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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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EM TORNO DA MOBILIDADE – UM LIVRO DE MARIA BEATRIZ ROCHA-TRINDADE

  • Crónica de Daniel Bastos

No decurso das últimas décadas o estudo sobre o fenómeno migratório tem sido profusamente enriquecido com um conjunto diversificado de atividades e trabalhos que têm dado um importante contributo para o conhecimento da emigração portuguesa.

Autora de uma vasta bibliografia sobre matérias relacionadas com as migrações, onde se destacam, entre outros, os livros Sociologia das Migrações (1995), Migrações - Permanência e Diversidade (2009), A Serra e a Cidade - O Triângulo Dourado do Regionalismo (2009) ou Das Migrações às Interculturalidades (2014). E colaboradora habitual de revistas científicas internacionais neste domínio, Maria Beatriz Rocha-Trindade, nascida em Faro, e Doutorada pela Universidade de Paris V (Sorbonne) e Agregada pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH), é uma das cientistas sociais que mais tem contribuído para o conhecimento da emigração portuguesa.

Professora Catedrática Aposentada na Universidade Aberta, foi responsável pela fundação nos inícios dos anos 90, nesta instituição de ensino superior público, do Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI). Um centro pioneiro na área das Migrações e Relações Interculturais, que conta atualmente com mais de meia centena de investigadores, e que tem dinamizado ao longo dos últimos anos uma intensa pesquisa interdisciplinar e formação avançada na área das migrações e das relações interculturais em contexto nacional e internacional.

O pioneirismo da insigne académica e investigadora está igualmente expresso na introdução em Portugal do ensino da sociologia das migrações, primeiro na Universidade Católica, no curso de Teologia, em 1994, e dois anos depois, na Universidade Aberta, a nível de licenciatura e de mestrado. Membro de diversas organizações científicas portuguesas e estrangeiras, designadamente da Comissão Científica da Cátedra UNESCO sobre Migrações, da Universidade de Santiago de Compostela, do Museu das Migrações e das Comunidades, criado em 2001 por deliberação do Município de Fafe, e da Comissão Científica do Centro de Estudos de História do Atlântico/CEHA, a Professora Maria Beatriz Rocha-Trindade, coordena presentemente a Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa.

O percurso de vida singular e o trabalho académico laborioso da Professora Catedrática Maria Beatriz Rocha-Trindade, Titular da Ordem Nacional do Mérito, de França, com o grau de Cavaleiro, da Medalha de Mérito do Município de Fafe, da Medalha de Ouro do Município do Fundão e da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, de Portugal, estão sublimemente sintetizados nas palavras do geógrafo Jorge Malheiros: “a investigação em migrações em Portugal não seria a mesma coisa sem a Professora Maria Beatriz Rocha-Trindade”.

Genuína fonte de inspiração, e com uma capacidade inesgotável de investigação assente num modelo de partilha de conhecimento e de trabalho em rede, a Professora Maria Beatriz Rocha-Trindade presenteou-nos, no início deste ano, com um novo e relevante livro, intitulado Em Torno da Mobilidade – Provérbios, expressões e frases consagradas.

A sua obra mais recente, uma publicação bilingue (português e inglês), profusamente ilustrada, com chancela das edições Almaletra, desponta no âmbito de palestras apresentadas nos dezassete colóquios internacionais que tiveram lugar em Tavira sobre o tema dos Provérbios. Sendo constituída por oito capítulos: “Potencialidades simbólicas da imagem no quadro do percurso migratório”; “Nós e os outros. Preconceitos e estereótipos”; “Árvore das patacas – Origem da expressão”; “Migrações portuguesas – a utilização da simbologia tradicional na captação de poupanças”; “Os provérbios na atividade comercial”, “Sonhos de pedra e cal, espaços e tempos” e “Homenagear quem parte”.

Como confluem Domingo Gonzalez Lopo, Professor da Universidade de Santigo de Compostela, e Rui Soares, Presidente da Associação Internacional de Paremiologia, prefaciadores do livro, Em Torno da Mobilidade reforça o conhecimento sobre as perspetivas que caracterizam um dos mais importantes fenómenos sociais, presente ao longo de toda a História de Portugal – as migrações. 

