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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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MÁRIO PASSOS VISITA AMANHÃ A FEIRA DE ARTESANATO E GASTRONOMIA DE FAMALICÃO

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Alteração de data | Presidente da Câmara visita a feira este domingo, dia 1 de setembro, às 16H00

Em razão do Luto Nacional, decretado na sequência do acidente que vitimou militares da Guarda Nacional Republicana ao serviço do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, a visita do Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, à 39ª Edição Feira de Artesanato e Gastronomia, agendada para hoje, sábado, dia 31 de agosto, pelas 19h00, foi cancelada.

A visita fica agendada para este domingo, dia 1 de setembro, pelas 16h00.

A edição deste ano do certame arrancou esta sexta-feira,  com a participação de cerca de cem artesãos e produtores gastronómicos de todo o país e com mais de 20 momentos musicais.

Além de serem promovidos saberes e sabores tradicionais, a Feira dá ainda palco a grandes nomes da música local e nacional. Ana Laíns (hoje), Cláudia Martins & Minhotos Marotos (1), Plutonio (3), Pedro Moutinho (4) e António Zambujo (5) são alguns dos nomes que compõem o cartaz deste ano do evento.

A 39.ª Feira de Artesanato e Gastronomia tem entrada gratuita e vai desenrolar-se na Praça Mouzinho de Albuquerque, até 8 de setembro. O programa completo está disponível em www.famalicao.pt.

CAMINHA: CENTRO DE DIA E SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO DE SANTA MARIA DE RIBA DE ÂNCORA INAUGURADO COM FORTE ENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO

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Palavras de gratidão e amizade marcaram a cerimónia que juntou diversas individualidades

“A obra é o fruto de anos de luta e dedicação visando a melhoria do atendimento e acolhimento dos idosos da comunidade de Riba de Âncora e freguesias do Vale do Âncora” – esta é a frase inscrita na placa que marca, a partir de hoje, a inauguração do Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário de Santa Maria de Riba de Âncora, um sonho tornado realidade, que se pretende tenha continuidade e possa ainda crescer. Foi uma cerimónia simples e muito participada pela população. Começou pelas 10h00, com várias intervenções de responsáveis pelos diferentes organismos que colaboraram, de diversas formas, para que a obra fosse agora realidade. Transversal a todas as intervenções foi a alegria e a união, expressa também em agradecimentos – muitos - que se repetiram. Seguiu-se a visita ao complexo e o convívio.

Também na placa ficam inscritos os nomes das várias pessoas e entidades que, hoje, participaram na cerimónia, umas porque estiveram no projeto desde a primeira hora, outras por inerência de funções. A inauguração contou, entre outras, com as participações do Secretário de Estado da Segurança Social, Jorge Campino; Diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo, Orlando Antunes; Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. João Lavrador; Presidentes da Câmara Municipal de Caminha, Rui Lages; Presidente da Junta de Freguesia de Riba de Âncora, Paulo Alvarenga; Vice-Presidente do Conselho Diretivo dos Baldios de Riba de Âncora, João António Gonçalves; Pároco e Presidente do Centro Paroquial e Social de Santa Maria de Riba de Âncora, Manuel Joaquim Oliveira.

Estes são os nomes que ficaram também a constar da tradicional placa, mas a lista de pessoas que se envolveram, direta e indiretamente, neste projeto é bastante mais vasta. Como foi frisado em diversas intervenções, a própria população, que não só compareceu hoje em grande número, mas também se organizou por diversas vezes, para angariação de fundos, que permitisse concretizar o sonho.

É um projeto de todos, como repetiu logo no início Rosa Máximo, da direção do Centro de Dia, a quem coube conduzir a parte mais formal, apresentando cada interveniente.

Gratidão e agradecimento foram, aliás, as palavras mais repetidas. Transversal foi ainda o carinho em relação ao Pároco Manuel Joaquim, que em breve se vai retirar de funções, e que é um dos mais importantes obreiros, o primeiro talvez a sonhar com a obra. Para ele estava reservada uma pequena surpresa, um presente, um Cristo.

Paulo Alvarenga recordou os desafios que a obra implicou, todos ultrapassados, agradeceu ao arquiteto Pita Guerreiro, à Câmara, aos seus funcionários e aos funcionários da Junta de Freguesia, alguns a experimentarem mesmo trabalhos que não são habitualmente os seus, mas que aqui eram necessários e ninguém hesitou em ir em frente. O autarca agradeceu também, entre outros, a Flamiano Martins, mais uma das pessoas que se dedicou por inteiro à obra; ao atual Presidente da Câmara, Rui Lages, que ainda recentemente conseguiu desbloquear apoios que eram necessários; mas também ao anterior Presidente, Miguel Alves, que iniciou com ele e com os outros entusiastas, toda a obra.

