Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

MINHO É OURO!

A atracção das nossas gentes por esse metal tão precioso quanto belo remete-nos para os confins da História, a um tempo em que as mulheres – ancestrais das actuais minhotas – se adornavam com torques e braceletes que agora inspiram os designers da moderna ourivesaria minhota.

0001_Mouro.jpg

A esse tempo, já os romanos que aqui se estabeleceram exploraram as jazidas auríferas existentes na nossa região. Porém, a sua importância no costume minhoto tem influências bem mais recentes!

Na região de Entre-o-Douro e Minho, muitos foram camponeses forçados obrigados a emigrar sobretudo para o Brasil a fim de escapar à miséria que então assolava os campos. A filoxera que atingiu as vinhas e a indústrialização fomentada pela governação de Fontes Pereira de Melo constituíram alguns dos factores que estiveram na sua origem.

Não raras as vezes viajaram escondidos nos porões dos navios que partiam de Viana do Castelo e outros portos… clandestinamente! Uma vez chegados ao porto de Santos, no Brasil, escapavam sem qualquer registo para depois se aventurarem numa vida de glória ou miséria.

Não obstante, muitos dos nossos compatriotas regressaram ricos, construíram os seus solares e casas apalaçadas, as chamadas as casas dos brasileiros, sobretudo ao longo do litoral minhoto. Ficaram conhecidos por “brasileiros de torna-viagem”.

Do seu bolso ajudaram a construir escolas, beneficiaram igrejas e de um modo geral contribuíram para o progresso das suas terras de origem. Mas também não esqueceram as suas afilhadas, oferecendo-lhes geralmente um rico dote em oiro para que também elas viessem a conseguir um bom casamento... é isso que em grande medida explica uma certa ostentação do ouro nesta região!

Por conseguinte, este tornou-se um traço do carácter minhoto que define bem a sua personalidade, que combina bem com a sua natureza exuberante e maneira de estar. Algo que não é facilmente compreendido por pessoas de outras regiões do nosso país…

Distante da monotonia de outras terras, o minhoto vive desde que nasceu rodeado de uma paisagem alegre e ridente onde a grandeza das montanhas contrasta com a doçura verdejante das suas veigas. O minhoto é jovial e alegre. E, em todos os momentos da sua vida, mesmo nos mais difíceis, encara-os de frente e enfrenta-os com um sorriso nos lábios. O trabalho, a religião e a própria gastronomia são vividos em festa!

Foi essa sua paixão pelo ouro e a filigrana em geral que impulsionou a arte da ourivesaria, principalmente em Gondomar e Póvoa de Lanhoso. E, dela fez um dos ex-líbris de Portugal mundialmente reconhecido.

Fotos: Amadeu Ferrari / AML

0001_M2minhouro.jpg

0001_M3minhouro.jpg

0001_M4minhouro.jpg

0001_M5minhouro.jpg

0001_Mminhouro.jpg

JANEIRAS E REIS NO NORTE DE PORTUGAL

A convite do diretor deste espaço, Sr. Carlos Gomes, a quem agradeço, irei deixar algumas palavras a todos quantos se predispõem a ler este razorado de questões e visões sobre algo que muito me tem vindo a preocupar.

64806547_2394425373953587_1788178993392910336_o.jpg

De forma indiscutível, no norte de Portugal, a tradição dos Cânticos ao Menino teve uma abrangência geográfica e social quase nula. 

Nos trabalhos que me tenho predisposto realizar para o Orfeão da Feira, descobrimos recentemente que na Freguesia de Sanfins e Rio Meão, em termos religiosos, existiam novenas pelas 06h00 da manhã, na igreja, onde o terço se rezava e caso houvesse gente com alma para tal, alguns momentos eram cantados. Esta tradição ter-se-á perdido por volta da década de 50 do século passado. 

Curioso o facto da hora e do ajuntamento da comunidade ser muito semelhante ao que ainda hoje se vive com enorme fervor na Madeira, com as Missas do Parto. 

