Esta terça-feira, 26 de março, pelas 10h30, no Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Lousado
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, participa amanhã, quarta-feira, dia 26 de março, na apresentação pública da Mobiave, a nova operação de transporte rodoviário dos municípios de Famalicão, Trofa e Santo Tirso cujo arranque está previsto para o próximo dia 1 de abril.
A cerimónia terá lugar no Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Lousado, a partir das 10h30.
O CLOSE-UP – Observatório de Cinema de Famalicão está de volta à Casa das Artes de Famalicão com asegunda réplica do episódio 9 (mais em www.closeup.pt), com propostas para o público geral e para escolas.
Esta sexta-feira, dia 28 de março, às 14h30, é exibido o filme Um Iaque na Sala de Aula, um elogio ao labor de um professor que se instala na escola mais remota do mundo, na fronteira entre o Butão e o Tibete, proposta para o público escolar do 3.º ciclo e secundário.
Ainda sob o mote Memórias do Futuro, para o público-geral é proposta uma obra-prima do cineasta japonês Hiroshi Shimizu, em torno de uma relação amorosa fugaz, mas que se propaga por várias décadas, em O Som do Nevoeiro, no dia 28 de março, às 21h30, no Pequeno Auditório. No dia 29 de março, às 15h00, é proposta a comédia Não Esperes Demasiado do Fim do Mundo, no atravessamento de vários lugares de Bucareste, um dos objetos cinematográficos mais desafiantes de 2024 e que questiona o espírito do nosso tempo.
Os bilhetes estão disponíveis a 2 euros (geral) e 1 euro para Cartão Quadrilátero. Entrada livre a estudantes, seniores e associados de cineclubes.
A Quinta do Prado foi o palco do I Encontro Nacional de Cavaquinhos, iniciativa que se realizou este domingo, 23 de março, integrado num mês de homenagem ao nosso património natural e cultural, a camélia, onde a música e a arte são parte fundamental.
A iniciativa foi promovida entre a escola Profissional Agrícola Eng. Silva Nunes e o Município de Celorico de Basto, e contou com seis grupos a tocar e a cantar a melhor música tradicional portuguesa.
Pelo palco, instalado na Quinta do Prado, passou o grupo de cavaquinhos de Caíde de Rei - Lousada, o grupo de cavaquinhos “os Bravos da Boa Nova” - Braga, o grupo de cavaquinhos Liberdade FC-Vila Nova de Famalicão, os amigos dos cavaquinhos de S. Veríssimo, Nevogilde, Lousada, os cavaquinhos da Associação Andorinha Astuta – Celorico de Basto, e o anfitrião desta ação os cavaquinhos da escola profissional Agrícola Eng. Silva Nunes – Celorico de Basto.
Uma iniciativa inovadora que “procura destacar a música tradicional portuguesa, num concelho que vive estas tradições com muita alegria. A preservação do que melhor nos identifica é também mote para a criação deste encontro nacional, o primeiro de muitos neste nosso concelho” assegura a vereadora da cultura do Município de Celorico de Basto, Maria José Marinho. A autarca elogiou a escola profissional Agrícola Eng. Silva Nunes, por “lutar de forma constante e consistente por aquilo que acredita. E por nos mostrar que a escola deve ser cada vez mais aberta à comunidade e recetiva a novas formas de aprendizagem”.
A par dos grupos que atuaram, a escola Profissional Agrícola Eng. Silva Nunes aproveitou a oportunidade para realizar duas homenagens póstumas, uma a Carlos Alberto Oliveira e outra ao Joaquim Lopes, dois homens que viveram com brio, dedicação e intensidade a música tradicional portuguesa e eram apaixonados pelo cavaquinho. “A referência a estes dois homens tinha que fazer parte deste primeiro encontro de cavaquinhos, é fundamental reconhecer homens que foram uma referência para muitos daqueles que hoje tocam cavaquinho e vivem a musica tradicional portuguesa” disse o diretor da EPAESN. Este primeiro encontro surgiu “do gosto pela música, da vontade de termos o curso de música na escola, no querer que os nossos jovens desfrutem ao máximo de outras experiências e cresçam como alunos e como pessoas”.
