No próximo dia 14 de junho (sábado), é apresentado no Porto o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”.
A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, é apresentada às 16h00, na livraria Unicepe.
O livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”, que percorre todos os distritos de Portugal continental, e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi concebido pelo historiador da diáspora Daniel Bastos (dir.), em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido (centro), e traduzido (português e inglês) por Paulo Teixeira (esq.)
A sessão de apresentação do livro, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, e posfácio da primeira mulher antropóloga portuguesa, Maria Beatriz Rocha-Trindade, estará a cargo do jornalista de cinema, apresentador de televisão e escritor, Mário Augusto.
A obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, é um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal. Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, e que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
A sessão de apresentação, que é aberta à comunidade, e se integra nos eventos comemorativos do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas na capital da região Norte, um território fortemente marcado pela emigração, constitui uma homenagem aos milhares de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo.
Refira-se que nesta história concisa e ilustrada da emigração portuguesa, recentemente apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa, são evidenciadas as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração. Como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
No prefácio do livro, Onésimo Teotónio Almeida, Professor Emérito da Universidade Brown, que dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português, assegura “Se uma imagem vale mil palavras, temos aqui duas centenas e meia de milhar de belas palavras saltando-nos à vista com gritante eloquência”.
Na mesma linha, Maria Beatriz Rocha-Trindade, autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, sustenta no posfácio que “Este livro, constitui uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal”.
Com vários livros publicados no campo da história da emigração portuguesa, cujas sessões de apresentação o têm colocado em contacto estreito com as comunidades lusas, o percurso do historiador e escritor Daniel Bastos, colaborador regular da imprensa de língua portuguesa no mundo, tem sido alicerçado no seio da diáspora.
Professor e formador, Luís Carvalhido tem participado em várias exposições individuais e coletivas, assim como em concursos de fotografia aquém e além-fronteiras. É autor de diversas obras, onde mais do que captar imagens, expressa e exterioriza sentimentos através da fotografia.
No dia 15 de junho, às 22h, vem viver uma noite diferente com o Etnográfico de Vila Praia de Âncora!
Prepara-te para um espetáculo inesperado, onde mostramos que somos muito mais do que as atuações tradicionais. Um espetáculo onde a música vai brilhar numa fusão de estilos, momentos, criatividade, alma... e muita diversão!
Marca na agenda, partilha com os amigos e vem descobrir esta faceta do Etnográfico.
A 19 de junho de 2025, as ruas do centro histórico de Ponte de Lima, enchem-se de Tapetes Floridos para a Procissão do Corpo de Deus.
As ruas do centro histórico de Ponte de Lima cobrem-se de tapetes floridos no dia da celebração do Corpo de Deus. A tradição de ornamentar as ruas para a procissão surge no início do século XVIII e, ano após ano, conta com o empenho e a devoção dos Limianos que, movidos pela fé, trabalham incansavelmente toda a noite, enchendo de cor e formosura as ruas que formam o itinerário da procissão. Para dar forma e cor aos desenhos, os moldes são enchidos com serrim, flores e ramos de arbustos, transformando as ruas em verdadeiras obras de arte que deslumbram os olhares dos visitantes.
Está escolhido o touro para a edição 2025 da Vaca das Cordas” - Ganadaria Santos Silva!
Pertence à ganadaria Santos Silva o touro que no próximo dia 18 de junho vai sair às ruas de Ponte de Lima para cumprir a tradição da "Vaca das Cordas", anunciou este sábado a Associação Defensores da Tradicional Vaca das Cordas Ponte de Lima.
A “Vaca das Cordas” é uma das mais antigas tradições limianas, que atrai à Vila de Ponte de Lima milhares de forasteiros de todos os pontos do país, e até da vizinha Espanha, que invadem o Centro Histórico e o areal do rio Lima para participarem nesta festividade, que mostra a alma e a tradição do povo limiano.
