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Os alunos dos terceiros anos do Centro Escolar da vila de Celorico de Basto estiveram ontem, 31 de janeiro, a cantar as janeiras na autarquia.
O momento encerrou um mês intenso de celebração da tradição, com múltiplos grupos a deslocarem-se aos paços do concelho para, “com alegria” cantar as Janeiras ao executivo municipal.
A receber os alunos esteve a vereadora da Educação do Município de Celorico de Basto, Maria José Marinho, que se mostrou muito agradada com a presença dos jovens que fizeram uma apresentação “cheia de alegria. É sempre um gosto ouvir as Janeiras, recebemos grupos distintos, todos eles com interpretações de muita qualidade e a mostrar que esta tradição está bem vincada na nossa comunidade”.
Os jovens e os professores interpretaram a música “haja alegria” um “tema feliz, bem demonstrativo do estado de espirito de todos” disse Vasco Pinto, Professor de Educação Musical. “Pela música perpetuamos a tradição. As Janeiras são referências da nossa história, da nossa identidade e o que queremos é aguçar o gosto dos nossos alunos pelas nossas tradições para que as mesmas se perpetuem e preservem”.
Desde o início da campanha, que está no terreno desde Maio de 2022, já foram esterilizados 146 cães e 238 gatos, números que apontam para o sucesso desta iniciativa.
Já no final do ano passado os números registados deixavam perceber que a decisão de levar a efeito este procedimento se tinha revelado da maior pertinência devido à adesão verificada.
A esterilização dos animais constitui o método de eleição no combate à sobrepopulação canina e felina. A este facto, juntam-se inúmeros benefícios para a saúde dos animais.
Com esta consciência, o Município da Póvoa de Lanhoso, em colaboração com associações (CAPA – Clube de Adoção e Proteção de Animais, Movimentos Gatos de Rua e Bigodes de Ouro), iniciou este processo de controlo da natalidade de cães e gatos que permitiu que, na primeira fase, fossem abrangidos os animais de rua. O segundo momento destinou-se a cães e gatos com donos/as, podendo estes beneficiar de preços reduzidos.
Esta campanha continua em curso e as pessoas interessadas devem dirigir-se à respetiva Junta de Freguesia ou aos serviços veterinários municipais.
Relembramos que, além da questão reprodutiva, a esterilização tem benefícios para os animais e seus donos/as, designadamente a diminuição da agressividade (principalmente nos machos); a supressão de todas as situações desagradáveis associadas ao comportamento sexual e expressão do cio, como fugas ou ninhadas indesejadas; e a eliminação ou redução da incidência de diversas infeções ou doenças associadas ao trato reprodutivo, trazendo uma vida mais longa e saudável para o animal.
Esta é ainda uma medida determinante para o controlo populacional de animais de companhia e, como tal, para a diminuição dos animais abandonados.
Хосе Мільхазес на конференції ACIB: Конференція «Важливість України в обороні Європи»
7 лютого 2023 року о 14:30 в актовій залі муніципалітету Барселос
7 лютого ACIB організовує конференцію з відомим телевізійним коментатором Хосе Мільхазесом на тему «Важливість України в обороні Європи».
Оскільки наближається дата початку війни в Україні, ця конференція дозволить нам обговорити сильний вплив війни на спосіб життя Європи та людей в Україні.
Хосе Мільхазес є беззаперечним експертом у цій темі, широким дослідником цієї війни і, безумовно, має глибокі знання.
Ця конференція є частиною заходів, спрямованих на підвищення цінності молодих слухачів та студентів професійних курсів, надання їм знань про широкий світ, у якому вони живуть.
З наближенням другої річниці початку війни в Україні ця конференція набуває особливого значення.
José Milhazes na ACIB: Conferência "A Importância da Ucrânia na Defesa da Europa"
7 de fevereiro de 2023, às 14h30, no Auditório da Câmara Municipal de Barcelos
A ACIB organiza no próximo dia 7 de Fevereiro uma conferência com José Milhazes, reconhecido comentador da TV, sobre a temática "A Importância da Ucrânia na Defesa da Europa".