A InvestBraga, em parceria com a Associação Luso-Ucraniana, volta a promover a campanha solidária "AMA a Ucrânia", integrada na 57ª edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação.
Vamos ajudar! Durante a feira, será promovida uma recolha de bens essenciais para apoiar o povo ucraniano, incluindo:
Alimentos não perecíveis
Artigos de higiene pessoal
Produtos de limpeza
Medicamentos e artigos de primeiros socorros
Onde doar? No Forum Braga, entre março e o final do evento.
A primeira edição desta campanha foi um sucesso e resultou no envio de um camião TIR carregado de donativos. Contamos consigo para continuar a fazer a diferença!
No âmbito dos fins de semana gastronómicos promovido pelo município de Valença, aderente à iniciativa do Turismo do Porto e Norte de Portugal, realiza-se no próximo dia 28 de março, na Antiga Alfândega de Valença, o evento "Conversas em torno da Gastronomia Valenciana".
Este encontro visa destacar a importância da gastronomia como elemento identitário e impulsionador do desenvolvimento turístico e económico de Valença e da região.
O evento contará com a presença de especialistas, profissionais e entidades ligadas ao setor, que irão debater o futuro da gastronomia, as boas práticas no setor e o potencial do enoturismo.
Programa:
15h30 | Abertura e moderação
Ana Paula Xavier - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Valença, dará as boas-vindas aos participantes, contextualizará a importância do evento para a região e será a moderadora dos dois temas que serão abordados nesta sessão.
16h00 | Tema I – O futuro da Gastronomia
Este painel contará com a participação de representantes do Turismo do Porto e Norte de Portugal e do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (Licenciatura de Gastronomia e Vinhos). Os convidados irão refletir sobre as tendências, desafios e oportunidades para o setor gastronômico na região.
16h45 | Tema II – Boas Práticas na Gastronomia e Enoturismo
Já o segundo tema contará com as contribhuições de Carlos Brandão (da Adriminho), Rafael Oliveira (Kmzero), Inma Lopez Garrido (Restaurante Beldade Tui, reconhecido pelo Guia Michelin), e Ivan Alves, (da página de crítica gastronómica, Papocheio.pt).
17h00 | Encerramento
José Manuel Carpinteira, Presidente da Câmara Municipal de Valença, fará o encerramento do evento, destacando o papel da gastronomia como motor de desenvolvimento local e regional.
17h15 | Degustação de produtos locais
O evento culminará com uma degustação de produtos locais, oferecendo aos participantes a oportunidade de saborear e conhecer melhor a riqueza gastronómica de Valença e da região.
Este encontro é uma iniciativa aberta ao público, destinada a profissionais do setor, estudantes, empresários e todos os que se interessam pela gastronomia e pelo turismo. A organização convida todos a participar e a celebrar a gastronomia como um património vivo e um fator de diferenciação da região.
No âmbito da visita do Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre a Arcos de Valdevez foi lançada a obra da Escola de Ensino Artístico. Um investimento realizado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de valor superior a 2 milhões de euros.
“A Educação é um pilar fundamental do desenvolvimento sustentável que queremos para Arcos de Valdevez”. Este projeto surgiu da vontade de “crescer no ensino artístico”. Conforme disse João Manuel Esteves, Presidente da Câmara Municipal, os alunos de Arcos de Valdevez começaram por ter acesso ao Ensino Articulado da Música através do CAV – Conservatório de Arte de Valdevez, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Valdevez e o Município. O projeto foi crescendo e os alunos interessados foram aumentando. A Câmara Municipal e os parceiros sentiram a necessidade da existência de um “edifício maior, com mais e melhores condições para o ensino da música, do teatro, e da Dança”.
Com área de construção de aproximadamente 1.400m2, este edifício, tem dois pisos e organizar-se-á em torno do auditório. Está prevista a criação de espaços especializados para o ensino de artes dramáticas, dispondo de um estúdio, uma sala de trabalho/caracterização, vestiários e balneários.
O piso inferior, será dedicado ao ensino da música e do teatro, comportando 12 salas de estudo e prática de instrumento, 3 salas de formação musical, camarins e outras salas de apoio.
