O Centro de Estudos Regionais publicará, no último trimestre de 2024, o 18º volume (2ª série), da revista Estudos Regionais. Convidam-se os interessados em publicar a remeter um resumo do artigo ou proposta de recensão até ao dia até ao dia 23 de fevereiro de 2024.
Aceitam-se propostas de estudos, ensaios, notas de investigação, recensões e leituras que sejam inéditos e se enquadrem no domínio das ciências sociais e humanas, sendo dada preferência a temas relacionados com a região do noroeste de Portugal. Os autores devem enviar um resumo até 15 linhas (150 palavras), que se refira ao objeto de estudo, enfoque teórico e às fontes ou sustentação empírica, acompanhado de 3 a 4 palavras-chave, para estudosregionais@sapo.pt.
A comunicação da aceitação dos artigos propostos ocorrerá até ao dia 18 de março de 2024, após apreciação pela Equipa Redatorial e Coordenação Científica. O envio do texto completo, pelo(s) autor(es), deve acontecer até ao dia 6 de maio. Os artigos poderão ser escritos em português, em galego e castelhano. Todos os artigos serão sujeitos a avaliação independente de pelo menos dois especialistas, sob condições de anonimato.
Aproveitando a interrupção das atividade letivas, Ivan Silva convidou os atletas Pedro Martins e Daniela Almeida, atuais campeões nacionais de slalom k1 júnior e k1 infantil respetivamente a treinos/estágio na pista do Penedo do Açúcar, em Amarante.
Estes treinos são destinados ao grupo de seguimento da Federação Portuguesa de Canoagem, liderados pelo seleccionador nacional Ivan Silva, acompanhando a preparação dos melhores atletas portugueses dos escalões de formação, com vista à participação dos mesmos em competições internacionais pela selecção nacional.
Estes atletas, tais como outros, nomeadamente da especialidade de regatas em linha fazem parte do projeto olímpico da DKC, projeto iniciado em 2012 e que já teve a participação de um atleta deste clube vianense em Tóquio.
Quanto à presença de um atleta nos JO de Paris, esta ficou seriamente comprometida pela não concretização de apoios ao projeto olímpico da DKC de Viana, que não recebeu qualquer quantia que permitisse que o atleta melhor posicionado tivesse uma preparação melhor, embora tivesse conseguido estar em Londres, no campeonato do mundo e disputasse a qualificação.
De notar que pela terceira vez consecutiva em três Jogos Olímpicos um atleta da DKC de Viana disputou pela selecção nacional a qualificação olímpica em campeonatos da europa e do mundo, tendo obtido de uma delas a presença olímpica e uma senão a melhor classificação de sempre de um atleta de um clube vianense nos JO, o 11º lugar.
A Igreja Matriz de Caminha voltou a ser o palco de um extraordinário concerto de Ano Novo, pela Sociedade Musical Banda Lanhelense, Com César Núñez Pérez na direção, Tânia Esteves (soprano) e Pedro Rodrigues (tenor).
A Ministra da Habitação, Marina Gonçalves, vai visitar amanhã o Bairro Social de Caminha, a que seguirá uma cerimónia protocolar a ter lugar no Edifício da Biblioteca Municipal de Caminha.
Chegou o janeiro e com ele as janeiras. Pelos caminhos das aldeias seguem os reiseiros com as suas violas e bandolins, harmónios e cavaquinhos, indo de porta em porta cantar os reis e pedir alvíssaras. No Minho cantam os Reis Velhos e os Reis Galegos. As portas abrem-se para os receber e o anfitrião é presenteado com descantes como o menino o foi pelos reis magos com oiro, incenso e mirra no dia do seu nascimento. Após escutar com atenção os versos que lhe foram dedicados, o dono da casa convida-os a entrar e recebe-os com algumas iguarias que retira do fumeiro. Se quem recebe é generoso pode festa durar até às tantas. Contudo, se a espórtula é fraca e o acolhimento pouco amistoso, os reiseiros lançam-lhe à despedida algumas quadras satíricas em lugar dos habituais agradecimentos.
Nalgumas localidades como sucedia nas terras da Maia, o povo erguia no adro da igreja um palanque onde era representado um auto que, regra geral, se dividia em três actos ao longo dos quais se narrava a história do nascimento do messias, desde a perseguição movida por Herodes até à adoração do menino pelos pastores e pelos reis magos. As gentes maiatas por exemplo, iniciavam os ensaios das reisadas ou embrechados como também eram designadas, logo após as colheitas e a representação das diferentes personagens era quase sempre feita pelos mesmos que haviam representado no ano anterior ou então era o seu desempenho passado para outra pessoa da mesma família, sucedendo não raras as vezes que os membros de uma determinada família passavam a ser conhecidos pelo nome das personagens que invariavelmente representavam.