Paulo Alvarenga revelou, porém, que “a obra não acaba aqui” e deixou no ar que é possível ir mais longe, fazer ainda mais e que a ambição da freguesia e da sua comunidade tem sonhos ainda maiores. “Para mim, esta é a obra mais importante de todas”, referiu ainda o autarca local, visivelmente feliz da sua comunidade e da obra de todos, como a considerou.

Rui Lages, na mesma linha, agradeceu todas as colaborações, incluindo os trabalhadores da Câmara Municipal, mas com destaque para o Pároco Manuel Joaquim, Flamiano Martins e Paulo Alvarenga – o autarca que classificou como persistente, audaz, fazedor e bom gestor dos dinheiros públicos.

Intervieram ainda, entre outros, o Diretor da Segurança Social, que ainda há pouco iniciou funções, assim como o Secretário de Estado. Em comum, palavras de apoio ao projeto e aos responsáveis e o desejo de colaborar para ajudar a fazer mais e melhor. 

A sessão formal foi encerrada com a intervenção de D. João Lavrador, para reforçar as palavras de gratidão em relação ao Pároco Manuel Joaquim. Falou ainda do papel da Igreja e das instituições e apelou a um trabalho conjunto: “vamos trabalhar todos, com critério, serenidade, rigor e legalidade”.            

A nova sede do Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário de Santa Maria de Riba de Âncora nasce assim no prédio que outrora foi a escola primária da freguesia. O edifício, propriedade da Câmara Municipal de Caminha, foi cedido gratuitamente, através de contrato comodato, por 50 anos, para instalação do equipamento social.

Trata-se de uma obra para a comunidade, uma comunidade alargada, que não se limita aos utentes da freguesia de Riba de Âncora.

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MITRA DO BISPO DA DIOCESE DE VIANA DO CASTELO CELEBRA OS BORDADOS DE CARDIELOS

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Não há minhoto que não se reconheça nos motivos que adornam a mitra do Bispo da Diocese de Viana do Castelo. Com efeito, ela remete-nos para os magníficos bordados de Cardielos e da região do Alto Minho em geral. É, porventura, uma forma de afirmar que o Bispo está com o seu povo e ele é a sua Igreja.

A mitra possui origens remotas que nos remetem para a época romana ao tempo do imperador Constantino. Trata-se de uma cobertura de cabeça usada como insígnia pontifical pelos prelados da Igreja Católica e outras igrejas cristãs. Melhor dizendo, apenas aos bispos é conferido o direito de uso da mitra.

CAMINHA: IV FEIRA DO LIVRO LUSO GALAICO DA RIBEIRA MINHO É UM ESPAÇO DE UNIÃO DE POVOS E CULTURAS

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Certame abriu com a presença da Presidente do Rosal e do Vereador da Cultura de A Guarda

A IV Feira do Livro Luso Galaico da Ribeira Minho abriu ontem à tarde, em Caminha, junto à Torre do Relógio. Este é um certame que junta os três municípios que constituem a “Eurocidade da Foz do Minho”. Além do Presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, participaram na abertura a Presidente do Rosal, Ánxela Fernández Callís, e o Vereador da Cultura de A Guarda, Celso Farinas. Esta Feira do Livro é uma organização conjunta com o Jornal Caminha 2000 e as freguesias de Caminha Matriz e Vilarelho.

Até domingo, no certame de Caminha, mas também no Rosal e A Guarda (com eventos a decorrer em paralelo, podem ser conhecidos livros e autores da região, a par de um programa que inclui várias iniciativas ligadas ao livro e à literatura.

O certame, em Caminha, abriu ao som das gaitas galegas e das concertinas minhotas, em clima de festa e de união de culturas e costumes. Os três autarcas, em intervenções informais, realçaram a importância dos laços entre autarquias e povos da Eurocidade, designadamente no âmbito cultural. Rui Lages frisou que o rio tem de continuar a ser um fator de união e manifestou-se otimista nos projetos futuros.

Recordaram-se histórias antigas, inclusive do tempo em que o contrabando juntava as populações, que sempre mantiveram relações ao nível económico, procurando numa ou noutra localidade produtos dessa região, apesar dos constrangimentos oficiais.

São laços que somam séculos e que agora terão continuidade de uma forma oficial e mais coesa e fortalecida, sob a forma de Eurocidade, tendo ficado claro que estão em preparação projetos conjuntos de envergadura, que farão a diferença, pela positiva, para os três municípios e para as suas populações.

Além da visita à Feira, o primeiro dia ficou ainda marcado por “Poemas cantados de Isabel Marouço” - a Pastora-Poetisa da Serra d’Arga. Foi uma ocasião para falar de percursos, vidas e de poesia, numa espécie de tertúlia, com apresentação de Inês Silva Araújo.