Está ainda prevista a criação de uma zona de receção, com tesouraria e secretaria incorporada, gabinetes para a direção, professores e reuniões.
Para o Presidente da Câmara “este dinamismo resulta do facto do Município ter estabelecido várias parcerias. Uma delas robusta com o Agrupamento, Associação de Pais, Associação de Estudantes e as Associações do Concelho.”
Assim, com esta intervenção a Autarquia arcuense dá continuidade ao projeto educativo no concelho, garantindo melhores condições de ensino e novas oportunidades, bem como promovendo o sucesso educativo e o bem-estar dos alunos arcuenses.
“A Educação propicia qualificação, que garante mais e melhor emprego; proporciona mais rendimento, mais condições de vida para as pessoas e condições para que os investimentos se fixem e atraia novos”, atestou.
O Ministro Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, veio a Arcos de Valdevez lançar a obra que irá transformar a antiga escola primária de Guilhadeses numa nova residência de estudantes, para alunos do Pólo de Arcos de Valdevez do IPVC, um investimento de 1,1M€, apoiado pelo PRR.
A vinda do Ensino Superior para o concelho foi um grande passo na promoção da educação e conhecimento.
Neste sentido, de forma a incrementar a presença do IPVC no Concelho e apoiar a estadia dos seus alunos em Arcos de Valdevez, a Câmara Municipal desenvolveu esforços para encontrar um espaço que servisse de Residência de Académica.
Para a autarquia este momento reforça a vontade de querer “fazer crescer o Pólo do IPVC de Arcos de Valdevez”. A Câmara Municipal está disponível para apoiar o aumento dos cursos de ensino superior e a melhoria e maiores instalações letivas e sociais, como é disso exemplo a Residência Académica. A parceria entre o IPVC e o Município de Arcos de Valdevez é uma realidade e “hoje fica mais forte, ganha amplitude, consistência. Pretendemos mais em torno do desenvolvimento da região.”, disse o Presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves.
De lembrar que a Câmara Municipal desenvolveu esforços para instalar um polo do IPVC em Arcos de Valdevez, instalou 2 laboratórios de Engenharia Mecânica e Manutenção, e impulsionou a criação do Citin/CTI - Centro Tecnológico Inovação, que hoje faz parte da rede nacional de Centros Tecnológicos de Inovação, os quais são um parceiro para o desenvolvimento da inovação nas empresas.
Por sua vez, o Ministro Fernando Alexandre realçou o excelente trabalho que a autarquia tem desenvolvido ao nível da Educação e Conhecimento, afirmando que “o indicador da
qualidade de um autarca é a atenção que dá à Educação, desde a creche ao ensino superior”, “sendo Arcos de Valdevez um bom exemplo nesta matéria”, disse, assim como destacou a importância da rede construída com todos os agentes a nível local, que “têm contribuído muito para o desenvolvimento e para o alargamento do acesso ao conhecimento a todos os cidadãos de Arcos de Valdevez e dos concelhos vizinhos”.
A Autarquia arcuense pretende apoiar os jovens na obtenção de competências técnicas e profissionais de nível superior de forma a conseguirem aceder a empregos mais qualificados e com maior rendimento, contribuindo também para a fixação e atração de pessoas para Arcos de Valdevez e para a região.
A Câmara Municipal de Viana do Castelo recebeu, esta segunda-feira, o Prémio de Reconhecimento às Câmaras Municipais com Maior Índice de Transparência, tendo ficado na 24ª posição a nível nacional, entre os 308 municípios.
O Município vianense ficou classificado em sexto lugar entre as 18 capitais de distrito portuguesas, alcançando ainda o melhor resultado dentro do distrito vianense.
Este resultado confirma a estratégia e prioridade do executivo municipal na implementação de ferramentas de governar de uma forma aberta e transparente, por forma a fomentar a democracia participativa.
O prémio foi entregue à Diretora de Departamento de Gestão Territorial e Sustentabilidade da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Conceição Soares, durante o 3º Congresso da Transparência Municipal, que aconteceu no Centro Cultural de Montargil, em Ponte de Sor.
