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O infante D. Henrique nasceu no Porto em 1394 e será ao Entre-Douro-e-Minho que ele irá buscar senão os chefes, o escol, pelo menos o grande material vivo para as jornadas do mar. É dos flancos e dos estaleiros litorâneos do Norte que vai sair o melhor contingente das armadas portuguesas. Para a conquista de Ceuta sabe-se que no Minho o recrutamento abrangeu toda a província. As frotas do Porto partem, sucessivamente, na segunda metade do século XV, para o Norte da África e os armadores de Viana, Ponte de Lima e Vila do Conde, fortes do seu prestígio, impõem condições ao trono nas Cortes de 1436. No reinado de D. João II, Álvaro de Caminha lança os fundamentos de S. Tomé e João Afonso de Aveiro traz da Guiné a primeira pimenta. São ambos homens do Norte. Do Minho eram Pedro e Álvaro de Braga, que acompanham Vasco da Gama ao Oriente. E o cronista do descobrimento do Brasil — Pêro Vaz de Caminha — querendo assinalar a benignidade do clima da terra descoberta não encontra outro ponto de comparação mais expressivo: " muito bons ares, assim frios e temperados como os de entre Douro e Minho." De Viana do Castelo era o descobridor da Terra Nova, João Álvares Fagundes. O génio aventureiro do homem minhoto encontrou, primeiro nos Descobrimentos, e depois no povoamento do Brasil, na permanência das rotas portuguesas para a Índia, sob a ocupação castelhana, no comércio com a França, Flandres, Inglaterra e Alemanha, uma forma activa de realização. E se no século XVII já o alemão Link poderia escrever que os camponeses minhotos eram "os melhores do reino", um cientista nosso contemporâneo, o Prof. Mendes Correia escreve: "verificámos ser a província de Entre Douro e Minho mais rica em homens ilustres, proporcionalmente à população, do que Trás-os-Montes e o Algarve, aproximando-se do centro litoral, das Beiras e das ilhas, desde que se não entre em conta com as influências culturais de Lisboa, Porto e Coimbra."
Energias étnicas, assim apuradas no decurso dos séculos, contrariam a tese dum possível paralelismo entre o enfaixe duma terra já de si estreita e, para mais, compartimentada, e as fronteiras do horizonte individual do minhoto. Decerto a densidade da população cria problemas económicos aos quais a natureza do solo não dá solução. Mas a divisão normal da propriedade em leiras bem aproveitadas tem nos nossos dias vantagens sociais evidentes que se traduzem, por um lado, na permanência dum sentido de propriedade que contenta a todos e a ninguém agrava e, por outro, numa instintiva fixação sentimental ao terrunho, que se transmite de pais a filhos.
E há, ainda, outra forma de afirmação duma personalidade forte, que é a da emigração. O minhoto emigra. Não o contenta a paisagem apertada em que mal cabe o seu sonho. Emigra e em geral, na terra, no balcão, na oficina ou no escritório, dá boa conta dessa emigração. O minhoto emigra, como o beirão ou o transmontano. E esta emigração dá ao minhoto de regresso uma «altura» imediata na visão das coisas que no entanto não lhe dificulta a adaptação. Um dos meus prazeres, aqui, pelo Verão, é ouvir falar esses emigrantes que, de longe, continuaram a sentir em português e admirar-lhes uma fidelidade interior de que talvez nem se apercebam.
Luís Forjaz Trigueiros in Paisagens Portuguesas, Uma viagem literária
Alguns moradores da Freguesia da Areosa, no Concelho de Viana do Castelo, enviaram em 25 de junho de 1821, uma representação às Cortes Geraes e Extraordinárias da Nação Portugueza, reclamando das prepotências e calúnias a que estavam sujeitos por parte de três indivíduos da mesma freguesia. Transcreve-se a referida representação respeitando-se a grafia da época.
Para o Conde de Sampayo.
