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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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COM FAFE NINGUÉM FANFE! – O LEMA DA JUSTIÇA DE FAFE

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Quando a Justiça deixa de merecer a confiança dos cidadãos, estes tendem invariavelmente a exercê-la pelas suas próprias mãos, sem recurso aos tribunais. É o que, no Minho, apelidamos por Justiça de Fafe. Mas, de onde derivará efectivamente a expressão "Com Fafe ninguém fanfe"?

António Augusto Ferreira de Melo e Carvalho, Visconde de Moreira de Rei, nasceu em Fafe no ano de 1838 e faleceu em Lisboa em 1891. Cavaleiro da Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real e deputado às Cortes, o Visconde de Moreira do Rei era político influente na sua terra e, por natureza do seu carácter, pessoa pouco dada a receber afrontas.

Narra a lenda que, tendo chegado atrasado a uma das sessões, foi veementemente censurado por outro parlamentar com o título nobiliárquico de marquês, tendo este inclusive usado modos grosseiros ao ponto de lhe chamar “cão tinhoso”. Perante semelhante afronta, o Visconde de Moreira de Rei fingiu ignorar e mostrou-se impávido como se nada tivesse ouvido a seu respeito. Porém, após os trabalhos parlamentares, dirigiu-se ao marquês pedindo-lhe explicações ao que este, em lugar de se desculpar, arremessou-lhe as luvas na cara desafiando-o para um duelo.

Conforme as regras estabelecidas, cabia ao ofendido escolher as armas com que se iriam bater em duelo. Ao contrário do que seria de esperar, o visconde não escolheu espadas nem armas de fogo, optando antes pelos varapaus à boa maneira minhota. Exímio no manejo do varapau, arte marcial que o seu opositor não dominava e certamente até a considerava grosseira, aplicou uma valente sova no marquês e, desse modo, desforrando-se do insulto de que fora vítima.

Perante tão hilariante duelo, o povo não se conteve e gritou:

- Viva a Justiça de Fafe!

MONÇÃO DEDICA FIM DE SEMANA À CAMÉLIA

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“As camélias são as palavras de um belo poema de primavera…”

Monção dedica um fim de semana (6 e 7 de abril) às camélias com diversas atividades destinadas àquela flor. A iniciativa, que decorre no Hotel Convento dos Capuchos, conta com a participação de associações locais e galegas, prevendo-se muita animação popular.

Nos dois dias, serão “mostrados” diversos trabalhos feitos à base de camélias e realçada a importância do cultivo desta planta tanto a nível ornamental como terapêutico.  No sábado, pelas 15h00, realiza-se a sessão de abertura, seguindo-se momento musical a cargo do Grupo “Os Teimosos”, entrega de diplomas de participação aos expositores e Alvarinho de Honra com doces típicos de Monção.

Com reabertura marcada para as 10h00, o domingo compreende, pelas 15h00, o ateliê “Inspiração nas Camélias”, com Lúcia Além, pelas 16h30, leitura do conto “O Despertar das Camélias”, por Arcelina Santiago, e pelas 17h00, momento musical, com Alex de Sousa Rodrigues.

Dias 6 e 7 de abril

Hora 15h00 (sábado) 10h00 (domingo)

Local Hotel Convento dos Capuchos

LANÇO DA CRUZ VOLTOU A UNIR PORTUGUESES E GALEGOS ENTRE VALENÇA E TUI

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O tempo ajudou, as nuvens afastaram-se e o sol apareceu para permitir que mais uma vez a Cruz Pascal atravessa-se o Rio Minho, no tradicional e emblemático Lanço da Cruz, entre Cristelo Covo, em Valença e Sobrada, em Tomiño (Galiza).

Esta foi uma edição especial que contou com a presença de uma equipa da Direção Geral do Património que está a avaliar a candidatura desta tradição a Património Imaterial Nacional. A candidatura foi formulada pelo Município de Valença, em parceria com a Fabrica da Igreja de Cristelo Covo e a Comissão de Festas de Srª. da Cabeça.