O 3º Congresso da Transparência Municipal apresentou exemplos de boas práticas municipais e premiou as melhores Câmaras Municipais por distrito e de âmbito nacional.
Baseado no índice de transparência, ferramenta desenvolvida pelas empresas Dyntra e Ogov, que reúne informações de todas as câmaras municipais de Portugal, realizou-se este congresso composto por oradores de excelência em que a temática dos diversos painéis se focou na transparência que é transversal a todos os eixos e setores da sociedade empresarial, pública e civil.
Caminhada solidária a favor dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira realiza-se a 6 de abril
A Associação Recreativa e Cultural de Nogueira vai promover uma caminhada solidária no dia 6 de abril, cujas receitas reverterão a favor da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira. As inscrições já estão abertas.
A iniciativa “Nogueira Solidária” realiza-se pelo segundo ano consecutivo e pretende angariar fundos para apoiar o trabalho desenvolvido por esta instituição em prol da comunidade local.
A caminhada de cerca de seis quilómetros, com um grau de dificuldade fácil a moderado e duração prevista de 1h30, vai realizar-se na freguesia de Nogueira. O ponto de encontro será na Junta de Freguesia de Nogueira, pelas 8h45.
A inscrição, no valor de cinco euros, inclui garrafa de água, reforço e seguro de acidentes pessoais, podendo ser realizada através do preenchimento de um formulário: https://forms.gle/nk8sbEBfHkicphXu9.
A organização desafia os participantes a trazerem uma camisola branca e a caminharem por esta causa.
A caminhada conta com o apoio da União de Freguesias de Reboreda e Nogueira e do Município de Vila Nova de Cerveira.
Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz será palco de seis concertos
É um novo programa e contempla um ciclo de seis concertos musicais a realizar no Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz. Chama-se “Barcelos Fest Ensemble” e é uma iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Barcelos em parceria com o IMLUS (Instituto do Mundo Lusófono), a Real Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cruz e a Motionart, desenvolvendo-se entre março e dezembro de 2025, nas últimas sextas-feiras de cada mês. O primeiro concerto é já no dia 28 de março, às 21h15, no Templo do Senhor do Bom Jesus da Cruz. Para Mário Constantino Lopes, a Câmara Municipal decidiu “impulsionar este evento, tendo em conta a pertinência do ‘Barcelos Fest Ensemble’ e a sua sintonia com a estratégia do Município, de valorização do nosso património histórico e da potenciação de eventos âncora que dinamizem a atratividade à cidade de Barcelos. A realização de eventos musicais em monumentos, igrejas ou praças históricas destaca a riqueza arquitetónica do nosso Centro Histórico e, ao mesmo tempo, impulsiona a fruição de espetáculos de grande qualidade”, sublinha o autarca barcelense. Segundo Miguel Leite, diretor artístico do “Barcelos Fest Ensemble”, nestes concertos vão estar “representadas não só variadas combinações tímbricas e instrumentais diferentes entre si como peças e obras musicais que constituirão os programas dos concertos dos mais diversos períodos e épocas musicais – desde o período Barroco (século XVII/XVIII) até à música dos nossos dias, passando pela música do período Clássico (meados do século XVIII até à primeira vintena do século XIX), do Romantismo (século XIX), muito embora com um especial enfoque na música dos séculos XX e XXI, onde inclusivamente também caberá um concerto em que se fará uma breve viagem musical pela História da Canção Francesa do século XX, podendo assim ouvir-se algumas das mais extraordinárias canções celebrizadas por Édith Piaf (1915-1063), Jacques Brel (1929-1978) ou Charles Aznavour (1924-2018), entre outros, aqui na interpretação da mais excecional voz portuguesa a fazer a chamada “Chanson Française” das décadas de 50/60 e 70 do século XX - Nádia Sousa - em permanente diálogo musical com o piano do Maestro António Victorino d’ Almeida”.
