Rui Pinto, atleta do Sport Lisboa e Benfica, vence a prova pelo terceiro ano consecutivo
Terminou há instantes mais uma edição da prestigiada Corrida de S. Silvestre da Amadora, por sinal a mais antiga do nosso país. Posicionadas na meta de chegada como já vem sendo tradição desde há várias décadas, a beleza das jovens minhotas do Grupo Folclórico Dançar é Viver, rigorosamente trajadas à vianesa, conferiu à festa um especial brilho e encanto.
Ao longo das artérias desta cidade dos arredores da capital, milhares de pessoas apinhavam-se para assistir à passagem dos atletas, apoiando os seus ídolos e incentivando-os a prosseguir no seu esforço.
O atleta do Sport Lisboa e Benfica voltou este ano, pela terceira vez consecutiva, a alcançar a vitória ao cortar a meta com apenas 30.10 segundos, logo seguido de Lucínio Pimentel, do Sporting Clube de Portugal e de Eduardo Mbengani, tam ele do Sport Lisboa e Benfica. Na quarta posição ficou André Costa, do Clube de Praças da Armada, seguindo-se-lhe Andrelino Furtado (SCP), Hugo Almeida (SC Braga) e, em sétimo lugar, o amadorense Hugo Correia (SCP).
Iniciada em 1975, com a denominação de "1º Grande Prémio da Amadora", a São Silvestre da Amadora começou a transformar-se no ano seguinte, quando foi para a estrada a primeira edição.
Para o baptismo, nada mais significativo do que a presença de Carlos Lopes que, ainda em 1976, conquistou a medalha de prata na final dos 10.000 metros dos Jogos Olímpicos de Montreal (Canadá). A primeira São Silvestre da Amadora teve a participação de 156 atletas, representando alguns clubes de nomeada como o Sporting e o Benfica. Em 2017, celebra a 43ª edição, sendo a corrida de São Silvestre mais antiga de Portugal Continental. Realiza-se no último dia do ano, pelas 18h00.
A chef Paula Peliteiro, do restaurante Sra. Peliteiro, em Esposende, despede-se em grande, com uma receita deliciosa de pernil fumado e puré de castanhas que vamos mesmo querer reproduzir em casa. E este chega mesmo ao seu destino, ao contrário do que aconteceu na Venezuela.
Receita: Pernil fumado no forno com puré de castanhas (2 pessoas)
Ingredientes para o pernil:
1 pernil de porco fumado (1 kg)
Ramo de tomilho
Ramo de funcho
Ramo de salsa
Ramo de alecrim
2 malaguetas
Sementes de funcho q.b.
Pimenta preta moída na hora q.b.
Ingredientes para levar com o pernil ao forno:
6 batatinhas cozidas
6 chalotas cozidas
Dentes de alho amassados q.b.
Folhas de louro q.b.
Ramos de tomilho fresco q.b.
Sementes de funcho q.b.
Pedras de sal marinho
Azeite virgem extra q.b.
6 cenouras baby cozinhadas al dente em água
6 couve pak choi cozinhadas al dente em água
Preparação:
Coloque o pernil coberto com água numa panela e adicione as ervas aromáticas e as especiarias.
Leve ao fogo e deixe cozinhar cerca de 1 hora até que sinta a carne macia.
Retire o pernil e descarte o caldo. Num prato de barro, coloque o pernil, regue com um fio de azeite, ramos de tomilho e sementes de funcho. Adicione batatinhas, chalotas, dentes de alho, folhas de louro e regue com uns fios de azeite. Salpique com pedras de sal e leve ao forno a dourar.
Acompanhe com cenouras baby e couve pak choi cozinhadas al dente em água.
Ingredientes puré de castanhas:
500 g de castanhas cozidas
100 ml natas
1 colher de sopa de manteiga
Sal q.b.
Noz moscada q.b.
Preparação:
Triture todos os ingredientes e leve ao lume numa panela para finalizar o tempero e consistência.
O bom fumeiro dura o ano inteiro
O processo tradicional de fumar carnes e enchidos é longo, exige espaço e paciência. Feito segundo os costumes mais antigos, ganha sabores e cheiros inesquecíveis das brasas e lume que lentamente os curaram. Curar significa aqui transformar lentamente, impregnando interstícios e partes sólidas com o fumo produzido por madeiras, carvões e plantas selecionados.
O pernil de porco, peça saborosa que corresponde, por assim dizer, à canela do animal, traz consigo matéria gorda, pele e carne numa combinação que se presta particularmente ao fumeiro. É por isso que faz parte do almoço de Natal em muitas regiões do país, quando não é mesmo o prato principal que encerra a quadra à mesa. É totalmente autossuficiente no fumeiro, basta ser bem feito para extrair o melhor sabor. É esta mesma peça a que depois de salgada, cozida e desossada chamamos fiambre da perna ou da pá, esta sim, parte fundamental da ceia de Natal em muitos países. Hoje encontramos facilmente pernil assado como produto dito de quinta gama, que quer dizer embalado e pronto a utilizar.
