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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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BRASIL CELEBRA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL

O Brasil também celebra o 1º de Dezembro, pois sem a Restauração de Portugal não haveria Brasil hoje

Militares brasileiros hasteiam a bandeira da Restauração do Primeiro de Dezembro de 1640. Quando a Liberdade veio, não germinou somente no Portugal europeu: espalhou-se daqui para todos os pontos do império em extraordinária prova de unidade de anseios e de esperanças. Quando soou o brado libertador, todos os portugueses de todos os continentes, excepto os de Ceuta, responderam ao apelo e marcharam para a batalha. Toda a Portugalidade se levantou; a Restauração foi dos portugueses de cá e dos de além-mar: dos luso-brasileiros, dos luso-angolanos, dos luso-moçambicanos, dos indo-portugueses. Todos lutámos pela Liberdade, e fomos todos, juntos, que a readquirimos. Que nunca o esqueçamos!

Fonte: http://novaportugalidade.pt/

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QUEM FOI O TRAIDOR MIGUEL DE VASCONCELOS?

Dizei-lhe que também dos Portugueses

Alguns tredores houve algũas vezes.

- Os Lusíadas, Canto V

À data do golpe de Estado de 1640, Miguel de Vasconcelos e Brito era Secretário de Estado, o equivalente ao atual cargo de “primeiro-ministro”, nomeado em 1635 pela Duquesa de Mântua, a Vice-rainha Margarida de Saboia, em nome do rei Filipe III. Um ano antes tinha sido pelo Conde-Duque de Olivares nomeado escrivão da Fazenda do Reino, que quem era aliás valido.

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As suas políticas colaboracionistas levaram-no a exigir elevados ao povo, incluindo pesados impostos que deram origem a várias revoltas populares de entre as quais se destaca a do Manuelino, em Évora.

O descontentamento crescente das camadas populares e de alguns sectores da nobreza levaram à conspiração que teve como seu epílogo a revolução do 1º de dezembro de 1640. Nessa manhã, um grupo de fidalgos invade o Palácio Real de Lisboa, vulgo Paço da Ribeira, mata a tiro o Secretário de Estado que se havia escondido dentro de um armário, após o que lançaram de seguida o seu corpo pela janela para junto da multidão que descarregou sobre ele toda a sua fúria. Entre os conjurados, contavam-se diversos fidalgos minhotos, entre os quais se destacam os condes de Almada, senhores do Paço de Lanheses e, à época, proprietários do palácio onde os conjurados se reuniam para conspirar contra o domínio espanhol.

A defenestração ou seja, o ato de lançar alguém pela janela – originário de fenestrafenêtre – era uma prática muito em voga no século XVII um pouco por toda a Europa e que, nomeadamente no caso da Restauração da Monarquia Portuguesa, revelava o patrocínio e a influência exercida pela França de Louis XIII e sobretudo do Cardeal de Richelieu nos eventos ocorridos em Lisboa e na Catalunha.

Afinal de contas, a personagem de Miguel de Vasconcelos mais não simboliza do que a traição de uma certa nobreza – e atualmente da própria burguesia – nos momentos em que a independência nacional corre perigo, sempre pronta a vender-se a troco de alguns privilégios, deixando para o povo o espinhosa missão da redenção da Pátria. Ele não foi mais do que o bode expiatório de todos quantos á época se submeteram ao soberano espanhol.

Mas, afinal, quem foi o Secretário de Estado, Miguel de Vasconcelos e Brito?

Sabe-se que Miguel de Vasconcelos nasceu em 1590 e era filho do Dr. Pedro Barbosa de Luna e de sua mulher D. Antónia de Vasconcelos e Brito, Senhora do Morgado de Serzedelo, de Alvarenga e do Morgado da Fonte Boa.

Difícil parece identificar a sua terra de nascimento, talvez porque a ignomínia a leve a não desejar ver-se identificada com esta figura da nossa História. Mas, na realidade, ele terá nascido em algum sítio e, aquele que mais se afigura é a cidade de Viana do Castelo.