Como já referimos, a par da divulgação e da venda de obras, o programa da IV Feira do Livro Luso Galaico da Ribeira Minho inclui diversos momentos culturais, como tertúlias, exposições, espaços de poesia e lançamento de novas obras. É o caso do lançamento do livro “O Barco de Vilar de Mouros e Outras Embarcações do Rio Coura”, uma obra que tem como autores Paulo Torres Bento, Joaquim Aldeia Gonçalves, Basílio Barrocas e Plácido Ranha Silva Souto. Trata-se de uma edição do GEPPAV - Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense, entidade que se dedica essencialmente à pesquisa, preservação, inventariação e produção de conhecimento sobre o património vilarmourense.

O novo livro será apresentado por Carlos Antunes.

PROGRAMA

Feira do Livro Luso Galaico da Ribeira Minho

CAMINHA

Praça Conselheiro Silva Torres

30, 31 de agosto e 01 de setembro

15H00 – 23H00

SÁBADO, 31 DE AGOSTO

16H00

HORA DO CONTO

O Nabo Gigante, de Alexis Tolstoi

ATELIÊ

Construção das personagens da história para reconto da mesma

Por: Rita Pereira, Biblioteca/Ludoteca Municipal

18H00

LANÇAMENTO DO LIVRO

O Barco de Vilar de Mouros e Outras Embarcações do Rio Coura

Autores: Paulo Torres Bento, Joaquim Aldeia Gonçalves, Basílio Barrocas, Plácido Ranha Silva Souto

Edição: GEPPAV

Apresentação: Carlos Antunes

DOMINGO, 01 DE SETEMBRO

18H00

UM LIVRO, UMA CONVERSA E ÀS VEZES UM FILME

Composição Ibérica Portugal e as Espanhas

Autor: Ramón Villares

Apresentação: António Cunha

IV FERIA DO LIBRO LUSOGALAICA DA RIBEIRA MIÑO

A GUARDA

Casa dos Alonsos - Praza do Reló

30 e 31 de agosto

11H00 – 14H00 / 17H30 – 20H00

Exposición de debuxos a tinta de Berto Franco e a Escultura de Magín Picallo

O ROSAL

Casa do Concello

30 e 31 de agosto

11H00 - 14H00

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MÚSICA, BAILADO CONTEMPORÂNEO E ABRIL NA RENTRÉE DE PAREDES DE COURA

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Setembro está aí e a rentrée de Paredes de Coura mantém dias preenchidos com uma oferta cultural assinalável. Do concerto intimista de Caio, pseudónimo de João Santos, que nos traz um primeiro avanço para do “Descentrar 24” onde está o incontornável ‘Queda Livre’, mas também o bailado contemporâneo coreografado por Vasco Wellenkamp para ‘Na substância do tempo’ com inspiração na poesia de Sophia de Mello Breyner ou até as conversas em torno de Abril neste ano de celebração pelos 50 anos da restituição da liberdade e as Conversas na Casa Grande este mês sobre ‘A Ruralidade’ prometem um setembro intenso de iniciativas, às quais não faltam também o cinema com os blockbusters da estação, o programa família e as já habituais oficinas com as construções Lego na Caixa dos Brinquedos.

Comecemos por Caio, que volta a Coura, depois de também ter protagonizado em agosto do ano passado uma das Vodafone Music Sessions na igreja românica de Rubiães. Agora, pelo Centro Cultural promete a 20 de setembro desfilar algumas das suas canções do álbum prometido para final do ano, nomeadamente ‘Queda Livre’, “uma canção sobre encontrarmos o nosso lugar num mundo que cada vez mais se pode considerar preto e branco”, explica João Santos.

Por sua vez, a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo traz a Coura ‘Na substância do tempo’, um espetáculo em três momentos que inclui as peças ‘Em Redor da Suspensão’, ‘Outono para Graça’ e ‘Requiem’. ‘Em Redor da Suspensão’ surge da inspiração na poesia de Sophia de Mello Breyner, enquanto ‘Outono para Graça’ é um dueto coreografado inicialmente para a bailarina Graça Barroso, cofundadora da CPBC com Vasco Wellenkamp. Já ‘Requiem’, inspirada pela obra musical de Benjamin Britten, Sinfonia da Requiem, apresenta-se como uma peça alusiva à perda e ao cenário de guerra, retratando as consequências e impacto que estes dois agentes têm na sociedade.

As tertúlias e conversas voltam a marcar a agenda de setembro, com ‘Abril por fora e Abril por dentro’ neste ano de celebração pelos 50 anos do 25 de Abril, reunindo a 21 de setembro no Centro Cultural a conferência com Alfredo Cunha, João Pereira, Rui Vieira de Castro e Vitor Paulo Pereira, com moderação de Tiago Brandão Rodrigues. Já as Conversas na Casa Grande colocam a arquiteta paisagista Ana Isabel Queiroz a conversar com Vitor Paulo Pereira sobre o tema ‘A Ruralidade’.

Setembro também nos traz cinema com ‘Podia ter esperado por agosto’, dirigido por César Mourão, e o filme de aventura e ação realizado por Shawn Levy, ‘Deadpool & Wolverine’. Mas também há o Programa Família com ‘Manuel, uma homenagem poética a uma infância...’ e as já habituais oficinas/workshops com construções Lego na Caixa dos Brinquedos, para uma rentrée com múltiplas e apelativas iniciativas.

