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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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VIANA DO CASTELO: MUSEU DO TRAJE APRESENTA “GLOSSÁRIO DO USO DO OURO NO NORTE DE PORTUGAL”

“Glossário do Uso do Ouro no Norte de Portugal” é o título da obra de Maria dos Santos Mota cujo lançamento vai ter lugar no próximo dia 3 de março, pelas 17 horas, no Museu do Traje de Viana do Castelo. A iniciativa é da Câmara Municipal de Viana do Castelo e do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa. A apresentação será feita pelo Prof. Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, Professor Catedrático da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e Diretor do CIONP – Centro Interpretativo da ourivesaria do Norte de Portugal.

Na ocasião serão apresentados os vídeos “O ouro nas Festas da Senhora da Agonia em Viana do Castelo” e “As Filigranas de Gondomar e da Póvoa de Lanhoso”, da responsabilidade do CIONP- CITAR / Escola das Artes-UCP. Pode ainda ser visitada a Sala do Ouro, instalada no Museu, no cofre do antigo Banco de Portugal, com a coleção de peças de ouro popular doada da Fundação Eduardo Freitas. 

A autora tem desenvolvido um grande trabalhado de investigação sobre a temática do ouro popular do Norte de Portugal e é a autora de “O uso do ouro nas Festas da Senhora d’Agonia em Viana do Castelo”, obra que também foi apresentada no Museu do Traje em Agosto do ano passado.

O livro é uma edição da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa / CITAR e do Centro de Centro Interpretativo da Ourivesaria do Norte de Portugal / CIONP.

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BRASIL: MINHOTOS FAZEM ARRAIAL NO RIO DE JANEIRO

A Casa do Minho no Rio de Janeiro leva a efeito no próximo dia 3 de Março um grandioso arraial minhoto, por sinal a mais grandiosa e típica festa minhota em terras brasileiras. Trata-se da “Quinta de Santoínho”, uma denominação que os nossos conterrâneos adotaram evocando o espaço de animação existente em Darque, no Concelho de Viana do Castelo.

Esta iniciativa vem realizando-se ininterruptamente, todos os meses, desde 1979 e conta habitualmente com a animação do Rancho Folclórico Maria da Fonte, cabeçudos e gigantones. Os visitantes têm à sua disposição sardinha assada na brasa, pão de milho, caldo verde e vinho à descrição. É uma festa minhota!

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PAREDES DE COURA: MUSEU REGIONAL PROMOVE DOÇARIA TRADICIONAL

Com o objetivo de preservar e divulgar as nossas tradições gastronómicas, mormente a doçaria tradicional, vai o Museu Regional de Paredes de Coura organizar mais um dos seus habituais lanches, o qual terá lugar no próximo sábado, dia 3 de março, pelas 15h30.

Helena Barbosa

Na foto, Helena Barbosa vai dar a conhecer as delícias das compotas de fruta de Paredes de Coura

A organização conta com o apoio de Helena Barbosa residente no lugar de Requeijada, freguesia de Bico, em Paredes de Coura. E promete uma surpresa deliciosa para quem visitar o museu nesse dia…

A entrada é gratuita.

Museu Regional de Paredes de Coura

Morada: Rua Aquilino Ribeiro 4490-525 PAREDES DE COURA

Correio Electrónico: museu@cm-paredes-coura.pt

Telefone: +351251780122

Museu Regional

A INDÚSTRIA CHAPELEIRA E O TRAJE DO MINHO

A fotografia constitui uma das fontes documentais não apenas para quem estuda os acontecimentos da História contemporânea como também para quem procura com algum rigor conhecer os usos e costumes desde meados do século XIX, nomeadamente aspetos relacionados com o traje utilizado à época. Porém, o aparecimento da fotografia coincide com a industrialização dos processos de produção que levaram a uma inevitável alteração de hábitos e a uma padronização cada vez maior no modo de vestir.

