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Janela manuelina em casa brasonada, em Viana do Castelo, num postal de 1940.
O Museu do Traje de Viana do Castelo inaugura, no próximo sábado, dia 28 de Abril, duas exposições que assinalam duas importantes doações ao Museu do Traje e homenageiam duas vianenses. São elas Manuela Ramos com a exposição “O Amor às Festas - Trajes Regionais e Vestidos de Festa” e Maria Cândida Tinoco de Abreu de Lima que expõe “Bordados, Riscos de Bordados e Leques”.
O cantor José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, vulgarmente conhecido por Zeca Afonso, tinha raízes minhotas. Descendia pelo lado materno de famílias limianas. Sua mãe, Maria das Dores Dantas Cerqueira, era professora primária e nasceu em Ponte de Lima nos começos do século XX. Outros antepassados do cantor eram oriundos de Arcozelo e São Martinho da Gandra. Domingos José Cerqueira, seu avô materno, foi professor de instrução primária em Ponte de Lima. Porém quis o destino que José Afonso viesse a nascer em Aveiro, em 2 de agosto de 1929.
Angola, Moçambique, Belmonte, Coimbra, Faro e Setúbal são algumas referências geográficas que se encontram na rota da sua vida. Ponte de Lima é, porventura a menos conhecida. De resto, além de não ter ao que se saiba vivido alguma vez em terras limianas, também não deverá ter encontrado matéria-prima para as suas letras, apesar da fonte de inspiração que o rio Lima sempre constituiu para muitos poetas.
“Foi abadia da apresentação dos descendentes de D. Manuel de Azevedo e Ataíde, com duas comendas da Ordem de Cristo, que eram dadas pelos duques de Caminha e passaram para a Casa do lnfantado.
(…)Mas, o que domina a freguesia é a Casa do Carboal ou Casa de Covas. Propriedade vinculada e instituída em morgado, no ano de 1691, por Manuel Pereira Bacelar, um dos governadores da praça de Vila Nova de Cerveira, é presidida por imponente e austero edifício dos finais do século XVII, bela amostra de estilo chão, com a fachada a abrir-se em extensa varanda sobre pórtico. A simplicidade e grandeza arquitetónica da moradia estão defendidas por altos muros rasgados por janelas quadradas e portão encimado por escudete com o bacelo heráldico dos Bacelares. Formando um quadrilátero, a fachada principal tem nos topos duas torres, de dois pisos cada e janelas de guilhotina. As torres são coroadas aos cantos por pequenas esferas.
A base da torre direita, pelo lado sul, abre-se em túnel abobadado por onde foi lançada a escada, de degraus suaves, que conduzem à varanda. Solução originalíssima aquela que permitiu fazer deste solar seiscentista um exemplar em que a gravidade do granito, aliada à ausência completa de ornados, lhe confere dignidade especial.”
Fonte: http://www.freguesiasdeportugal.com/distritoviana/10/covas/historia.htm
Perdem-se nos confins dos tempos as origens da Freguesia de Covas. Constam das Inquirições de 1258 referências à existência de pelo menos três povoados castrejos, o que atesta bem a sua antiguidade ainda anterior ao período da ocupação romana. De resto, foram encontrados no monte Furado vestígios de um castro agrícola que remonta à Idade do Ferro e ainda fragmentos de vidro e “terra sigillata” provavelmente relacionados com uma “villae” associada à exploração mineira na localidade por parte dos romanos.
Também a toponímia local nos oferece inúmeras informações que atestam a sua antiguidade e que servem de suporte à História e à Arqueologia neste esforço de investigação como sucede com os casos de Vilar, Vilares e Vilarinho, provenientes de “villa” e indicativos da provável existência de uma “villae” romana.
Na obra “Corografia portugueza e descripçam topografica do famoso Reyno de Portugal”, de António Carvalho da Costa, relativa aos anos de 1650 a 1715, reza o seguinte: “S. Salvador de Covas, Abbadia que apresenta Dom Manoel de Azevedo & Ataíde, está neste termo, sendo a maior parte dos fregueses do de Caminha, rende quinhentos mil reis, a metade he do Abbade, além do pé de Altar, & paisaes, & da outra se fazem dous Prestimonios do Habito de Christo, que por Comendas apresentavam os Duques de Caminha, cada hú importa cem mil reis, té duzentos, & trinta vizinhos. Nesta Freguesia está huma Torre antiga, que devia (…)”
Ajoelhada num vale aos pés da Serra d’Arga, Covas é atravessada pelas águas cristalinas do rio Coura. Sendo a maior freguesia do Concelho de Vila Nova de Cerveira, limita com as freguesias de Candemil, Gondar, Mentrestido e Sopo e ainda os concelhos de Caminha e Paredes de Coura.
Qual manto verde cravejado de igrejas e capelinhas que constituem pequenas joias do nosso património edificado adornando o seu traje garrido de lavradeira minhota, Covas ostenta com orgulho os seus monumentos e pergaminhos como sucede com as capelas de S. Gregório, da Senhora da Piedade, da Senhora da Conceição, do Senhor dos Aflitos, de S. Sebastião, de Santa Marinha, da Senhora de Lurdes, de Santa Maria Madalena e do Senhor dos Passos e de Santa Luzia.
As suas gentes festejam a Santa Marinha e a S. Sebastião, ao Senhor dos Aflitos e a Nossa Senhora de Fátima, a Nossa Senhora de Lurdes e a Nossa Senhora da Tosse. E não há procissão onde não rufem os bombos do Divino Salvador, porventura o agrupamento tradicional mais caraterístico da localidade de Covas.