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VIANA DO CASTELO: AS FESTAS DA SENHORA DA AGONIA

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Diário de Agosto * Número 18. 2018

As Festas da Senhora da Agonia constituem um exemplo de património cultural imaterial que corresponde ao encontro de diversas influências tradicionais e históricas. Se o acontecimento que hoje presenciamos vem do século XVIII, a verdade é que resulta da convergência de ritos pagãos cristianizados muito antigos. O fundo céltico junta-se às tradições dos suevos, visigodos e galegos . As mordomas, as lavradeiras, as morgadas ou as noivas apresentam indumentárias cuja origem se perde na noite dos tempos. As cores, sobretudo das lavradeiras, são variadas: vermelho, verde, amarelo, azul ou mesmo preto. Trazem na mão palmito ou vela votiva, têm lenço na cabeça e muito ouro ao peito, devendo ser solteiras e sem fama. As mordomas, que se encarregam de reunir fundos para a festa e irmandades, trazem avental, muitas vezes com as armas reais, os mais antigos. Se nos lembrarmos dos testemunhos vivos, percebemos que uma mordoma pode trazer na cabeça um lenço com "mais de cem anos" que terá pertencido a uma trisavó, nas orelhas ostenta uns brincos de ouro da mesma época, ao peito dois grilhões, uma moeda e vários fios em ouro "verdadeiro"… O traje de noiva é negro e soberbo, de uma grande riqueza, troca o lenço de mordoma (colorido e de seda), por um lenço de fina cambraia (em algodão ou linho) bordado, cruzado à frente. O véu de renda ou tule bordado é levado de pontas caídas sobre o peito. A vela votiva e a palma da Páscoa são trocadas pelo ramo de noiva, normalmente de formato redondo e composto de vivaz e flores de laranjeira. O lenço de namorados é decorado com motivos florais, frases de amor e motivos ornamentais, sempre feitos em ponto cruz, ponto cheio e de pé-de-flor.

A imagem de Nossa Senhora da Agonia de Viana entrou na Capela do Bom Jesus em 1751 e foi então que se iniciou a devoção. Os mareantes, pescadores, lavradores, gente do mar e da terra entregaram-se a esse culto – que se refere à Agonia, enquanto luta contra a adversidade. O Agón grego significa exatamente combate, nesse sentido Unamuno escreveu a “Agonia do Cristianismo”. Em 1783, a Sagrada Congregação dos Ritos permitiu que fosse celebrada na Capela de Nossa Senhora da Agonia uma Missa Solene, todos os anos no dia 20 de agosto, data entretanto adotada como Feriado Municipal de Viana do Castelo. Em 1861 a Festa Solene serviu de base à Romaria, que passou a assumir maior importância, tornando-se tão grandiosa que hoje é o verdadeiro símbolo da região. Torna-se um arraial repleto de cantares, de violas, de danças, um rijo arraial. Em 1862, a Romaria assumiu tamanha popularidade que se calculava que o fogo de artifício era visto por mais de cinquenta mil pessoas. Nove anos mais tarde, passou a haver uma toirada e em 1906 nasceu a Festa do Traje e dois anos depois, em 1908, o cortejo etnográfico.

Pedro Homem de Melo (1904-1984), poeta de Viana, de Afife, e sobretudo do dizer em português, escreveu um dos mais belos poemas sobre a identidade aberta e criadora de Viana do Castelo. Tantas vezes o ouvimos a dar corpo e vida a essa ligação generosa à terra…

«A minha terra é Viana!

Sou do monte e sou do mar.

Só dou o nome de terra

Onde o da minha chegar!

 

Ó minha terra vestida

Da cor da folha da rosa!

Ó brancos saios de Perre

Vermelhinhos na Areosa!

 

Virei costas à Galiza;

Voltei-me antes para o mar…

Santa Marta! Saias negras

Têm vidrilhos de luar!

 

Dancei a Gota em Carreço,

O Verde Gaio em Afife

Dancei-o devagarinho

Como a lei manda bailar!

 

Como a lei manda bailar

Dancei em Vile a Tirana

E dancei em todo o Minho

Quem diz Minho, diz Viana…

 

Virei costas à Galiza;

Voltei-me então para o Sul…

Santa Marta! Trajo Verde…

Deram-lhe o nome de azul…

 

A minha terra é Viana

São estas ruas estreitas

São os navios que partem

E são as pedras que ficam.

É este sol que me abrasa,

Este amor que não me engana,

Estas sombras que me assustam…

A minha terra é Viana.

 

Virei costas à Galiza…

Pus-me a remar contra o vento…

Santa Marta! Saias rubras…

Da cor do meu pensamento!

 

Como a lei manda bailar

Dancei em Vile a Tirana

E dancei em todo o Minho

Quem diz Minho, diz Viana…».