Projeto de reabilitação e valorização do rio Neiva já está em curso num investimento superior a meio milhão de euros
No âmbito do projeto de reabilitação e valorização do rio Neiva, que se encontra em curso desde o passado dia 20 de maio, foi realizada uma ação demonstrativa sobre a utilização de tração animal na gestão de corredores ribeirinhos.
A iniciativa teve lugar junto ao Parque da Azenha da Almerinda, em Alvarães - Viana do Castelo e esteve a cargo da Associação Portuguesa de Tração Animal (APTA), que aposta nesta técnica em alternativa a outras ambientalmente menos sustentáveis, nomeadamente de recurso a maquinaria.
No terreno, foi demonstrado como se aplica este método e explicadas as vantagens do recurso a esta técnica, tendo sido possível constatar a sua eficácia. Os cavalos Lola e Sabor, após todo um trabalho de preparação prévia, cumpriram com rigor e eficiência a tarefa de remoção de troncos de árvores caídos no rio, merecendo até aplausos do grupo que assistiu à oficina prática.
O Presidente da Associação Portuguesa de Tração Animal, João Brandão Rodrigues, realçou que esta técnica, outrora bastante utilizada e hoje praticamente em desuso, é de “elevado valor natural” e consegue ser muito eficaz. Notou que “o impacto é mínimo”, constituindo uma solução ambientalmente mais sustentável, razão pela qual tem sido opção na realização de diversas intervenções, tanto em contexto de preservação ambiental como patrimonial, e deu até vários exemplos.
Este testemunho foi secundado por Pedro Teiga, engenheiro ambiental do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), e diretor executivo da E.RIO, empresa focada na reabilitação fluvial através da aplicação de Soluções baseadas na Natureza, e que desenvolveu o projeto de reabilitação e valorização do rio Neiva. Pedro Teiga sustentou que, por uma questão de sustentabilidade, esta é uma garantidamente melhor opção. Explicou que os animais têm treino e alimentação específicos para o desenvolvimento deste tipo de trabalho, notando que são “aspetos muito importantes a considerar nestas intervenções”, para além de várias outras questões.
Tiveram oportunidade de assistir à demonstração o Presidente do Conselho de Administração da Esposende Ambiente, Paulo Marques, técnicos dos municípios de Esposende e de Viana do Castelo, responsáveis da APA - Agência Portuguesa do Ambiente, bem como o empreiteiro da empresa responsável pela execução do projeto de reabilitação e valorização do rio Neiva, para aferição da eficácia desta técnica e eventual recurso a este método.
Esta intervenção no rio Neiva é promovida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em articulação com os municípios de Esposende e Viana do Castelo e as Juntas de Freguesia de Freguesia de Antas, Forjães, S. Romão do Neiva, Castelo de Neiva e Alvarães, e representa um investimento superior a meio milhão de euros. Os trabalhos terão uma duração de 180 dias (6 meses), abrangendo as suas margens numa extensão de dez quilómetros, englobando a naturalização dos percursos pedestres ao longo do rio, a limpeza e erradicação de invasoras e a estabilização de troços da margem do rio com recurso a técnicas de engenharia natural, possibilitando o usufruto sustentável destes espaços
Recorde-se que, no passado mês de fevereiro, decorreu, na Câmara Municipal de Esposende, uma reunião técnica com todas as entidades envolvidas no processo, justamente para dar andamento e este projeto, “fundamental para a preservação dos nossos recursos hídricos”, como salientou então o Presidente da Câmara Municipal de Esposende. Guilherme Emílio saudou a envolvência das Juntas de Freguesia e a colaboração entre os diversos intervenientes, “para garantir que o sucesso desta ação beneficie toda a comunidade”. Posteriormente, foi efetuada uma visita ao terreno, para um melhor entendimento do projeto de execução, e, mais tarde, foram realizadas sessões públicas de esclarecimento à população, nas freguesias de Antas – Esposende e S. Romão do Neiva – Viana do Castelo. “A preservação e valorização do nosso património natural é de extrema importância pelo que vamos continuar a trabalhar juntos neste objetivo comum”, garantiu Guilherme Emílio.