A propósito, um genealogista cujo nome não conseguimos identificar, mas que no site de Genealogia do Portal SAPO, cita uma passagem do livro “Casas de Viana Antiga”, de autoria de sua prima-tia D. Maria Emília de Vasconcelos e de D. maria Augusta d’Alpuim:

«A «Casa dos Medalhões» ou «Casa dos Lunas» é um bonito exemplar da arquitectura renascentista vianense. [...] na pedra da sua frontaria, está gravada a seguinte legenda, encurtada por numerosas abreviaturas: «esta caza mandou fazer Jacome Roiz cavaleiro fidalgo da caza deI Rei Nosso Senhor e Comendador de Brito na Ordem de Cristo e sua mulher Maria Barbosa bisneta de Fernão Gonçalves Barbosa e bisneta de Martim da Rocha, Fidalgo do Snr. Infante Dom Pedro».

Na face virada à Rua do poço achavam-se armas dos Lunas, Rochas e Barbosas.

João Jácome de Luna era filho de Rui Fernandes de Luna, natural da Galiza, - que se expatriou devido a uma morte ali perpetrada. Fixou-se em Viana, e aqui casou seu filho, Miguel Jácome de Luna com D. Genebra Barbosa, neta de Rui Vaz Aranha e de D. Maria da Cunha da Rocha, gente ilustre que vivera primeiro em Caminha, depois em Viana. (Era D. Genebra irmã do «Insigne» Dr. Pedro Barbosa Aranha, grande jurisconsulto com várias honrosas mercês, que certos estudiosos confundiam com seu filho Pedro Barbosa de Luna nalgumas notícias sobre a família de qualquer deles).

Teve Miguel Jácome de Luna mais dois irmãos: Pedro Barbosa, que morreu sem descendência, e João Jácome de Luna, que a teve, -- mas fora de Viana. Pelo contrário manteve aqui o primeiro a casa feita por seu pai [...]

Foi Vereador da cidade de Lisboa e Juiz dos Cavaleiros. E teve por sua vez três filhos: Pedro Barbosa de Luna, António Barbosa, deputado do Santo Oficio, e Luís Barbosa, Maltez.

Casou Pedro Barbosa de Luna com D. Antónia de MeIo e Vasconcelos; recebeu insígnias doutorais, foi admitido no Colégio Real de S. Paulo, Desembargador do Porto e da Casa da Suplicação e Corregedor da Corte. Mas, «por não administrar rectamente estes lugares» esteve depois detido vinte e dois anos, chegando a ser condenado a despir a Béca, sentença no entanto revogada (v. Babosa Machado). Parece aliás, que sempre se manteve português de coração naquela época conturbada. [...]

Não obstante foi pai do tristemente célebre Secretário de Estado Miguel de Vasconcelos, homem de confiança do conde de Olivares e da duqueza de Mântua, morto na Revolução de 1640.

Também Pedro Barbosa de Luna fôra assassinado em 1621, com uma estocada, ao entrar uma noite para a sua casa situada ao Chafariz d'el-Rei, em Lisboa. Outros dizem que com um tiro de pistola ao recolher da Relação a sua casa, que era um palácio na Ribeira (nota 5ª, na versão de Camilo Castelo Branco em «O Regicida»)... [...]

É voz corrente em Viana ter nascido Miguel de Vasconcelos na Casa dos Lunas, frente à Matriz, afirmando outros que em Lisboa é que nasceu.

Uma sua irmã, D. Mariana d'Eça, casou com Diogo Soares, secretário de Estado em Madrid. Tendo ela enviuvado, de novo casou Diogo Soares -- agora com uma filha de Miguel de Vasconcelos, que assim foi seu cunhado e sogro. Outros irmãos deste eram D. Pedro d'Eça, bispo de Leiria, e D. Luís d'Eça, Deão em Braga.