Com o aproximar da data do início da guerra na Ucrânia esta conferência vai permitir discutir a forte implicação da mesma no modo de vida da Europa e das populações na Ucrânia.
José Milhazes é um inegável especialista sobre a temática, alargado estudioso desta guerra, e tem certamente um aprofundado conhecimento.
Esta conferência insere-se no âmbito das atividades de valorização dos jovens formandos e alunos dos cursos profissionais dando o seu conhecimento do mundo alargado em que vivem.
Num momento em que se aproxima a data do segundo aniversário do início da guerra na Ucrânia, esta conferência assume especial relevo.
Até dia 1 de Março, no Balcão Único Online
Já estão abertas as candidaturas para o Mercado Romano, a realizar no âmbito da XX edição da Braga Romana – Reviver Bracara Augusta, que vai decorrer entre os dias 22 e 26 de Maio.
As candidaturas decorrem até 1 de Março e obedecem a requisitos e critérios inerentes a esta recriação histórica.
Os mercados eram uma das expressões mais marcantes da vida das cidades do Império Romano. Os mercadores chegavam a Bracara Augusta de todos os pontos do Império para apresentar e vender os mais variados produtos. Na capital da Galécia o mercado era, também, um ponto de encontro de culturas e de saberes, e ocasião para a diversão e o lazer.
Podem candidatar-se a esta recriação de mercado romano artesãos, mercadores e místicos, assim como propostas para as iguarias da área alimentar.
A participação no evento só é permitida a quem tenha, dentro dos prazos estipulados, efectuado o registo de utilizador no Portal do Balcão Único da Câmara Municipal de Braga: https://balcaounico.cm-braga.pt. Todas as candidaturas são realizadas on-line.
Os regulamentos e normas estão disponíveis no portal https://bragaromana.cm-braga.pt.
Durante muito tempo, os trajes regionais foram utilizados como máscaras de Carnaval durante a respectiva época festiva, verificando-se uma especial predilecção pelos garridos trajes minhotos. Crianças e adultos, porventura atraídos pelo seu colorido e pitoresco, passeavam-se pela rua ou acorriam às festas particulares, a maioria das quais promovidas pelas sociedades de recreio, envergando um qualquer traje tradicional a emparceirar com máscaras e uniformes dos mais variados ofícios e profissões.
Este costume teve o seu aparecimento numa altura em que o velho Entrudo popular e trapalhão entrou em declínio para dar lugar a uma festa mais ao gosto da pequena burguesia urbana. Com efeito, ao longo do século XIX, os lisboetas divertiam-se na rua brincando o Carnaval, seguindo os desfiles entre o Passeio Público e o Chiado, prolongando as saturnais festividades até ao seu enterro, ocasião em que o mesmo era representado por um desfile fúnebre onde não faltavam as carpideiras seguindo atrás do defunto Entrudo, palidamente deitado no esquife.
Uma das figuras típicas do Carnaval à época era o célebre peralta, vulgarmente tratado por xé-xé. Tratava-se de personagem um tanto grotesca, com casaca garrida e chapéu bicórnio, de cabeleira e rabicho, de lunetas e empunhando uma enorme faca de madeira, representava um velho a quem tudo lhe era permitido dizer e ridicularizar. Ainda hoje, quando alguém profere afirmações menos sensatas, é habitual dizer-se que está xé-xé.
Pese embora ser frequentemente tida como uma caricatura miguelista, a verdade é que a referida personagem não era minimamente do agrado da burguesia citadina que via nela uma figura brutal e rude, sem maneiras, que não poupava quem quer que fosse com o seu sarcasmo e comentários jocosos. Tal sentimento de repulsa era de igual modo extensível ao próprio Carnaval, considerado bárbaro e de mau gosto, impróprios de uma sociedade que se pretendia civilizada. Ironicamente, a burguesia em ascensão parecia querer reeditar os antigos bailes de máscaras que, no século XVIII tinham lugar corte, com os seus arlequins coloridos divertindo os participantes.
