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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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BARCELOS: PROGRAMA “+ PATRIMÓNIO” ABRE PORTAS DE MONUMENTOS

No âmbito das comemorações do Dia Nacional dos Centros Históricos Portugueses, que se assinala a 28 de março, o Município de Barcelos, através do Gabinete de Arqueologia e Património Histórico, agendou para   Quinta-Feira Santa, entre as 21h00 e as 22h30, uma visita guiada às capelas do Centro Histórico, sob o tema “Tradições de Páscoa nas capelas do Centro Histórico de Barcelos”. O percurso terá início junto à Igreja Matriz, com passagem pela Capela de S. Francisco, Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz, Igreja da Misericórdia e Igreja do Terço.

Além desta iniciativa, o Município preparou um programa alargado cuja finalidade é a promoção e divulgação do património arqueológico, histórico e imaterial do concelho, através de experiências únicas.

Em abril, tem lugar mais uma visita guiada, desta vez ao extinto Convento da Franqueira, no dia 19, sexta-feira, entre as 21h00 e as 22h30, inserida na Comemoração do Dia Internacional de Monumentos e Sítios, que se assinala a 18 de abril. O Convento do Bom Jesus da Franqueira teve várias reformulações ao longo dos séculos. Numa delas foi mesmo usada a pedra das ruínas do Castelo de Faria. Hoje, venera-se ali o Senhor da Fonte da Vida, imagem que ocupa um dos altares laterais, com muita devoção representada num conjunto significativo de ex-votos.

No mês de maio, comemora-se o Dia Nacional do Azulejo (6 de maio), mas a atividade que assinala a efeméride decorrerá no dia 11 de maio, entre as 9h30 e as 12h30, com uma visita guiada às obras de arte contemporânea, de Eduardo Nery. No dia 25 de maio, entre as 9h00 e as 12h30, os participantes vão ter a oportunidade de percorrer um dos itinerários napoleónicos, com uma visita guiada pelo trilho napoleónico denominada “O massacre de 1809- visita guiada pelo trilho napoleónico”.

No mês de junho, dia 15, no âmbito das Jornadas Europeias da Arqueologia, decorrerá, entre as 9h00 e as 13h00, uma visita guiada ao Balneário Castrejo, Monte do Facho e Capela de S. Lourenço.

Já, em setembro, no dia 28, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, decorre, entre as 9h30 e as 12h30, uma visita guiada e caminhada pela Ecovia do Neiva.

O programa “Património em Movimento” culmina no dia 14 de dezembro com a “Visita guiada ao templo de Nossa Senhora da Aparecida”, em Balugães, que decorrerá entre as 9h30 e as 12h30.

Todas as atividades do Programa “+ Património” são destinadas ao público em geral, mas a participação está sujeita a inscrição prévia obrigatória, devido à limitação da lotação de alguns espaços e a questões logísticas. Os interessados devem remeter a sua inscrição para: arqueologia@cm-barcelos.pt ou através do contacto 915288428. Mais informações em agenda.barcelos.pt.

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PELOURINHO DE BRAGA VAI SER O TEMA DO PRÓXIMO “ENCONTROS COM O PATRIMÓNIO”

Iniciativa decorre a 12 de Março

O ciclo dos “Encontros com o Património” trazem o tema do Pelourinho de Braga, numa sessão que irá decorrer no dia 12 de Março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com início às 17h30. A iniciativa da Fundação Bracara Augusta, conta com o apoio da Câmara Municipal de Braga e do Cabido Metropolitano e Primacial Bracarense.

Com a apresentação de Miguel Bandeira e a intervenção e investigação histórica a cargo de José António Barreto Nunes, a iniciativa contará com a presença de Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga e do Arcebispo Primaz, D. José Cordeiro.

Braga, como tantas outras cidades e vilas de Portugal, teve o seu pelourinho, que na sua vertente positiva simbolizava o poder concelhio e na sua vertente negativa, a que perdura na memória contemporânea, servia de meio adequado à tortura e à expiação de penas criminais pesadas e humilhantes. O primitivo Pelourinho de Braga foi mandado construir há cerca de quinhentos anos pelo arcebispo D. Diogo de Sousa, em frente à Porta do Souto.

Desmoronou-se algumas dezenas de anos depois e, quase imediatamente, já no tempo do arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires, agora por deliberação camarária e a seu cargo, foi mandado construir um segundo pelourinho, com inegável valor artístico, que teve uma vida atribulada ao longo dos séculos seguintes, mudando constantemente de local até à primeira metade do século XX.

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CASTELO DE GUIMARÃES REABRE AMANHÃ AO PÚBLICO

O Castelo de Guimarães reabre ao público no dia 22 de Fevereiro, após algumas semanas de encerramento devido a obras de requalificação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.

Neste momento, apenas é possível aceder à Praça de Armas, permitindo explorar o interior das muralhas. O acesso ao Adarve e à Torre de Menagem permanecerá interdito.