Avançando do religioso para o profano, algo me começa a doer e a causar incómodo. A realização de encontros de Janeiras e Reis dentro de templos religiosos. 

É um tema sensível, dado muitos defenderem que com a retirada do Santíssimo do Sacrário, o templo se transforma numa sala de espetáculo, contudo, na minha forma de ver, esta questão está a provocar nos Grupos sérios problemas que passarei a enumerar para mais fácil análise:

  1. Uma mentira contada muitas vezes, torna-se uma verdade ao fim de algum tempo. Estamos a transmitir para as gerações vindouras que os cânticos de Janeiras e Reis não eram cantados, de porta em porta por grupos, unicamente constituídos por homens, mas sim, nas igrejas e com belos arranjos musicais nada chegados à característica do povo d'antanho. 
  2. É impossível dar as boas festas e pedir a esmola do fumeiro ao patrão da casa, com ele pregado na cruz diante do altar. 
  3. À época de representação, a Igreja, era, ao contrário de hoje, extremamente rígida com a música litúrgica e os instrumentos que eram autorizados para o culto religioso. As formas da Viola Braguesa eram comparadas ao corpo desnudo de uma mulher, pelo que, a sua entrada nos templos religiosos era proibida. Hoje, vemos surgir, com ou sem Santíssimo no Sacrário a festada completa. 
  4. A invenção. Temos todos de ser muito honestos neste meio, mas infelizmente não o somos. De ano para ano, cada vez são mais os Grupos a organizar os seus encontros em templos religiosos e como as questões acima enumeradas começam a ser pensadas, à boa maneira portuguesa, dá-se um jeitinho no problema. Grande parte do reportório apresentado nestes encontros, ou é de autor, não sendo assim Folclore ou então são recolhas de Janeiras e Reis "suavizadas" para poderem estar presentes nestes encontros. 

Recordo com saudade o Encontro de Janeiras e Reis do Rancho Regional Recordar é Viver de Paramos - Espinho, onde uma cozinha de lavrador com tudo que esta merece, e uma equipa de gente com uma queda incrível para o Teatro Etnográfico, faziam-nos transportar para o início do séc. XX e ali ouvíamos as belas ladaínhas das saudações acompanhadas pela viola, testos, pinhas e demais instrumentos que o povo improvisava, os cânticos já dentro de casa a vozes, e as despedidas. 

Somos povo.

A dignidade do espetáculo não fica ferida se o espaço onde o realizarmos tiver condições, quer para o público, quer para os grupos não se verem obrigados a alterar aquilo que absorveram do povo que dizem representar.

Para remate, nada tenho contra os encontros nas igrejas, nas localidades e com grupos que tenham tido nas suas comunidades estas tradições. 

Faço votos de um 2020 feliz e pleno de sucesso. 

Este vosso amigo, 

Fábio Pinto

Folclorista

IMG_20191229_164655.jpg

PAREDES DE COURA É CAPITAL PORTUGUESA DO LEGO

‘Arte em Peças’ + ‘A Natureza em Realidade Virtual’

Na contagem decrescente para o Novo Ano continuam a não faltar motivos para os miúdos de Paredes de Coura, bem como dos concelhos vizinhos e até da Galiza preencherem os seus tempos e desfrutarem dos melhores momentos. As fantásticas construções Lego® do ‘Arte em Peças’ continuam a chamar miúdos e graúdos ao Centro Cultural, mas também há ‘A Natureza em Realidade Virtual’ que também até 3 de janeiro promete fazer a delícia de quantos visitam esta encantadora vila do Alto Minho.

cadlkibaohljpino.jpg

‘A natureza em realidade virtual’, todos os dias das 14h00 às 19h00, numa produção da Wild Immersion & Mk2 VR, transporta-nos para o outro lado do planeta com as suas maravilhas e permite-nos quase tocar ‘a poucos centímetros de distância’ leões, elefantes, girafas e muito mais. A imersão no mundo selvagem é apoiada por Jane Goodall, embaixadora da paz das Nações Unidas e famosa médica que dedicou a sua vida à preservação do meio ambiente e da vida selvagem. 