Perdeu-se em Viana a representação dos Lunas. [...] »

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Casa em Viana do Castelo que pertenceu à família de Miguel de Vasconcelos

(Fotos: Wikipédia)

AS CELEBRAÇÕES DO 1 DE DEZEMBRO DURANTE A I REPÚBLICA E NO ESTADO NOVO

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Uma semana após a implantação da República em Portugal, mais precisamente em 12 de Outubro de 1910, instituiu o Governo Provisório os feriados do novo regime, contando-se entre eles o dia 1 de Dezembro então identificado como o dia da “Autonomia da Pátria Portuguesa”. Em 30 de Junho de 1911, a 11ª Sessão da Assembleia nacional Constituinte aprovou o Projecto de lei do governo que instituiu os novos feriados, nos seguintes termos:

“Tendo o Governo Provisório da Republica Portuguesa decretado a abolição da consagração official dos dias santificados e estabelecido como feriados, por merecerem a homenagem nacional, os dias 1 e 31 de Janeiro, 5 de Outubro e 1 e 25 de Dezembro, e tendo ainda concedido às câmaras municipaes do país o direito de, a dentro das respectivas municipalidades, estabelecerem um dia feriado á sua escolha, devendo portanto ser considerados extraordinarios todos aquelles que, alem dos já citados, venham a estabelecer-se, a Assembleia Nacional Constituinte dispõe e estatue o seguinte:

Artigo 1.° São só considerados feriados officiaes, para os effeitos do abandono de trabalho durante vinte e quatro horas pelos operarios adventicios do Estado ou dos municipios, os dias já decretados pelo Governo da Republica Portuguesa, e os que tenham sido ou venham a ser estabelecidos pelas differentes municipalidades, isto é, um por município conforme foi decretado.

Art. 2.° Quando porventura se reconheça a necessidade de estabelecer novos feriados, aos operarios a que se refere o artigo anterior ser-lhes-ha facultativo o poderem trabalhar.

§ unico. Quando por qualquer motivo extraordinario não se possa manter a concessão expressa no artigo anterior, os operarios a que se refere o artigo 1.receberão sempre os respectivos vencimentos.”

O regime republicano estabeleceu de imediato uma nova liturgia condizente com o seu próprio ideário, incluindo nela as celebrações de carácter patriótico e de evocação dos feitos republicanos, edificando a partir desse sincretismo uma nova religião cívica que contemplava outros ritos e símbolos como o busto da República, o hino, a divisa “saúde e fraternidade”, o panteão nacional e a Festa da Árvore.

As agremiações culturais e recreativas a que hoje vulgarmente designamos por colectividades de cultura e recreio constituíram um meio privilegiado de intervenção política dos republicanos, de veicularem as suas ideias e, através delas, implantarem a sua organização. Essas entidades foram, em grande medida, a face visível da organização do Partido Republicano, da Carbonária e da própria Maçonaria, não admirando aliás as semelhanças existentes nas suas próprias normas estatutárias. Desse modo, também as celebrações do dia 1 de Dezembro tiveram por base organizativa essas entidades que, um pouco por todo o país, multiplicavam as iniciativas comemorativas com a realização de concertos musicais e festividades populares.

Um pouco por toda a parte mas sobretudo naquelas regiões onde a influência do Partido republicano mais se fazia sentir, surgiram inúmeras associações e bandas filarmónicas, sociedades de instrução e recreio e centros escolares republicanos cuja denominação aludia ao dia 1 de Dezembro. Ainda actualmente é possível encontrar muitas dessas colectividades principalmente nos arredores de Lisboa e nos concelhos da margem sul do rio Tejo.

À medida que a situação política do país se agrava e o regime entra em decadência também as celebrações do 1 de Dezembro vão perdendo o seu fulgor inicial, apenas prosseguindo pela força do hábito criado em tais agremiações e como forma de manter a sua dinâmica cultural, nalguns casos, porém, providas de grande significado local como sucede em Santo Aleixo da Restauração.

Com o advento do Estado Novo na sequência da ditadura militar de 1926, também o Estado Novo criou os seus ritos comemorativos e passou a evocar os lugares de memória que procurava evocar. À altura em que o Estado Novo se estabeleceu, estavam em voga na Europa as ideias fascistas que irradiavam sobretudo de Itália e que encontravam em Portugal numerosos adeptos sobretudo no Nacional-Sindicalismo de Rolão Preto, o qual fazia então grandiosas demonstrações com os seus “camisas azuis”. Avesso a manifestações tão ostensivas e procurando um apaziguamento social a todo o custo, o Prof. Oliveira Salazar baniu o Nacional-Sindicalismo levando ao exílio dos seus principais dirigentes, ao mesmo tempo que criava a Associação Escolar Vanguarda (AEV), antecessora da Mocidade Portuguesa, para esvaziar politicamente os “camisas azuis” do Nacional-Sindicalismo.