Após a implantação do regime republicano em Portugal, o Carnaval de rua praticamente desapareceu para passar a ser festejado em privado, em casas particulares ou nas sociedades recreativas, aí se realizando os bailes e os concursos de máscaras. Foi ainda neste contexto que surgiu o hábito de eleger a “rainha” da colectividade através de um processo de votação que se traduzia numa interessante fonte de obtenção de receitas, prática que apesar de extemporânea ainda subsiste nalgumas associações.
A preferência pelos trajes regionais como máscaras de Carnaval tem sobretudo a ver com a forma como os costumes populares são encarados por parte de uma burguesia urbana que já então olhava para o folclore como algo curioso e bizarro, com a mesma reacção de surpresa dos exploradores do sertão ao depararem com gente remota. Não admira, pois, o preconceito com que o folclore continua a ser encarado, mormente quando é referido de forma depreciativa, o que não deixa de revelar uma profunda ignorância a seu respeito.
Entretanto, o Carnaval regressou à rua, mas sem o cunho burlesco de outros tempos. Agora, apesar do frio intenso que geralmente se faz sentir por essa altura, o público paga para assistir ao desfile de escolas de samba e garotas admiravelmente despidas, muito ao jeito do Carnaval brasileiro. Nas sociedades recreativas já não se realizam os famosos “bailes da pinhata” e, em relação aos trajes tradicionais, há muito tempo que deixaram de ser usados como máscaras de Carnaval.
Foto: Centro Português de Fotografia
Fonte: ANTT
Já estão a decorrer os trabalhos da empreitada de "Requalificação da EM – Estrada Municipal 544-1, em Creixomil - Rua Padre Gomes da Costa -, cujos trabalhos visam resolver o estado deficitário do pavimento da via, dotando-a de melhores condições de circulação. Nesta obra, a Câmara Municipal de Barcelos vai investir mais de 422 mil euros.
Consignada à empresa Martins & Filhos S.A., vencedora do concurso público lançado a meados no ano passado, a empreitada de "Requalificação da EM – Estrada Municipal 544-1, em Creixomil”, arrancou a meados de janeiro e tem um prazo de execução de 270 dias. Os trabalhos da empreitada incidem sobre uma extensão aproximada de um quilómetro.
O troço da Estrada Municipal 544 inicia na EN 103-1, na freguesia de Perelhal (cerca de 320m), e desenvolve-se na União de Freguesias de Creixomil e Mariz do concelho de Barcelos. Trata-se de uma via que liga aglomerados locais e freguesias vizinhas (Vilar do Monte e Vila Cova) à EM 544, e a partir desta para a EN103. Estabelece também ligação ao centro cívico de Creixomil, em cuja periferia estão instaladas diversas indústrias e serviços.
O novo traçado terá um perfil composto por uma faixa de rodagem com duas vias e dois sentidos. A nova configuração geral do perfil terá a largura de 6 metros para a faixa de rodagem, com estrutura de pavimento betuminoso em toda a extensão da avenida, sendo as bermas compostas por uma estrutura discreta em calçada a cubo. Serão colocadas ao longo do percurso quatro passadeiras sobrelevadas.
Os novos passeios cumprirão com os requisitos técnicos previstos no Regime da Acessibilidade aos edifícios e estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios habitacionais.
Além do levantamento de todo o pavimento existente, os trabalhos incluem movimentação geral de terras, terraplenagem e nivelamento final da plataforma em toda a extensão da via.
O projeto contempla o traçado geométrico dos novos eixos, a definição das obras de demolições e terraplenagens, as soluções de pavimentação, as soluções de drenagem de águas pluviais e a sinalização a remover, alterar e instalar.