Com o ‘Arte em Peças’, visitantes de todas as idades que acorram ao Centro Cultural para mais esta iniciativa promovida pelo Município em parceria com a Comunidade 0937 têm a oportunidade de contactar com milhões de peças LEGO® e de participar em passatempos diversos, na construção de mosaicos, circuitos de comboios, circuito de carros telecomandados, pintar desenhos, experimentar o funcionamento dos mais variados robôs, de criar as suas próprias construções e brincar livremente com as milhares de peças que estão disponíveis numa área reservada à Playzone, tudo para que possam desfrutar de grandes momentos de diversão.

Ambas as iniciativas, ‘Arte em Peças’ e ‘A natureza em realidade virtual’, têm entrada livre, bem como a Passajem de Ano que mais uma vez tem por palco o Largo Hintze Ribeiro. Aqui, numa tenda aquecida, a partir das 23h00, a entrada no Ano Novo faz-se com Hugo Band, Grupo VivoDance e Dj Zack, prolongando-se noite dentro na Caixa da Música com o grupo Wicked Youth e os Dj’s The Tobbys e Mosca a.k.a Nuno.

Para estes dias de festa, em que Paredes de Coura acolhe maior número de visitantes, entre os quais muitos filhos da terra na diáspora, a rua principal da vila transpira a magia desta quadra festiva com a instalação pública concebida por Madalena Martins que nos sugere “um céu azul estrelado, que faz da noite dia e do frio neve”. No Largo Hintze Ribeiro a Tenda Natal Encantado mantém o circuito de insufláveis para toda a família e a que ninguém resiste. Mas também há o ‘Espaço Infantil’ que contempla trampolim, piscina de bolas e microcircuito para crianças entre os 2 e 5 anos, a par de múltiplas iniciativas como forma de proporcionar momentos acolhedores e de convívio entre quem nos visita.

Arte em Peças 1.jpg

Arte em Peças 2.jpg

Arte em Peças 3.jpg

CORREIO DA MANHÃ DESTACA SUCESSO NA CHINA DO GALO DE BARCELOS

Galo de Barcelos é protagonista na China

Símbolo português dá mote ao herói da série para crianças ‘O Panda e o Galo’.

A televisão pública chinesa acaba de estrear uma série infantil que tem como protagonista o galo de Barcelos. Intitulada ‘O Panda e o Galo’, a produção conta com 52 episódios e trata-se de uma junção entre Televisão Central da China (CCTV) e a produtora portuguesa Stopline, criada por Leonel Vieira.

img_900x508$2019_12_28_22_40_33_912928.jpg

"O Panda e o Galo’ estreou recentemente na Televisão Central da China e terá 52 episódios

De acordo com um comunicado emitido pela estação, a série pretende "integrar elementos característicos e as culturas da China e de Portugal". A personagem interpretada pelo galo de Barcelos é descrita como "um animal popular e auspicioso e a mascote de Portugal". Na história, aparece a jogar futebol e tem um avô que toca guitarra portuguesa.

Com este projeto, a empresa estatal pretende ajudar "as crianças chinesas a saber mais sobre o mundo multicultural".

Embora não esclareça se a série irá posteriormente ser transmitida em Portugal, o comunicado refere que pode também "contar histórias chinesas ao Mundo". Aliás, ‘O Panda e o Galo’ faz parte de uma série de coproduções internacionais chamada ‘Panda +’, que já juntou a CCTV a produtoras da República Checa, Nova Zelândia, Rússia e África do Sul.

A proximidade entre Barcelos e China faz-se também via Macau, onde o galo figura, há já vários anos, em diversas lojas espalhadas pela região, principalmente estabelecimentos de recordações, como uma espécie de souvenir de Macau. Agora, este símbolo da tradição portuguesa chega à televisão.

Fonte: Vânia Nunes / https://www.cmjornal.pt/

Foto: Correio da Manhã

CapturarCMGALOCHINA.PNG