CANTEPIANO: UMA MÚSICA CONTEMPORÂNEA DO ALENTEJO
Tem hoje lugar a partir das 21 horas, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, o espetáculo “CantePiano – Uma música contemporânea do Alentejo”, um projeto que procura uma fusão entre o piano e a tradição coral do Alentejo.
O cante alentejano – um modo de cantar tradicional do Baixo Alentejo – é originalmente música vocal a uma ou duas vozes, sem acompanhamento instrumental. Os seus intérpretes adotam uma relação do tempo musical com a ornamentação da palavra-melodia, tendo em vista a expressividade que procura a emoção.
Em CantePiano – Uma música contemporânea do Alentejo – projeto construído a partir de uma ideia do antropólogo Prof. José Rodrigues dos Santos, investigador do cante alentejano –, duas vozes de cantadores do Grupo Cantares de Évora, o ponto e o alto, são envolvidas por harmonias e timbres de fusão do piano – a “terceira voz”, qual berço original de vozes ancestrais.
Amílcar Vasques-Dias piano
Mestre Joaquim Soares ponto
Pedro Calado alto
Amílcar Vasques-Dias nasceu em Badim (Monção), a 7 de Março de 1945.
Completou estudos superiores de Piano com Maria de Lurdes Ribeiro e de Composição com Cândido Lima, nos Conservatórios de Música do Porto e de Braga.
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Secretaria de Estado da Cultura, concluiu o Curso Superior de Composição com Louis Andriessen, Peter Schat e Van Vlijmen, e de Música Electroacústica com Dick Raaijmakers e Gilius Van Bergeijk, no Conservatório Real de Haia, na Holanda, país onde, durante 14 anos, desenvolveu actividade artística e pedagógica como pianista e como compositor. Durante este período, recebeu encomendas do Ministério da Cultura da Holanda, da Fundação C. Gulbenkian, em Lisboa, e das Fundações holandesas: Amsterdams Fonds voor de Kunst; Fonds voor de Scheppende Toonkunst, e Fonds De Volharding.
Parte da sua obra está publicada pela editora Donemus-Amsterdam, e por Musicoteca-Edições de Música Lda.-Lisboa. As orquestras holandesas De Volharding e De Oerkest gravaram algumas das suas obras. Em Portugal, foram gravadas algumas das suas obras de câmara em vários CDs.
A sua música tem sido tocada na Europa e na América, nomeadamente em festivais de música contemporânea: Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), June in Buffalo (EUA), Cantigas do Maio (Seixal), S.Paulo (Brasil), Lisboa Capital da Cultura '94 - Skite (CCB-Lisboa), Astrakhan (Rússia), Manchester (UK), Capuchos'97 (CCB-Lisboa) e Encontro do Alentejo de Música do Séc. XX.I (Évora).
Foi docente de Composição, Orquestração, Música Electroacústica, Análise, Formação Auditiva e Harmonia ao Teclado nas Escolas Superiores de Música de Lisboa (1988-'90) e do Porto (1995-'96), e nas Universidades de Aveiro (1990-'96) e de Évora (1996-2010).