Feira e Romaria de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, da autoria de Alfredo de Moraes.

Primitivamente, a produção de vestuário era feita de forma artesanal e, sobretudo nos meios rurais, nem sempre existiam recursos materiais para se poderem adquirir nas feiras que se realizavam nas vilas os tecidos necessários à sua confeção, ao contrário do que sucedia com as classes nobres e abastadas para quem se importavam as mais luxuosas sedas. No campo, cultivava-se o linho que depois se submetia a um laborioso ciclo até ficar pronto para o tear. E era então que o vestuário, de linho, sorrobeco ou outros tecidos adquiria forma: com cores sóbrias ou garridas, com mais ou menos estopa, consoante a sua finalidade, de acordo com a condição da pessoa que o vestia e ainda com as características do clima ou da função, se destinava ao trabalho ou a ser usado em dia festivo. E, tal como acontecia em relação ao vestuário, o mesmo se verificava com outros acessórios, incluindo os que serviam para cobrir a cabeça.

Ainda atualmente é possível encontrar teares sem qualquer utilização desde há imenso tempo, em muitas casas antigas nas aldeias minhotas. E ainda, para quem efetua pesquisas genealógicas, não é raro verificar a profissão de tecedeira nos assentos de batismo outrora lavrados nos cartórios paroquiais do Minho.

Enquanto o lenço servia às mulheres, o trabalhador do campo usava invariavelmente um barrete que se ajustava à cabeça, proporcionava conforto e não dificultava os movimentos, possuindo por vezes outras utilidades como a de esconderijo. Ou então, quando a temperatura o aconselhava, um chapéu de palha que, à semelhança do vestuário, também era construído pelas mãos habilidosas das mulheres. Aliás, é esse talento de artista que levou Ramalho Ortigão, em As Farpas, a caracterizar a mulher e o homem minhotos da seguinte forma:

“O trabalho das rendas basta, por ele só, para criar os hábitos de simetrização, de alinho, de asseio e de esmero, que necessariamente se comunicam da nitidez da operária a tudo que a rodeia – os seus vestidos, a sua casa.

O marido minhoto, por mais boçal e mais grosseiro que seja, tem pela mulher assim produtiva um respeito de subalterno para superior, e não a explora tão rudemente aqui como em outras regiões onde a fêmea do campónio se embrutece de espírito e proporcionalmente de desforma de corpo acompanhando o homem na lavra, na sacha e na escava, acarretando o estrume, rachando a lenha, matando o porco, pegando à soga dos bois ou à rabiça do arado, e fazendo zoar o mangual nas eiras, sob o sol a pino, à malha ciclópica da espiga zaburra”.

Na segunda metade do século XIX, a cidade de Braga destacou-se nomeadamente pela indústria chapeleira localizada sobretudo na Freguesia de São Víctor. Esta indústria haveria mais tarde de se transferir para S. João da Madeira onde, aliás, veio a ser criado o Museu da Chapelaria. Adquiriu então notoriedade o chamado chapéu braguês, de copa alta e aba com cerca de sete centímetros de largura, cuja utilização se generalizou em todo o Minho. Não havia lavrador que, sobretudo em dia de mercado, não ostentasse o seu chapéu fabricado pela conceituada indústria bracarense. E era vê-los, de chapéu na cabeça, com vara de marmeleiro e casaca sobre os ombros a negociar o gado na feira de Ponte de Lima, Barcelos ou noutras localidades, como aliás atestam as fotografias da época. Não admira, pois, que os grupos folclóricos minhotos exibam com maior frequência o chapéu braguês em relação ao barrete, existindo porém alguns que já vão incluindo este na indumentária que exibem.

Noutras regiões do país, também o uso do chapéu se generalizou sob diferentes formas relacionadas nomeadamente com condições climatéricas ou de ordem prática, como sucede com o utilizado pelo maioral ribatejano ou o chapéu de abas largas da região da Estremadura.