A entrada no Castelo é gratuita, possibilitando visitas diárias entre as 10h00 e as 18h00, com a última entrada até às 17h30.

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PÓVOA DE LANHOSO ACOLHEU REUNIÃO DA REDE DE MONUMENTOS E MUSEUS DO AVE

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Com os olhos postos na valorização conjunta do território, a Póvoa de Lanhoso recebeu, esta segunda-feira, 19 de fevereiro, uma reunião da REMMO – Rede de Monumentos e Museus do Ave.

No arranque dos trabalhos, o grupo foi recebido pelo Presidente da Câmara Municipal, Frederico Castro, pela Vereadora da Cultura, Fátima Moreira, e pelo representante da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave, Paulo Costa Pinto.

“O trabalho em rede é muito importante. Esta conexão aumenta a promoção dos territórios”, começou por destacar o autarca Povoense, adiantando que “esta promoção valoriza todos e também é um dos elementos que aumenta os fatores de competitividade das regiões”. Frederico Castro desejou ainda uma reunião “frutífera”, referindo: “Precisamos desses frutos para valorizar o nosso território”.

Para além de pessoal técnico da Autarquia, o grupo de trabalho englobou ainda representantes da CIM do Ave, das Autarquias de Fafe, Vizela e Vieira do Minho, assim como do Paço dos Duques de Bragança, do Museu Alberto Sampaio, da Sociedade Martins Sarmento e da Fundação Cupertino de Miranda. Estes elementos tiveram oportunidade de visitar diversos locais de interesse do concelho, como o Castelo e o Castro de Lanhoso, o Museu do Ouro, a Igreja Românica de Fontarcada, Museu de Arte Sacra e a igreja do Santuário de Porto de Ave, assim como o Centro Interpretativo Maria da Fonte, onde encerraram os trabalhos.

A Vereadora da Cultura, Fátima Moreira, destacou a premência de tornar estes espaços acessíveis a todas as pessoas, referindo a Rota dos Monumentos Inclusivos, que se encontra em fase inicial e revelando que o projeto “Castelo Inclusivo” foi selecionado como boa prática a apresentar no XVII Congresso Internacional de Cidades Educadoras, que acontecerá de 21 a 24 de maio, no Brasil.

Esta foi a primeira vez que a reunião da REMMO decorreu nestes moldes, ou seja, contemplando uma visita alargada ao terreno e um conhecimento aprofundado do território. De acordo com o representante da CIM do Ave (entidade enquadradora da rede), Paulo Costa Pinto, o objetivo foi partilhar experiências e criar condições para projetos comuns.

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FONTES E CHAFARIZES DO CENTRO HISTÓRICO DE BRAGA DÃO MOTE A PRÓXIMA SESSÃO DO ITINERARIUM

Iniciativa realiza-se no próximo Sábado, 24 de Fevereiro

As “Fontes e chafarizes do Centro Histórico de Braga” são o tema da próxima sessão do programa Itinerarium, que se realiza a 24 de Fevereiro, às 10h00. A sessão será orientada por Maria do Carmo Ribeiro, da Universidade do Minho.

A iniciativa, cujo ponto de encontro está marcado para a Praça Municipal, é organizada pelo Município de Braga em parceria com a Universidade do Minho. O objectivo é promover o conhecimento do património Bracarense.

A Cidade de Braga, detentora de uma longa e interrupta ocupação, desde o período romano até à actualidade, mas também de bons recursos hídricos e abundante vegetação, conheceu a construção de várias arquitecturas e espaços relacionados com a água.

Actualmente, no seu centro histórico, persiste ainda um vasto e rico património composto por fontes, fontanários e poços construídos em diferentes momentos históricos da cidade. Esta actividade pretende, precisamente, através de uma visita guiada ao centro histórico revisitar alguns deles e contar um pouco da sua história.

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IGREJA MATRIZ DE PONTE DA BARCA VAI SER OBJETO DE INTERVENÇÃO

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Na sequência de uma proposta apresentada pelo Presidente da Câmara, Augusto Marinho, foi aprovada, em Reunião de Câmara, a minuta do protocolo que será celebrado entre o Município de Ponte da Barca, a ESTAMO – Participações Imobiliárias, S.A., (empresa pública que detém o património do Estado) o Património Cultural, IP. e a Paróquia de S. João Baptista de Ponte da Barca, com vista a proceder a uma intervenção urgente na emblemática Igreja Matriz de Ponte da Barca.

Para o Presidente da Câmara, Augusto Marinho, esta intervenção é urgente e representa um compromisso essencial com a preservação do património histórico de Ponte da Barca. Augusto Marinho expressou sua convicção de que, depois de vários meses de intensos contactos promovidos pela Câmara Municipal de Ponte da Barca junto das diversas instituições, a recuperação da Igreja Matriz será uma realidade, partindo de imediato numa primeira fase correspondente à salvaguarda do telhado deste edifício classificado.