As fotos que junto reproduzimos são da autoria de vários habitantes desta localidade e a sua publicação destina-se a dar a conhecer os encantos desta terra minhota.
A empresa canadiana Avrupa Minerals Ltd anunciou recentemente no seu site oficial ter encontrado nas antigas minas de Covas, em Vila Nova de Cerveira, ouro e tungsténio, vulgo volfrâmio, em quantidade “significativa” para ser explorada. As prospeções decorrem numa área de cerca de 900 metros de comprimento por 100 metros de largura, tendo-se registado a presença de ouro em quase todas as amostras recolhidas. O melhor resultado obtido representou 10,2 gramas de ouro por tonelada de terra e rocha removida.
Com efeito, o ouro encontra-se disperso no subsolo em ínfimas proporções pelo que é necessário proceder à remoção de grandes quantidades de solo para se poder obter uma pequena quantidade de metal precioso. Mais ainda, a sua extração é efetuada com recurso a lixiviantes com cianeto, mercúrio e metais pesados de elevado teor tóxico e altamente prejudiciais para a saúde e o meio ambiente.
Com a extração de ouro, na freguesia de Covas, os recursos naturais ficarão contaminados e os solos agrícolas destruídos, a paisagem não será mais a mesma e a população perderá a sua qualidade de vida a troco de uma miragem cujo brilho do ouro jamais enxergarão. Há muitas décadas, também na vizinha Freguesia da Cabração, em Ponte de Lima, se extraiu ouro e estanho sem que a população alguma vez tivesse recebido qualquer benefício da exploração. A própria energia elétrica só chegou em 1975, muito tempo decorrido desde a suspensão da atividade mineira naquela localidade.
O BLOGUE DO MINHO dedica hoje uma série de artigos à Freguesia de Covas, do Concelho de Vila Nova de Cerveira. As fotos que junto reproduzimos são da autoria de vários habitantes desta localidade e a sua publicação destina-se a dar a conhecer os encantos desta terra minhota.
Em 1846, as heroicas mulheres do Minho deram início a uma revolta popular contra a ditadura de Costa Cabral, tomaram de assalto as repartições de finanças onde destruíram as “papeletas da roubalheira” e expulsaram a soldadesca enviada para reprimir a revolta.
O levantamento popular começou na Póvoa de Lanhoso e espalhou-se rapidamente a todo o Minho e norte do país em geral. A exumação de um cadáver que havia sido sepultado na igreja foi o rastilho. Os sinos tocaram a rebate e, de rebelião em rebelião, a revolta foi adquirindo um caráter de guerrilhas populares até que a Rainha D. Maria II se viu forçada a demitir o governo.
A opressão fiscal e a prepotência do governo cartista de Costa Cabral tiveram na revolta da Maria da Fonte uma resposta à altura que constitui uma lição da História. Pena é que nem todos saibam aprender com o passado!
“Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com a corneta na boca
A tocar a reunir
“Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com a corneta na boca
A tocar a reunir
“Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com a corneta na boca
A tocar a reunir
“Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com a corneta na boca
A tocar a reunir
“Viva a Maria da Fonte
A cavalo e sem cair
Com a corneta na boca
A tocar a reunir
Eia avante, portugueses
Eia avante, não temer
Pela santa liberdade
Triunfar ou perecer! (refrão)
Lá raiou a liberdade
Que a nação há-de aditar
Glória ao Minho, que primeiro
O seu grito fez soar!
Essa mulher lá do Minho
Que da foice fez espada
Há-de ter na lusa história
Uma página dourada!”
- Hino da Maria da Fonte
“Miosótis” é uma peça que tem como objetivo retratar o holocausto nazi. Apesar de se misturar ficção com a realidade, pretende-se através das artes de palco, mostrar uma das partes mais cruéis da História do séc. XX. Além da representação, é ainda finalidade experimentar novas formas cénicas e de caracterização, proporcionado desta forma ao espectador um maior realismo.
O texto é de José Luciano, a encenação de Susana Luciano e é uma representação do Grupo DUPLAFACE da Associação Cultural e Recreativa de Arcozelo.
“Sá de Miranda - convivências e irreverências de uma escola” é o tema da próxima edição de “Serões no Burgo/Tertúlias Rusgueiras” que a Rusga de São Vicente de Braga - Grupo Etnográfico do Baixo Minho leva a efeito.
Trata-se da 59ª edição dos Serões e tem lugar no próximo dia 27 de abril, pelas 21h30, na sede social desta associação, sita na Av. Artur Soares (Palhotas), nº 73 em Braga, contando como convidados com Maria Eulália Lima, António Sarmento, Henrique Barreto Nunes, Miguel Bandeira e João Diogo Ferreira.
Lavradeiras de Afife, Viana do Castelo, num postal de 1940.
A X Peregrinação Nacional a Fátima, levada a efeito pelos ranchos folclóricos, realiza-se no próximo domingo, dia 22 de abril. Milhares de peregrinos integrando mais de uma centena de grupos folclóricos em representação das mais variadas regiões do país vão afluir ao Santuário de Fátima, emprestando ao local o colorido dos seus trajes tradicionais domingueiros.
Trata-se de uma iniciativa da Federação do Folclore Português que se realiza anualmente. O programa tem início às 9h30 com o desfile dos grupos a partir do Parque 7 até ao Recinto de Oração, a recitação no rosário, às 10h na Capelinha e, às 11h, após a procissão para o altar, terá lugar a celebração da eucaristia, no Recinto de Oração do Santuário de Fátima.