Como é sabido, o traje tradicional não escapou à influência das modas das várias épocas nem às fantasias resultantes de uma política de turismo que utilizava o folclore também como atrativo para quem pretendia visitar o país. E, por maioria de razão, o folclore minhoto sofreu os efeitos dessa utilização, levando à assimilação de elementos originariamente estranhos que vieram a perdurar no tempo e a adquirir foros de autenticidade. E, atendendo a que tal situação se verificou principalmente em grupos folclóricos de renome que foram destacados ao tempo do Estado Novo, as adulterações acabaram sendo reproduzidas por outros grupos posteriormente constituídos que tomarem aqueles como referência em vez de procederem à sua própria investigação.

O chapéu braguês constitui precisamente um dos acessórios do traje minhoto que tem sido objeto de adulteração, sobretudo entre os grupos folclóricos da região do Alto Minho. Para além de, na maior parte dos casos já não corresponder ao que era outrora usado, a imaginação e a fantasia levam-no a incluírem nele diferentes adornos e enfeites e até, nalguns casos, irem ao ponto de lhe darem o aspeto do chapéu de toureiro.

Sucede que, para sobreviver, o minhoto ocupava a maior parte do seu tempo na lavoura que era a base do seu sustento. E, assim sendo, não se explica facilmente porque, em muitos grupos, os minhotos aparecem invariavelmente em traje de festa – eles de fato domingueiro e elas com o seu característico “traje à vianesa” – como se tratasse de um povo preguiçoso que mais não soubesse do que cantar e bailar, ao jeito da letra do malhão. Por conseguinte, faltam em muitos grupos folclóricos as figuras que caracterizam as várias atividades da respetiva vivência rural, incluindo o pastor das regiões montanhosas das Argas, da Peneda e do Gerês com as suas coroças de junco.

Pese embora a adoção do chapéu braguês na indumentária exibida pelos grupos folclóricos, ao contrário do que se verifica com o típico barrete camponês, não se trata de um acessório genuíno mas antes um produto da era industrial, a qual veio ameaçar de extinção os antigos costumes rurais que se procuram representar e que acabaria por suscitar a criação de grupos de folclore com o objetivo de preservar as mais genuínas tradições populares, fenómeno este que surge precisamente em Inglaterra e noutros países industrializados.

Carlos Gomes, http://www.folclore-online.com/

PINTORA ESPOSENDENSE RICARDINA SILVA EXPÕE NO ALENTEJO

A pintora esposendense Ricardina Silva vai a partir do próximo dia 3 de Março expor as suas obras em Monsaraz, no Alentejo. A exposição vai ficar patente até ao dia 30 de Março, na Galeria da Igreja de Santiago, sita na Rua de Santiago, naquela vila alentejana, podendo ser visitada todos os dias entre as 10h e as 12h30 e as 14h e as 17h30, com entrada livre.

Intitulada “Imagina, cria, recria e transforma”, Ricardina Silva apresenta ao público novas criações de estilo surrealista, garantindo que pretende prosseguir nessa vertente. As obras são a óleo sobre tela, acrílico e técnica mista.

Ricardina Silva nasceu em Esposende e tem vindo a realizar numerosas exposições um pouco por todo o país, afirmando-se como uma autêntica embaixatriz de Esposende no domínio das artes plásticas. Ainda recentemente fizemos notícia das exposições que efetuou em Ourém, Tomar, Ponte de Lima, Paredes de Coura,  Melgaço e Monção.

Como ela própria refere, “desde tenra idade que adorava desenhar apenas com um lápis e uma folha branca, guardava todos os desenhos num dossiê”. Aos dezassete anos experimentou a pintura sobre tela em acrílico.

Em 2006 realizou a primeira exposição e, a partir de então nunca mais parou. Sucederam-se os concursos e as bienais, passou a experimentar outras técnicas como a pintura a óleo, mista, pastel, aguarela e os desenhos começaram a ser realizados a carvão e grafite.