De facto, com o livro Em Torno da Mobilidade – Provérbios, expressões idiomáticas e frases consagradas, descobrimos, aprendemos, ficamos a conhecer porque utilizamos certas palavras, expressões, na linguagem corrente, mas também símbolos e uma cultura que é necessário preservar e divulgar. Expressões como “Árvore das Patacas”, que nos remete para a árvore de origem asiática que foi trazida para o ocidente, e que designa tanto na vertente popular como vertente literária o enriquecimento rápido e sem esforço.  

Conta-se que o imperador D. Pedro I, por brincadeira, escondia moedas (patacas) nas flores desta árvore de origem asiática no Brasil. Com o tempo as flores fechavam-se, mantendo a moeda dentro do fruto, depois o soberano pegava num desses frutos, abria-o diante de todos, dizendo que no Brasil o dinheiro nascia até em árvores. A utilização desta expressão no contexto migratório de Portugal para o Brasil, identifica simbolicamente a riqueza almejada.

Ou símbolos expressivos como “as malas”, que ilustram a capa do livro, e que como refere a autora ao longo dos vários ciclos migratórios “mudaram de configuração e, embora diferentes, continuam a assegurar a ligação simbólica que sempre tiveram com a mobilidade. É o caso paradigmático da “mala de cartão”, símbolo da emigração “a salto” dos anos 60, celebremente cantada por Linda de Suza.

Neste sentido, o livro Em Torno da Mobilidade é um novo e relevante contributo para o conhecimento da emigração lusa, destinando-se a educadores, professores, entidades públicas e privadas, em suma, ao público em geral que valoriza e reconhece o papel preponderante da Diáspora na projeção de Portugal no mundo.

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CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO ASSINALA AMANHÃ UM SÉCULO DE EXISTÊNCIA AO SERVIÇO DO REGIONALISMO E DA COMUNIDADE MINHOTA NO BRASIL – HÁ FESTA NO PRÓXIMO DIA 24 DE MARÇO!

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Fundada em 8 de Março de 1924 – prestes a assinalar o seu centenário – a Casa do Minho no Rio de Janeiro foi criada com o propósito de estabelecer solidariedade e prestar auxílio aos nossos compatriotas que, nos anos difíceis do começo do século XX, se viram desamparados pela sorte e à beira da miséria, muitos dos quais tiveram então de ser expatriados, a Casa do Minho viria a constituir-se num baluarte do regionalismo minhoto e da afirmação do patriotismo dos portugueses em terras de Vera Cruz, precisamente a que ostenta no seu próprio emblema.

Ultrapassadas as dificuldades iniciais com que os nossos conterrâneos se debateram para conseguirem uma vida mais digna, as gentes minhotas deram à Casa do Minho uma nova missão que consiste na preservação da sua identidade, mormente através das mais variadas manifestações culturais, tertúlias literárias, manifestações religiosas, divulgação do folclore e, sobretudo, da união e convívio familiar dos seus associados.

Desde a sua fundação, a Casa do Minho no Rio de Janeiro é obra de muitos homens e mulheres que ao longo de oitenta e oito anos de existência souberam erguer uma grandiosa instituição que dignifica a comunidade minhota radicada no Brasil e prestigia o nosso país.

Localizada na rua Cosme Velho, na zona sul do Rio de Janeiro, a Sede social da Casa do Minho dispõe para além das instalações propriamente ditas, de uma grande arborizada, parque de estacionamento e dois magníficos recintos desportivos.

De entre as suas principais finalidades, cumpre-nos destacar a promoção da fraternidade Luso-Brasileira; o desenvolvimento da prática de atividades desportivas, recreativas, culturais e sociais; a difusão do culto à Comunidade Lusíada; a luta pelos interesses do Minho tornando conhecidas sua história, belezas naturais, gastronomia e o seu folclore.

Fotos: Casa do Minho do Rio de Janeiro

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Instalações da Casa do Minho no Rio de Janeiro

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A Casa do Minho do Rio de Janeiro foi constituída em 8 de março de 1924. Em 1967, adquiriu a velha moradia que vemos na foto acima, situada na Rua Cosme Velho, no Bairro das Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro. Procedeu à sua demolição para nesse local edificar a sua atual sede social.

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Trinta anos após a criação da Casa do Minho, foi constituído no seu seio o Rancho Folclórico Maria da Fonte

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A Casa do Minho preserva as nossas tradições junto das gerações mais jovens da nossa comunidade radicada no Brasil

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A imagem mostra um aspeto panorâmico do salão social da Casa do Minho

RANCHO FOLCLÓRICO MARIA DA FONTE APRESENTA-SE NA QUINTA DO SANTOÍNHO DA CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO

Na Santoinho de março teremos a apresentação do Rancho Folclórico Maria da Fonte!