No protocolo aprovado, o Município de Ponte da Barca assumirá o papel de entidade adjudicante nos procedimentos pré-contratuais e contratuais, conforme previsto no Código dos Contratos Públicos. A ESTAMO – Participações Imobiliárias, S.A. irá colaborar na gestão integrada do património imobiliário do Estado, garantindo a viabilização das intervenções necessárias na igreja.

Por sua vez, o Património Cultural, IP. compromete-se a assegurar o cumprimento das obrigações do Estado no que diz respeito à salvaguarda, conservação, restauro, valorização, divulgação e internacionalização do património cultural, uma vez que o edifício da Igreja Matriz pertence formalmente a esta instituição do Estado. Além disso, poderá mobilizar recursos do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural para financiar as medidas necessárias à proteção da igreja.

A Paróquia de S. João Baptista de Ponte da Barca participará ativamente no processo, colaborando na definição das necessidades específicas da igreja e na promoção da sua fruição cultural junto da comunidade local e dos visitantes.

Numa primeira fase será realizada uma intervenção de emergência destinada aos trabalhos de limpeza, reparação e conservação da cobertura e fachadas, de modo a evitar as infiltrações de água. Posteriormente, proceder-se-à à reabilitação e restauro geral do Imóvel, designadamente do seu interior e espaços adjacentes.

Este protocolo representa um passo significativo na preservação do património cultural e reforça o compromisso das entidades envolvidas com a valorização do legado histórico e arquitetónico do país.

BARCELOS: CHAFARIZ DO LARGO DO APOIO REGRESSOU À FORMA ORIGINAL

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Já foi concluída a intervenção de restauro e colocado no seu devido lugar o chafariz do Largo do Apoio, repondo-se assim a integridade do monumento, após a sua queda ocorrida no evento do Halloween Noite Negra.

O restauro efetuado por uma empresa da especialidade, sob a supervisão do Arqueólogo Municipal, importou em 5 mil euros, despesa que será imputada à seguradora da equipa produtora do referido evento.

O restauro implicou a recuperação dos elementos fraturados do pináculo e da sua base, e a devolução ao local original. Os técnicos do Município que acompanharam a operação optaram pela não instalação da esfera que encimava o conjunto, por se tratar de um elemento introduzido na segunda metade do século XX, pelo que o Chafariz tem agora a forma original, como se pode comprovar pelas fotografias de postais da época.

O chafariz do Largo do Apoio foi construído cerca de 1620/1621, por iniciativa da Câmara Municipal de Barcelos, pelo mestre pedreiro João Lopes de Amorim, um artífice de Guimarães com obra de grande expressão no norte do país.

Foi, durante séculos, local de abastecimento de água doméstica para os moradores. O Largo, onde se realizava o mercado diário, é um dos sítios centrais da memória do casco medieval urbano de Barcelos.

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BRAGA: CAPELA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA REÚNE CONDIÇÕES DE EXCELÊNCIA PARA O SERVIÇO À COMUNIDADE

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Requalificação do espaço realizada no âmbito do Orçamento Participativo de Braga

Decorreu hoje, dia 3 de Fevereiro, a inauguração da requalificação da Capela de Nossa Senhora da Graça, em Padim da Graça. Este espaço encontrava-se encerrado para obras de conservação e restauro desde Junho de 2022.

A iniciativa contou, entre outros, com a presença de Sameiro Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, João Rodrigues, vereador do Município, e Nuno Silva, presidente da Junta de Freguesia.

O projecto foi realizado no âmbito do Orçamento Participativo de Braga, tendo sido vencedor das edições de 2020 (primeira fase da requalificação) e 2023 (segunda fase). A Confraria de Nossa Senhora da Graça recebeu, assim, um financiamento do Município de 170 mil euros para a execução da obra, valor ao qual se somou a contribuição da comunidade de Padim da Graça.

Na sua totalidade, a requalificação teve o custo de 300 mil euros e contemplou a revisão das coberturas, o restauro das pinturas dos tentos e paredes da capela-mor, o restauro dos retábulos e imagens em madeira policromada e dourada, a substituição de pavimentos, a reorganização funcional, uma nova iluminação e ainda novos sistemas de som, intrusão e detecção de incêndio.

Como sublinhou Sameiro Araújo, a requalificação deste espaço só foi possível devido à ´mobilização da população e ao enorme sentido de comunidade´ existente em Padim da Graça. “Trata-se de um projecto extraordinário que permite o reaproveitamento de um património valiossísimo que estava degradado e que, agora, para além de apresentar uma beleza ímpar, reúne condições de excelência para o serviço à comunidade”, referiu.