Para a artista, “cada obra é como um poema harmonioso, de cores luminosas que transparecem num clima rimático e transmitem a paz interior que desejo. Quando realizo um desenho ou uma pintura entrego o meu coração… a minha alma. É como se viajasse para um sítio maravilhoso e mágico, onde não existe o sofrimento, mas sim alegria e cor. Normalmente, para a realização das minhas obras, utilizo diversas técnicas como o óleo, o acrílico e a mista. Apesar do diversificado leque de temáticas que já executei, nas minhas obras a que predomina é a do mar, remontando às minhas origens”.

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D’A MUIÑEIRA

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Foliada em Soutelo (Galiza) por Francisco Sutil

Todal’as moças vêm ò moinho,

Todal’as moças ò moinho vêm,

Vós bem sabendes, moças do Minho,

Vós bem sabendes quem vos quer bem.

 

Tendel’a pele branca, branquinha,

Tendel’os peitos como um limão,

Tendel’a cara cor de farinha,

Tendel’os olhos cor de carvão.

 

Traz de los montes, cor de morango,

Cor de morango vem vindo o sol.

Vamos bailar ao sol o fandango

Com pandeireta e gaita de fol!

 

Gaita, gaitinha, ai! Feiticeira,

Gaita, gaitinha que alegra o sol,

Porque foi feita prà moinheira

É que lhe chamam gaita de fol!...

 

                                     João Verde

ESTAÇÃO RADIO NAVAL ALMIRANTE RAMOS PEREIRA

Com o título em epígrafe, transcrevemos do nosso colega “Vila Praia de Âncora” em http://vilapraiadeancora.blogs.sapo.pt/ com a devida vénia um interessante artigo, devidamente acompanhado de fotos, que retrata bem o estado de abandono em que se encontra o património do Estado numa altura em que os nossos governantes insistem em dar lições de moral aos cidadãos, responsabilizando-os pelo estado em que o país se encontra por alegadamente viverem acima das suas possibilidades. Trata-se de um património que, não tendo qualquer utilidade para a Marinha e para o país como as fotos documentam, bem poderia servir o turismo da nossa região.

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Em passeio domingueiro passei por Apúlia e não pude deixar de ver o lastimável estado de abandono a que chegou a Estação Radio Naval Almirante Ramos Pereira.

Nos anos cinquenta do século passado foi instalada nas terras férteis do concelho de Esposende, uma unidade militar que na época era pomposamente denominada “Estação Rádio Goniométrica Aero Naval de Apúlia”.

Foram expropriados em favor do Estado cerca de 14 hectares de terra arável da melhor qualidade, centenas de pequenas parcelas de terreno, algumas o único património de muitos habitantes de Apúlia. Pelos legítimos donos foram distribuídos alguns míseros tostões, sem direito a reclamação como era timbre no tempo do Estado Novo.

Mesmo os proprietários dos terrenos próximos à zona expropriada foram prejudicados, pois quando necessitaram de construir casas ou anexos, muros ou poços, esbarraram na Lei da Servidão Militar que indeferia invariavelmente as pretensões dos proprietários.

Depois de funcionar cerca de cinquenta anos a Estação Rádio Naval de Apúlia, denominada Almirante Ramos Pereira, foi progressivamente desguarnecida e deixada ao abandono a partir de 2001.

Na parcela edificada existem diversos edifícios de significativo valor arquitetónico com fachadas em granito lavrado em cantaria, que estão sufocados por densa vegetação; as residências literalmente afogadas em silvados que sobem aos telhados; os antigos jardins, as veredas, os espaços desportivos e de lazer, já ninguém sabe onde existiram; a piscina é um viveiro de animais anfíbios; o aquartelamento, o refeitório, as messes, as garagens com as portas abertas; restos de mobiliário e arquivos pelo chão; arruamentos, pavimentos e muros dos edifícios atapetados de silvas.