O Rancho Folclórico Maria da Fonte, da Casa do Minho do Rio de Janeiro, é um dos mais tradicionais grupos de folclore português do País. Criado em 1954 e hoje com mais de 50 integrantes, já se apresentou por todo o Brasil, Argentina e Portugal, especialmente em reconhecidos festivais nacionais e internacionais, os quais têm lhe rendido diversas premiações.

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FALECEU NO BRASIL O VIANENSE JOAQUIM FERNANDES DA CUNHA GOMES – FOI DIRIGENTE DA CASA DO MINHO DO RIO DE JANEIRO E DIRETOR ARTÍSTICO DO RANCHO MARIA DA FONTE

Faleceu no Brasil o vianense Joaquim Fernandes da Cunha Gomes. Era natural de Carvoeiro, em Viana do Castelo e foi um destacado dirigente da Casa do Minho no Rio de Janeiro.

De acordo com a notícia necrológica daquela instituição regionalista, “Joaquim Fernandes deixou uma marca indelével em todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.”

“Desde 1988, dedicou-se incansavelmente ao bem-estar e ao progresso da Casa do Minho, se destacando nos diversos cargos que ocupou, tendo sido presidente e vice-presidente dessa grande instituição, além de diretor artístico do Rancho Maria da Fonte. Sua paixão pela cultura e tradições locais era evidente em cada gesto e iniciativa.”

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RECORDANDO OS BAILES DE DOMINGO EM LISBOA NO GRUPO EXCURSIONISTA E RECREATIVO “OS AMIGOS DO MINHO”

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O baile de domingo no desaparecido Grupo Excursionista e Recreativo Os Amigos do Minho, situado na rua do Benformoso.

Lisboa Frágil. Fotografia de Luís Pavãomostra-lhe a Lisboa de outros tempos.

A Lisboa das tabernas, dos bailes nas coletividades, das histórias da noite e das suas gentes. A exposição de fotografia de Luís Pavão celebra o trabalho do fotógrafo e retrata espaços, vivências e costumes, que se foram dissipando numa cidade em transformação.

São 150 fotografias captadas entre 1979 e 2009, divididas por 9 núcleos e que podem ser vistas até 31 de março no Pavilhão Preto do Museu de Lisboa

Luís Pavão e CML | Armindo Ribeiro

EGEAC Cultura em Lisboa

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O Grupo Excursionista e Recreativo “Os Amigos do Minho” era é uma das mais antigas associações criadas por minhotos em Lisboa. Fundada em 8 de dezembro de 1950, dispunha de magníficas instalações situadas na rua do Benformoso, sobressaindo entre elas o magnífico quintal coberto com uma frondosa vinha morangueira.

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A sua proximidade em relação ao Largo do Intendente, considerado uma das zonas socialmente mais críticas da capital lisboeta, constituiu durante muito tempo um obstáculo à adesão de associados, situação que se tem vindo a alterar graças à intervenção da Câmara Municipal de Lisboa e outras entidades que conseguiram recuperar o local e restituir-lhe a tranquilidade e segurança. 

Porém, as leis do mercado aplicadas ao imobiliário acabaram por ditar o seu desalojamento e consequente dissolução da associação.

A constituição de grupos excursionistas foi um traço caraterístico da primeira metade do século passado, tendo a fusão de muitos deles ficado na origem da constituição de importantes coletividades de cultura e recreio. Neste caso, mais do que reclamar qualquer espécie de representatividade como é próprio das casas regionais, a atividade dos “Amigos do Minho” visava sobretudo proporcionar aos minhotos um meio de convívio e simultaneamente dar a conhecer as belezas da nossa região através da atividade excursionista.

Ao longo da sua existência, esta coletividade promoveu ações de benemerência, mormente em relação às crianças mais carenciadas. À semelhança da generalidade das casas regionais e outras sociedades recreativas, vulgo coletividades de cultura e recreio, foi durante muito tempo bastante conhecida pelos seus bailaricos de fim-de-semana, atraindo sempre numeroso público.