Pelas 16h00, o pároco com a Cruz Pascal, entrou num barco de pesca e dirigiu-se até ao meio do rio. A meio do rio encontraram-se as duas cruzes, beijadas pelos párocos e comitivas. A portuguesa segui para Sobrada e a galega para Cristelo Covo, sendo dada a beijar nas duas margens, entre o soar dos bombos, das pandeiretas, das castanholas, concertinas e gaitas de foles.

A comitiva portuguesa, além de muitos pescadores e populares, contou, com a presença do Presidente da Câmara Municipal, José Manuel Carpinteira, do Presidente da Assembleia Municipal, José António, Cerqueira, do vereador Arlindo de Sousa, do Presidente da União de Freguesias de Valença, Cristelo Covo e Arão, Diogo Mota, das técnicas do Município, da equipa da Direção Geral do Património, entre outros.

Milhares de minhotos e galegos encheram as duas margens do Rio Minho, nesta festividade onde a tradição, a fé e a devoção misturam o cristianismo com os mais antigos cultos pagãos das águas.

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PONTE DE LIMA APRESENTA “NOVA DANÇA”

No dia 5 de abril de 2024, às 21h30, o Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima apresenta, em coprodução e estreia absoluta o espetáculo de dança "Nova Dança" de Rodrigo Teixeira | Purga.c.

Em "Nova Dança", o coreógrafo e bailarino Rodrigo Teixeira, desafia-se na concretização do seu primeiro trabalho a solo. Influenciado pelas dificuldades inerente à consolidação de um percurso artístico no atual contexto nacional, o coreógrafo pretende, de forma autobiográfica, refletir sobre os conceitos de resistência através do movimento, repetição e precariedade, de forma a espelhar a ciclicidade de narrativas enfrentadas por artistas emergentes. Uma coprodução do Teatro Diogo Bernardes.

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PONTE DE LIMA: MÁRIO LÚCIO LEVA CULTURA CABO-VERDIANA AO TEATRO DIOGO BERNARDES

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Mario Lucio é uma das figuras mais reconhecidas da cena cultural e musical cabo-verdiana, tanto local como internacionalmente. Citando o nome de Mario Lucio aparece um músico, um cantor-compositor, e um dos principais artistas do país de todos os tempos. É o escritor mais premiado do país internacionalmente, o poeta que marca a viragem na nova poesia cabo-verdiana com o livro “Nascimento de Um Mundo”, um dos mais conceituados pensadores da sua geração, o autor do “Manifesto a Crioulização”, a obra mais atual sobre o fenómeno da Crioulização no mundo, de que é um pensador expoente, o Ministro da Cultura que lançou a nova epistemologia sobre a Cultura, com a obra “Meu Verbo Cultura”. Nasceu no Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, a 21 de outubro de 1964 e por isso mesmo estas apresentações em 2024 com o foco do seu 60º Aniversário.

ZÉ POVINHO DE RAFAEL BORDALO PINHEIRO: QUERES FIADO… TOMA!

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A figura do Zé Povinho foi durante muitas décadas – a par de Santo António – um ícone nas tabernas de Lisboa, que tinham invariavelmente como donos galegos ou minhotos, com especial predominância para os oriundos de Ponte de Lima e Paredes de Coura.

“Um ramo de louro à porta / Indicava uma taberna / À noite era uma lanterna / Com sua luz quase morta” – tal como canta a barcelense Gisela João.

Lá dentro, em lugar cimeiro, Santo António segurava o menino dentro da sua capelinha e, a seu lado, a figura rústica do Zé Povinho garantia: Queres fiado… toma!

O taberneiro, qual sacerdote de Dionysos, perfila-se diante do balcão como se da ara dos ritos sacrificiais se tratasse, presidindo à liturgia pagã do vinho junto dos seus ungidos. E, no seu subido altar, nas suas funções de Baco, Zé Povinho assegurava o cumprimento do dever dos fiéis não deixarem de cumprir a sua obrigação do pagamento da despesa. Isto acontecia outrora quando existiam tabernas dos minhotos em Lisboa.