A partir de então, foi essencialmente à Mocidade Portuguesa que foi atribuída a responsabilidade pela organização das celebrações do dia 1 de Dezembro, centradas na Praça dos Restauradores e junto ao antigo Palácio dos Condes de Almada, em Lisboa, com a realização de grandiosas paradas e desfiles. De resto, a própria Mocidade Portuguesa instalou o seu quartel no referido palácio, vulgarmente conhecido por “Palácio da Independência”, tendo-se ali mantido até à altura do 25 de Abril de 1974. De referir que, possuindo as suas estruturas uma implantação em todos os estabelecimentos de ensino nos quais os alunos eram obrigados a participar nas suas actividades, as celebrações do dia 1 de Dezembro representavam um ritual a contribuir para a formação patriótica da juventude.

Durante o governo do Prof. Marcello Caetano, curiosamente um antigo Comandante da Mocidade Portuguesa, aquelas paradas deixaram de se realizar e a actividade da organização foi decrescendo.

Entre a I República e o Estado Novo alteraram-se substancialmente os ritos comemorativos na medida das diferenças ideológicas que os distinguiam. De igual modo, enquanto a I República privilegiou a participação popular baseada nas instituições que controlava, o Estado Novo conferiu-lhe uma nova estética mais guerreira assente na Mocidade Portuguesa, na Milícia e outras organizações paramilitares que faziam parte do regime. Porém, é durante o Estado Novo que os lugares de memória relacionados com a efeméride adquirem uma maior expressão, da mesma forma que o regime se preocupa com a recuperação dos monumentos nacionais, procedendo ao restauro de castelos e igrejas um pouco por todo o país.

RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL FOI HÁ 379 ANOS!

Portugal e a Catalunha estão unidas por laços históricos!

Passam 379 anos desde a data histórica da Restauração da Independência de Portugal em relação ao domínio dos reis de Espanha. Um punhado de portugueses tomou de assalto o Paço da Ribeira, aprisionaram a Duquesa de Mântua e defenestraram o traidor Miguel de Vasconcelos. Estava proclamada a restauração da independência.

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Seguiu-se a aclamação de D. João IV, Duque de Bragança, como rei de Portugal e dava-se início a uma sucessão de batalhas militares que duraram 28 anos, com vista a consolidar a independência, as quais culminaram com a assinatura do Tratado de Lisboa de 1668. Este tratado, celebrado entre Afonso VI, de Portugal e Carlos II, de Espanha, pôs fim à Guerra da Restauração, dando lugar nomeadamente à devolução de Olivença que esteve durante 11 anos sob ocupação espanhola. Apenas a praça de Ceuta ficou na posse de Espanha.

Para o sucesso do golpe palaciano contribuíram diversos fatores internos como o descontentamento dos nobres que haviam perdido os seus privilégios e eram preteridos relativamente à nobreza castelhana; a burguesia que via o seu negócio prejudicado pela concorrência dos comerciantes ingleses, holandeses e franceses e também os constantes ataques aos navios que transportavam os seus produtos e, finalmente, o povo sobre quem recaíam cada vez mais pesados impostos.

Mas, puderam os conjurados de 1640 também contar com diversos fatores externos que se revelaram favoráveis, de entre os quais se salienta a revolta que eclodira na Catalunha em 7 de junho daquele ano, contra o centralismo imposto pelo Conde-Duque de Olivares e a presença de tropas castelhanas em território catalão. Tratou-se da “Guerra dos Segadores”, assim denominada por ter tido origem imediata na morte de um ceifeiro, a qual teve lugar entre 1640 e 1652.

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Os catalães proclamam a República Catalã em 26 de janeiro de 1641. Porém, o falecimento do seu principal chefe Pau Claris, leva a um desenvolvimento do conflito do qual resulta na incorporação de parte da Catalunha no território da França.