Pelas suas caraterísticas, o acesso aos cargos diretivos do Grupo Excursionista e Recreativo “Os Amigos do Minho” não se encontra restringido a minhotos, procedimento aliás que já vai sendo seguido por algumas casas regionais cujas normas estatutárias a isso obrigavam como forma de assegurar a sua ligação em relação à região de origem.

Fotos: Grupo Excursionista e Recreativo “Os Amigos do Minho”

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Os Amigos do Minho (1950–2017). A colectividade regionalista, que também era um dos melhores restaurantes para jantares de grupo em Lisboa, deixou a sua sede na Rua do Benformoso no final de 2017, depois de meses de boatos sobre o seu futuro. Foto: Inês Calado Rosa / Fonte: https://www.timeout.pt/lisboa/pt/

JORNALISTA ARTUR MACIEL – FIGURA CIMEIRA DO REGIONALISMO MINHOTO EM LISBOA EM MEADOS DO SÉCULO PASSADO – NASCEU HÁ 124 ANOS!

No próximo mês passam 124 anos sobre a data de nascimento do jornalista Artur Maciel, justamente considerado uma figura cimeira do regionalismo minhoto em Lisboa, personalidade ligada a Viana do Castelo cujo nome se encontra consagrado na sua toponímia.

Artur Santiago Maciel da Costa de seu nome completo foi um conceituado jornalista e escritor com vasta colaboração nos jornais “O Século da Noite”, “A Voz”, “Noite” e “Diário de Notícias”. Lisboeta de nascimento, ao Minho – região à qual lhe ligavam as raízes familiares – dedicou Artur Maciel toda a sua vida e empenho à causa regionalista, a ele devendo a Casa do Minho, em Lisboa, os seus períodos mais áureos. Artur Maciel nasceu em 21 de Fevereiro de 1900.

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No decorrer da sessão de 14 de Fevereiro de 1967, o deputado bracarense António Santos da Cunha não lhe poupou rasgados elogios, referindo-se-lhe nos seguintes termos: “A Casa do Minho, a que actualmente preside o distinto jornalista e escritor Artur Maciel, tem desenvolvido uma tarefa que quero disso tenho obrigação especial destacar.

Ainda há poucos dias me foi dado tomar parte numa reunião, a que assistiram pessoas do maior valor, que serviu não só para denunciar mais uma vez as delícias da cozinha minhota, como para que convivessem os naturais da região das mais variadas classes e fossem discutidos problemas de grande interesse para a mesma.

Será que a sua esforçada e dinâmica direcção pensa em organizar uma semana de estudos na capital, semana em que os mais candentes problemas regionais serão abordados por autoridades competentes nas diferentes matérias, o que será contributo apreciável para a resolução dos mesmos, e ainda, o que muito é de Ter em conta, poderosa alavanca para a mentalização dos responsáveis quanto á necessidade de esses problemas serem encarados de frente.”

O deputado António Maria Santos da Cunha era natural de Braga. Foi Secretário da Comissão Distrital da União Nacional, de Braga, em 1953, Vice-presidente daquele órgão em 1965 e Presidente da Comissão Concelhia de Braga da União nacional. Foi ainda Presidente das câmaras municipais de Braga e da Póvoa de Lanhoso, da Comissão Municipal de Turismo de Braga e Procurador à Câmara Corporativa na VI Legislatura.

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A fotografia data de 10 de Junho de 1935 e retra a chega ao Rossio do Conde Vladimiro D’Omerson, podendo ser identificados, a contar da esquerda, Artur Maciel, François Mauriac, Condessa d’Omerson, Madame Mauriac, Ferreira dos Santos, Guilherme Pereira de Carvalho, António Ferro, Conde Vladimiro d’Omerson e António Eça de Queirós. (Foto: ANTT)

Artur Santiago Maciel da Costa de seu nome completo foi um conceituado jornalista e escritor com vasta colaboração nos jornais “O Século da Noite”, “A Voz”, “Noite” e “Diário de Notícias”. Lisboeta de nascimento, ao Minho – região à qual lhe ligavam as raízes familiares – dedicou Artur Maciel toda a sua vida e empenho à causa regionalista, a ele devendo a Casa do Minho, em Lisboa, os seus períodos mais áureos. Artur Maciel nasceu em 21 de Fevereiro de 1900.