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RESTOS MORTAIS DE D. AFONSO DE PORTUGAL, 1º MARQUÊS DE VALENÇA, REPOUSAM NA COLEGIADA DE OURÉM

Os restos mortais de D. Afonso de Portugal, 1º Marquês de Valença e 4º Conde de Ourém, repousam na cripta da Colegiada de Ourém, em pleno burgo medieval, por si mandada construir em 1445.

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Túmulo do Marquês de Valença, na Igreja da Colegiada, para onde foram trasladados em 1487.

No seu túmulo, magnífica obra de arte gótica da autoria do escultor Diogo Pires-o-Velho, pode ler-se o seguinte epitáfio: “Aqui jaz o Ilustre Príncipe D. Afonso, Marquês de Valença, conde de Ourém, primogênito de D. Afonso, Duque de Bragança, e conde de Barcelos, e neto del Rei D. João de gloriosa memória, e do virtuoso, e de grandes virtudes D. Nuno Alvares Pereira, Condestável de Portugal. Faleceu em vida de seu pai, antes de lhe dar a dita herança, de que era herdeiro, o qual foi fundador desta Igreja, em que jaz, cuja fama e feitos este dia florescem. Finou-se a 29 de agosto do ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1460 anos.”

Os restos mortais do IV Conde de Ourém repousam na cripta da Igreja da Colegiada, em Ourém.

Conforme refere o Portal da História em (http://www.arqnet.pt/), o 1º Marquês de Valença “Era filho primogénito do 1.º duque de Bragança, D. Afonso filho de D. João I, e de sua mulher D. Brites Pereira, condessa de Ourém, filha do condestável D. Nuno Álvares Pereira.

Nasceu em Lisboa, faleceu em Tomar a 29 de Agosto de 1460.

Depois de cultivar os estudos próprios da sua hierarquia, tornou se distinto pelas suas virtudes morais e políticas, pelas quais mereceu ser estimado dos príncipes do seu tempo. Seu tio, o rei D. Duarte, resolvido a mandar um embaixador ao concílio de Basileia, que se tinha congregado para pacificar as largas discórdias entre a Igreja Grega e a Latina, que depois foi transferido por Eugénio IV para Ferrara, o nomeou a ele, confiando na sua profunda capacidade, que felizmente desempenharia as obrigações do seu cargo. Com outros companheiros e mais comitiva, saiu de Lisboa a 21 de Janeiro de 1435, e chegando a Bolonha a 24 de Julho do mesmo ano, foi recebido pelo papa com as manifestações de paternal benevolência. Concluído o concilio, foi à Palestina visitar os lugares santos, regressando depois a Lisboa Mais tarde, também teve a incumbência de acompanhar D. Leonor, quando esta infanta, sua prima, foi desposar Frederico III, imperador da Alemanha. Saiu de Lisboa a 20 de Outubro de 1451, como general da armada que a conduziu a Leorne. Desta cidade caminhou até Sena, despertando todas as atenções pela numerosa e magnífica comitiva que os acompanhava Chegando a Roma, procedeu à coroação dos dois esposos o papa Nicolau V. Terminada a cerimónia, o imperador o armou cavaleiro.

Em 1415 fundou a importante colegiada de Ourém, consignando lho copiosas rendas para sustentação das dignidades e cónegos, de que ela se compunha. Edificou também N. Sr.ª das Misericórdias, de Ourém, sumptuoso templo e sede da referida colegiada. D. Afonso V, por decreto de 11 de Outubro de 1451, lhe fez doação da vila de Valença, com todos os seus termos e limites, concedendo-lhe também o título de marquês de Valença, sendo este o primeiro marquesado que houve em Portugal. O seu corpo foi trasladado para Ourém, em 1487, sendo sepultado na capela debaixo do coro da Igreja da colegiada, num soberbo mausoléu, em que se gravou um longo epitáfio.

Dizem alguns antigos escritores, que D. Afonso foi casado ocultamente com D. Brites de Sousa, filha de Martim Afonso de Sousa, senhor de Mortágua, de cujo matrimónio houve um filho, D. Afonso de Portugal, que pretendeu suceder na casa de seu avô, o que se não pôde provar, mas o que não padece dúvida é a existência desse filho, a quem, segundo a tradição, D. João II obrigou a ser clérigo, ainda em curta idade, e foi bispo de Évora do a 24 de Abril de 1552. O marquês de Valença compôs: Itinerario ao Concilio de Basileia no anno de 1435, que saiu impresso no tomo V das Provas da Historia Genealogica da Casa Real Portugueza, por D. António Caetano de Sousa, pág. 573.”

Tendo sido o primeiro título de marquês concedido em Portugal, este foi criado pelo rei D. Afonso V, através de carta régia de 11 de Outubro de 1451, em favor de D. Afonso de Portugal, constituindo um título nobiliárquico de juro e herdade.