Evento decorre entre 3 de junho e 29 de julho, com a participação de oito grupos
Numa estratégia de valorização e dinamização da etnografia do concelho, o Município de Esposende vai promover, entre 3 de junho e 29 de julho, a quarta edição da iniciativa “Folclore na Praça”.
O evento, que este ano se transfere do Largo Fonseca Lima para o Largo Rodrigues Sampaio, em pleno centro da cidade, traz para a rua as danças, os cantares e as tradições dos grupos etnográficos locais. Sempre à terça-feira à noite, a partir das 21h30, a cidade enche-se de cor e alegria, desafiando o público a interagir e a fazer parte do espetáculo.
A marcar o arranque da edição de 2025, no dia 3 de junho, atua o Rancho Folclórico Sargaceiro da Vila de Apúlia, no dia 10 apresenta-se a Ronda de Vila Chã e, no dia 17, o Grupo Associativo de Divulgação Tradicional de Forjães. O folclore regressa ao Largo Rodrigues Sampaio a 1 de julho, com o Grupo de Sargaceiros da Casa do Povo de Apúlia, seguindo-se, no dia 8, o Grupo Folclórico de Palmeira de Faro, no dia 15 o Rancho Folclórico As Moleirinhas das Marinhas, no dia 22 o Rancho Folclórico Danças e Cantares de Marinhas, culminando, no dia 29 de julho, com a atuação do Rancho Folclórico de Fonte Boa.
Tendo como palco uma das mais belas praças da cidade, o evento promete repetir o sucesso das anteriores edições, convidado o público a vivenciar em pleno a alegria de dar corpo às tradições deste território, marcadamente turístico, mas com uma forte componente cultural. O Município continua assim empenhado, em parceria com as coletividades locais, na valorização e dinamização da etnografia, dando cumprimento aos Objetivos de Desenvolvimento Local (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
“Jardim da Paz, Jardim para a Paz” – 20º Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima
A 20ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima abriu esta sexta-feira feira às 17 horas com o tema “Jardim da Paz, Jardim para a Paz”, na presença do Presidente da Confederação de Empresários da Galiza, Juan Manuel Vieites.
A Vila Jardim acolhe 11 novos jardins oriundos de 12 países, para além do jardim mais votado da edição anterior. Confira as propostas selecionadas para esta edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima:
“Caminhos de Paz, Caminhos de (a) Vida” de Portugal;
“Folding Peace” da Áustria, Eslovéquia e Holanda;
“Doces para a Paz” do Brasil;
“Peace Garden, A Garden for Peace” da República Checa;
“Engawa” da Espanha;
“Awaken” dos Estados Unidos da América;
“Paz Total” da Colômbia;
“Re-Imagining Peace” dos Estados Unidos da América;
“Museu Jardim da Luta dos Povos Indígenas” do México;
“La Paix entre L’Homme et La Nature” da França;
“Catarsis Garden” de Portugal;
“O Jardim Dinamarquês” da Dinamarca – mais votado da edição anterior.
Simultaneamente, ocorre a 10ª edição do Festival de Jardins Escolinhas de Ponte de Lima que apresenta 11 jardins elaborados pelos alunos dos agrupamentos de escolas do concelho de Ponte de Lima, aos quais se junta, pela primeira vez, o jardim de uma escola de Xinzo de Limia, Espanha.