 

Fonte: Agostinho de Morais | Centro Nacional de Cultura

AS TRÉCULAS SÃO UM INSTRUMENTO DE MÚSICA TRADICIONAL UTILIZADO NA SEMANA SANTA

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Tréculas. Minho. Séc. XX (1ª metade)

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Coleção Michel Giacometti | MMP-AA160

Tréculas usadas nas procissões da Semana Santa, no Minho. Este instrumento musical tradicional é composto por treze tábuas de madeira de pinho de forma retangular, tendo entre elas doze troços de madeira de pinho de secção quadrangular e duas tiras de cabedal que sustentam o conjunto. Este é atravessado por corda de sisal terminada por duas argolas laterais em arame de ferro. O corpo do instrumento é posto em vibração pelo entrechoque das tábuas.

Esta peça faz parte da coleção de instrumentos musicais reunida pelo etnólogo Michel Giacometti e integra a exposição permanente do Museu da Música Portuguesa.

Fonte: Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria

MUNICÍPIO DE ESPOSENDE APRESENTA PROJETOS DA ESTRATÉGIA LOCAL DE HABITAÇÃO

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Requalificação de habitação e construção de novos fogos

O Município de Esposende procedeu hoje à apresentação pública dos projetos desenvolvidos no âmbito da Estratégia Local de Habitação (ELH) para o território concelhio e que se traduzem em quatro eixos de intervenção: construção de 91 novos fogos habitacionais; reabilitação de habitações sociais do Município; construção de um novo prédio para realojamento de 13 famílias de Cedovém-Apúlia; e requalificação dos bairros de habitação social de Esposende, Fão e Apúlia.

Na sessão, que atraiu largas dezenas de pessoas ao Auditório Municipal de Esposende, o Presidente Benjamim Pereira, que em breve assumirá a presidência do IHRU - Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, começou por relembrar a requalificação permanente nas habitações municipais de cariz social e a assinalável intervenção que a autarquia, através da Associação Esposende Solidário, tem concretizado em habitações de agregados familiares economicamente carenciados, a qual se traduz em cerca de 400 intervenções, nos últimos trinta anos.

Notou que a definição da Estratégia Local de Habitação remonta a 2019, mas que, atendendo ao elevado volume de investimento previsto, só agora foram encontrados os recursos financeiros para a sua execução, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e referiu que a ELH de Esposende dispõe de uma dotação orçamental contratualizada de 18 milhões de euros.

Esposende vai já, numa primeira fase, avançar com a reabilitação de 15 habitações sociais do Município, em Forjães, Vila Chã, Marinhas e Fão, cujo estado de manutenção e de alguma degradação assim o exige, nomeadamente no sentido da melhoria do conforto térmico, algo muito relevante para o bem-estar das famílias, mas também no que diz respeito à melhor utilização do recurso energia e contribuindo, dessa forma, para a proteção do planeta.

Integrado também na Estratégia Local de Habitação, o Município vai avançar com a construção de 91 novos fogos habitacionais, destinados ao arrendamento apoiado, enquadrados na Nova Geração de Políticas de Habitação, através do Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, denominado 1.º Direito. As habitações, todas de tipologia T2, serão construídas em terrenos do Município: 25 em Gemeses, 10 em Palmeira de Faro, 12 em Rio Tinto, 17 em Apúlia, no lugar de Criaz, e 27 em Vila Chã.

Por outro lado, será também construído um novo prédio de habitação em Cedovém - Apúlia, que permitirá realojar as 13 famílias aquando da implementação do projeto de requalificação daquele espaço, a executar no âmbito do Programa da Orla Costeira.

O autarca falava após as apresentações das duas equipas projetistas; do Gabinete Riportico, a Arquiteta Susana Nogueira e o Engenheiro Norberto Gomes deram a conhecer o projeto de intervenção nos bairros de habitação social de Esposende, Fão e Apúlia; e o engenheiro Vitor Hugo, do Gabinete VHM – Vitor Hugo – Coordenação e Gestão de Projetos, apresentou os projetos das habitações a construir em Gemeses, Palmeira de Faro, Rio Tinto, Apúlia e Vila Chã, bem como do prédio que realojará 13 famílias de Cedovém. Facto realçado pelos técnicos é que todos os novos edifícios serão caraterizados por uma linguagem arquitetónica fiel à envolvência, numa visão contemporânea da forma de habitar. Espaços amplos e boa orientação solar são outras caraterísticas destas casas, sendo edifícios construídos, mais uma vez, no respeito aos pressupostos da sustentabilidade ambiental e da eficiência energética. No que se refere aos novos fogos, a equipa projetista propõe soluções de execução tradicional, mas também de concretização mais célere, atendendo à premência de criar habitação, a qual é do agrado do Município.