Entretanto, continua vigente e atualizada a Lei da Servidão Militar, (Decreto nº 19/2002 de 27 de Maio), que continua a condicionar o licenciamento de obras nas imediações.

É óbvio que o facto desta unidade militar ter associado o nome do Almirante Ramos Pereira me incentivou a escrever este artigo indignado, mas penso também nos inúmeros marinheiros que ali prestaram serviço, ali viveram anos a fio, que cuidaram daqueles edifícios e jardins como da sua própria casa se tratasse.

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Haverá alguma política de restruturação militar ou alguma contenção financeira que justifique esta humilhante situação de abandono e desprezo não só pelo património, mas também pelo povo de Apúlia e pela memória de um dos mais ilustres militares e lutador pela democracia?

Fotos de Manuel Moreira

GUIMARÃES: CONFRARIA GASTRONÓMICA DO PÃO-DE-LÓ TRADICIONAL ENTRONIZA D. ISABEL DE BRAGANÇA CONFRADE DE HONRA

Duquesa de Bragança, D. Isabel de Bragança. (Foto: http://www.casarealportuguesa.org/)

A Confraria Gastronómica do Pão-de-ló Tradicional leva a efeito, no próximo dia 17 de Março, o seu 2º Capítulo e Entronização, o qual terá lugar em Guimarães. Na ocasião, a Duquesa de Bragança, D. Isabel de Bragança será entronizada como Confrade de Honra.

O MINHO NA INTERNET: MONÇÃO TEM REPÓRTER

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“Monção Repórter” é um blogue noticioso do concelho de Monção no endereço http://moncaoreporter.blogspot.com/. Trata-se, com efeito, de um jornal regional no formato de um blogue que privilegia a informação e dá a conhecer o seu concelho.

A internet e, mais concretamente, a blogosfera vai sendo cada vez mais utilizada para privilegiar a informação regional e promover a cultura local. O BLOGUE DO MINHO procura dar a conhecer estes blogues que divulgam a nossa região e procura promover a criação de uma rede de blogues informativos minhotos através da permuta de links, incentivando desse modo a divulgação mútua.

LAURINDA FERNANDES DE CARVALHO ARAÚJO: UMA POETISA LIMIANA QUE PERMANECE IGNORADA PELOS SEUS CONTERRÂNEOS

Apesar de contar com vasta obra literária publicada em livro e bastante colaboração dispersa por diversos órgãos da imprensa regional, a poetisa limiana Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo permanece ignorada da maior parte dos seus conterrâneos.

Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo fazendo a apresentação do seu livro, em Lisboa, em 1987. À direita, na foto, o sr. Dias de Carvalho, de Vitorino das Donas.

Durante vários anos publicou no jornal “O Povo do Lima” a secção “Página Feminina” na qual publicou muitos dos seus poemas, além de outros comentários e artigos sobre os mais variados temas.

Em 1971, publicou os seus primeiros livros de poemas – “Coração que sofre!...” e “Retalhos de Poesia”. Seguiram-se “Apologia de S. Julião de Freixo e Suas damas de Honor”, “Reminiscências do Passado”, “Faúlhas do 25 de Abril”, “Poesias Dispersas”, “Poesias Completas para os meus 13 filhos”, “O Fim da Hospedagem”, “No Crepúsculo”, “Poesias para os meus 30 Netos” e “Galiza – Universidade do seu povo”.

Publicou em prosa “Histórias da Avozinha para os Netos”, “Conversa íntima com os jovens – Noivas e Casadas”, “Monografia de S. Julião de Freixo e Estudo Sucinto de Anais”, “Cartas… Sem Resposta” e “Monografia de S. Eulália de Rio Covo – Barcelos”. Em prosa e verso, “Venha Comigo ao Rio de Janeiro”. E, ainda, em teatro, de parceria com o escritor Afonso do Paço, “O Rosto da Imaginação – Comédia em 3 actos”, “A Gaivota – Comédia infantil em 2 actos” e “Fantasmagorias – Tragi-comédia”.