“Caminhar para a Paz”, JI de Cepões, salas 1 e 2;
“Não há caminho para a Paz, a Paz é o caminho”, CEIP Rosalía de Castro, 4º EP A/B/C de Xinzo de Limia, Espanha;
“Jardim do Relaxamento”, EBI da Correlhã, 3º B;
“Crianças a Florir para a Paz”, JI de Freixo, sala S3;
“A Paz começa ‘cá dentro’!”, CE da Ribeira, turma R2A;
“O Jardim das Histórias”, CE da Feitosa, 3º F3B – mais votado pelo público em 2024;
“Sinto Paz, onde sou feliz”, JI do CE da Facha, salas 2 e 5;
“Ninho de Paz”, EB de Trovela, turma T1A;
“O Jardim do Sossego”, JI da EB de Rebordões de Souto, sala 1;
“Um Sonho… pelo Caminho da Paz!”, JI da EB da Feitosa, turma F2;
“Canteiros de Paz”, EB de Trovela, turma T2A;
“De mãos dadas… pela PAZ”, EB1 de Ponte de Lima, turma P1C.
Durante a inauguração, o Vice-presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Dr. Paulo Sousa, começou por exaltar “este Festival, que se realiza desde 2005, é um dos projetos mais ambiciosos do Município de Ponte de Lima. Notabilizando-se pela sua singularidade e dimensão, este recebe anualmente cerca de 100.000 visitantes, que se deslumbram com os jardins provenientes dos quatro cantos do mundo.”
Face a data simbólica do 20º Aniversário foram enumeradas várias façanhas, fruto do ”investimento, trabalho, e dedicação desta organização. Foram construídos 240 jardins, em 20 edições; recebemos propostas de candidaturas de 37 países; [e tivemos um] número total de visitantes: 1.900.000.”
A temática foi salientada pelo Vice-Presidente face ao contexto mundial e nacional, “o tema da edição deste ano, “Jardins de Paz, Jardins para a Paz”, tem toda a pertinência nos tempos conturbados que atravessamos, mas acaba por ser também, de certa forma, um tema bastante natural. Os jardins foram sempre, desde os tempos antigos, lugares de deleite, de quietude, de tranquilidade, de recreio, de contacto pacífico com a natureza e o ambiente, com as suas cores, formas e cheiros.”
A 20ª edição do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima prolonga-se até 31 de outubro.
Os Bombeiros Voluntários comemoram 144 anos de existência. Reza o seu historial oficial o seguinte:
“Após os acontecimentos de 23/04/1881, a cidade reagiu e nasceu a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo.
No dia 23 de Abril de 1881, pelas 06h30, deram as torres das igrejas sinal de incêndio, que se manifestou no armazém de enxofre que a empresa Araújo & Cª, do Porto, possuía na Rua do Cais (hoje Rua Prior do Crato), desta cidade. O armazém continha 1.016 sacas daquele produto e uma porção de urze seca, que servia para a estivagem de navios.
Compareceu a Companhia de Bombeiros Municipais (1) com os respectivos aparelhos, quase todo o Regimento de Infantaria 3, muitos guardas da fiscalização externa, e outras pessoas que, sob as ordens imediatas das autoridades, também presentes, principiaram a combater o incêndio, que ameaçava tomar enormes proporções.
Os vapores do enxofre a arder espalharam-se de maneira tal que sem o risco de asfixia fulminante ninguém se podia aproximar.
Afrontando ainda assim, com denodo extraordinário aquela atmosfera irrespirável, que até mesmo a grande distância incomodava, os bombeiros municipais, coadjuvados pelos porta-machados de infantaria 3, guardas de fiscalização e muitos particulares, começaram a inundar, com o serviço simultâneo de 3 bombas, pelo lado do cais e pela rua do mesmo nome, o 1º e 2ºs pavimentos do edifício incendiado. Apesar, porém, de todos os esforços e da ininterrupção do trabalho, dificultado pela estreiteza da rua e pela impossibilidade da entrada numa viela de 1 metro de largura (Viela do Enforcado), que separava a casa incendiada do edifício da alfandega, o fogo progredia sempre, o pânico aumentava e as nuvens de fumo sufocador tornavam cada vez mais critica a situação. Nesta conjuntura resolveu-se cortar o telhado do prédio, a fim de evitar a comunicação do fogo para os que lhe ficam contíguos.