No decorrer da sessão de 14 de Fevereiro de 1967, o deputado bracarense António Santos da Cunha não lhe poupou rasgados elogios, referindo-se-lhe nos seguintes termos: “A Casa do Minho, a que actualmente preside o distinto jornalista e escritor Artur Maciel, tem desenvolvido uma tarefa que quero disso tenho obrigação especial destacar.

Ainda há poucos dias me foi dado tomar parte numa reunião, a que assistiram pessoas do maior valor, que serviu não só para denunciar mais uma vez as delícias da cozinha minhota, como para que convivessem os naturais da região das mais variadas classes e fossem discutidos problemas de grande interesse para a mesma.

Será que a sua esforçada e dinâmica direcção pensa em organizar uma semana de estudos na capital, semana em que os mais candentes problemas regionais serão abordados por autoridades competentes nas diferentes matérias, o que será contributo apreciável para a resolução dos mesmos, e ainda, o que muito é de Ter em conta, poderosa alavanca para a mentalização dos responsáveis quanto á necessidade de esses problemas serem encarados de frente.”

O deputado António Maria Santos da Cunha era natural de Braga. Foi Secretário da Comissão Distrital da União Nacional, de Braga, em 1953, Vice-presidente daquele órgão em 1965 e Presidente da Comissão Concelhia de Braga da União nacional. Foi ainda Presidente das câmaras municipais de Braga e da Póvoa de Lanhoso, da Comissão Municipal de Turismo de Braga e Procurador à Câmara Corporativa na VI Legislatura.

Artur Maciel deixou-nos vasta obra publicada de que destacamos “Uma noite nos jardins de Espanha – Una noche en los jardines de España (1977)”; “Viagem de cem anos (1855-1955, editado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo (1958)”; “Angola Heróica. Bertrand (1963)”; “A colecção de pintura da Fundação Caloute Gulbenkian exposta no Museu de Arte Antiga”, edição do Museu de Arte Antiga (1961)”; “As artes ao serviço da nação: panorama e índice de uma época. Livraria Bertrand (1967)”; “Ritmo do bilros”, Porto, Companhia Portuguesa (19?2); “Um português nas espanhas : Galiza, Astúrias, Leão, Castelas, Catalunha e Andaluzia. Lisboa. Bertrand, (1965)”; “Condes e Senhores de Viana da Foz do Lima. Viana do Castelo. (1938)”; “Viana centro de turismo: itinerário de grandes pequenas coisas tradicionais, típicas e pitorescas (1938)”; “A mono-arquia do Prof. Doutor Marcelo Caetano. Lisboa. Liv. Bertrand (1952)”; “Ritmo de bilros : livro que contem vários casos e lendas da Beira-Lima / dado à estampa por Artur Maciel; com muitos desenhos do artista José Cyrne. Porto: Portugueza Editora. (1924)”.

O seu livro “Angola Heróica” que relata uma reportagem que fez durante 120 dias naquela frente de combate, nos primeiros anos do conflito, dedicou-o “em homenagem aos veteranos que no 1º de Maio de 1961 desembarcaram em Luanda”, prefaciando com as seguintes palavras: “... ao mais humilde e ignorado de todos esses soldados, brancos, mestiços e negros, que vi nas selvas do nosso Congo a defender Portugal - com a mesma fé, a mesma abnegação, o mesmo silencioso heroísmo de quantos dos nossos, através dos séculos, com a sua alma, o seu sangue e o seu esforço descobriram, criaram e engrandeceram Angola...”.

Para além da dinâmica que imprimiu à actividade da Casa do Minho, deixou verdadeiras pérolas literárias como sucede com os textos insertos nos cardápios dos almoços regionalistas ali realizados. A ele se deve, aliás, a divisa “Uma boa mesa para uma boa política regionalista”!

Em 1977, Artur Maciel ocupava o cargo de Presidente do Conselho Regional quando, no decorrer de uma assembleia geral que teve lugar em 18 de Dezembro desse ano, foi destituído do lugar que ocupava, através de uma votação maciça por procuração, prática que então ainda era autorizada. Seguramente movido pelo desgosto, veio momentos depois a falecer em casa.

Decorridas quase quatro décadas sobre a data do seu falecimento, Artur Maciel continua a constituir uma personalidade de referência do regionalismo minhoto na capital e, sobretudo, da Casa do Minho à qual prestou inestimáveis serviços!