Programa de concertos: 28 de março Eliot Lawson – Violino Jill Lawson – Piano 25 de Abril Rodrigo Teixeira – Piano 30 de maio Nádia Sousa – Voz António Victorino d’ Almeida – Piano 31 de outubro Mauro Martins – Eufónio Bernardo Pinhal – Piano 28 de novembro Artur Gil Godinho – Guitarra Clássica Eduardo Seabra – Clarinete Catarina Perdigão – Voz Quarteto de Cordas 26 de dezembro Rem Urasin – Piano Pedro Emanuel Pereira - Piano
Desde os tempos mais remotos, o Homem procurou através do rito participar na ação criadora dos deuses, acompanhando o ciclo da vida e da própria natureza com celebrações que nos fazem acreditar que os mesmos possuem alguma dose de magia indispensável a todo o contínuo processo de nascimento, vida, morte e retorno que constitui o eterno ciclo da própria existência.
Eis porque, desde o começo do inverno até à sagração da primavera têm tradicionalmente lugar um conjunto de rituais que visam influenciar o ciclo da vida e dos vegetais de modo a assegurar o renascimento da própria natureza, os quais vão desde o culto aos mortos que ocorre no início de Novembro até à serração da velha, passando pelas festas solsticiais e do entrudo ou carnaval. Com a chegada do cristianismo, estas celebrações pagãs foram adquirindo formas mais ou menos cristianizadas, mas revelando frequentemente características que não se coadunam por completo com a fé cristã.
Entre os antigos ritos pagãos que nalgumas localidades assumiram uma forma cristianizada salienta-se a "serração da velha" destinada a celebrar o renascimento da primavera, a qual foi substituída pela "queima do judas", iniciativa que adquire frequentemente mais notoriedade em Ponte de Lima e também no concelho de Palmela, na margem sul do rio Tejo. Enquanto a serração da velha tinha tradicionalmente lugar na quarta-feira da terceira semana da quaresma, a queima do judas realiza-se invariavelmente no sábado imediatamente anterior ao domingo de páscoa, parecendo evocar a traição de Judas Escariotes a Jesus Cristo como a Bíblia menciona.
De resto, ambas as celebrações seguem no essencial o mesmo rumo que vai da leitura de um testamento à encenação da condenação cuja forma de execução, apesar do seu aspeto lúdico, não exige o rigor da autenticidade, pois em geral o boneco que o representa é armadilhado com fogo pirotécnico para poder rebentar e por fim queimar, quando a narração bíblica nos descreve um enforcamento. Em ambas as situações, na serração da velha e na queima do judas, o boneco a ser executado também faz a representação de alguém a quem se procura visar com a crítica social, não passando atualmente em muitos casos de uma mera brincadeira inofensiva sem a carga que noutras épocas a mesma representava.
Assim, de uma representação simbólica da separação do ano velho em relação ao que acabava de nascer por meio de um ato de serração, estas festividades adquiriram ainda um carácter social que através da ação crítica se procurava exorcizar os males do ano velho aqui simbolizado na figura de uma "velha", aliás da mesma forma que se procedeu durante todo o inverno e sobretudo durante o período carnavalesco onde toda a ordem social foi virada do avesso de modo a afastar os maus espíritos que povoam esta época do ano, associada à morte dos vegetais. E como a mentalidade antiga liga a morte à vida em vez de a separar, a natureza renasce sempre a partir da morte tal como ao inverno sucede invariavelmente a primavera.
É sábado e véspera de dia de Páscoa. Como de costume, as margens do rio Lima oferecem-nos um entardecer tranquilo onde o sol que se esconde para os lados de Viana espalha sobre as águas os seus raios como longas madeixas ruivas. Na Praça de Camões perfilam-se os bonecos que vão ser "executados" após a leitura do respetivo testamento. O bojo está recheado de fogo produzido pelos pirotécnicos da região, por sinal dos mais conceituados a nível internacional. O povo junta-se. Faz-se a leitura do "testamento do judas" onde se descobrem algumas verdades e, eis então que lhe é pegado o fogo. O boneco começa por rodopiar até que, uma quantidade maior de pólvora que é armazenada na cabeça o faz finalmente explodir. No dia seguinte é dia de aleluia e o povo vai, com a cruz florida, percorrer os caminhos da aldeia e visitar amigos e familiares onde a cruz é dada a beijar. É o compasso pascal, uma das tradições de grande beleza em toda a região de Entre-o-Douro-e-Minho!