Procederam a este serviço alguns dos bombeiros municipais, os porta-machados, e três carpinteiros das obras da barra, regulando os trabalhos o Eng.º João Thomaz da Costa (que viria a ser o Vice-Presidente da primeira Direcção e Presidente a partir de Janeiro de 1883), director das obras públicas do distrito. Foram então retiradas do pavimento superior do prédio incendiado muitas centenas de molhos de carqueja, que o fogo ainda não atingira. Concluído este serviço e quando o pessoal que o realizara tinha passado ao 2º andar, abateu uma porção de soalho, levantando-se então uma enorme labareda, uma língua de fogo, que produziu graves queimaduras nas pessoas presentes, ficando feridos, entre outros, o referido Eng.º João Thomaz da Costa, quatro porta-machados, o bombeiro Manuel Pinto de Campos, o carpinteiro José Ribeiro Taborda e Benjamim do Espírito Santo.
Prosseguiram depois os trabalhos de extinção. As bombas, sem cessar, inundaram tudo de água. No foco de incêndio, e sempre com grande custo, lançou-se uma grande porção de areia, que conseguiu amortecer a violência do fogo, que só nesta altura começou a ser dominado com vantagem.
Ao mesmo tempo retirava-se do armazém contíguo, e já por entre nuvens de fumo asfixiante, uma grande porção de latas de petróleo e barris de alcatrão, bem como se procedia ao despejo de importante depósito de cereais que António Pires Barbosa, negociante desta cidade, possuía junto e ao nascente do prédio incendiado.
Até às cinco da tarde continuaram, sem cessar, estes trabalhos e perto das seis suspenderam-se, porque o fogo parecia extinto e já se podia penetrar no armazém. Durante a noite ficaram ali as bombas, um piquete de tropa, a Companhia de Bombeiros e muitas outras pessoas, mas nada houve que desse a conhecer a continuação do fogo, o qual se dava já por completamente terminado.
Do edifício da alfândega, que fica nas traseiras do prédio em que o fogo causou tão avultados prejuízos, foram retiradas todas as mercadorias, mobília e arquivo das repartições.
O Governador Civil telegrafou para o Porto requisitando auxílio de material e pessoal habilitado. Depois como o incêndio declinasse, expediu ordem em contrário, e o comboio de socorro, que já estava preparado, vindo nele uma grande parte da Associação de Bombeiros Voluntários do Porto, não chegou a partir da estação de Campanhã.
No dia 29 daquele mês, vários cavalheiros da cidade, a fim de combinarem nos meios a adoptar para a organização de um corpo de bombeiros voluntários, reuniram-se na casa da Associação Comercial. Foi nomeada uma comissão encarregue de proceder aos trabalhos preparatórios, a qual ficou composta da seguinte maneira:
- Randolpho Rosmiro Correa Mendes
- António Adelino de Magalhães Moutinho
- Manoel José da Silva Couto
- Sebastião da Silva Neves
- Ventura Malheiro
No dia 15 de Maio, pelas 11 horas, realizou-se nas instalações do Liceu (hoje Escola Pluricurricular de Santa Maria Maior) uma reunião, que foi presidida pelo Governador Civil, Boaventura José Vieira. Foi apresentado o projecto de estatutos, que foi aprovado, e logo ali foi aberta inscrição de sócios das diversas categorias em que se dividia a Associação. Seguidamente procedeu-se à eleição da Direcção e Comando, ficando assim constituídos:
Presidente: Boaventura José Vieira
Vice-Presidente: João Thomaz da Costa
1º Secretário: José Maria Caldeira
2º Secretário: João José de Carvalho
Tesoureiro: António José Ferreira
1º Comandante: Randolpho Rosmiro Correa Mendes
2º Comandante: António Adelino de Magalhães Moutinho
Na respectiva acta foi lavrado um voto de louvor a Guilherme Gomes Fernandes, comandante da Companhia de Bombeiros Voluntários do Porto, pela delicadeza e boa vontade inexcedível com que se prestou a auxiliar a comissão instaladora, fazendo-lhe os mais relevantes serviços.
