municipal, António Quintas, bem como por alguns deputados da Assembleia Municipal.
Aproveitando o momento para agradecer publicamente o apoio concedido ao evento, através da República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e que a FBAC integra a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, o Presidente Rui Teixeira referiu que “o projeto político saído do 25 de Abril, em que se ambicionava a promoção da dignidade, da igualdade de oportunidades, de acesso à cultura, da justiça, do trabalho e dos direitos sociais, tem de ser continuado e valorizado pelo Estado Português”. E acrescentou: “A Bienal Internacional de Arte de Cerveira é, por isso, corolário das conquistas de Abril e hoje, passados 46 anos, já se afirmou como um dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas do nosso país e um evento de referência para a cultura artística nacional e internacional. Permanece, na sua essência, como um local de encontro, criação e experimentação artísticas, descentralizador e consolidador da oferta cultural da região Norte e do país”.
Após a visita à XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira (BIAC), sob o tema “És Livre?”, o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco passou ainda pelo Palco das Artes, por forma a testemunhar a pujança de Vila Nova de Cerveira na dinamização cultural, com eventos reconhecidos nacional e internacionalmente e estruturas físicas dotadas de condições acústicas e de conforto de elevada exigência, posicionando-se na vanguarda da promoção de atividades multiculturais.
A noite do dia 9 de novembro, no Centro Cultural de Viana do Castelo, revelou-se muito especial, tanto pela forma como 16 grupos folclóricos do município se uniram para preparar a quarta edição do “Encontro de Culturas”, como pela mensagem que quiseram partilhar.
Com os grupos da Associação de Grupos Folclóricos do Alto Minho (AGFAM) esteve, não só, a Academia de Dança Arte e Movimento, que já colabora com esta associação há vários anos, sempre com intervenções de elevado nível artístico, mas, também, a recém-criada Associação Terra de Todos, que muito contribuiu para unir Vianenses oriundos de várias latitudes num espetáculo memorável.
A Casa-Museu Manuel de Boaventura está cada vez mais perto de ser uma realidade. Depois da aquisição da casa do escritor, situada em Palmeira de Faro, o Município de Esposende avançou agora com a contratação da equipa projetista que elaborará o projeto de recuperação e adaptação a Casa-Museu.
O anúncio foi feito pelo Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Guilherme Emílio, na sessão da apresentação da reedição de mais três obras do escritor esposendense - “Ânsia de Perfeição e Contos Imperfeitos” e “Timóteo, o Penitente” e Marrucho Mentideiro” (estes dois títulos num único volume), que decorreu na tarde de hoje, na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, em Esposende, com sala cheia.
Realçando que “a melhor maneira de homenagearmos as nossas figuras mais queridas e ilustres é recordarmos a sua vida e perpetuarmos a sua obra”, o autarca lembrou que o Município tem vindo, desde 2017, a proceder à reedição crítica da obra de Manuel de Boaventura, “precisamente para que todos conheçam o seu legado e a grandeza do seu trabalho literário”. Assim, foram já publicados: “O Solar dos Vermelhos” 2017); “Crimes dum Usurário” (2018); “No Presídio – Memórias dum Conspirador” (2019); “Contos do Minho” (2020); “Novos Contos do Minho” e “Lapinhas do Natal” (2022); “Zé do Telhado no Minho” e “Histórias Contadas à Lareira” (2023). Os três títulos hoje apresentados, conjuntamente com a reedição crítica da obra “Vocabulário Minhoto”, que ocorrerá em 2025, encerram a publicação da sua obra romanesca – os volumes IX e X da coleção “Obras de Manuel de Boaventura”, sem prejuízo de o Município vir a editar outras obras sobre o autor.
Guilherme Emílio realçou que “homenagear Manuel de Boaventura é um ato de profunda justiça”, que se encontra refletido também no Prémio Literário, instituído pelo Município, a partir de 2016, e que já premiou nomes como Ana Margarida Carvalho (2017), Filipa Martins (2019), Mia Couto (2021) e Giovana Madalosso e Rui Couceiro (2023), nomes que prestigiam e engrandecem este Prémio.
Ciente de que “era possível ir ainda mais longe”, o Município avançou com a aquisição da moradia do escritor, com o intuito de a transformar em Casa-Museu, um “projeto ambicioso, à medida da sua grandeza”, e que se pretende seja “uma referência da nossa identidade cultural em termos regionais e nacionais, servindo como produto estruturante na oferta cultural do nosso concelho”, afiançou Guilherme Emílio.
A apresentação dos três títulos agora reeditados esteve a cargo de Sérgio Guimarães de Sousa, autor do estudo prévio e responsável pela fixação do texto, que destacou o empenho do Município em dar a conhecer o escritor Manuel de Boaventura e a sua obra.
“A literatura é, talvez, a forma mais profunda de pensar a realidade do território, porque recorre a personagens, neste caso de Esposende, de um passado não assim tão longínquo quanto isso, e permite repensar esse território e sobretudo essa dimensão do que ele foi e do que pode vir a ser, tendo sempre como horizonte o presente, o horizonte das suas raízes fundamentais, que são raízes rurais. Manuel de Boaventura é um escritor disso mesmo”, afirmou.