Sob uma forma mais ou menos cristianizada, os povos modernos preservam tradições cujas origens pagãs atestam a sua antiguidade. São disso exemplo as festas equinociais que anunciam a chegada da Primavera como sucede com o Entrudo e a Páscoa, as fogueiras de São João que celebram o solstício do Verão e ainda as saturnais romanas que foram substituídas pela quadra natalícia. De igual modo, também a Serração da Velha continua a ser celebrada, ainda que por vezes sob a forma cristianizada da "Queima do Judas" como sucede em Ponte de Lima.
Através do rito, o ser humano participa na ação criadora dos deuses. Através da Serração da Velha - ritual que invariavelmente tem lugar na quarta-feira da terceira semana da Quaresma - mais não se pretende do que celebrar o renascimento da Natureza e a expulsão dos demónios do Inverno, nomeadamente através de manifestações ruidosas como a utilização de sarroncas, zaquelitraques e outros instrumentos musicais. Ao invés do cristianismo, a crença antiga unia a vida à morte num ciclo de perpetuo renascimento, tal como ao inverno sucede a Primavera. O cristianismo haveria de fazer coincidir a Ressurreição do Senhor com a celebração da Primavera, tal como à data em que ocorriam as saturnais romanas e entre os povos mais antigos tinham lugar os cultos de adoração ao Sol foi atribuído o nascimento de Jesus, sem que no entanto exista qualquer comprovação bíblica.
Nesta quadra, o ovo pascal assume um particular significado por aquilo que simboliza. Tal como o coelho, o ovo representa a fertilidade e o nascimento de uma vida, razão pela qual ele aparece com frequência nos tradicionais folares ou sob a forma de chocolate. Ainda atualmente, é habitual os camponeses da Alemanha enterrarem ovos nos solos agrícolas convencidos de que tal rito é propiciador à fertilidade dos campos. É que os rituais antigos se encontram intimamente ligados ao ciclo de vida dos vegetais.
Apesar de tratarem-se de diferentes versões de uma mesma celebração, os ritos da Serração da Velha e da Queima do Judas apresentam extraordinárias semelhanças, a mais importante das quais constitui a leitura do respetivo testamento que, em ambos os casos, é invariavelmente utilizado como arma de crítica social aceite por todos. Localidades existem em que esta função se apresenta sob a forma e designação de "pulhas". Tal como o jejum observado por cristãos durante a Quaresma e pelos muçulmanos no Ramadão pretende purificar o corpo e a alma do indivíduo, a crítica subjacente ao "Testamento" lido na Queima do Judas ou na Serração da Velha procura corrigir certos defeitos conhecidos entre a comunidade.
A festa está na moda. Graças a ela, cada um sente que está entre todos e ao mesmo tempo, reconstituindo a sua identidade ameaçada pela vida séria, quotidiana e regrada do mundo social. Por outro lado, há quem defenda o seu aspecto subversivo. Ela seria uma reação mais profunda da gente oprimida, à qual é recusado um lugar legítimo na sociedade. Deste ponto de vista, a festa significaria a irrupção das trevas no mundo luminoso da lei e da ordem.
Os estudos históricos não vêm demonstrando, contudo, que o dia seguinte das festas seja aquele de uma nova ordem social. No passado, as classes sociais dominantes utilizavam os transbordamentos da festa como remédio preventivo contra os males da revolta. Na época da escravidão, por exemplo, promoviam-se batuques e lundus. Mas o que se via, na maior parte das vezes, não eram apenas explosões de espontaneidade e transgressão. Nas festas de nítido caráter popular, percebia-se uma vontade consciente, uma organização minuciosa, uma extrema codificação de discursos, gestos e seqüências rituais. Nada era improvisado!
