S. SEBASTIÃO: PROTETOR CONTRA A EPIDEMIA, A FOME E A GUERRA
Um pouco por todo o país, celebra-se hoje a festa litúrgica a S. Sebastião, advogado contra a epidemia, a fome e a guerra. Tais festividades, na maioria dos casos, tiveram origem precisamente em ocasiões que se verificaram a propagação de pestes muito recorrentes durante a Idade Média e que, quase sempre vitimavam uma parte considerável da população. Em Portugal, foi sobretudo a partir do século XVI que o culto se desenvolveu, não sendo alheio o facto de seu nome ter sido atribuído ao Rei D. Sebastião por este ter nascido a 20 de Janeiro, dia que é consagrado ao mártir S. Sebastião.
O culto a S. Sebastião alcançou tamanha popularidade que, só na Diocese de Braga é padroeiro de quinze confrarias e, em todo o Minho, dá o nome às freguesias de Vile, em Caminha; São Sebastião, em Guimarães; Chafé e Darque em Viana do Castelo. Em Ponte de Lima, realiza-se por esta altura a “mesa dos quatro abades” à volta da qual se reunia o povo de quatro paróquias, precisamente na confluência dos seus limites geográficos.
Reza a lenda que S. Sebastião nasceu em Narbonne, no sul de França – ou terá sido em Milão – oriundo de uma família nobre. Atingida a idade adulta, terá ido viver para Roma onde se alistou no exército romano, ao tempo de Dioclesiano, altura em que se intensificaram as perseguições aos cristãos. Desconhecendo, porém, a sua fé cristã, o Imperador chegou a promovê-lo capitão da guarda pretoriana.
Mas, a sua fé e conduta branca em relação aos prisioneiros acabaram por atrair sobre si a ira do imperador que o julgou como traidor e condenou à morte, tendo sido cravado de flexas e o seu corpo lançado ao rio. Tendo, no entanto, sobrevivido ao ser sobrevivido por Santa Irene, viria a ser de novo condenado à morte por espancamento e o seu corpo atirado aos esgotos de Roma. O seu corpo veio a ser resgatado por Santa Luciana que o depositou nas catacumbas da cidade.
Para além da data do seu martírio e local do seu sepultamento, a narrativa histórica é inexata e pouco consistente. Não deixa, contudo, do seu culto ser um dos mais celebrados entre os cristãos, tanto católicos como ortodoxos.