Como é evidente, o costume de cantar os reis ou as janeiras prende-se com a tradição cristã do nascimento do menino Jesus e das oferendas feitas pelos reis magos quando estes se dirigiram à gruta de Belém. Não obstante e à semelhança do que sucede com as demais festividades de índole cristã, também esta possui raízes bem mais profundas que remontam ao paganismo primitivo e que se relacionam com as festividades solsticiais que ocorriam precisamente na mesma altura a que foi atribuído o nascimento de Jesus, embora sem provas que fundamentem tal acontecimento. É, com efeito, o começo do ano solar ou seja, os primeiros dias que se seguem ao "nascimento do sol" e os raios solares crescem de novo, passando o seu tempo de duração a aumentar de dia para dia, reiniciando-se o percurso que leva invariavelmente ao renascimento da natureza e dos vegetais com o entrudus da Primavera. A nossa civilização cristã mais não faz do que assimilar tais costumes antiquíssimos conferindo-lhes uma nova interpretação mais consentânea com os seus ensinamentos bíblicos.
Entre os romanos, Jano era celebrado como o deus dos portões e dos começos, do céu luminoso e das origens e, por conseguinte, o princípio de toda a existência, razão pela qual o seu nome era inicialmente invocado mesmo antes do próprio nome de Júpiter. Em virtude disso, foi o seu nome atribuído ao mês que passou a designar-se por janeiro e que se segue ao solstício do inverno após ter passado a primeiro mês do calendário romano com a reforma introduzida por Numa Pompílio. Ora, a designação de janeiras ou janeiradas pela qual passaram a ficar conhecidas as reisadas apenas se deve ao facto das mesmas ocorrerem no primeiro dia do ano, não obstante o costume as prolongar até ao dia de reis ou "Adoração dos Reis Magos" que em Portugal se celebra no dia 7 de Janeiro.
Mas, sob uma forma mais ou menos cristianizada, o costume permanece e chega até nós graças à tradição, atravessando gerações e sofrendo as influências de cada época. E, o que se afigura mais notável, numa altura em que a toda a actividade humana é retirada a sacralidade que caracterizava as sociedades antigas, a espiritualidade cede o lugar aos bens materiais e outras ilusões terrenas, eis que o Homem faz renascer de novo as suas velhas tradições e estas regressam cada vez com maior brilho e fulgor. É que, sob pena de um retorno à condição animal, o ser humano jamais pode abdicar da sua essência da qual faz parte integrante a sua própria dimensão espiritual.
Uma fez terminadas as reisadas, é tempo de semear o centeio e o tomate, a cenoura e o feijão, preparar as terras para as culturas do inverno e covais para novas plantações, proceder à transfega dos vinhos e adubar as terras.
Em breve chegará o entrudus e com ele o folguedo que se destina a preparar a serração da velha e a entrada da Primavera. Até lá, cantemos os reis e revivamos as nossas tradições para que estas continuem a ser o que sempre foram!
Remonta muito provavelmente ao século XV a introdução da cultura do inhame nos Açores pelos portugueses. O inhame é um tubérculo cujo nome científico é Colocasia esculenta (L.) Schott cujo sabor e textura lembra a batata doce. Trata-se de um alimento bastante recomendado para prevenir a prisão de ventre, controlar a diabetes e evitar doenças cardiovascolares, podendo ser ingerido nomeadamente em saladas, sopas e chás.
De acordo com a região, é identificado através de várias designações como taro, ciamo, fava-do-egipto, coco… e, na Ilha de São Miguel, toda a denominação de “minhoto”!
O termo inhame – do qual deriva a denominação de “minhoto” por aproximação fonética – parece ter-se originado de línguas africanas através de vocábulos como yamyam e nyama, não sendo plausivel a sua origem no galicismo mignon como alguns autores pretendem, até por razões históricas associadas às navegações quinhentistas. Aliás, nem sequer possui correspondência com o idioma dos flamengos que contribuíram para o povoamento do arquipélago dos Açores.
Não há dúvida: É em “Caminha, onde o Norte Passa o Ano”
O Terreiro de Caminha encheu-se ontem à noite para celebrar a chegada de um novo ano. Milhares de pessoas escolheram a proposta da Câmara Municipal, saíram à rua, vieram para a Praça Conselheiro Silva Torres e trouxeram consigo alegria, animação e muita esperança de que 2024 seja um ano bom para todos, assumindo que, com a nossa atitude, temos uma forte palavra a dizer. E fez-se magia! A festa durou noite fora e até a meteorologia colaborou. Música, boa música, caras conhecidas e um carinho imenso pelos nossos grandes talentos ficou bem demonstrado.
“Caminha, onde o Norte Passa o Ano” é uma marca do concelho, consolidada ao longo de muitas noites de final de ano, no Terreiro de Caminha, com milhares de pessoas a vibrar ao som de múltiplas bandas, em ambiente de muita alegria e animação. Para este ano estava preparada mais uma grande noite e o público não desiludiu, emoldurando o Terreiro com um entusiasmo contagiante.