Tanto a revolta da Catalunha como a Restauração da Independência de Portugal contaram com o apoio do Cardeal Richelieu, o que aliás explica a defenestração – termo originado de fenêtre – de Miguel de Vasconcelos, prática muito em voga à época em todas as revoltas que ocorreram noutros países europeus. Deste modo, conseguia a França alargar as suas fronteiras políticas, fazendo-as coincidir com acidentes naturais como os Pirinéus a ocidente, o rio Reno e os Alpes a oriente, de maneira a melhor defender-se do poderio da Casa de Áustria de onde descendiam os reis de Espanha cujos domínios, no continente europeu, incluía Portugal, Nápoles, Sicília, Milão, Sardenha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Ilhas Canárias, Maiorca, Rossilhão, Franco-Condado, para além dos reinos de Castela, Leão, Valência, Aragão e a Catalunha propriamente dita.

Com o casamento em 1469, do rei Fernando II de Aragão com Isabel I de Castela, a Catalunha vinha perdendo as suas liberdades enquanto nação soberana e jogava agora a sua oportunidade de recuperar a independência política.

Dando prioridade ao esmagamento da revolta catalã, o rei Filipe IV, de Espanha, ordena ao Duque de Bragança e a muitos nobres portugueses que o acompanhem na repressão à Catalunha, tendo-se a maior parte deles recusado a obedecer.

Enquanto a Catalunha sucumbiu perante o poderio castelhano, Portugal conseguiu sair vitorioso da guerra travada contra a Espanha que durou 28 anos e veio a confirmar a nossa independência como nação soberana, em grande medida graças à revolta catalã. Por conseguinte, possuem os portugueses uma dívida histórica aos catalães na medida em que a sua sublevação foi bem-sucedida em grande medida devido à revolta dos segadores da Catalunha.

É a privação da liberdade nacional que nos leva a atribuir-lhe maior valor, parecendo por vezes que a desprezamos sempre que a damos como garantida!

Decorridos que são 375 anos sobre tais acontecimentos históricos, eis que a Catalunha volta a aspirar à sua própria independência política. Em coerência, não podemos nós, portugueses, deixarmos de reconhecer à Catalunha e ao povo catalão o direito à liberdade que em 1 de dezembro de 1640 lográmos alcançar. Portugal e a Catalunha estão unidas por laços históricos!

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P'RA ONDE VAIS FAGUNDES? - SOBE À CENA EM CARREÇO

O grupo de teatro da SIRC estreia nova peça  “Pra onde vais Fagundes?!”

O grupo de teatro da Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço vai estrear , no próximo dia 6 e 7  de Dezembro, nas suas instalações uma nova produção teatral intitulada “Pra onde vais Fagundes?!”.

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Peça teatral de um só acto, procura recrear a viagem do célebre navegador vianês pelas águas da Terra Nova, entrelaçando a epopeia com a ficção bem humorada e crítica mordaz à sociedade contemporânea.

Mais uma vez a encenação  está a cargo do  conhecido (actor, encenador e dramaturgo) António Neiva , a partir de textos de Manuel Quintas Neves,  que se refere a este trabalho da seguinte forma: “Esta epopeia Fagundiana, podemos compará-la  à epopeia Alexandrina que é caracterizada por uma aposta na brevidade do texto, nos elementos polifónicos, imaginativos e  didacticamente irónicos.

Apresenta um tom de exaltação, isto é, de valorização  dos seus heróis e seus feitos. Tudo isto, de repente, soa a falsete e desmistificam-se histórias mal contadas. 

Nela se fala dos costumes e características do  "Povo Luso, alma imensa", da nossa autocomiseração e saudade, do eterno sebastianismo e do desenrasca, dos nossos sonhos e esperança na mudança. 

A epopeia possui habitualmente um fundamento histórico, mas não reproduz os acontecimentos com fidelidade, antes os deforma, apresentando-os como atos exemplares que funcionam como modelos de comportamento. 

Os principais objetivos deste trabalho são propagar a reflexão sobre este espetáculo de teatro e mapear o momento histórico pelo qual passa este texto "Fagundiano".

O grupo de teatro promete momentos de boa disposição, exaltando a figura de João Alvares Fagundes e a sua façanha de demanda pelo “fiel amigo”, o Bacalhau.

Em bom sotaque vianense, imagine-se, entre a rua Grande e o velho cais, a repetida pergunta carregada de mistério e desconcerto...”Pra onde vais, Fagundes?!”

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