Fonte: Wikipédia / Carlos Gomes

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Artur Maciel deixou-nos vasta obra publicada de que destacamos “Uma noite nos jardins de Espanha – Una noche en los jardines de España (1977)”; “Viagem de cem anos (1855-1955, editado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo (1958)”; “Angola Heróica. Bertrand (1963)”; “A colecção de pintura da Fundação Caloute Gulbenkian exposta no Museu de Arte Antiga”, edição do Museu de Arte Antiga (1961)”; “As artes ao serviço da nação: panorama e índice de uma época. Livraria Bertrand (1967)”; “Ritmo do bilros”, Porto, Companhia Portuguesa (19?2); “Um português nas espanhas : Galiza, Astúrias, Leão, Castelas, Catalunha e Andaluzia. Lisboa. Bertrand, (1965)”; “Condes e Senhores de Viana da Foz do Lima. Viana do Castelo. (1938)”; “Viana centro de turismo: itinerário de grandes pequenas coisas tradicionais, típicas e pitorescas (1938)”; “A mono-arquia do Prof. Doutor Marcelo Caetano. Lisboa. Liv. Bertrand (1952)”; “Ritmo de bilros : livro que contem vários casos e lendas da Beira-Lima / dado à estampa por Artur Maciel; com muitos desenhos do artista José Cyrne. Porto: Portugueza Editora. (1924)”.

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O seu livro “Angola Heróica” que relata uma reportagem que fez durante 120 dias naquela frente de combate, nos primeiros anos do conflito, dedicou-o “em homenagem aos veteranos que no 1º de Maio de 1961 desembarcaram em Luanda”, prefaciando com as seguintes palavras: “... ao mais humilde e ignorado de todos esses soldados, brancos, mestiços e negros, que vi nas selvas do nosso Congo a defender Portugal - com a mesma fé, a mesma abnegação, o mesmo silencioso heroísmo de quantos dos nossos, através dos séculos, com a sua alma, o seu sangue e o seu esforço descobriram, criaram e engrandeceram Angola...”.

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Para além da dinâmica que imprimiu à actividade da Casa do Minho, deixou verdadeiras pérolas literárias como sucede com os textos insertos nos cardápios dos almoços regionalistas ali realizados. A ele se deve, aliás, a divisa “Uma boa mesa para uma boa política regionalista”!

Os anos que sucederam ao golpe militar do 25 de Abril de 1974 também se reflectiram no seio das casas regionais. As relações com as entidades públicas alteraram-se e a actividade na maioria dos casos foi esmorecendo. Com a mudança de regime, alguns sócios afastaram-se cautelosamente a fim de não serem conotados politicamente com a situação anterior. Por intercedência do Dr. Nuno Morais, um limiano que fora atleta olímpico, toureiro e professor de ginástica, teve lugar nas instalações da Casa do Minho então sitas na rua Víctor Cordon uma das primeiras reuniões das facções monárquicas que vieram a dar origem ao Partido Popular Monárquico, o que na altura causou algum sobressalto entre os dirigentes da colectividade.

Em 1977, Artur Maciel ocupava o cargo de Presidente do Conselho Regional quando, no decorrer de uma assembleia geral que teve lugar em 18 de Dezembro desse ano, foi destituído do lugar que ocupava, através de uma votação maciça por procuração, prática que então ainda era autorizada. Seguramente movido pelo desgosto, veio momentos depois a falecer em casa.

Decorridas quase quatro décadas sobre a data do seu falecimento, Artur Maciel continua a constituir uma personalidade de referência do regionalismo minhoto na capital e, sobretudo, da Casa do Minho à qual prestou inestimáveis serviços!

Como preito de homenagem, Viana do Castelo consagrou o seu nome na toponíma local, na Meadela, Santa Marta de Portuzelo e na própria cidade. Lisboa – cidade onde nasceu, trabalhou e faleceu – a sua memória ainda não foi lembrada condignamente.

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Dedicatória com autógrafo de Artur Maciel. Fonte: http://kaligraphias.blogspot.pt/

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Artur Maciel manteve assídua correspondência com o historiador vimaranense Alfredo Pimenta (Fonte: Arquivo Municipal Alfredo Pimenta)

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Ex-líbris de Artur Maciel

SÓCIOS E AMIGOS DA EX-CASA DO MINHO EM LOURENÇO MARQUES (MOÇAMBIQUE) CONFRATERNIZAM ESTE ANO EM AMARES

Os minhotos e amigos que fizeram parte da Casa do Minho de Lourenço Marques – atual cidade de Maputo – vão este ano reunir-se em Braga no próximo dia 27 de Abril para mais um convívio anual, desta feita em Amares. Trata-se do XXVI Convívio que assinala simultaneamente o 69º aniversário da fundação daquela instituição regionalista em terras moçambicanas, à época parte integrante de Portugal.