Vamos falar de uma festividade com essas características. Trata-se da “Serração da Velha. Mas o que é, exatamente a “Serração da Velha”? A cerimônia caricata de serrar a velha realizava-se durante a Quaresma. Os dias, variavam, vindo até o sábado de Aleluia: “Um grupo de foliões serrava uma tábua, aos gritos estridentes e prantos intermináveis, fingindo serrar uma velha que, representada, ou não por algum dos vadios da banda, lamentava-se num berreiro ensurdecedor: “Serra a velha! Serra a velha”! E a velha gritando, gritando. Por vezes ocorria essa comédia diante da residência de pessoas idosas e o grupo era repelido a baldes d’água e mesmo tiros de espingarda ou pistola. Noutras ocasiões mediante acordo prévio, os foliões recebiam bolos e bebidas, para a refeição ao amanhecer, porque a serração era durante a noite, para tornar mais sinistro o espetáculo. Vez por outra a Serração da Velha era feita fora da Quaresma e com intenção política, demonstração de desagrado, à porta de um chefe decaído ou derrotado nas eleições. Na década de 1860-1870, a Serração da Velha foi desaparecendo depois de ter chegado ao Brasil, vinda de Portugal, no século XVIII, conta o antropólogo Luís da Câmara Cascudo.
Um resquício deste tipo de comemoração encontra-se no código de posturas da Vila Imperial de Papari, hoje Nísia Floresta, de 1897, em que se proibia o “brinquedo do cerramento de Velhos” com multa de 5$000 réis ao infrator. O historiador Luís Edmundo descreveu fotograficamente uma Serração da Velha na capital da Colônia, o Rio de Janeiro. Com muitos versos e em meio a um “berreiro indômito e infernal”, celebravam-na em época típica para o folguedo:
“Serre-se a velha
Força no serrote
Serre-se a velha
Dentro do pipote”
Os conjuntos pitorescos de foliões – segundo o mesmo Luís Edmundo – sempre variavam na sua apresentação, luxuosa ou modesta, de acordo com as posses de seus organizadores. Serrava-se a velha ricamente vestida com casaca de chamalote e luvas compridas, sob pálios de seda ou de damasco, ao som de filarmônicas elegantes. Ou na indumentária esfarrapada dos pobrezinhos com dois ou três instrumentos, substituindo o andor e pálios por um simples estrado onde se punha solenemente o barril, prisão onde a velha era encerrada. Os préstitos eram grandes. Reuniam cerca de 150 pessoas, armadas de paus e bandeiras. Na frente, vinha a serra carregada em triunfo, seguida da barrica e de burros enfeitados com flores, sobre os quais montavam a Velha e seu viúvo, sempre fingindo chorar. Fechava o séquito um “tribunal de justiça”, composto por juiz, carrasco e escrivão, que lia em voz alta para o povo a sentença a ser cumprida.
Mas quem é a Velha? Certamente, uma representação da morte. Uma das várias que, no passado, à época da Quaresma, percorriam as ruas. Às vezes, a Velha corria empunhando uma foice e revidando a pancadaria dos rapazes que a perseguiam cantando “Oh Morte! Oh piela, tira a chicha da panela!”. Outras, ela acompanhava a procissão das Cinzas. A Velha personificava a Quaresma e Gil Vicente, em sua obra Triunfo de Inverno,representou o inverno como a Velha perseguida por Maio, o moço jovem, o verão. E quanto à função simbólica da Serração da Velha? Câmara Cascudo explica que tradicionalmente a Velha é uma entidade maléfica ou grotesca, intervindo nas estórias com a função de perturbar a felicidade ou dificultar a conquista de alguma coisa. Como permanência das tradições européias, misteriosa e cheia de poder, ela simboliza a morte, as trevas, a fome. Com o crescimento urbano, o aumento de violência e das dificuldades de sobrevivência, os jovens “botavam para fora” seus problemas na Serração da Velha. Barulhos, gritaria e ritos aí cuidadosamente representados – o julgamento, testamento e morte da Velha – ajudavam na catarse. Numa batalha simbólica contra a morte, eles celebravam o fim do inverno (em fevereiro, no hemisfério norte), o final da Quaresma e da esterilidade dos campos, homenageando a chegada do verão e da fecundidade, enfim, o poder da juventude. A inversão carnavalesca da poderosa morte, personificada numa frágil Velha serrada, era também uma forma de meditar sobre a passagem do tempo, o envelhecimento e a morte – coisa que hoje, evitamos fazer.