Estando apenas a um título de dar por terminado este trabalho da redição das obras de Manuel de Boaventura, Sérgio Guimarães de Sousa agradeceu ao Município “a honra de ter desenvolvido este trabalho” e saudou a autarquia pelo “investimento avultado, cujo retorno não é imediato e automático, mas de longa duração”.
A neta do escritor, Helena Boaventura, agradeceu ao Município por ter assumido a preservação e promoção do legado de Manuel de Boaventura, reconhecendo que está a fazer um excelente trabalho nesse domínio e assumindo que a família, por si só, não teria capacidade para empreender esse desígnio.
O festival itinerante Space Festival está de regresso a Paredes de Coura já esta quinta-feira, com os concertos de Mariana Dionisio & Clara Saleiro e o espetáculo ‘Multimedia Percussion’ de Vítor Castro. Uma incursão pelo teatro com a peça ‘Trama’, pelo Mais Teatro Amador Courense e Comédias do Minho, complementada com a trilha sonora pelo Space Ensemble, avança já amanhã com o cartaz do Space Festival, numa semana que também nos traz bailado contemporâneo pela Companhia de Dança Contemporânea de Angola.
Na sequência de uma residência artística realizada no âmbito do Space Festival, com o apoio do Centro Cultural Paredes de Coura e da Direção Geral das Artes, é apresentado esta quinta-feira, pelas 21h30, o concerto assinado por Mariana Dionisio & Clara Saleiro.
A partir de uma peça de Kate Soper – “Only the Words Themselves Mean What They Say” –, Mariana Dionísio (voz) e Clara Saleiro (flauta) têm partido à descoberta de novas formas de tocar em conjunto. Ideias, jogos e pequenos temas servem de base a uma exploração da fusão sonora entre a voz e a flauta, através da improvisação, e que o público courense vai ter o privilégio de apreciar neste Space Festival.
Multimedia Percussion
Ainda esta quinta-feira, pelas 22h30, é a vez de Vítor Castro dar a conhecer o espetáculo “Multimedia Percussion”, que se apresenta como uma viagem sensorial e imersiva em que a percussão transcende os seus limites tradicionais através do diálogo com elementos visuais, gestuais e multimédia. Com “Multimedia Percussion”, este eclético percussionista cria uma narrativa que explora o caos e a harmonia, o silêncio e a explosão, guiando o público por novos territórios sonoros nas fronteiras da música, teatro e arte visual.
Ambos os espetáculos têm entrada livre, à semelhança da peça ‘Trama’, esta quarta-feira, pelas 21h30, pelo Mais Teatro Amador Courense e ilustrada com a música de Samuel Martins Coelho (violino), Nuno Alves (electrónica), António Oliveira (violoncelo) e Luís Bittencourt (percussão), que completam os Space Ensemble.
Cada pessoa é um alicerce que se cruza com os outros que o rodeiam. Cada história e memória individual é entrançada e tramada para formar um arco. Esse arco é a casa que construímos juntos e é a ponte que nos une. Nos 20 anos das Comédias do Minho e 50 anos de Liberdade, celebramos a construção comunitária desta grande Casa.
Criação - Luís Filipe Silva
Música - Space Ensemble (Violino - Samuel Martins Coelho, Eletrónica - Nuno Alves, Violoncelo - António Oliveira, Luís Bittencourt - Percussão)
Desenho de Luz - Vasco Ferreira
Cenografia e Adereços - Cristóvão Neto
Figurinos - Rafaela Amen
Apoio à Cenografia e Adereços - Bárbara Amen, Filipe Ferreira
Interpretação - Grupo + TAC – Mais Teatro Amador Courense (Adrian Rosa, Aurora Teixeira, Carlos Ruivo, Carolina Saraiva, Isabel Cunha, José Vargas, Júlio Montenegro, Lola Sousa, Manuela Cunha, Maria José Esteves, Mariana Carapinha, Marta Almeida, Paulo Castro, Rafael Pereira)
Bailado contemporâneo
Sexta-feira o Centro Cultural recebe bailado contemporâneo com a peça ‘Onde o vento não sopra’, pela Companhia de Dança Contemporânea de Angola. Com coreografia de Ana Clara Guerra Marques, ‘Onde o vento não sopra’ aborda os terrenos da emigração, propondo-nos um olhar sobre a complexidade das conexões humanas na construção de uma teia que se entrelaça em diferentes direções.
“A viagem, a apropriação e a expropriação, a adaptação e a negociação entre as diferentes culturas, bem como a povoação de espaços geográficos e culturais comuns, geram novos processos identitários. A casa como metáfora da intimidade e do porto seguro, mas em risco de desmoronamento permanente, tal como os projetos em tempo de guerra, em que a incerteza impõe a obrigação de viver «um dia por dia»”, explica a coreógrafa.