A chef Paula Peliteiro faz-nos uma proposta culinária que recupera também o que era o conduto mais utilizado em Portugal, a castanha, de que ficou o sabor que português algum dispensa. Mais um prato de que disponibiliza a receita e que é simples de executar. Boas experiências!
Centenas de pessoas vão amanhã, da parte da manhã, a partir das 9 horas, tomar o primeiro banho do ano na praia de Carcavelos conforme manda uma tradição que se mantém desde há mais de setenta anos. E, a animar, os minhotos vão animar a festa ao som da concertina.
Envergando os mais bizarros fatos-de-banho, os banhistas correm em conjunto pela praia em direcção às ondas, indiferentes à temperatura fria desta época de inverno.
Após o mergulho, regressam ao paredão para, em alegre convívio, deliciarem-se com fatias de bolo-rei e outras guloseimas como manda a tradição nesta quadra festiva.
Além dos intrépidos banhistas, o ritual atrai normalmente centenas de curiosos e a comunicação social que nunca perde a oportunidade de registar este convívio bizarro que anualmente se realiza às portas de Lisboa. E, não faltarão sequer os “Narcisos”, divertidos tocadores de concertina que animam a festa com os seus acordes muito ao jeito do folclore minhoto. A sua denominação evoca o saudoso café Narciso cujo ambiente permanece com saudade na memória de muitos frequentadores da praia de Carcavelos.
Dentro de escassas horas e de acordo com o calendário gregoriano – assim designado por ter sido adoptado pelo Papa Gregório XII através da bula Inter gravíssimas a fim de corrigir o anterior calendário Juliano, estabelecido pelo imperador romano Júlio César – daremos entrada no ano 2018 da Era Cristã. E, com ele, o mês de Janeiro que os romanos dedicaram ao deus Jano.
Corria o ano 46 antes da Era Cristã quando o ditador romano Júlio César decretou o dia 1 de janeiro como o dia de Ano Novo, consagrando os romanos o mês de janeiro a Jano, deus pagão dos portões e dos começos, daí derivando a sua própria designação que perdura até aos nossos dias.
Jano é representado com duas faces, uma das quais olhando o passado e a outra voltada para o futuro.
A celebração deste dia ocorre geralmente entre todos os povos que possuem um calendário anual, podendo no entanto o mesmo ser celebrado em ocasiões diversas em consequência das diferenças existentes entre os calendários nas várias culturas.
Sem que muitos portugueses desconfiem, há um movimento galego que luta pelo reconhecimento público de que o galego e o português são uma só língua. Falo dos reintegracionistas.
Perguntarão algumas pessoas: por que razão não insistir na autonomia da língua galega quer em relação ao espanhol quer em relação ao português?
Muitos reintegracionistas dirão que é simples respeito pela verdade dos factos: o galego e o português funcionam, em muitos aspectos, como um sistema linguístico comum, principalmente se usarmos uma perspectiva histórica.
Pessoalmente, juntaria a este argumento factual (sempre perigoso nestas coisas das línguas e das identidades) um argumento prático: o galego está ameaçado pelo espanhol, não pelo português. Uma perspectiva que junte o galego ao português dá-lhe uma força que não teria sozinho. Como mera língua regional, o galego está ameaçado. Como um dos três ramos principais do português (galego, português de Portugal e português do Brasil) há uma comunidade internacional a dar força à língua.
Ou seja, os galegos vêem-se na posição de poder dizer que a sua língua é falada por 200 milhões de pessoas, ao mesmo tempo que resistem à erosão do seu uso, por substituição pelo espanhol.
Assim se explica que alguns dos mais entusiásticos defensores da lusofonia sejam galegos.
Como complemento, republico aqui (sem qualquer alteração) este comentário de um leitor galego a um postanterior:
“A mim pessoalmente, o galego serve-me para perceber sem dificuldade o que o senhor escreve sem ter estudado nunca a língua de Camões.
Acho que o senhor também não há ter demasiados problemas para perceber o conteúdo destas linhas nem para identificar o código como português , embora seja um português esquisito. E, insisto, eu nunca estudei a língua portuguesa!
Em resumo, o galego serve-me para comunicar-me com mais de 200 milhões de pessoas espalhadas ao longo de quatro continentes.
Se a isso somamos o castelhano, já temos mais de 500 milhões (sem contar os utentes que tenham o espanhol como segunda língua). Isso sem muito esforço. O potencial linguístico da Galiza é enorme. Ou será, o dia que acheguemos o galego um bocadinho do português.”