Ao que tudo indica e segundo teoria avançada por José de Figueiredo, seguindo a observação de Virgílio Correia em 1924, da semelhança existente com a respectiva estátua jazente que se encontra na Colegiada de Ourém, a segunda figura de opa verde com colar é identificada com D. Afonso de Bragança, IV Conde de Ourém e Marquês de Valença, no painel dos cavaleiros.

Entretanto, a cripta e o túmulo do Marquês de Valença foram classificados na categoria de Arquitectura Religiosa, através do Decreto n.º 37366, publicado no Diário do Governo n.º 70, de 5 de Abril de 1949.

A este respeito, publicou o IGESPAR a seguinte nota Histórico-Artística:

“Edificada na Igreja Matriz de Ourém, a cripta de D. Afonso, conde de Ourém e Marquês de Valença, é o único exemplar desta tipologia, construída durante o período final do gótico, que subsiste actualmente.

Apresenta semelhanças estruturais e acústicas com a Sinagoga de Tomar (SIMÕES, 1992), desenvolvendo-se em planimetria quadrangular, formada por três naves de três tramos definidos pelas colunas que suportam a abóbada de arestas que cobre o espaço.

Ao centro foi erigida a arca tumular do Marquês de Valença, em pedra de Ançã, com jacente. Os frontais são totalmente decorados com motivos vegetalistas em relevo, integrando o escudo de armas do marquês; sob a tampa foi gravada uma inscrição biográfica de D. Afonso.

A tampa é rodeada por cinta lavrada com rosetas que alastram para a parte superior, onde se dispõe a estátua jacente de mãos postas, repousando a cabeça sobre almofadas, com pés assentes numa mísula. A figura do marquês enverga túnica comprida pregueada, tendo a cabeça coberta por barrete.

A arca tumular foi executada cerca de 1485-1487, tendo sido neste último ano que D. Afonso, que havia falecido em Tomar em 1460, foi trasladado para Ourém. A obra escultórica insere-se no gosto do Gótico final, sendo atribuída às oficinas coimbrãs, nomeadamente ao cinzel de Diogo Pires o Velho. A sua tipologia apresenta muitas semelhanças com o túmulo de Fernão Teles de Menezes, erigido na Igreja de São Marcos de Coimbra.

Catarina Oliveira

IPPAR/2006”

A D. Afonso de Portugal, Marquês de Valença e 4º Conde de Ourém, deve o burgo medieval grande parte da sua histórica grandeza e progresso que só veio a ser interrompido em consequência do terramoto de 1755 e, cerca de meio século depois, as invasões francesas que a pilharam e incendiaram às ordens do general Massena. Não obstante, ainda se conserva o castelo e o palácio que foram do Marquês de Valença e o túmulo onde repousam os seus restos mortais, a convidar a uma visita sobretudo dos valencianos, a escassa distância do Santuário de Fátima.

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Foto: Museu Municipal de Ourém

BRAGA: ELEVADOR DO BOM JESUS DO MONTE É O FUNICULAR MAIS ANTIGO DO MUNDO – FOI INAUGURADO HÁ 141 ANOS!

O elevador do Bom Jesus do Monte, em Braga, encontra-se em funcionamento desde 25 de Março de 1883, sendo atualmente o funicular mais antigo do mundo em funcionamento utilizando contrapesos de água. O depósito da cabine que se encontra na parte superior do percurso é atestado de água para, através da diferença de peso, fazer a outra cabine subir a encosta, sendo a água esvaziada quando chega ao sopé.

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O elevador veio substituir a carreira dos “americanos” de Braga que consistia em veículos que circulavam sobre carris puxados por cavalos e que foram os antecessores dos atuais carros elétricos existentes em várias cidades. Porém, devido à subida íngreme para o Santuário do Bom Jesus, a tração dos veículos tinha aqui de ser também efetuada com a ajuda de bois.

Coube ao engenheiro suíço Niklaus Riggenbach a autoria do projeto que, a partir do seu país, deu todas as indicações para a sua execução, no local orientada pelo engenheiro Raul Mesnier du Ponsard. O êxito obtido levou à construção de vários ascensores em Lisboa, entre os quais o da Bica, Lavra, Glória e Santa Justa que ainda se mantêm em funcionamento.

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VIANA DO CASTELO: HISTORIADOR RODRIGO VAZ PUBLICA LIVRO SOBRE O MOSTEIRO BENEDITINO DE SÃO ROMÃO DO NEIVA

«O historiador Rodrigo Vaz vai lançar, no domingo [dia 28 de Janeiro], um livro sobre o mosteiro beneditino em São Romão de Neiva, Viana do Castelo, cuja fundação remonta ao século XI, para salvaguardar a história do monumento, a ameaçar a ruína.

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“O mosteiro, infelizmente, encontra-se em avançado de degradação e mais dia, menos dia, se nada for feito, vamos acabar por perder o mosteiro. O objetivo foi catalogar tudo o que temos e tentar compilar neste livro para que um dia mais tarde não tenhamos perdido tudo”, afirmou o historiador Rodrigo Vaz.

