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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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LUÍSA PINTO APRESENTA EM MELGAÇO O LIVRO “CASTRO LABOREIRO, ENTRE BRANDAS E INVERNEIRAS”

Dia 20 de novembro, na Biblioteca de Castro Laboreiro, pelas 15h00

O polo da biblioteca municipal em Castro Laboreiro (Melgaço) acolhe, no próximo dia 20 de novembro, a sessão de apresentação do livro “Castro Laboreiro, entre brandas e inverneiras”, da autoria da jornalista Luísa Santos. A iniciativa acontece pelas 15h00 e é aberta ao público.

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A obra é dedicada à transumância na vila castreja. Relata o modo de vida das pessoas que têm (tinham) o costume de se mudarem entre brandas e inverneiras, de acordo com as exigências climatéricas. «Desde tempos imemoriais, duas vezes por ano, toda a parentela, animais e pertences, mudava de casa, de acordo com o clima da serra da Peneda e o calendário religioso. Descia-se às inverneiras (aldeias em vales abrigados) para passar o Natal, subia-se às brandas (pequenas povoações em terras elevadas e soalheiras) para passar a Páscoa. Todas as famílias da freguesia de Castro Laboreiro, concelho de Melgaço, por mais pobres que fossem, tinham duas casas, muito semelhantes em dignidade e dimensão. O presente livro é dedicado a esta prática de nomadismo, ainda existente, mas quase em extinção, devido ao despovoamento e às alterações climáticas. Um modo de vida singularíssimo que, em breve, se tornará narrativa histórica com contorno de lenda.», conta-nos a autora.

Luísa Santos é jornalista há mais de 20 anos, tendo concluído a sua licenciatura em Comunicação Social na Universidade do Minho em 1998, ingressando de imediato no Jornal Público. Iniciou a sua carreira redigindo sobre planeamento e urbanismo, tendo passado por muitas outras temáticas.

Em 2021, dedicou-se ao projeto jornalístico Rosto da Aldeia, uma plataforma onde se publicam histórias de todos os que contribuem para que o despovoamento não seja uma tendência inexorável, relatando os casos inspiradores das pessoas, novas e velhas, que lutam para o inverter.

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CÃO DE RAÇA CASTRO LABOREIRO NA FILATELIA PORTUGUESA

O Ministério dos Transportes e Comunicações - Correios e Telecomunicações de Portugal, através da Portaria n.º 329/81 de 4 de Abril, publicada em Diário da República n.º 79/1981, Série I de 1981-04-04, lançou em circulação, cumulativamente com as que estão em vigor, uma emissão de selos com tarja fosforescente alusiva aos «Cães de Raça Portuguesa»

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MELGAÇO CONVIDA A CONHECER OS COGUMELOS DE CASTRO LABOREIRO NO DIA 23 DE OUTUBRO

Inscrições gratuitas, mas obrigatórias, até dia 21 de outubro

Um passeio micológico, um almoço e um workshop são as propostas de Melgaço para a 3ª edição da iniciativa “Castros de leitura – Cogumelos Mágicos”, uma ação promovida pelo polo da Biblioteca Municipal em Castro Laboreiro, no próximo dia 23 de outubro, pelas 09h45.

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A ação será orientada por um biólogo que proporcionará a todos os participantes um workshop, durante o qual dará a conhecer as diferentes espécies de cogumelos existentes na região, bem como conselhos sobre a apanha deste produto gastronómico de qualidade, com o objetivo de sensibilizar para a valorização dos recursos micológicos de Castro Laboreiro e, ao mesmo tempo, promover os recursos turísticos, as paisagens e o património natural do concelho de Melgaço.

A atividade acontece no âmbito do projeto “Castros de leitura”, uma iniciativa que tem como propósito desenvolver naquela biblioteca e na aldeia diversas atividades ao longo do ano, de forma a mobilizar a sociedade para a importância do património e da cultura castreja e incentivando a participação da comunidade local.

O ponto de encontro da atividade será na Biblioteca de Castro Laboreiro. A participação é gratuita, mas sujeita a inscrição obrigatória, até ao dia 21 de outubro, para o email mcodesso@cm-melgaco.pt ou através do telefone 251 410 060, até dia 21 de outubro.

PROGRAMA

09h45 – Receção aos participantes na Biblioteca de Castro Laboreiro

10h00 – Passeio micológico

13h00 – Almoço micológico sujeito a inscrição

15h00 – Workshop “Conserva de cogumelos”

17h00 – Encerramento

“Castros de leitura

Localizada no Parque Nacional da Peneda Gerês, a aldeia de Castro Laboreiro apresenta um enorme valor arquitetónico e uma paisagem natural de tirar o fôlego. Desde sempre que os castrejos defendem os seus costumes e tradições e a necessidade de transparecer estes valores à comunidade prevalece. “Castros de leitura” pretende assim, envolver não só a comunidade local, mas todos os turistas que passam pela aldeia e que se deslumbram com a sua beleza natural, mas também com a simplicidade dos castrejos.

CASTRO LABOREIRO pertence ao concelho de Melgaço e situa-se no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Possui um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 Dólmenes (datados de há 5000 anos) e Cistas (monumentos megalíticos funerários).