Valter Lobo + O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24 + Akrasia
As canções de Valter Lobo, a comédia dramática escrita por Gilles Dyrek ‘O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24’ e a dança contemporânea com o espetáculo ‘Akrasia’, mas também o congresso ‘Meteorologia e Alterações Climáticas’ ou a exposição ‘Fogo frio – prevenir o incêndio com o fogo’, bem como os programas ‘Família’ e ‘Bebés’ ou o muito cinema com as grandes produções que atravessam o cartaz neste início de ano marcam a oferta para este mês de fevereiro em Paredes de Coura.
Já a 9 de fevereiro Valter Lobo deverá ser calorosamente recebido pelo público courense, à semelhança do que tem acontecido em outras salas completamente lotadas por todo o país. Valter Lobo vem confirmando um trajeto seguro que começou a desenhar-se em 2013 com ‘Inverno’ e se tem consolidado desde 2016 com o seu primeiro álbum, ‘Mediterrâneo’.
Por sua vez, a comédia dramática ‘O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24’ traz-nos a 16 de fevereiro uma reunião de família como nunca viu. Uma comédia hilariante onde os mal-entendidos vão acontecendo num grande alvoroço, com nomes bem conhecidos das artes de palco como Adriano Luz, Ana Nave, Jessica Athayde, Miguel Thiré, Raquel Tillo, Rui Melo, Samuel Alves e Susana Blazer, numa peça que foi nomeado para os prestigiados prémios franceses Molière 2023, na categoria de “Melhor Comédia” e com texto de Gilles Dyrek.
Também Joana Jardim e Filipe Miranda propõem-nos a 23 de fevereiro a peça performática de dança, vídeo e música ao vivo ‘Akrasia’, que se traduz pela ocupação de espaços e do próximo, o viver de um círculo, a intimidade arquitetural dos equilíbrios.
No cinema, no Centro Cultural há as projeções de ‘Dogman’, já este fim de semana, mas também ‘Johnny Puff: missão secreta’, ‘Pobres Criaturas’ e ‘The Beekeeper – O Protetor’, para além do ciclo Ler Cinema este mês com a presença de Mariana Bártolo, realizadora de curtas-metragens.
Passa hoje precisamente 116 anos sobre a data em que o rei D. Carlos foi assassinado no Terreiro do Paço.
Nascido em Lisboa, no Palácio da Ajuda, a 28 de setembro de 1863, D. Carlos I foi o pioneiro da Oceanografia em Portugal. Ele é, pois, a agulha que norteia todos quantos se dedicam ao estudo e investigação na área das ciências do mar.
A História dos povos não é obra do acaso. Portugal, nação de marinheiros, quatro séculos decorridos das grandes navegações quinhentistas, regressa de novo ao mar, desta feita partindo à descoberta das profundezas do oceano. E, tal como no passado, jamais os portugueses poderiam ter outro timoneiro que não fosse o seu próprio Rei!
Desde 1889 até ao seu falecimento, D. Carlos I foi Rei de Portugal. Foi também diplomata, pintor, aguarelista e desportista. Mas é, sobretudo, como homem de ciência que emerge em toda a sua grandeza. A ele deve Portugal o grande contributo para o lançamento das bases da oceanografia portuguesa ao impulsionar de forma sistemática o estudo e investigação científica do mar.
O Rei D. Carlos I era um espírito atento e aberto às ideias do tempo e às realizações da ciência. Acolhia sempre com grande interesse as novidades do progresso, vendo nelas as vantagens que proporcionavam para o quotidiano. Com o aparecimento da luz elétrica, fez planos para a eletrificação da iluminação pública das ruas de Lisboa e procedeu à sua instalação no Palácio das Necessidades.
Como português, sentiu naturalmente o apelo do mar que se transformou numa verdadeira paixão. O seu interesse pela oceanografia herdou-o provavelmente de seu pai, o Rei D. Luís I que também foi um importante patrocinador de diversos projetos científicos nesta área. Porém, as profundas transformações sociais que então o país registava, deverão ter sido decisivas para a sua entrega empenhada à investigação do mar.