Classificado como imóvel de interesse público pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) desde 1980, o mosteiro, com cerca de 1.190 metros quadrados (m2) de área coberta, mais de 40% dos quais em ruína, e cerca de 6.000 m2 de terreno, tem vestígios históricos que atiram a sua origem para 1087, antes da fundação de Portugal, mas encontra-se "em avançado estado de degradação", ao lado da igreja e do cemitério de São Romão do Neiva.

Em 1916/1917, o mosteiro foi comprado por Manuel Gomes da Costa Castanho. Castanho emigrou "pobre" de Vila Nova de Anha e regressou "rico" do Brasil. Comprou, "em leilão, por 33 contos [cerca de 165 euros]”, uma verdadeira fortuna na altura, o ‘pack' completo que incluía o mosteiro, a igreja, hoje administrada pela diocese de Viana do Castelo, e o cemitério, entretanto entregue à Junta de Freguesia de São Romão do Neiva, na margem esquerda do rio Lima. Atualmente, vivem no mosteiro dois dos 12 herdeiros de Manuel Gomes da Costa Castanho.

Contactado pela agência Lusa, a propósito do lançamento da obra "Um mosteiro em terras de Neiva", encomendado em 2021 pela Câmara de Viana do Castelo, o historiador, natural de Viana do Castelo, defendeu que o mosteiro devia ser classificado como Monumento Nacional, por “ao longo da sua história ter recebido visitas de importantes personalidades da história portuguesa”.

“D. Afonso Henriques deu-lhe doações (…) O filho de D. Afonso Henriques, D. Sancho I dá-lhe doações. O Frei Bartolomeu dos Mártires esteve neste mosteiro e reformulou-o. Frei Jerónimo Baía, poeta barroco, morreu no mosteiro e, possivelmente, está sepultado no mosteiro. É um mosteiro tão pequenino, comparado com o de Tibães [Braga], a casa mãe dos beneditinos em Portugal, mas que teve uma importância fulcral no desenvolvimento da história local que muita gente não tem essa noção”, especificou.

Nos três anos de recolha de informação, no arquivo distrital de Braga, Rodrigo Vaz percebeu que “a degradação acompanha toda a história do mosteiro”, mas o que mais gostou de encontrar foram algumas curiosidades. Por exemplo, a documentação que refere que os monges apenas comiam peixe, proveniente da freguesia vizinha de Castelo de Neiva, terra de pescadores.

Uma outra curiosidade que adora contar é que, no século XVI, entre 1564/65, o mosteiro foi visitado foi um frade espanhol que encontrou "os frades a viverem com os seus filhos e amantes". "Vai expulsar os frades todos, vai reformular a ordem, mandar cercar o mosteiro e pôr frades novos”, contou.

O historiador defende que “todo o complexo monástico deve ser salvo” da ruína e alvo de investigação arqueológica face à "riqueza da história que encerra".

“Esperemos que no século XXI alguém o faça. Em 1960/1961 a abóbada da igreja caiu. Se tivesse acontecido durante a missa metade da população de São Romão do Neiva tinha falecido”, disse.

Rodrigo Vaz defende que, após a recuperação, deve ser pensado um projeto “grande” para o imóvel, colocando-o ao serviço da população do concelho. Apontou como exemplos a criação de uma incubadora de empresas, face à proximidade da zona industrial de Neiva, um polo do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) ou um albergue para os peregrinos de Santiago de Compostela, na Galiza.»

Fonte: Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja

CÂMARA DE CAMINHA ATRIBUI À JUNTA DE RIBA DE ÂNCORA SUBSÍDIO DE 12 MIL EUROS PARA MANUTENÇÃO DE ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS E CULTURAIS

Em causa Núcleo Museológico, Moinhos d'Apardal, Centro de Interpretação de Fingidos e Forno Comunitário

A Câmara Municipal de Caminha vai apoiar a Junta de Freguesia de Riba de Âncora, atribuindo um subsídio de 12 mil euros, para manutenção de espaços museológicos e culturais, designadamente o Núcleo Museológico, os Moinhos d'Apardal, Centro de Interpretação de Fingidos e Forno Comunitário. A proposta foi aprovada na última reunião do Executivo.

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A proposta releva a importância histórico-cultural dos espaços museológicos existentes na freguesia de Riba de Âncora, designadamente quatro equipamentos, o Núcleo Museológico, os Moinhos d'Apardal e o Centro de Interpretação de Fingidos, bem como o Forno Comunitário, para a população local, para o Vale do Âncora e para o concelho de Caminha, sublinhando ser essencial a sua manutenção e preservação, recuperação e salvaguarda do património material e imaterial existente no concelho.