Esta aldeia possui um património histórico e arquitetónico de grande riqueza, destacando-se um tipo próprio de construções castrejas existentes em Castro Laboreiro: o Castelo de Castro Laboreiro – classificado como monumento nacional; a Igreja Matriz de Castro Laboreiro; o Pelourinho de Castro Laboreiro, datado do século XVI, classificado como imóvel de interesse público; igrejas medievais; os fornos comunitários; os espigueiros; e os moinhos.

Situada no extremo Norte do Alto Minho e de Portugal. Está localizada no cimo da montanha, a mais de mil metros de altitude, levou a que os castrejos defendessem os seus costumes, e tradições de todas as influências estranhas, e que ainda hoje persistem. Uma dessas tradições é a das inverneiras e das brandas. Em meados de dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as populações de Castro Laboreiro pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de lavoura e ‘tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma segunda casa e uma segunda aldeia.’ (Rocha, 1993, p. 127). E ficam nas Inverneira, abrigados do frio, até meados de março.

No Núcleo Museológico de Castro Laboreiro é possível conhecer os hábitos, costumes e tradições das gentes da terra. Terra das ‘viúvas dos vivos’, nome a que os seus habitantes davam às mulheres cujos maridos, filhos e netos emigravam em busca de condições de vida melhores.

É uma região de grande beleza, serpenteada pelo rio Laboreiro, que é atravessado por inúmeras pontes representativas das épocas romana ou medieval, das quais sobressaem a Ponte da Dorna, a Ponte da Capela, a Ponte Nova ou da Cava Velha e a Ponte Velha.

Castro Laboreiro é também conhecido pelo seu fumeiro e enchidos, confecionados de forma tradicional, por mãos hábeis e com o saber de anos e anos.

O guardião desta localidade é o Cão de Castro Laboreiro, defendendo o gado do grande predador, o Lobo Ibérico, conhecido pela sua rusticidade, caráter e nobreza desde tempos idos.

Recorde-se que Castro Laboreiro foi finalista nas 7 Maravilhas de Portugal® – Aldeias e foi distinguida com o Prémio 5 estrelas, na categoria ‘Aldeias e Vilas’, no âmbito do concurso ‘Portugal Cinco Estrelas’ 2018.

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INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS EM CASTRO LABOREIRO

Romanarmy.eu identificou Lomba do Mouro, no planalto de Castro Laboreiro, como um acampamento militar romano de carácter temporário. A confirmar-se, seria o acampamento de maiores dimensões do Noroeste Peninsular.

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Até dia 18 de setembro, investigadores da Romanarmy.eu estarão no recinto fortificado de Lomba do Mouro, uma estrutura arqueológica de enormes dimensões localizada por Romanarmy.eu em 2017 e situada na fronteira entre Portugal e a Galiza, nos concelhos de Melgaço (Portugal) e de Verea (Ourense), com o objetivo de validarem a hipótese de que se trata de um acampamento militar romano de carácter temporário. A intervenção arqueológica é dirigida pelo investigador da University of Exeter, João Fonte, membro do coletivo de investigação romanarmy.eu.

A confirmar-se, Lomba do Mouro seria o acampamento romano de maiores dimensões do Noroeste Peninsular e poderia estar vinculado com a penetração e saída do atual território português e galego de um importante contingente militar de mais de 10.000 soldados. Os arqueólogos procurarão recuperar cultura material e realizarão estudos para obter datações absolutas que permitam conhecer o momento de construção, ocupação e abandono da fortificação.

Lomba do Mouro está localizado no Planalto de Castro Laboreiro (Melgaço), numa zona de especial concentração de túmulos megalíticos. Foi descoberto através da análise de dados LiDAR, cedidos pelo IGN-PNOA, e ocupa mais de vinte hectares de terreno, contando com duas linhas defensivas. A apenas oito quilómetros em linha reta e no mesmo cordal montanhoso, romanarmy.eu localizou também outro recinto fortificado de carácter temporal de dimensões similares: Chaira da Maza, no concelho de Lobeira (Ourense), o qual leva a levantar a hipótese de que se trate de uma mesma linha de avanço do exército romano. A intervenção arqueológica procurará datar e contextualizar historicamente este sítio através da cultura material recuperada e da recolha de amostras com vista à sua datação absoluta, em colaboração com o Grupo de Investigação C2TN do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa. No início de agosto, no âmbito do mesmo projeto de investigação, também se realizou uma intervenção arqueológica noutro acampamento romano localizado na Serra do Soajo, o Alto da Pedrada, no concelho de Arcos de Valdevez.

A intervenção forma parte do projeto europeu Finisterrae financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa individual Marie Skłodowska-Curie e é financiada pelo Fundo Ambiental (Ministério do Ambiente, Governo de Portugal), pelo Município de Melgaço e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (ICNF), no contexto da valorização da rede de trilhos do Planalto de Castro Laboreiro. O trabalho de campo está a ser realizado em colaboração direta com a empresa Era-Arqueologia. O trabalho conta também com a colaboração da União das Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro e do Conselho Diretivo dos Baldios da Freguesia de Castro Laboreiro, sendo estes últimos os proprietários dos terrenos.

Romanarmy.eu, um coletivo de investigação arqueológica

Romanarmy.eu é um coletivo científico que investiga a presença militar romana no Noroeste da Península Ibérica, do qual fazem parte investigadores de distintas universidades e centros de investigação europeus, diferentes disciplinas e especialistas em várias épocas históricas. As suas publicações, membros e atividades podem ser consultadas em romanarmy.eu.