Mas, também como pintor, D. Carlos I encontra-se entre os maiores vultos do seu tempo no que se refere à pintura naturalista. Porém, não cultivou a arte pela arte. Antes a colocou ao serviço da ciência. As suas aguarelas representam objetos realistas num cenário natural, documentando o que via procurando retratar a natureza com a maior exatidão possível, descrevendo na tela as cores e a luminosidade. É isso que explica o fato dos seus diários e relatórios serem simultaneamente obras de arte repletas de aguarelas e despertarem idêntico interesse também entre os estudiosos e apreciadores de arte.
A partir da segunda metade do século XIX, Portugal recuperava de um certo atraso económico devido às guerras liberais e à Patuleia. Os governos de Fontes Pereira de Melo imprimiram ao país um período de grande desenvolvimento, industrialização e fomento de obras públicas. A população quase duplicou, passando a concentrar-se sobretudo nas grandes cidades. Havia, pois, que providenciar o acesso a novos recursos alimentares para uma população cada vez mais numerosa. E, uma vez mais, qual viveiro aparentemente inesgotável, o mar apresentava-se como o nosso desígnio.
Mas não era apenas o fomento das pescas que movia o Rei D. Carlos I. O conhecimento do mar podia fornecer respostas para inúmeras preocupações de ordem científica que então interessavam os investigadores. As questões relacionadas com a origem da vida e a evolução das espécies, a existência provável de vida e de fosseis vivos nas profundidades abissais, as relações entre os fosseis de animais invertebrados e a fauna então existente encontram-se entre as preocupações que então despertavam o interesse dos cientistas na Europa e nos Estados Unidos da América.
Havia ainda mais: o estudo do oceano poderia proporcionar um conhecimento mais exato da agitação marítima e outros aspetos relacionados com as condições do mar, de modo a possibilitar uma navegação mais segura e o salvamento de náufragos.
A visão do Rei D. Carlos I não podia ser mais acertada e atual. O mar não é somente um viveiro de recursos piscícolas como guarda ainda no seu ventre enormes riquezas, matérias-primas e fontes de energia que fazem falta aos países mais industrializados. Não admira, pois, que decorrido pouco mais de um século desde a realização das campanhas oceanográficas dirigidas por D. Carlos I, os portugueses se façam uma vez mais ao mar, desta feita para desvendar os segredos da Plataforma Continental e, das suas entranhas, resgatar as imensas riquezas que lá se escondem.
Durante milhares de anos, o mar era apenas encarado como um espaço onde se desenvolviam as rotas comerciais e um palco onde se travavam grandiosas batalhas navais com vista a proteger os navios mercantes e assegurar o seu domínio. Apesar do enorme avanço das ciências náuticas, sobretudo à época dos Descobrimentos Portugueses, o mar continuava a ser um completo desconhecido.
Carlos I patrocinou, organizou e dirigiu então a realização de campanhas oceanográficas, nas quais ele próprio participou. Desse trabalho de investigação procurou tirar o melhor partido do desenvolvimento técnico e científico que já então se verificava no domínio da oceanografia.
Ao iniciar a publicação dos resultados preliminares do seu primeiro cruzeiro, o Rei D. Carlos I deixou as seguintes e elucidativas palavras: «As numerosas investigações oceanographicas, que as nações estrangeiras têem realizado n’estes últimos annos, com tão profícuos resultados, a importancia que esta ordem de estudos tem para a industria da pesca, uma das principaes do nosso paiz, e a excepcional variedade de condições bathymetricas, que apresenta o mar que banha as nossas costas, sugeriram-nos no anno findo a idéa de explorar scientificamente o nosso mar, e o dar a conhecer, por meio de um estudo regular, não só a fauna do nosso plan’alto continental, mas também a dos abysmos, que, exemplo quasi unico na Europa, se encontram em certos pontos, a poucas milhas da costa.»
