Foram muitos os minhotos que hoje desfilaram em Lisboa protestando contra a eventual extinção de freguesias nos mais diversos concelhos da nossa região. Eles foram de Braga e Viana do Castelo, Barcelos e Esposende, Fafe e Caminha, Paredes de Coura e Vila Praia de Âncora, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez.
O Minho abriu o desfile com a sua alegria e jovialidade que carateriza as nossas gentes no trabalho e na luta. Consigo levou os ranchos folclóricos e os “triquelitraques”, os cabeçudos e gigantones e os zés-pereiras com as suas arruadas. As raparigas de Viana do Castelo com o seu “traje à vianesa” emprestaram um colorido muito especial. Empunharam bandeiras e outros dísticos reclamando contra a extinção das respetivas freguesias. Com a sua gente seguia o Dr. Francisco Sampaio, notável paladino das nossas melhores tradições e do nosso turismo.
De norte a sul do país, cerca de duzentas mil pessoas desceram a avenida da Liberdade em direção ao Rossio. Seguiram-se os transmontanos nos com seus tradicionais “caretos”, os durienses e a suas fanfarras, os grupos de cante do Alentejo, as bandas filarmónicas e, de uma forma geral, as mais diversas representações das coletividades locais. Parafraseando o cantor, o povo saiu à rua e a fanfarra não parou de tocar… contra a extinção de freguesias!
Desde tempos imemoriais, a luta pela sobrevivência levou o Homem a trocar a terra firme pelo ambiente hostil do mar, aventurando-se na imensidão desconhecida – o mar é tão rico em alimento como é em perigos!
Aparelho ótico dióptrico de Fresnel com olho-de-boi. Este farol operava numa base flutuando numa cuba com mercúrio e apresentava uma característica de dois relâmpagos agrupados. O movimento de rotação era produzido através de mecanismo de relojoaria.
Disse o sábio grego Platão que “há três espécies de homens: os mortos, os vivos e os que andam no mar”. Com efeito, em relação a estes nunca se sabe realmente o seu destino, tais são os perigos que enfrentam.
È costume frequente, nas povoas de pescadores, as mulheres vestirem-se permanentemente de luto pois existe quase sempre um familiar próximo que não regressou da campanha junto com os seus camaradas: quando não foi o pai, terá sido um irmão, o marido ou o próprio filho. Na praia, elas aguardam ansiosas pelo seu regresso. E, quando o mar se revolta e sobre ele um manto de nevoeiro cai, a sereia por eles chama e a vila se agita num alvoroço carregado de angústia. O pescador arrisca a vida para do mar trazer o parco sustento da família – o lucro vai direitinho para os intermediários e para os luxuosos estabelecimentos hoteleiros onde o servem a preços impraticáveis. E, no entanto, quanto custará a vida de um ser humano?
Por vezes, em dia de temporal, é à entrada da barra que a tragédia o aguarda, virando a embarcação ou espatifando-se contra o molhe. Que o digam os pescadores das Caxinas e de Vila Praia de Âncora. Como disse o poeta:
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Mas, quando regressavam de noite escura, avistavam geralmente ao longe uma sentinela vigilante que, protetora, os aguardava e conduzia até alcançar a costa. Era uma luz cintilante que baloiçava, transportado pelas mãos de alguém que surgia como um anjo a indicar o local onde podiam, enfim, ancorar. Essa luz era um farol que indicava a existência de terra firme e o navegante apenas tinha de seguir no seu enfiamento.
Os faróis cuja designação provêm do termo grego Faros, em alusão à ilha próxima de Alexandria, onde foi erguido o famoso farol de Alexandria, eram inicialmente constituídos por meras fogueiras ou luzes de azeite destinados a avisar os navegadores da aproximação de terra ou outros perigos para a navegação. Desde então, a sua evolução não mais se deteve, tendo dado origem a modernos equipamentos eletrónicos dotados de curiosos sistemas de ótica, instalados em edifícios que, regra geral, constituem interessantes obras de arquitetura e se erguem nos sítios mais surpreendentes.
Foram estes equipamentos sempre de grande utilidade para os pescadores e navegadores em geral. À entrada da barra, as luzes verde e vermelha indicam-lhes respetivamente o bombordo e o estibordo da embarcação, noções de orientação criadas pelos portugueses durante as navegações que fizeram ao longo da costa africana e que entretanto se universalizaram.
Desde 1924, o funcionamento e manutenção dos faróis é da responsabilidade da Direção de Faróis, um órgão da Marinha que se dedica nomeadamente à operação e manutenção das ajudas à navegação. Porém, o aparecimento de novas tecnologias tem levado a que os faróis se tornem espaços museológicos com grande interesse sobretudo para os mais jovens, uma vez que constituem magníficas peças de ótica e relojoaria. Para além de constituírem um espaço de memória de especial significado para as comunidades piscatórias e que deve ser preservado, pois os faróis foram desde sempre “sentinelas do mar” a vigiar pela segurança dos pescadores e dos navegantes em geral!
Lanterna de estai. Trata-se de uma lanterna com ótica dióptrica de Fresnel, em tambor. No tempo em que eram utilizados os candeeiros a petróleo, estas lanternas eram descidas para se acender e apagar, sendo posteriormente içadas e ficavam suspensas num cabo de aço, daí a sua designação de estai.
No portinho de Vila Praia de Âncora, a entrada da barra era assinalada por duas luzes que indicavam o enfiamento. Com o alargamento do porto, estas foram desativadas e as lanternas recentemente retiradas.