(1) - os BM tinham 3 bombas, das quais a mais recente a nº 35, tinha 25 anos e era a única que dispensava aguadeiros, por ter um absorsor de água para o rio ou poço. Só tinha uma saída de mangueira. Possuíam ainda uma pequena bomba, própria para trabalhar no interior das casas e uma carroça com material.
Os efectivos rondavam os 26 homens, que era considerado pouco para uma cidade com 9.149 habitantes e 2.075 casas (censo de 1878).”
Este cartaz propõe uma leitura simbólica e emocional da Romaria de Nossa Senhora da Agonia, centrando-se na fusão entre a fé religiosa e a tradição vianense. A imagem de fundo, dominada pela presença serena e imponente da Senhora da Agonia, envolve e protege a mordoma em primeiro plano, como num abraço espiritual e geracional.
Mais do que anunciar um evento, este cartaz afirma uma identidade: Viana do Castelo é um território onde a fé se borda na roupa, se dança nas ruas e se sente no coração.
31 de maio é Dia do Pescador. Uma data de orgulho, de memória e de identidade para todos aqueles que vivem do mar, com o mar e para o mar. Hoje quero deixar uma palavra especial aos pescadores da minha freguesia, Vila Praia de Âncora, estendendo esse reconhecimento a todos os pescadores do concelho de Caminha. Mas neste dia, quero falar de um homem que simboliza o melhor desta profissão. MESTRE VASCO PRESA.
Mais de meio século ligado à pesca, ainda no ativo, com um saber feito de marés, redes, sal, risco e coragem. Vasco Presa é um perito na arte da pesca artesanal, seletiva e sustentável, e isso basta para lhe reconhecermos valor. Mas há muito mais.
É resiliente como poucos. Um homem que resiste às dificuldades, que luta por aquilo em que acredita, e que nunca virou a cara à comunidade piscatória da qual faz parte e que defende com unhas e dentes.
Conheci o MESTRE VASCO PRESA desde a adolescência, graças ao meu pai, Francisco Sampaio. Mas foi a partir de 2010 que me aproximei verdadeiramente deste lobo do mar. Desde então, partilhámos lutas, projetos, sonhos e revoltas. Lutámos e continuamos a lutar por justiça no mar e por dignidade no nosso porto de mar.
Mas aquilo que mais me marca é o que aprendi com ele — e não fui o único. Ensinou-me a mim e ensinou ao meu filho Joca, tal como ensinou os filhos de muitos outros colegas. Essa generosidade, essa vontade de partilhar o que sabe, revela a grandeza do ser humano que é e a interajuda que vive no seu coração.
Todos os profissionais conhecem a sua sabedoria. E quem pratica pesca desportiva embarcada, como eu, sabe que nada se faz sem escutar o Mestre Vasco Presa. Ele ensina, aconselha, alerta, incentiva e alegra-se com o sucesso dos outros. Porque é assim: vive com generosidade.
Hoje, no Dia do Pescador, deixo este reconhecimento sentido, pessoal e coletivo.
Porque o exemplo de Vasco é, verdadeiramente, a honra de todos os pescadores.
E porque ainda há mestres entre nós que merecem ser celebrados enquanto continuam a ensinar, a resistir e a inspirar.
A todos os pescadores, de ontem, de hoje e de amanhã.
Que nunca vos falte o mar, a força, nem o reconhecimento que merecem.
Neste dia, lembramo-nos de cada rede lançada, de cada madrugada vivida, de cada regresso em segurança.
Obrigado por tudo.
Hoje é o vosso dia mas o vosso valor sente-se todos os dias.