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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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CARAMURU: UM VIANENSE QUE FOI PIONEIRO DA COLONIZAÇÃO DO BRASIL

Por ocasião das comemorações dos 750 anos do Foral, a Câmara Municipal de Viana do Castelo editou uma singela mas interessante brochura com o título “CARAMURU: O Vianense criador da Brasilidade”. A homenagem incluiu ainda um monumento a Caramuru que foi implantado na Praça da República, em Viana do Castelo.

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Caramuru foi o nome que os índios tupinambás impuseram ao vianense Diogo Álvares Correia quando este, ao ter disparado um mosquete e abatido uma ave, causou grande espanto nos indígenas, tendo-se desse modo salvado da sua fúria canibalesca.

Com efeito, por volta de 1510, o vianense Diogo Álvares Correia seguia para a Índia numa nau que rumava ao novo mundo com o objectivo de explorar o negócio da madeira e sobretudo do pau-brasil quando ocorreu o naufrágio junto à costa da Baía de Todos-os-Santos.

O nome Caramuru pelo qual os índios tupinambás passaram a tratá-lo significa “homem de fogo” ou “filho do trovão” sendo também o nome pelo qual identificam um peixe existente nas águas onde encontraram Diogo Álvares. O certo é que, para além de ter escapado ao voraz apetite antropofágico dos indígenas, alcançou entre eles grande prestígio que se revelou da maior utilidade na relação com as expedições portuguesas e sobretudo os missionários jesuítas que ali aportavam.

Em 1781, Frei José de Santa Rita Durão no poema que compõe e através do qual evoca o descobrimento do Brasil e os feitos dos primeiros povoadores – “Caramuru – Poema Épico do Descobrimento da Baía” – o seu autor dedica-lhe entre outras a seguinte estrofe:

De um varão em mil casos agitado,

que as praias discorrendo do Ocidente,

descobriu o Recôncavo afamado

da capital brasílica potente:

do Filho do Trovão denominado,

que o peito domar soube à fera gente;

o valor cantarei na adversa sorte,

pois só conheço herói quem nela é forte.