Em parceria com Afonso do Paço publicou também, em poesia, “Dois Mundos – Rural e Urbano, no espaço Galaico-Minhoto”, cuja capa junto reproduzimos.

A poetisa Laurinda Fernandes de Carvalho Araújo nasceu em S. Julião de Freixo e era professora de Instrução Primária. Entre as entidades a que se encontrava associada, destacamos a Sociedade de Geografia e a Associação Portuguesa de Escritores, Associação de Jornalistas e Homens de Letras, o Centro de Estudos Regionais e o Centro de Estudos Sociais e Etnográficos de Viana do Castelo. Era ainda Sóocia Honorária do Liceu Literário Português e do Real Gabinete Português de Leitura, do Rio de Janeiro.

Transcrevemos alguns versos do seu poema “Dois Mundos – Rural e Urbano, no espaço Galaico-Minhoto”.

                                      Ó Galiza e Minho

                                      Torrões floridos

                                      Por todo o mundo

                                      Vós sois queridos.

                                      Tendes o encanto

                                      Da natureza

                                      Que em vós espalhou

                                      Tanta beleza

                                     

                                      Lindos canteiros

                                      Cheios de flores

                                      Que nos perfumam

                                      Com seus odores.

                                      Todos vos adoram

                                      Com simpatia

                                      Se em vós respiram

                                      Toda a alegria.

                                     

                                      Tenho gravado

                                      Dentro em meu peito

                                      Vossos nomes queridos

                                      Amor perfeito.

                                      Por todo o mundo

                                      Sois apreciados

                                      De vossos países

                                      Os mais belos quadros.

                                      Galiza e Minho

                                      Meu amor primeiro

                                      Sois admirados

                                      Pelo mundo inteiro

A TERRA A QUEM NÃO A TRABALHA: GOVERNO PREPARA-SE PARA TOMAR POSSE DE TERRENOS AGRÍCOLAS ALEGADAMENTE SEM DONO

Em entrevista recente ao jornal “Público”, a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Assunção Cristas, declarou que o Ministério da Agricultura está a realizar um cadastro a fim de identificar terras alegadamente sem dono, as quais passarão para a posse do Estado. Segundo a ministra, “o objetivo é identificar o que não tem dono, e o que não tem dono pertence ao Estado”.

Os proprietários são obrigados a proceder ao registo da propriedade na Repartição de Finanças e a assumir os encargos inerentes à sua posse. Não obstante, da entrevista com Assunção Cristas depreende-se que o Estado desconhece a quem pertence a propriedade, razão pela qual está a efetuar o referido cadastro ou seja, mais um a somar aos já existentes ao nível do município e das Finanças.

Em relação aos emigrantes que possuam propriedades, estes terão um prazo para sinalizar a propriedade sob pena das mesmas reverterem para a posse do Estado. À questão colocada pelo jornalista acerca da previsão da conclusão do levantamento a efetuar, a ministra declarou: “Em 15 dias, não… Até porque há muitos portugueses espalhados pelo mundo que têm terras deixadas em heranças e é importante sinalizar isso junto dos consulados e embaixadas, para que as pessoas possam aparecer. A ideia é que, à medida que se vá fazendo o cadastro, e confirmada que não há nenhuma interação com o Estado, dar um prazo para que venham sinalizar a propriedade. Se não vierem, é declarado o seu abandono e é integrada na bolsa de terras”.

Portanto, a partir de agora não basta que os proprietários de terrenos agrícolas ou florestais mantenham o registo da propriedade na Repartição de Finanças e assumam os encargos que lhes são devidos – têm ainda de estar atentos a que não vá o Ministério da Agricultura proceder à sua ocupação!

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