Símbolos da Páscoa chegam amanha com um novo Workshop de Reciclagem Criativa e a temática “Símbolos da Páscoa”. Workshop de Reciclagem Criativa com o tema “Símbolos da Páscoa”. Com o apoio do município de Vila Verde, vai realizar-se no dia 31 de março, sábado, das 10H às 12H, na Biblioteca Municipal de Vila Verde.
Os participantes vão ter oportunidade de desenvolver os seus símbolos da Páscoa e as suas prendas, com material reciclável, que a torna-a única. Quando pensámos na Páscoa, imaginámos logo as amêndoas, os chocolates. Porque não personalizar uma oferta com os doces típicos da Páscoa!“ E, ainda estamos a oferecer à natureza uma prenda, a reciclagem dos nossos desperdícios!”, diz Sílvia Abreu.
No fim do workshop os participantes recebem um certificado e um doce!
A imagem mostra um grupo de gaiteiros provenientes da Galiza desfilando em Guimarães, provavelmente por ocasião das festas Gualterianas, na década de sessenta do século passado.
A galeria da Casa dos Crivos, em Braga, inaugura no próximo dia 28 de abril, pelas 17 horas, a exposição de aguarelas “Raízes Nossas” da autoria da pintora bracarense Beatriz Lamas de Oliveira. A exposição ficará patente ao público até ao dia 19 de maio. A Casa dos Crivos encontra-se situada na Rua de São Marcos.
Para além do seu aspeto estético, a pintura de Beatriz Lamas de Oliveira revela-se de grande importância como um meio de sensibilização para a defesa e preservação do património, mormente nas suas vertentes arquitetónicas e paisagísticas. Por essa razão, a arquiteta Fátima Pereira, imbuída do mesmo espírito, dedicou à obra da pintora as palavras que a seguir se reproduzem.
“A imagem da cidade tem lugar na mente de quem percorre, permanece ou simplesmente vislumbra a cidade. É entendida como a representação mental da cidade existente em cada um. Corporiza-se pelo somatório integrado de comportamentos sociais, de construções, de expressões culturais. É o resultado da ação combinada dos seus atores, do cidadão, do turista, e do visitante.
Existem elementos arquitetónicos, com valor patrimonial ou simplesmente com valor enquanto referência identitária do espaço que formam a imagem que cada um tem da urbe. No entanto, da imagem também faz parte o encontro, a abordagem ao outro, o estar com o outro, faz parte o velhinho que pontua a rua, o pedinte que toca acordeão e que aborda, faz parte o colorido do mercado, e o pregão da vendedora. A imagem da cidade é o resultado dos factos históricos e/ou relevantes mas também de acontecimentos banais, de ações do quotidiano que marcam socialmente. É importante que imagens e representações que hoje fazem parte do nosso imaginário da urbe sejam preservadas em prol da nossa identidade. A realidade da cidade faz parte da fundação da nossa identidade, do nosso espaço de conforto.
A imagem da cidade é um capital importantíssimo para a sua competitividade. Planear, posicionar e promover a imagem da cidade é vital para a consolidação da identidade territorial, para um sentimento de pertença partilhado por todos.
A arte, na multiplicidade da sua expressão perpétua realidades, sentimentos, apropriações do espaço e da natureza humana de todos e de cada um. Tomando o espaço público como ambiente cénico vai proporcionar que imagens presentes não se percam com opções políticas, com mudanças de paradigmas sociais, culturais ou económicos. É importante que o artista tenha a capacidade de interpretar a urbe, o social e o individual, para que o perpetue. É importante que cada um de nós teça contributos para que haja uma consciencialização social do valor de determinadas imagens, para o valor de determinados conjuntos.
Vivemos uma cidade onde as opções politicas poucas as vezes se centram no património, na imagem da cidade, são deixadas ao abandono em prol de ouras intenções não estratégicas porquê se assim fossem davam relevo aquilo que no nosso século e considerado como fator de competitividade: os recursos endógenos. Acordar nos dias de hoje voltado para a realidade patrimonial, pode ser o reconhecimento de uma lacuna ou um tentar de remedeio de opções mal realizadas, ou a força de reconhecer determinados valores em prol de benesses económicas.
O artista é livre, em nome da liberdade de criação, é ilógico impor-lhe limites, mas é-lhe conferida ao mesmo tempo uma responsabilidade de estar atento e de usar essa mesma liberdade em prol de todos. Será e sempre foi da responsabilidade do artista a critica avançada a determinadas opções políticas, pela procura de uma consciencialização e uma mudança de políticas públicas. A arte interpreta a sociedade de forma interventiva e crítica, tem uma ação ética e interventiva e esta possibilidade atribui à obra um certo valor social e uma responsabilidade de intervenção.”
Arqª Fátima Pereira
A pintora é natural de Ferreiros, no Concelho de Braga. Licenciada em Medicina na Faculdade de Medicina de Lisboa, frequentou e concluiu os Cursos de Medicina Tropical no INSA e o de Saúde Publica da ENSP de Lisboa. Exerceu a profissão no Ministério da Saúde, tendo estado colocada em vários pontos do país. Mas, as artes plásticas falaram mais alto e a artista respondeu ao apelo da sua verdadeira paixão que consiste na pintura.
A Associação Desportiva Verdoejense, de Valença, leva a efeito no próximo dia 6 de maio, a partir das 14 horas, a III Descida de Motas de Pau.
À semelhança de edições anteriores, a prova consiste em efetuar um percurso da freguesia de Verdoejo com recurso a uma mota de pau que deverá contar com o quadro e rodas em madeira. Serão distinguidos os mais rápidos e os mais originais.