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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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ASSEMBLEIA NACIONAL COMEÇOU EM 1964 A DISCUTIR A CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE VILARINHO DA FURNA

Com a construção no rio Cavado da barragem de Vilarinho da Furna, inaugurada em 1972, a aldeia de Vilarinho da Furna ficou para sempre submersa nas águas da albufeira.

Em 17 de Novembro de 1964, foi apresentado à Assembleia Nacional a Proposta de Lei relativa ao “Plano Internacional de Fomento para 1965-1967”, acompanhada dos respectivos pareceres da Câmara Corporativa. Tratava-se de uma Sessão Extraordinária referente à VIII Legislatura, cujos trabalhos são descritos no Diário das Sessões nº. 151, de 18 de Novembro.

Presidia àquele órgão o Dr. Mário de Figueiredo que, iniciado o período da Ordem do Dia, colocou a referida proposta à discussão na sua generalidade, dando a palavra ao deputado Virgílio Cruz. Da sua extensa intervenção, transcrevemos a passagem na qual se refere a Vilarinho da Furna, com a promessa de que voltaremos a abordar o assunto.

“Dos aproveitamentos a realizar no triénio de 1965-1967 o projecto do Plano apenas inscreve os montantes a investir ou nas obras em execução ou naquelas cuja construção se inicia desde já. As outras que à data da preparação do Plano Intercalar não tinham ainda, os concursos autorizados ou estudos prontos ficaram para a próxima decisão.

A garantia, da continuidade do abastecimento dos consumos de electricidade no período seguinte ao triénio de 1965 - 1967 exige o início de construção de alguns deste centros produtores referidos já no decurso do Plano Intercalar, porque o estudo e construção das centrais é demorado, necessitando de prazos da ordem dos três a quatro anos para as térmicas clássicas, quatro a cinco anos para as hidroeléctricas, sete a nove anos para um primeiro grupo termonuclear e cinco a seis anos para os seguintes grupos desta nova modalidade de produção. Isto mostra, como muito bem o evidencia a Câmara Corporativa no seu parecer, a necessidade de arrancar com obras de novos centros produtores, além dos considerados prioritários, ainda no decurso do Plano Intercalar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Dos aproveitamentos inscritos no programa de construções deste Plano revelam-se aconselha-

veis (na opinião dos especialistas nesta matéria, especialistas do Grémio Nacional dos Industriais de Electricidade, do Repartidor Nacional de Cargas e do grupo de trabalho preparatório do projecto do Plano), para início de construção durante o triénio de 1965-1967, os seguintes novos centros produtores: Vilarinho das Furnas, no rio Homem, Fratel, no Tejo, Baixo Mondego, Valeira, no Douro, e outros empreendimentos.
A Câmara Corporativa considera indispensável concretizar desde já as datas de arranque de novas obras em cada um dos anos do Plano e propõe um programa de investimentos de 3,174 milhões de contos, isto é, cerca de 950 000 contos a mais em relação ao montante já inscrito no projecto do Plano Intercalar para as obras em execução ou decididas.
Damos o nosso aplauso à. Câmara Corporativa sobre a necessidade de arranque de novas obras em cada um dos anos de 1965, de 1966 e de 1967, e à necessidade de fixar datas para início das obras, mas, quanto ao esquema proposto como um dos possíveis vamos procurar melhorá-lo para cobrir os consumos permanentes com investimentos mais reduzidos no triénio e tornar o esquema mais benéfico para o interesse nacional.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Para Vilarinho das Furnas está o projecto concluído, e, como se justifica pelas suas condições de rentabilidade, se nos princípios de 1965 lhe for dada ordem de arrancar, assegurar-se-á a continuidade de ocupação a equipamentos, quadros técnicos e mão-de-obra que tem estado a trabalhar nos estaleiros e nas várias indústrias ligadas às obras hidroeléctricas, além de permitir armazenar já a água do período húmido de 1967-1968.”