Em palco, a abrir a festa de fim de ano, esteve o grupo Micomaníacos, que também abriu a última edição do CA Vilar de Mouros. Seguiu-se músico e compositor Paulo Baixinho e, depois do fogo de artifício, a noite continuou com música e com o DJ Tiago Lourenço.
A organização da noite de fim de ano foi da Câmara Municipal de Caminha, com apoio da Junta de Freguesia de Caminha e Vilarelho e Ivo Shows.
Hoje, como é também “marca” do concelho de Caminha, haverá mais um magnífico Concerto de Ano Novo, pela Banda Musical Lanhelense. Será às 17h00, na Igreja Matriz de Caminha, numa organização da Câmara Municipal de Caminha.
A Verde Noivos acontece no arranque do ano, numa jornada traçada por dezenas de expositores presentes no Pavilhão de Feiras e Exposições de Ponte de Lima, apresentando as mais recentes tendências de propostas e serviços para casamentos. A XV Verde Noivos apresenta as mais recentes tendências de propostas e serviços para casamentos, desde decoração, joalharia, animação, estética, brindes, vestidos de noiva, quintas, hotéis, fotografia, viagens, que ajudarão os visitantes a programar o casamento de sonho.
A vila tem uma longa memória no que à produção de Arroz de Sarrabulho à Moda de Ponte de Lima, enchidos e fumados, diz respeito, e neste sentido acolhe, de 26 a 28 de janeiro de 2024, uma iniciativa que promove estas iguarias. O evento que propõe uma combinação de experiências gastronómicas, num conceito ligado à terra e à tradição, procura promover e consolidar o ex-líbris da sua gastronomia, um dos verdadeiros motores do desenvolvimento económico do concelho: o Arroz de Sarrabulho à Moda de Ponte de Lima.
PONTE DE LIMA É CAPITAL DO ARROZ DE SARRABULHO – UMA DAS ESPECIALIDADES GASTRONÓMICAS MAIS EMBLEMÁTICAS DO MINHO!
O arroz de sarrabulho com rojões à moda de Ponte de Lima constitui uma das maiores atrações gastronómicas do Minho, atraindo à nossa região milhares de visitantes que procuram degustar esta especialidade da nossa cozinha tradicional, confecionada com o maior rigor. Não admira, pois, que se tenha tornado numa das iguarias mais emblemáticas e responsável pela manutenção de muitos postos de trabalho, fator de afirmação do turismo e do crescimento económico.
Com efeito, as Papas de Sarrabulho e o Arroz de Sarrabulho constituem dois pratos emblemáticos da nossa região que têm as delícias do porco como elemento central da sua confecção. Encontram-se, por conseguinte, associados à matança do porco, animal que constitui desde sempre uma das principais fontes de rendimento do agricultor, razão pela qual ele simboliza o mealheiro.
Em termos genéricos, o sarrabulho caracteriza-se por se tratar de um guisado com as miudezas do porco com sangue associado à farinha de milho ou ao arroz, tal como foi inventado em Ponte de Lima.
Acredita-se que as origens do sarrabulho remontem à Idade Média, por ocasião da crise ocorrida no século XIV. À escassez de bens alimentares devido à ocorrência de secas prolongadas nos campos, faziam do pão praticamente o único alimento da população nas zonas rurais. Porém, como a necessidade aguça o engenho, passaram a juntar-lhe o sangue e as miudezas que, por caridade, eram pelas famílias mais abastadas oferecidas aos mais necessitados sempre que efectuavam uma matança… e assim nasceram as papas de sarrabulho!
À época ainda não existia o milho na nossa região uma vez que a introdução do mesmo no noroeste peninsular se deve ao Descobrimento da América por Cristóvão Colombo, cereal que inicialmente era designado por “trigo índio”. Por conseguinte, deveria ter sido o centeio o cereal até então produzido e inicialmente utilizado na confecção das papas de sarrabulho.
Por sua vez, a expansão da cultura do arroz em Portugal regista-se nos começos do século XX, muito embora a sua introdução remonte ao início do século VIII, trazido pelos árabes aquando da sua conquista da Península Ibérica em 711. Contudo, durante muito tempo, este alimento era apenas acessível às famílias mais abastadas, razão pela qual demorou muito tempo a ser incorporado na culinária tradicional de cariz popular. Além disso, o seu cultivo estava limitado às “terras alagadiças dos vales do Vouga, Mondego, Sado, Mira e Guadiana”, o que não era o caso de Ponte de Lima.
Uma vez substituída a farinha pelo arroz na confecção do sarrabulho, Ponte de Lima inaugurou um novo prato que foi ao longo dos anos adquirindo cada vez maior número de apreciadores a tal ponto que passou a constituir a sua principal referência gastronómica – o arroz de sarrabulho com rojões à moda de Ponte de Lima!