Foto: Museu Bordalo Pinheiro

EMPRESA MUNICIPAL “TEATRO CIRCO” ALTERA DESIGNAÇÃO PARA “FAZ CULTURA BRAGA”

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Alteração visa adaptação à nova realidade de gestão cultural mas ampla da empresa

A Empresa Municipal Teatro Circo vai alterar a designação para “Faz Cultura –Empresa Municipal de Cultura de Braga, E.M.”. A proposta será analisada na próxima Reunião do Executivo Municipal, que se realiza na Terça-feira, dia 2 de Abril.

Considerando que a empresa tem vindo a ampliar, em anos mais recentes e em articulação com o Município de Braga, o seu âmbito de actividade e missão, que vai agora muito para além da gestão do equipamento cultural Theatro Circo (que esteve na génese da sua criação), verificou-se a necessidade de alterar a designação.

A empresa tem actualmente à sua responsabilidade a gestão do equipamento cultural gnration, bem como a coordenação de projectos de interesse estratégico para a política cultural da cidade, como o são a Braga Media Arts - Cidade Criativa da UNESCO e a Braga 25 - Capital Portuguesa da Cultura.

Esta alteração evidencia, por um lado, a referida necessidade de o nome ir ao encontro da actual actividade da empresa; e, por outro lado, é uma forma de ultrapassar algum ´ruído´ na comunicação institucional potenciado pela semelhança de nome da instituição e do equipamento cultural Theatro Circo.

Uma vez que a alteração da designação da entidade obriga à actualização dos estatutos da empresa, e dado o carácter obrigatório desta alteração, optou-se por uma nova redacção dos estatutos mais aproximada à realidade das demais empresas municipais, considerando, naturalmente, as especificidades da missão da futura ´Faz Cultura´ .

PAREDES DE COURA ASSINALA O 50º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL

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exposição fotográfica Alfredo Cunha + espetáculo comunitário + João Afonso e CouraVoce

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Abril está aí e Paredes de Coura multiplica-se em iniciativas para assinalar os 50 anos de um acontecimento ímpar, muito mais que uma simples efeméride, que trouxe claridade e luz a um país que teimava permanecer na escuridão.

Ao longo deste mês de abril, mas com muitas outras iniciativas que se prolongam nos meses seguintes, Paredes de Coura vai evocar a memorável data de 1974 com exposições – ‘25 de Abril de 1974 quinta-feira’, do notável fotógrafo Alfredo Cunha, e a exposição documental ‘Coura, Livre caminha para o futuro’ --, a música por João Afonso com o CouraVoce, bem como o projeto Luta Livre de Luís Varatojo, mas também interessantes produções como ‘Liberdade’, envolvendo a comunidade educativa, ou o espetáculo comunitário ‘Livre para sonhar’.

O Teatro de Ferro propõe-nos um espetáculo de marionetas para todas as idades, acerca da atmosfera de terror surdo que reinou durante meio século, mas também há espaço à reflexão e debate com a Assembleia Municipal dos Jovens, sob o tema… “E até hoje fui sempre futuro”.

Num outro âmbito, e também envolvendo os mais jovens, vai ser criado o mural comemorativo “50 anos, 50 desenhos”, pela artista Margaret Barbosa, tendo por base os trabalhos desenvolvidos pelos alunos do agrupamento de escolas de Paredes de Coura. Os trabalhos dos alunos, em articulação com os professores de História, Educação Visual e a Biblioteca Escolar, surgiram na sequência da exploração de diferentes textos/ livros e visualização de filmes, tendo posteriormente cada aluno elaborado um desenho onde explanou a sua interpretação do 25 de Abril.

25 de Abril de 1974 Quinta-feira | Fotografia de Alfredo Cunha

No dia 25 de Abril de 1974 (uma quinta-feira, tal como voltará a acontecer em 2024), Alfredo Cunha estava em Lisboa e fotografou a revolução nos seus principais cenários, captando imagens icónicas que perduram até hoje associadas ao acontecimento que mudou a História de Portugal.

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