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Casa do Minho em Lourenço Marques (Moçambique) foi fundada há 69 anos

Os antigos territórios ultramarinos portugueses foram também o destino de muitos minhotos que decidiram ali construir as suas vidas. Rumando diretamente a partir da metrópole ou fixando-se após o cumprimento do serviço militar naquelas paragens, Angola e Moçambique vieram a tornar-se a segunda terra para muitos dos nossos conterrâneos que assim trocavam a estreita courela pela desafogada machamba ou simplesmente empregavam-se na atividade comercial das progressivas cidades de Luanda e Lourenço Marques, atual Maputo.

Porém, a recordação do Minho distante não os abandonou e permaneceu sempre nos seus corações. E, a provar esse amor filial, criaram as suas próprias associações regionalistas a fim de manterem mais viva a sua portugalidade e as raízes minhotas. Em Lourenço Marques, fundaram a Casa do Minho em 1955, já lá vão 69 anos!

Durante duas décadas consecutivas, aquele foi o ponto de encontro das nossas gentes em terras moçambicanas. Ali se construíram novas amizades e conservavam as suas tradições. A constituição de um Rancho Folclórico no seio daquela associação foi um dos melhores exemplos do seu apego às origens. Até que a descolonização veio alterar o rumo das suas vidas e determinar a extinção da Casa do Minho.

Não obstante, muitos dos minhotos e amigos da Casa do Minho, que dela fizeram parte ou de alguma forma por lá passaram, não esquecem esses tempos saudosos e continuam a reunir-se todos os anos em alegre e amistosa confraternização, partilhando recordações e revivendo a terra que também amaram – Moçambique!

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PONTE DE LIMA: FREI FRANCISCO DE S. LUÍS (CARDEAL SARAIVA) NASCEU HÁ 258 ANOS!

Passam 258 anos sobre a data do nascimento de D. Frei Francisco de São Luís, vulgo Cardeal Saraiva, um dos principais vultos do liberalismo e um dos ícones maiores de Ponte de Lima e do Minho.

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Os restos mortais do Cardeal Saraiva repousam no Panteão dos Cardeal o Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa, ao lado dos demais cardeais da Igreja Católica. Mesmo ao lado encontra-se o Panteão dos reis da Dinastia de Bragança.

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Frei Francisco de S. Luís, aliás Francisco Justiniano Saraiva, nasceu em Ponte de Lima em 26 de janeiro de 1766 e faleceu em Lisboa em 7 de maio de 1845. Aos catorze anos de idade, ingressou no Mosteiro de São Martinho de Tibães, da ordem beneditina, tendo daí saído anos mais tarde para o Mosteiro de Santo André de Rendufe e, posteriormente, para a Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra.

Filiado na Maçonaria da qual chegou a ser Grão-mestre, adoptou o nome Condorcet, tendo ainda integrado o Sinédrio que foi a organização responsável pela revolução portuense de 1820. Apesar dos seus ideais, não deixou de combater os invasores franceses pelos quais muitos liberais tomaram partido sem receio de que tal atitude configurasse um acto de traição.

Após a revolução, tornou-se um dos membros da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino e, pelas Cortes Constituintes, nomeado membro do Conselho de Regência. Foi ainda Reitor da Universidade de Coimbra, deputado às Cortes e Presidente da Câmara dos Deputados.

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Em 1824, resignou ao episcopado e veio a ser desterrado para o Mosteiro da Serra de Ossa, de onde saiu após a chegada das tropas liberais a Lisboa em 1833. Foi feito Patriarca de Lisboa em 1840 e, em 1843, confirmado no título e pelo Papa Gregório XVI elevado ao cargo cardinalício.

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Há cerca de três décadas, um grupo de naturais de Ponte de Lima radicados na região de Lisboa resolveu prestar-lhe simbólica homenagem com a realização de uma romagem ao seu túmulo, tendo a mesma contado com a presença do então Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, sr. Fernando Calheiros. Uma celebração que lamentavelmente não teve continuidade.

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