Por fim, e ainda como medida constante na Estratégia Local de Habitação, será realizada a requalificação dos bairros de habitação social de Apúlia, Esposende e Fão. Com vários anos de vida, e já com severos problemas de manutenção, as intervenções compreenderão aspetos como o revestimento exterior dos prédios, a mudança de caixilharias e a substituição ou reparação de coberturas, numa ótica de maior eficiência energética e maior conformo térmico. Uma das intervenções mais importante tem a ver com as acessibilidades, razão pela qual serão instalados elevadores, entre outros aspetos que tornarão aqueles espaços mais dignos e melhor integrados sob o ponto de vista paisagístico na sua envolvente.

O Presidente da Câmara Municipal realçou que toda a estratégia foi pensada numa ótica de fixação de população no concelho, assentando na requalificação de habitação social e na construção de raiz, procurando responder às carências habitacionais apuradas no diagnóstico que precedeu o estabelecimento das medidas definidas no âmbito da Estratégia Local de Habitação. O Município de Esposende assume, pois, uma abordagem integrada e integradora da habitação, como elemento transversal ao desenvolvimento territorial, social, económico e ambiental, dando cumprimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Consciente do “problema sério” que afeta o país ao nível da habitação, o ainda autarca de Esposende, futuro presidente do IHRU, vincou o seu posicionamento sobre questões que obstam à resolução desta problemática. Realçou que Esposende é o segundo município do distrito de Braga com maior densidade populacional e defendeu que é preciso estimular o setor privado para construir habitação, até porque não compete apenas aos municípios esse investimento.

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PIROTECNIA MINHOTA ESCOLHIDA COMO CONSULTORA DO CONCURSO DE FOGO DE ARTIFÍCIO DE MACAU

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Foto: Turismo de Macau

A Pirotecnia Minhota, Lda., com sede em Ponte de Lima e filial no Funchal, Madeira, foi selecionada pelo Turismo de Macau como consultora do 32º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau.

"O serviço de consultoria proporcionado pela Pirotecnia Minhota, Lda., envolve a presença permanente de dois técnicos consultores durante o decorrer de todo o evento que irão apoiar nas questões de segurança, logística, manuseamento e utilização dos artigos pirotécnicos bem como o apoio às 10 empresas participantes, facilitando a interação entre estas empresas e as autoridades e entidades locais", explica uma nota enviada pela Pirotecnia Minhota.

O 32º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau conta, este ano, com a participação de 10 empresas, como habitual e conforme anunciadas no site do Turismo de Macau, sendo que Portugal será representado pela empresa portuguesa Pirotecnia Oleirense, Lda.

Fonte: Andreia Correia / Diário de Notícias da Madeira

VIOLA BRAGUESA – A VIOLA DO MINHO!

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Viola Braguesa. Portugal, Minho. Séc. XX

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Coleção Michel Giacometti | MMP-AA016

Cordofone de mão, em forma de oito, composto por fundo e ilhargas em acácia. Tampo harmónico em tília com abertura sonora em forma de raia. Braço em nogueira encimado por cravelhal em espátula com dez cravelhas dorsais. Dez cordas distribuídas em cinco ordens de cordas. Instrumento usado em conjuntos instrumentais associado ao cavaquinho, ao violão, às percussões (bombo, ferrinhos e reque-reque) podendo também ter funções de acompanhamento do canto individual.

A fotografia realizada em 1973 pelo etnólogo Michel Giacometti, retrata um tocador de Viola Braguesa de Fradelos, Vila Nova de Famalicão.

Fonte: Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria

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VIANA DO CASTELO: O OURO É A NOSSA TRADIÇÃO!

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A atracção das gentes minhotas por esse metal tão belo quanto precioso remete-nos para os confins da História, a um tempo em que as mulheres – ancestrais das actuais minhotas – se adornavam com torques e braceletes que agora inspiram os designers da moderna ourivesaria minhota.

A esse tempo, já os romanos que aqui se estabeleceram exploraram as jazidas auríferas existentes na nossa região. Porém, a sua importância no costume minhoto tem influências bem mais recentes!

Entretanto, chegado sobretudo ao século XIX, muitos foram o camponeses  na região de Entre-o-Douro e Minho forçados a emigrar para o Brasil a fim de escapar à miséria que então assolava os campos. A filoxera que atingiu as vinhas e a indústrialização fomentada pela governação de Fontes Pereira de Melo constituíram alguns dos factores que estiveram na sua origem.

Não raras as vezes, os nossos conterrâneo se ocultaram nos porões dos navios que de Viana do Castelo zarpaval rumo a terras de Vera Cruz. E, uma vez chegados ao porto de Santos, no Brasil, esgueiravam-se sem qualquer registo para depois se aventurarem numa vida de glória ou de miséria.

Muitos dos nossos compatriotas enriqueceram e assim regressaram. Construíram as suas mansões  - as chamadas casas dos brasileiros – ao longo do litoral minhoto. Eram eles os “brasileiros de torna-viagem”.

