O Presidente da República, Jorge Sampaio, acompanhado por um grupo de minhotas vestidas com trajes tradicionais, por ocasião da visita que efectuou a Viana do Castelo, a 15 de Março de 1997.
O Grupo Folclórico de Tregosa convida a estarem presentes na II Conferência de Folclore de Barcelos, organizada pela Associação de Folclore e Etnografia de Barcelos.
Estará presente o Prof. Dr. Daniel Café e a Dra Sandra Teixeira no dia 16 de Março pelas 15h no Auditório do Município de Barcelos.
Os Trajes Regionais de Viana do Castelo, sobretudo envergados durante os quadros da Romaria d’Agonia, há mais de um século que fazem parte da história e dão cor à nossa festa.
O Traje de Festa da Ribeira da cidade de Viana do Castelo, local de particular devoção a Nossa Senhora d’Agonia, podem ser vistos nos atos e procissões religiosas, assim como no Desfile da Mordomia, na Festa do Traje e Cortejo Etnográfico.
Assim, em dias de grande festa, as mulheres da Ribeira, usavam uma saia de fazenda lisa, aos quadrados e até em xadrez; uma blusa de chita, crepe, ou popelina, um avental de fazenda elegantemente bordado a “rechelieu”, um lenço de lã estampado e um par de chinelas lisas. Os trajes masculinos, na sua simplicidade, possuíam um par de calças de fazenda, uma camisa aos quadrados e uma boina.
Traje de Festa da Ribeira: Bairro da Ribeira pela U.F. Santa Maria Maior, Monserrate e Meadela.
Embora os Trajes de “Ir à Erva” tenham as mesmas caraterísticas dos Trajes de Trabalho, as jovens camponesas imprimiam-lhes uma certa "chieira" na forma de vestir. Para além das peças de vestuário, a foice, corda e cesto são outros dos elementos que compõe estes trajes. Assim como em Afife e Carreço, também as camponesas de Areosa primavam na forma de vestir, sendo até mesmo possível, distinguir as origens de cada uma delas, apenas ao ver os seus trajes.
Durante muito tempo, os trajes regionais foram utilizados como máscaras de Carnaval durante a respectiva época festiva, verificando-se uma especial predilecção pelos garridos trajes minhotos. Crianças e adultos, porventura atraídos pelo seu colorido e pitoresco, passeavam-se pela rua ou acorriam às festas particulares, a maioria das quais promovidas pelas sociedades de recreio, envergando um qualquer traje tradicional a emparceirar com máscaras e uniformes dos mais variados ofícios e profissões.
Este costume teve o seu aparecimento numa altura em que o velho Entrudo popular e trapalhão entrou em declínio para dar lugar a uma festa mais ao gosto da pequena burguesia urbana. Com efeito, ao longo do século XIX, os lisboetas divertiam-se na rua brincando o Carnaval, seguindo os desfiles entre o Passeio Público e o Chiado, prolongando as saturnais festividades até ao seu enterro, ocasião em que o mesmo era representado por um desfile fúnebre onde não faltavam as carpideiras seguindo atrás do defunto Entrudo, palidamente deitado no esquife.
Uma das figuras típicas do Carnaval à época era o célebre peralta, vulgarmente tratado por xé-xé. Tratava-se de personagem um tanto grotesca, com casaca garrida e chapéu bicórnio, de cabeleira e rabicho, de lunetas e empunhando uma enorme faca de madeira, representava um velho a quem tudo lhe era permitido dizer e ridicularizar. Ainda hoje, quando alguém profere afirmações menos sensatas, é habitual dizer-se que está xé-xé.
Pese embora ser frequentemente tida como uma caricatura miguelista, a verdade é que a referida personagem não era minimamente do agrado da burguesia citadina que via nela uma figura brutal e rude, sem maneiras, que não poupava quem quer que fosse com o seu sarcasmo e comentários jocosos. Tal sentimento de repulsa era de igual modo extensível ao próprio Carnaval, considerado bárbaro e de mau gosto, impróprios de uma sociedade que se pretendia civilizada. Ironicamente, a burguesia em ascensão parecia querer reeditar os antigos bailes de máscaras que, no século XVIII tinham lugar corte, com os seus arlequins coloridos divertindo os participantes.
Após a implantação do regime republicano em Portugal, o Carnaval de rua praticamente desapareceu para passar a ser festejado em privado, em casas particulares ou nas sociedades recreativas, aí se realizando os bailes e os concursos de máscaras. Foi ainda neste contexto que surgiu o hábito de eleger a “rainha” da colectividade através de um processo de votação que se traduzia numa interessante fonte de obtenção de receitas, prática que apesar de extemporânea ainda subsiste nalgumas associações.
A preferência pelos trajes regionais como máscaras de Carnaval tem sobretudo a ver com a forma como os costumes populares são encarados por parte de uma burguesia urbana que já então olhava para o folclore como algo curioso e bizarro, com a mesma reacção de surpresa dos exploradores do sertão ao depararem com gente remota. Não admira, pois, o preconceito com que o folclore continua a ser encarado, mormente quando é referido de forma depreciativa, o que não deixa de revelar uma profunda ignorância a seu respeito.
Entretanto, o Carnaval regressou à rua, mas sem o cunho burlesco de outros tempos. Agora, apesar do frio intenso que geralmente se faz sentir por essa altura, o público paga para assistir ao desfile de escolas de samba e garotas admiravelmente despidas, muito ao jeito do Carnaval brasileiro. Nas sociedades recreativas já não se realizam os famosos “bailes da pinhata” e, em relação aos trajes tradicionais, há muito tempo que deixaram de ser usados como máscaras de Carnaval.
Quer aprender a fazer os garruços, os típicos chapéus dos farrangalheiros?
Outrora, na vila C(r)asteja, os “Farrangalheiros” saíam à rua, trajados a rigor, para celebrar o Entroido: as mulheres vestiam o tradicional saiote castrejo, tipicamente vermelho bordado e/ou decorado com cores garridas, as blusas e o lenço amarelo. O traje era composto pelo “garruço”, o objeto mais representativo do Entroido C(r)astejo: chapéus de cartão decorados com fitas e enfeites garridos que congregam uma renda que encobre o rosto dos “Farrangalheiros”.
No dia 4 de fevereiro vamos promover o workshop CONSTRUÇÃO DOS GARRUÇOS DOS FARRANGALHEIROS.
Junte-se a nós, pelas 15h00, no Centro Cívico de Castro Laboreiro.
Tradicionalmente, as cores base dos Trajes de Domingar femininos desta região, e especialmente a cor da barra das saias, eram o vermelho, o preto e o azul marinho.
Estas três cores são as mesmas usadas nas barras dos Trajes à Vianesa.
No entanto, nos Trajes de Domingar, as diferentes cores representam distintos estados emocionais, ou até mesmo, a classe etária das pessoas que os usam. Assim, se os trajes vermelhos eram essencialmente usados por jovens e mulheres mais novas, os trajes de cor base preta e azul marinho eram preferidos por mulheres de mais idade, e usados em situações de luto aliviado, pela altura da quaresma e na semana de finados.
O Traje de Domingar de barra azulão, também designado localmente por “Traje da Cidade”, foi criado pelas meninas da cidade.
Trajes de Domingar pelo G.F. de Danças e Cantares de Alvarães e G.F. de Viana do Castelo
Partilhamos alguns detalhes que integraram a exposição “O Traje na Romaria” que esteve patente durante a Romaria d'Agonia de 2023.