A confluência entre o sagrado e o profano gera, por si só, sensações e imagens indescritíveis. Fazer parte desse “cruzamento”, torna-nos testemunhas e guardiões de momentos belos. Ouvir, sentir e partilhar cada um deles, envolve-nos de corpo, alma e coração, fazendo de nós parte de um todo, fazendo de nós Monção.
Entre 19 e 22 de junho, celebramos o Corpo de Deus – Coca de Monção, um evento cultural com raízes profundas e marcantes no concelho, onde valorizamos a etnografia popular e afirmamos a identidade coletiva do nosso povo, do nosso território. Numa simbiose perfeita entre o sagrado e o profano, abrimos o coração de par em par, revelando um dos momentos mais surpreendentes da nossa terra.
O ponto alto da festividade é a Procissão Solene e o Combate Tradicional entre S. Jorge e a Coca, na quinta-feira, 19 de junho, e o Cortejo Etnográfico das Freguesias, no domingo, 22 de junho. Contudo, nestes 4 dias de animação, há muito mais para ver, fazer e sentir. Tanto para os mais pequenos como para gente grande.
“A Viagem”, da companhia de teatro itinerante “Mãozorra”, estaciona na Praça da República, proporcionando vários espetáculos, em sessões limitadas a 9 pessoas, com duração de 30 minutos cada, nos dias 19, 20 e 21 de junho. Não há reservas. A entrada é por ordem de chegada.
No dia 20, sábado, pelas 16h30, e no dia 21, pelas 15h00, a Praça Deu-la-Deu recebe Karcocha, um mimo moderno com milhões de seguidores em todo o mundo. São 16 anos a espalhar sorrisos, em espetáculos de entretimento de rua, tendo percorrido meia centena de países e milhares de vilas e cidades dos cinco continentes.
No sábado, no centro histórico, decorrem mais dois espetáculos: pelas 18h00, Dragonologia, e pelas 19h20, Sr. Sabão, ambos pela companhia “WeTumTum”. Dois projetos destinadas às famílias que assentam numa proposta interativa, divertida e peculiar, transportando tudo e todos para um universo de fantasia.
No domingo, a companhia “Mudate” apresenta, pelas 10h30 e 16h30, na Praça Deu-la-Deu, um workshop circense para crianças. Refira-se, ainda, que no primeiro dia da festa, antes do combate entre S. Jorge e a Coca, realiza-se o espetáculo “Força de S. Jorge”, autoria de Rui Sousa, feito em parceria com associações e grupos de bombos locais. Vem aí marionetas gigantes.
No ano em que Braga é Capital Portuguesa da Cultura, as Festas de São João de Braga preparam-se para acolher mais uma edição da emblemática Gala Sanjoanina, que este ano contará com a estreia do espetáculo “Chão”.
A Gala, agendada para o dia 18 de junho, às 21h30, na Sala Principal do Theatro Circo, é um dos momentos mais aguardados das festividades sanjoaninas e, este ano, reúne memória e identidade numa só voz num tributo ao património imaterial português.
"Chão" propõe uma viagem musical às raízes do país, desde o Fado até ao Cante Alentejano, passando pelas polifonias minhotas e pelas sonoridades dos Açores, num encontro simbólico entre Braga e Ponta Delgada, Capitais Portuguesas da Cultura, e Évora, Capital Europeia da Cultura 2027.
Com direção artística de Tiago Curado de Almeida e direção musical de Luís Pedro Madeira, o espetáculo contará com a participação de nomes de referência da música portuguesa, como Katia Guerreiro, Daniel Pereira Cristo, Miguel Moura, polifonias minhotas, Os cantadores do Desassossego, David Pereira, Guilherme Colaço, Sofia Ramos e elementos do Rancho Folclórico de Santa Cecília (Ponta Delgada), oriundos das capitais representadas.
Para Katia Guerreiro, este espectáculo “é uma celebração do património cultural reconhecido pela UNESCO”, mas também é “um lindo cruzamento de sons e cancioneiros que raras vezes se encontram”. “Ser testemunha deste encontro num palco como o do Theatro Circo é mesmo um enorme privilégio”, confessa.
A gala prestará também uma homenagem especial ao Mestre José Veiga, no ano em que se celebra o centenário do seu nascimento, reconhecendo a sua contribuição ímpar para a cultura popular portuguesa. Como é tradição, no evento serão revelados os vencedores do concurso Cascatas Sanjoaninas, um dos momentos mais acarinhados pelas comunidades locais.
Mais do que um espetáculo, “Chão” é um regresso às origens: à terra que nos sustenta, ao canto que nos une e à cultura que nos define. Será uma celebração da identidade portuguesa e da força viva da tradição, no coração das festividades do São João de Braga, num projeto cofinanciado pelo Programa Regional NORTE 2030.
Os ingressos solidários, com um custo de cinco euros, revertem para o fundo social sanjoanino e podem ser adquiridos no Theatro Circo ou na bilheteira online. Recorde-se que o São João de Braga regressa entre 17 e 24 de junho. Para conhecer em pormenor a programação das Festas de São João de Braga, que promete agradar a miúdos e graúdos, consulte https://www.saojoaobraga.pt/programa/todo-o-programa/.
As Feiras Novas – Festas do Concelho de Ponte de Lima – celebradas em honra de Nossa Senhora das Dores, a realizar este ano de 10 a 15 de Setembro, já têm o pré – programa elaborado, revelou o seu Presidente. O vereador Gonçalo Rodrigues, adiantou ainda “a melhoria em alguns números do programa”, salientando a Noite do Fogo (de artifício), como que um ensaio de véspera, para a celebração do bicentenário da sua fundação.
Recordemos, que a Festa ou Romaria foi autorizada no reinado de D. Pedro IV na sua provisão de 5 de Maio de 1826, com posteriores alterações de datas e programa no regime republicano, incluindo a mudança do feriado municipal.
Quanto ás actividades do programa com contratos já fechados ou na fase final para garantir a sua participação nas Festas, há a destacar as Bandas de Música, fogo do ar e de artifício, grupos de música popular e ornamentação do espaço festivo, com alargamento das ruas e praças decoradas, salientou ainda o autarca – presidente da Associação Concelhia das Feiras Novas. Também uma actualização da plataforma informática de georeferência de espaços de tendas e divertimentos e afins no areal e áreas adjacentes está a ser ultimada, não só para maior controle de logística mas também de segurança de tudo e todos.
Dentro em breve, haverá a reunião preparatória de discussão e aprovação de todo o programa com a totalidade da Comissão Organizadora, num total aproximado de duas dúzias de elementos.
O Traje do Vale do Cávado, Romeira ou Capotilha (característico da cidade de Braga) é composto pelos seguintes elementos:
Véu branco em cambraia ou tule bordado; Camisa de linho, bordada a branco, no peito, ombros e punhos com gola de renda.
Colete preto bordado; Capotilha em vermelho vivo para as moças e azul escuro ou preto para as casadas e mais idosas; guarnecidas de veludo, cordões, cetim e vidrilhos, com grandes pontas traçadas sobre o peito (para o lado esquerdo), presa nas ancas e atada na zona lombar.
Saia preta bordada em veludo e vidrilhos; Avental tecido em cores vivas, com tirados de lã, debruados a veludo; “Lenço de pedidos” na cintura do lado direito.
Meias brancas, rendadas, de linho ou algodão; Chinelas pretas com pespontos brancos; Enfeites em ouro no peito e brincos nas orelhas.
Inácio Ferreira | Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio – Braga