Entre 1896 e 1907, D. Carlos I reuniu à sua volta uma equipa de cientistas que estudaram a fauna marinha na costa portuguesa. Sob a sua sábia orientação, realizaram levantamentos hidrográficos que levaram ao reconhecimento de profundos vales submarinos próximo do Cabo Espichel. Efetuaram colheitas de plâncton. Realizaram ensaios com flutuadores para o estudo das correntes de superfície e procederam ao inventário metódico de aves e espécies piscícolas.
Os estudos efetuados abrangeram domínios tão diversos como a hidrografia e o estudo das correntes oceânicas, colheita de sedimentos e medição de temperaturas, a captura de espécies marinhas e ornitológicas. Analisaram-se as correntes e a topografia dos fundos oceânicos.
O objetivo principal era o conhecimento exaustivo da fauna marítima, especialmente aquela que apresentava maior valor económico para a pesca. Esperava-se também, por via do estudo das espécies, desenvolver métodos mais eficazes de captura do pescado.
Uma vez que não era viável instalar todos os aparelhos a bordo com vista ao tratamento das espécies recolhidas e de outras amostras, D. Carlos I criou em Cascais o Laboratório de Biologia Marítima, devidamente equipado com aquários e dotado de água corrente do mar, para apoio às suas pesquisas.
À medida que o trabalho se desenvolvia e os meios navais disponíveis se tornavam mais limitados, D. Carlos I promovia a substituição do próprio iate por outro que, possuindo maiores dimensões, dispusesse de capacidade para ser utilizado nas missões. Os investigadores puderam, desse modo, contar sucessivamente com a utilização de quatro navios aos quais foi sempre atribuído o nome da sua própria esposa, a Rainha D. Amélia de Orleães e Bragança.
Como sábio que era, o Rei D. Carlos I tinha a plena consciência da necessidade de dotar a investigação científica dos meios necessários ao seu desenvolvimento, sem os quais o país não poderia alcançar os resultados esperados.
Entre 1896 e 1907, realizaram-se 12 campanhas oceanográficas a bordo dos iates “Amélia”. Fizeram-se ensaios com flutuadores para o estudo das correntes de superfície. Efetuaram-se colheitas de plâncton. Inventariou-se a fauna e alguns dos biótipos mais característicos da Baía de Cascais, das zonas lodosas da costa, da foz do rio Tejo e dos vales submarinos do Cabo Espichel. Estudou-se os problemas relacionados com a pesca do atum no Algarve. Promoveu-se o inventário e a classificação das espécies que povoam os mares portugueses.
Em resultado das suas pesquisas, D. Carlos I reuniu uma coleção zoológica de incalculável valor histórico e científico que tem vindo a servir de base à realização de diversos estudos, nomeadamente sobre peixes e crustáceos. As suas mostras marcaram presença em muitos salões internacionais, com os exemplares mais curiosos e raros da nossa fauna marinha. De novo, os cientistas e marinheiros portugueses deslumbraram o mundo com as suas descobertas!
A sua coleção inclui também os instrumentos utilizados nas suas campanhas oceanográficas, numerosas aguarelas de sua autoria e vasta documentação e bibliografia relacionada com a atividade científica que empreendeu.
O Rei D. Carlos I guardava este precioso acervo no Palácio das Necessidades. Tencionava aí criar um Museu Oceanográfico cuja grandiosidade seguramente em nada ficaria a dever ao Museu Oceanográfico do Mónaco, criado pelo Príncipe Alberto I, com quem partilhou o interesse pela oceanografia.
Mas os tempos eram já conturbados e nem sempre as ambições políticas levam em consideração o interesse nacional. Nesses anos longínquos do início do século XX, enquanto o Rei D. Carlos I trabalhava com afinco para dotar o país de meios científicos que permitissem suprir as dificuldades, a situação política deteriorava-se. E, com ela, o país mergulhava numa grave crise económica.