O documento sublinha ainda que o património cultural assume “um papel preponderante na identidade dos indivíduos e das comunidades, a qual nos é garantida através da memória, onde reconhecemos que aquilo que somos hoje, devemos ao nosso passado, às gerações que nos transmitiram e àqueles de quem herdámos o mundo em que atualmente vivemos e que temos a obrigação de preservar e transmitir às gerações vindouras”.

Vinca-se também o impacto turístico e cultural que estes equipamentos causam na freguesia de Riba de Âncora e no território do concelho de Caminha e a importância de manter vivas as tradições transmitidas de geração em geração.

Também o Presidente da Câmara, Rui Lages, considerou no despacho favorável à proposta que “a oferta de espaços culturais e de memória do concelho de Caminha merecem a melhor atenção e cuidado por parte da autarquia”. Diz ainda o autarca: “a capacidade que estes equipamentos têm em atrair pessoas para o nosso território” é fundamento para a atribuição deste apoio.

Núcleo Museológico da Memória Artes e Ofícios de Riba de Âncora

O Núcleo Museológico da Memória Artes e Ofícios de Riba de Âncora pretende dar a conhecer as artes e ofícios da freguesia de Riba de Âncora e está instalado na Escola Primária Comendador Ramos Pereira.

Integra a rede de Museus do Concelho de Caminha e é um “sonho” tornado realidade, onde se enaltece o povo da freguesia de Riba de Âncora.

Ao visitar este espaço somos convidados a fazer uma viagem no tempo: ao tempo das Salas de Aula do Estado Novo, onde encontramos o crucifixo na parede, o velho quadro de lousa negro, o mapa de Portugal Continental que ensina as províncias, os rios e as serras, a fotografia do chefe de Estado, Oliveira Salazar, as velhas carteiras de madeira com tinteiros, cadernos e sebentas, e a palmatória de madeira que aquecia as mãos a quem não sabia a tabuada na ponta da língua…

Viajamos ao tempo em que, depois da instrução primária, se passava à aprendizagem de uma arte ou um ofício - carpintaria, cantaria, estuque, extração e os trabalhos em granito, elaboração de palmitos, produção do leite destinada às mulheres da freguesia, etc.

Podemos apreciar a arte de trabalhar a madeira através da exposição de artefactos de madeira, como os arados e outras ferramentas, um esmagador de uvas, rodas de carros de bois, torneiras de pipos… e até um esquife de madeira talhado, que se destinava a transportar os defuntos pobres ao cemitério, destinado a dar-lhes um funeral digno, e depois regressava para ser reutilizado.

Moinhos d'Apardal

O complexo foi inaugurado em agosto de 2015. A Junta e a Câmara Municipal, com a colaboração das associações da freguesia, recuperaram o conjunto, que se encontrava praticamente destruído.

A intervenção consistiu na recuperação de quatro moinhos. Dos trabalhos fizeram parte a limpeza do local e a reconstrução dos moinhos propriamente dita. Para a limpeza, um trabalho árduo, foi imprescindível a colaboração do Conselho Diretivo de Baldios bem como da Associação Cultural e Recreativa de Riba de Âncora. A Câmara Municipal de Caminha forneceu todo o material necessário para a obra em si e ainda disponibilizou mão-de-obra, através dos funcionários do Município.

Centro Interpretativo de Artes Decorativas da Construção, Gesso Artístico e Diversos Fingidos

O Centro Interpretativo de Artes Decorativas da Construção, Gesso Artístico e Diversos Fingidos foi dado a conhecer durante a comemoração do Dia da Comunidade. As obras de beneficiação realizadas no edifício da sede da Junta de Freguesia permitiram a criação do Centro, onde se podem admirar técnicas ancestrais de enorme beleza.

Forno Comunitário

O Forno Comunitário foi criado e preparado para se tornar num espaço de convívio e para servir toda a comunidade. Aberto a todos, onde se pode cozer o pão em forno de lenha, é também um espaço de excelência para a realização de convívios, com capacidade para receber até 200 pessoas e com uma excelente cozinha.

A Construção de um forno comunitário em Riba de Âncora foi uma das propostas apresentadas e mais votadas no Orçamento Participativo de 2015. Recuperar um edifício com 35 anos que nunca esteve aberto à comunidade, é um orgulho para os habitantes do Lugar de Vila Verde e para a freguesia de Riba de Âncora.

Este espaço é uma peça estratégica para o desenvolvimento turístico e cultural de Riba de Âncora e do interior do concelho de Caminha.

VIANA DO CASTELO RESTAURA CHAFARIZ DA PRAÇA DA REPÚBLICA

Conservação e restauro do Chafariz da Praça da República representa empreitada de 122 mil euros

A Câmara Municipal de Viana do Castelo iniciou a empreitada de conservação e restauro do Chafariz da Praça da República, classificado como Monumento Nacional desde 1910 e verdadeiro ex-libris da principal sala de visitas da cidade.