Do seu bolso ajudaram a construir escolas, beneficiaram igrejas e de um modo geral contribuíram para o progresso das suas terras de origem. Mas também não esqueceram as suas afilhadas, oferecendo-lhes geralmente um rico dote em oiro para que também elas viessem a conseguir um bom casamento... é isso que em grande medida explica uma certa ostentação do ouro nesta região!

Por conseguinte, este tornou-se um traço do carácter minhoto que define bem a sua personalidade, que combina bem com a sua natureza exuberante e maneira de estar. Algo que não é facilmente compreendido por pessoas de outras regiões do nosso país…

Distante da monotonia de outras terras, o minhoto vive desde que nasceu rodeado de uma paisagem alegre e ridente onde a grandeza das montanhas contrasta com a doçura verdejante das suas veigas. O minhoto é jovial e alegre. E, em todos os momentos da sua vida, mesmo nos mais difíceis, encara-os de frente e enfrenta-os com um sorriso nos lábios. O trabalho, a religião e a própria gastronomia são vividos em festa!

Foi essa sua paixão pelo ouro e a filigrana em geral que impulsionou a arte da ourivesaria, principalmente em Gondomar e Póvoa de Lanhoso. E, dela fez um dos ex-líbris de Portugal mundialmente reconhecido.

Fotos: Amadeu Ferrari / AML

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AUGUSTO CANÁRIO LEVA À ROMARIA DA PENEDA PROJETO INOVADOR DE HOMENAGEM À MÚSICA PORTUGUESA

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Inserido no evento “Músicas à Senhora”, Angusto Canário e o seu coletivo de músicos levará a 4 de setembro a este momento cultural integrado na Romaria de Nossa Senhora da Peneda, em Arcos de Valdevez, o seu projeto inovador “Do Minho às Ilhas”, uma homenagem aos músicos e poetas portugueses. Numa abordagem diferente daquela a que nos habituou, o músico minhoto percorre sons e palavras da cultura nacional, antecedidos por pequenos textos de enquadramento, destacando temas de raiz tradicional celebrizados por cantores como Zeca Afonso, Vitorino, Adriano Correia de Oliveira, Brigada Vítor Jara, entre outros, mas também algumas composições do próprio Augusto Canário.

O evento “Músicas à Senhora” teve em edições anteriores a presença, entre outros, de nomes como Teresa Salgueiro, Marco Rodrigues, Ricardo Ribeiro ou Ana Bacalhau.

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VIANA DO CASTELO TEM “BOLAS” MAIS SABOROSAS DO QUE AS BOLAS DE BERLIM – SÃO AS “BOLAS DO NATÁRIO” QUE FAZEM AS DELÍCIAS DOS MELHORES APRECIADORES DE GULOSEIMAS!

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Chamam-lhe “Bolas de Berlim” mas em Berlim, seguramente não existem "bolas" mais saborosas do que as Bolas de Viana do Castelo – as “Bolas do Natário”.

Quem alguma vez foi a Viana do Castelo e não visitou a Confeitaria Manuel Natário e deliciou-se com uma “Bola de Viana”, o mesmo é dizer uma “Bola do Natário”, não sabe o que é apreciar uma das mais apreciadas guloseimas da nossa região. Agora, imaginem qual seria o espanto de um berlinense em visita a Viana do Castelo, ao degustar uma tão tentadora guloseima produzida na nossa região, confundido com uma bola qualquer da sua terra!

Deixemos, pois, a habilidade da produção das salsichas aos açougueiros alemães que por cá, é o Minho a terra dos melhores pasteleiros. A única semelhança que poderão encontrar entre a "Bola de Berlim" e a “Bola do Natário” não vai além do formato porque o seu recheio e paladar são diferentes…

A Confeitaria Manuel Natário que a produz e a quem deve o nome encontra-se em funcionamento desde 1950 – prestes a comemorar as suas bodas de diamente – e é um ícone da pastelaria nacional. E, como é natural, a “Bola do Natário” é o doce mais apreciado para quem visita Viana do Castelo!

ESPOSENDE EXPANDIU REDE DE SANEAMENTO BÁSICO EM BELINHO E MAR

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Investimento próximo dos 393 000 euros suportado pelo Município e Esposende Ambiente

Num investimento de 392.481,50 euros, o Município e a Esposende Ambiente dotaram de saneamento básico mais duas ruas na União das Freguesias de Belinho e Mar, abrangendo uma população estimada de cerca de 55 habitantes.

A intervenção incidiu na Rua dos Portais do Poço, em Belinho, e na Rua Adfora, em Mar, e, para além da disponibilização de rede de drenagem de águas residuais domésticas, incluiu a remodelação da rede de abastecimento de água, e a ampliação e remodelação da rede de drenagem de águas pluviais. Os trabalhos englobaram, ainda, arranjos urbanísticos e a reposição de pavimentos na plataforma total dos arruamentos.

Assim, para além de disponibilizar o serviço de saneamento de águas residuais, a intervenção permitiu melhorar as condições de mobilidade destas artérias, correspondendo aos anseios da população e da Junta da União das Freguesias e dando cumprimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), nomeadamente na disponibilização de serviços públicos essenciais de qualidade.