Procurando retirar o país da situação em que se encontrava, o Rei acabaria por ser atingido no fogo cruzado do ódio e lutas partidárias. O regicídio veio interromper de forma abrupta a obra que D. Carlos I vinha realizando.
Após a sua morte, as coleções que o soberano reuniu ficaram à guarda da Liga Naval Portuguesa que, no Museu de Marinha, criou a Secção Oceanográfica D. Carlos I. Encontrava-se então instalado no Palácio do Calhariz, em Lisboa, pertencente aos Duques de Palmela.
Em 1929, foi extinta a Liga Naval Portuguesa e as coleções transitaram para o Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais. E, só em 1935, foram doadas ao Aquário Vasco da Gama-Estação de Biologia Marítima. Na mesma altura, foi também oferecida ao Aquário Vasco da Gama a Biblioteca Científica do Rei D. Carlos I.
Pelo caminho, muitos foram os exemplares e outras peças de elevado interesse que se perderam ou se degradaram. Deveu-se este atribulado percurso à instabilidade vivida em Portugal nas primeiras décadas do século XX. Apesar de tudo, chegou até aos nossos dias um legado de incalculável valor histórico e científico, estreitamente ligado ao nascimento da moderna oceanografia em Portugal.
Carlos I deixou-nos também obra publicada cujo mérito científico é unanimemente reconhecido. São exemplo:
“Yacht Amélia. Campanha oceanográfica de 1896”, publicado em 1897;
“Pescas marítimas, I - A pesca do atum no Algarve em 1898. Resultados das Investigações scientificas feitas a bordo do yacht “Amélia” e sob a direcção de D. Carlos de Bragança”, publicado em 1899;
Ichthyologia. II - Esqualos obtidos nas costas de Portugal durante as campanhas de 1896 a 1903. Resultados das Investigações scientificas feitas a bordo do yacht “Amélia” e sob a direcção de D. Carlos de Bragança, publicado em 1904.
Para além do seu exemplo pioneiro e dos estudos que nos legou, D. Carlos I deixou-nos ainda as ferramentas com que se prosseguiram os trabalhos de investigação por si iniciados. Foi a bordo do iate “Amélia”, entretanto rebatizado com o nome “5 de Outubro”, que a partir de 1913, foram retomados os cruzeiros oceanográficos com vista à realização de estudos no âmbito da cartografia e dos sedimentos. E, em 1923, sob a orientação técnica do Dr. Magalhães Ramalho, da Estação de Biologia Marítima de Lisboa, efetuou-se o reconhecimento geral e sistemático das condições oceanográficas ao largo da costa de Portugal.
Por fim, o Rei D. Carlos I legou-nos a perceção da pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade das ciências e técnicas do mar. E, acima de tudo, uma enorme paixão pelo mar!
Amanhã, Sexta-feira, 2 de Fevereiro, às 11h00, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga
O Município de Braga promove a apresentação da 10.ª edição do Festival Cultural Convergências Portugal – Galiza, em cerimónia que terá lugar amanhã, Sexta-feira, 2 de Fevereiro, às 11h00, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
A iniciativa conta com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio; do representante do grupo promotor do Festival, Canto D’Aqui, Jaime Torres e do investigador do Centro de Estudos Galegos da Universidade do Minho, Carlos Pazos.
A décima edição do Festival decorre entre 3 de Fevereiro e 9 de Março, com um programa repleto de música, dança, teatro, cinema e literatura, estreitando os laços luso galegos e evidenciando as semelhanças entre as duas culturas e as suas formas de expressão artística.
“Convergências” é um evento desenvolvido pelo grupo Canto D'aqui em parceria com o Centro de Estudos Galegos da Universidade do Minho, que conta com o apoio do Município de Braga, da Xunta de Galicia e da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, envolvendo ainda na organização diversas instituições de Portugal e da Galiza.
