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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

VIRGÍLIO REIS, DIRECTOR DO GRUPO DE FOLCLORE AS LAVADEIRAS DA RIBEIRA DA LAGE, SUGERE O APROFUNDAMENTO DO DEBATE SOBRE PATRIMÓNIO IMATERIAL

PROMOVER, INCENTIVAR E DIVULGAR O DEBATE E DESENVOLVIMENTO DE NOVAS IDEIAS E CONCEITOS SOBRE A EXPLORAÇÃO DO POTENCIAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL, NAS SUAS DIVERSAS DIMENSÕES, PELAS ASSOCIAÇÕES CULTURAIS (GRUPOS/RANCHOS FOLCLÓRICOS OU ETNOGRÁFICOS)

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 Felizmente hoje e cada vez mais verificamos não só a necessidade de formação e debate mas também a realização destas actividades por parte de algumas regiões. A Associação do Distrito de Lisboa (ADLPDCTP) tem de forma constante levado a cabo acções de formação nas diversas áreas da etnografia, com uma assistência interessante, não ideal mas suficientemente animadora para que a vontade de divulgar, debater, discutir e naturalmente aprender se mantenha acesa. Encontros anuais e centralizados não são de forma nenhuma o caminho ideal para a divulgação de conhecimento. Descentralizar, desafiar, incutir discussão, abordar todos os temas com mais regularidade é imprescindível. Hoje as “novas tecnologias” colocam-nos à disposição meios que até há pouco tempo eram impensáveis.

O aproveitamento destes meios para debate e divulgação é prioridade. Ao invés a utilização dos mesmos meios tem apenas servido para a passagem de vaidades e ofensa gratuita quando a opinião não coincide.

REFLECTIR SOBRE O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DA CULTURA TRADICIONAL E POPULAR NA PERSPECTIVA DO ARTESÃO.

Mudar mentalidades e abordagens é necessário. Naquilo que temos por hábito denominar Festivais de Folclore (espectáculos de folclore), a inclusão do artesão faz todo o sentido. Esta inclusão que pode ser no palco ou fora dele, apenas engrandece o conjunto, valorizando de forma consistente a representação entro-folclórica.

RELAÇÃO QUE DEVA EXISTIR ENTRE OS GRUPOS DE FOLCLORE E O PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL.

O maior problema nesta área é sem dúvida nenhuma a relação entre os grupos, essa sim é na maior parte das vezes a maior limitadora ao desenvolvimento por via da falta troca de ideias e preconceitos de exclusividade. A relação aberta, troca de impressões e experiencias entre grupos resultaria sem duvida num geral melhoramento do conhecimento e consequente melhor representação e preservação.

A relação com o património imaterial, mais que desejável é sem dúvida fundamental. Por via de imposições da UNESCO a salvaguarda deste bem precioso é uma responsabilidade de cada estado, delegado com alguma regularidade no poder autárquico. Pouco conhecedores do trabalho realizado nesta área pelos inúmeros grupos de folclore dedicados de corpo e alma à investigação, as autarquias não têm sabido aproveitar a riqueza existente e à “mão de semear”. É de primordial importância melhorar a ligação com o poder autárquico e com os responsáveis pela área do património no sentido da união de esforços e gestão de recursos.

SENSIBILIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO DOS JOVENS

Nos dias de hoje, se um adulto tiver uma atitude displicente para com a reciclagem caseira, é facilmente alvo de atitude reprovatória por parte dos mais novos. Ora este fenómeno não é espontâneo mas sim fruto da introdução de temas como a reciclagem nos programas escolares do 1º ciclo básico. Isto para dizer que se a intenção é a assimilação natural de conceitos, a mesma deve ser feita o mais cedo possível.

Ora continuar a debater como única forma de alcançar o objectivo de salvaguarda futura do património imaterial, a sensibilização de jovens para esse fim, parece-me à partida um erro estrutural básico. Pois estes temas deveriam sim, fazer parte de educação permanente desde as mais tenras idades. Tentar mobilizar e sensibilizar jovens para uma área desconhecida em terrível concorrência com a oferta hoje disponível e atraente, efémera mas atraente, é uma tarefa herculeana e na maior parte das vezes reservada ao insucesso.

Hoje é mais fácil encontrar nas actividades escolares abordagens à cultura popular Anglosaxónica como por exemplo o “Halloween”, maior parte das vezes em detrimento de outras como o “Pão por Deus”.

É necessário sim “mobilizar” e “sensibilizar” a educação escolar de forma a incluir nos seus programas abordagens à cultura popular essencialmente local, pois assim é mais fácil cativar mentes sedentas de informação a entender a razão de muitas das coisas que fazem e vêm fazer no dia-a-dia.

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