Illustrissimo e Excellentissimo Senhor = As Cortes Geraes e Extraordinarias da Nação Portugueza, mandão remetter á Regencia do Reino, para providenciar como lhe parecer justo, a representação inclusa e documento que a acompanha, de Domingos Rodrigues Tornellos, João Martins Pernil, e outros da Freguezia d'Areoza, termo de Vianna do Minho, em que se queixão da escandalosa oppressão e perversidade de tres individuos da mesma freguezia, os quaes por seus repetidos juramentos falsos, e pessima conduta são costumados a culparem nas devassas de correição a muitas pessoas de probidade e irreprehensiveis, perturbando assim muitas familias, e obrigando-as ás despezas e vexames de se livrarem de culpas injustamente pronunciadas.
Deos guarde a V. Exca. Paço das Cortes, em §5 de Junho de 1821. - João Baptista Felgueiras.
“ESPÍRITOS ELEMENTARES, ALGUNS SIMULACROS”FOTOGRAFIA de Paulo Gaspar Ferreira (In-Libris)
“Um dia pensei que sou porque as algas que hoje fotografo me quiseram assim, olhador. Porque se quiseram sentir pela luz que lá estava. E criaram pequenas células, diferentes das outras todas que eram, que podiam saber a luz e a escuridão.”
Data: até 25 de Fevereiro de 2012 | Entrada Livre
“SARGAÇO NO LITORAL NORTE: TRADIÇÃO E NOVOS USOS
”EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA da Polis Litoral
Local: Sala do Moinho de Maré (CMIA)
Data: até 29 de Fevereiro de 2012
Entrada livre
“DIA MUNDIAL DAS ZONAS HÚMIDAS
”CONFERÊNCIA SOBRE O TEMA E SAÍDA DE CAMPO
Local: Escolas do Concelho de Viana do Castelo
Data: 2 de Fevereiro de 2012
Participação gratuita
“RECEITAS DE MAR … COM ALGAS”
OFICINA DE APRENDIZAGEM
Colaboração: Restaurante Augusto
Data: 18 de Fevereiro de 2012
Horário: 10H00m – 13H00m
Custo: 10,00 € | requer inscrição prévia
A revista Ilustração Portuguesa, nº 884 de 27 de Janeiro de 1923 publicou a crítica literária ao livro “Sol de Inverno”, do poeta limiano António Feijó.
Devido ao facto de a primeira sessão ter esgotado, está confirmada uma 2ª sessão do Filme Alto do Minho, as 18h30. Os interessados em assistir a esta sessão e que não conseguiram levantar os bilhetes para a anterior, podem fazê-lo agora, sugerindo-se que levantem os bilhetes o mais prontamente possível.
O arciprestado de Monção, na diocese de Viana, associa-se às comemorações jubilares dos 850 anos da morte de São Teotónio com uma nova edição das Jornadas Tetonianas, este ano dedicadas à problemática da crise.
Foto: Wikipédia
A iniciativa vai decorrer no salão paroquial daquela localidade, no distrito de Viana do Castelo, cerca de 450 quilómetros a norte de Lisboa, entre 17 e 19 de fevereiro.
Na abertura destas jornadas culturais, o bispo auxiliar de Braga, D. Manuel Linda, vai abordar o tema ‘A crise financeira, crise de valores’.
Estas jornadas, com mais de duas décadas, nasceram pela mão do então reitor do Seminário Diocesano e atual bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias, para homenagear São Teotónio (1082-1162), natural de Valença.
O palco do salão paroquial da vila de Monção recebe, no dia 18, às 21h30, festa litúrgica de São Teotónio, o grupo amador de teatro ‘Verde-Vejo’, da freguesia de Verdoejo, do concelho de Valença, para uma representação da vida do primeiro santo português.
A 23ª edição das Jornadas Teotonianas encerra-se com a intervenção de José Carlos Miranda, professor catedrático, que abordará ‘A memória de S. Teotónio e o futuro de valores’.
Os promotores sublinham que a iniciativa quer ser um contributo para tornar presente a memória de “tão ilustre figura da cultura do seu tempo” e, ao mesmo tempo, deixar o desafio do “retorno de valores” como um meio de superar a atual crise.
PG/OC
Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/