Fonte: Archivo pittoresco: semanario illustrado. 7.º Ano, n.º 30, 1864
ANTES DO CAIS – O PORTO DE VIANA
Ao longo da segunda metade do século XVII, o porto de mar vai perdendo pujança e, com o evoluir do tempo, entra em declínio, levando em linha de consideração o passado recente. Atesta o facto a solicitação feita pela Câmara vianense à Rainha D. Maria I, em 1791, onde rogava por carta permissão para a demolição de mais um troço das velhas muralhas defensivas da cidade, construídas nos séculos XIII e XIV, apresentando como principal argumento a modernização do porto: “a ruína e decadência do comércio era causada pelas muitas areias que o rio trazia no seu leito e conduzia à barra, de sorte que entravam nela embarcações das maiores; hoje apenas nas enchentes, podiam vencer as mais pequenas…Queriam fazer, pois, um cais, com que, angustiando o rio na embocadura, pudessem as correntes violentar e sacudir as areias para fora da barra” (Fernandes Moreira – A história de Viana do Castelo - em dispersos I, Câmara Municipal de VC), Respondeu a Rainha de forma positiva à solicitação, mas o porto jamais voltou ao dinamismo que tinha anteriormente.
Contudo, em Viana do Castelo o espírito que presidia era o de que, sem obras no porto, jamais a cidade se poderia reconciliar com o mar e aspirar ao progresso. Foi também esta insistência dos vianenses, através do seu poder local e das forças vivas da cidade, que sensibilizaram o governo central para, a partir da carta de lei de 21/07/1852, abrir o processo tendente à realização das obras. Estas, com inúmeros contratempos de ordem técnica, que obrigaram a estudos complementares, e insuficiências de ordem financeira, só viriam a ficar concluídas em 1904 (Mário Gonçalves Fernandes, Viana do Castelo – A consolidação de uma cidade (1855 – 1926), Câmara Municipal VC)
Este sábado, o Navio Hospital Gil Eannes acolhe a apresentação do livro "O Porto de Viana do Castelo no Século XX”, da autoria de Manuel de Oliveira Martins.
A Biblioteca Municipal de Caminha acolheu a apresentação do livro “Introdução ao Estudo da História da Arquitetura Portuguesa”, de Alexandre Alves Costa.
A sessão contou com a presença do autor, foi apresentada por Eduardo Jorge Fernandes e moderada por Fontaínhas Fernandes. O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, também esteve presente.
A iniciativa foi organizada pela Câmara Municipal e Amigos da Rede de Bibliotecas de Caminha.
A Câmara Municipal de Viana do Castelo tem abertos, a partir desta quinta-feira, concursos para a Concessão de Exploração do Estabelecimento de Bebidas de Apoio ao Pavilhão José Natário e para a Concessão de Exploração do Estabelecimento de Bebidas de Apoio ao Pavilhão de Santa Maria Maior.
As propostas podem ser apresentadas até às 16h30 do dia 1 de março, com subordinação às condições constantes do Programa de Concurso e Caderno de Encargos, dos quais poderá ser obtida fotocópia na Secção de Expropriações e Concursos da autarquia vianense ou consultado o site da Câmara Municipal de Viana do Castelo em www.cm-viana-castelo.pt .
De acordo com os dois editais, as propostas deverão ser entregues no Serviço de Atendimento ao Munícipe da Câmara Municipal, em invólucro opaco e fechado, invólucro esse que deverá ser encerrado num outro invólucro opaco e fechado, em cujo rosto deve constar, única e exclusivamente, a identificação do concurso/procedimento.
Os invólucros recebidos com destino ao concurso serão abertos perante a Comissão para tal efeito nomeada, em ato público, que decorrerá na sala de reuniões da Câmara Municipal, com início pelas 10h00 do primeiro dia útil após o termo do prazo fixado para entrega de propostas.
A Câmara Municipal reserva-se o direito de não fazer a adjudicação da concessão, no caso de entender que a proposta mais vantajosa não é aceitável, tendo em conta a defesa dos interesses do Município.