Esta empreitada foi integralmente suportada pelo Município e Esposende Ambiente, sem qualquer tipo de financiamento comunitário ou recurso a capitais alheios, representando um esforço financeiro considerável.

Concluída a obra, apela-se à população servida para aderir às redes públicas, bastando, para o efeito, solicitar junto da Esposende Ambiente as ligações das habitações à rede de abastecimento de água e ao saneamento disponíveis, sem qualquer custo.

Refira-se que, ao longo dos últimos anos, e de acordo com as prioridades sentidas pelo Município, foram realizados investimentos significativos na área do saneamento básico, sempre perspetivando a proteção e a valorização do ambiente e a consequente salvaguarda das condições de vida das populações, infraestruturando as zonas dos aglomerados mais densos e colmatando as zonas mais críticas, sob o ponto de vista da salubridade. Em fase de conclusão está um conjunto de projetos de execução com vista ao lançamento de novas empreitadas de idêntica natureza noutras freguesias do concelho.

De salientar que atualmente o concelho de Esposende apresenta uma taxa de cobertura de 85% ao nível da rede de saneamento básico, posicionando-se claramente na linha da frente dos municípios do país, o mesmo sucedendo relativamente ao abastecimento de água, com uma cobertura na ordem dos 100%.

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PONTE DE LIMA RECORDOU A COZINHEIRA ROSA PAULA – CRÓNICA DE TITO DE MORAIS

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Tratou-se do terceiro evento na semana passada, da responsabilidade do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, no seguimento da anuência dos descendentes da cozinheira Rosa Paula e duas confrarias gastronómicas, de Viana do Castelo e de Bruxelas.

O tributo a Rosa Maria Pereira teve lugar por ocasião dos 45 anos do seu falecimento, ocorrido aos 18 de Agosto de 1979, mas por questão de logística e disponibilidade dos convidados provenientes do estrangeiro, foi realizado em data posterior. Com duas dezenas de presenças, entre outras: o neto da homenageada, João Luis Vieira; membros desse grupo de promoção da Cozinha Regional portuguesa (Clube de Gastronomia de Ponte de Lima); das confrarias gastronómicas, a do Minho, representada pelo seu vice – presidente, confrade Francisco Aires de Abreu; da dos Vinhos de Portugal na Bélgica, com o autor e Victor Alves Gomes, quadro superior da Comissão Europeia; Margarida Pereira, Directora da Ronda Típica de Chalette – Sur – Loing, Orleans, França; o ex-gestor de reservas do maior grupo hoteleiro de Termas em Portugal, Francisco Remy; o fundador da Casa do Minho no Canadá, Winnipeg, Manuel Rodrigues Sousa, e o antigo carcereiro da Cadeia Velha, Albertino Martins.

Foram três horas de recordações, de testemunhos orais, vivos, sobre a antiga cozinheira local e regional, pois anualmente era de sua responsabilidade, nas décadas de 60 e 70 do século passado, a participação nas Festas da Senhora da Agonia em Viana do Castelo, com uma tenda para servir o Arroz de Sarrabulho de Ponte de Lima, e também pitéu habitual no Festival de Folclore de Santa Marta de Portuzelo, por ocasião da Romaria e por vezes, ementa a acompanhar com rojões à minhota e outros petiscos, como merenda nas deslocações desse Rancho pelo país.

Em tempo de comensais á mesa, algumas iguarias, principalmente salgados, receitas que a casa de comidas mantém com quase oitenta anos de existência, situada ao lado da capela da Senhora da Penha de França. O preparo foi do chefinho de cozinha, o arcozelense João Leonardo Matos, que com o apoio do patrão Carlos Afonso, nos proporcionou um desfile de produtos presentes nas romarias e mais entreténs… mas, para molhar tudo que se “devorou”, presença dos verdascos de Ranhados e Valdevez, Refóios de Lima, onde a mestra de culinária Rosa Paula comprava seus néctares, principalmente o  vinhão. Assim, o tinto dessa casta, produzido na Quinta de Valdevez, outrora propriedade da família de José Benvindo de Araújo, que ocupou a Presidência do município entre 1931 e 1933, (em cujo mandato concluiu a construção do Mercado Municipal e ampliação do Largo de Camões), cliente e fornecedor vinícola de Rosa Paula, desde os tempos que a sua Casa de Pasto funcionava ao lado dos CTT, foi a bebida escolhida para o convívio, a par dum Loureiro especial: o Styla Pura, com sede na Gemieira, do empresário Pedro Salvador, Mestre em Agricultura Biológica pela Escola Superior Agrária do IPVC, mas agora também co - produtor com a família Castro, naquela propriedade situada nos limites com o concelho de Arcos de Vadevez.

A encerrar todo o acontecimento cultural, um momento especial: fados de Coimbra e de Lisboa, na voz do nosso conterrâneo, o arquitecto Duarte Pedro.

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