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A obra, num valor superior a 122 mil euros, acrescido de IVA, conta com um prazo de execução de 6 meses.

Em causa estão patologias da pedra que afetam o chafariz, a necessidade de substituição da tubagem interior e da consolidação da estrutura. É necessário que o chafariz seja desmontado para ser tratado e voltar a ser colocado. “A desmontagem do pilar central do chafariz é uma operação essencial, que permitirá a revisão total do sistema hidráulico e a verificação e colmatação estrutural dos diversos elementos pétreos que o constituem”, lê-se no projeto.

O Chafariz da Praça da República é do século XVI. Foi construído, ou pelo menos concluído em 1559, sendo obra do mestre canteiro João Lopes "o velho", o mesmo que alguns anos antes executara o chafariz de Caminha e, muito provavelmente, alguns dos chafarizes semelhantes que podemos encontrar em cidades galegas como Pontevedra.

Encontra-se na antiga Praça da Rainha, atual Praça da República. Localiza-se na parte oriental da Praça, em frente aos Antigos Paços do Concelho. É uma obra renascentista, o último de um conjunto de três projetos monumentais realizados pelo canteiro portuense. Terá substituído uma fonte mais antiga em que teriam trabalhado os canteiros Fernão Anes (1512) e João Gonçalves (1523). Em outubro de 1553, João Lopes tinha a pedra para a obra e três anos depois parte da estrutura estaria concluída, tendo a coluna bojuda a inscrição de 1554. A conclusão da obra, por falecimento do pai, foi feita por João Lopes, Filho.

O chafariz é construído em granito, tendo uma bacia de casal e um tanque de planta circular, assente numa escadaria de quatro degraus. No centro do tanque, sobre um plinto, assenta uma coluna onde se inscreve a data de 1554.

Constitui um dos trabalhos mais representativos da carreira de João Lopes. Ainda que as obras de encanamento se prolongassem bastante, o chafariz em si foi construído num ou dois anos, talvez devido à experiência de João Lopes neste tipo de construção.

Foi, durante vários séculos, o ponto de abastecimento de água potável da população vianense e, pela sua monumentalidade e localização, uma das referências urbanas do burgo. 

O chafariz corresponde a uma construção de arquitetura infraestrutural, maneirista. Representa um chafariz central de tanque de planta circular, formado por lajes exteriormente decoradas com almofadas concavas e denticulado, colunas galbadas ornadas com motivos vegetalistas diferentes e duas taças, também circulares, com várias molduras e friso denticulado, rematado em coruchéu vegetalista, num claro esquema piramidal.

FAMALICÃO: REABILITAÇÃO DA QUINTA DE DELÃES VENCE PRÉMIO JANUÁRIO GODINHO

Edifício sede da Caixa Agrícola em Famalicão foi também distinguido com Menção Honrosa

projeto de reabilitação da Quinta de Delães, promovido pela empresa Courtesywizard, foi o vencedor da quarta edição do Prémio Januário Godinho, galardão instituído pelo Município de Famalicão com o objetivo de promover a salvaguarda e valorização do património edificado.

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O projeto inicial é do arquiteto Mário Abreu e a intervenção proposta teve como estratégia “o princípio da intervenção mínima”, uma abordagem valorizada pelo júri e que tem em conta respeitar a linguagem própria da época de construção do edifício.

“Os resíduos da construção e demolição aumentaram 40% nos últimos anos, tendo sido nesta obra salvaguardado o princípio da sustentabilidade ambiental e o prolongamento do ciclo de vida útil do edifício”, aponta o júri na nota sobre a escolha do trabalho vencedor.

Nota ainda para a Menção Honrosa atribuída ao projeto de recuperação do edifício da sede do Crédito Agrícola do Médio Ave, localizado no centro da cidade de Famalicão.

Recorde-se que o Prémio Januário Godinho, com um valor monetário de 7 mil euros, foi criado em 2017 com o objetivo de promover a salvaguarda e valorização do património edificado do concelho de Famalicão, assim como promover a divulgação do trabalho desenvolvido por projetistas, construtores e promotores, atribuído com frequência bienal.

Recorde-se que Januário Godinho foi figura incontornável da arquitetura moderna portuguesa, com marca na importância que prestou à tradição, ao contexto e ao património edificado, em toda a sua obra. Em Vila Nova de Famalicão deixou alguns exemplos desta visão, de que se destaca o edifício dos Paços do Concelho e o antigo Tribunal; na freguesia de Antas o edifício para o Banco Português do Atlântico (1953); em Brufe a casa Afonso Barbosa (1940-42); na freguesia do Louro várias construções na Quinta de Seara, propriedade do banqueiro Artur Cupertino de Miranda, o mercado, a igreja, a Casa do Povo, o centro paroquial e o cemitério. Na freguesia de Requião, cujo promotor foi o industrial Manuel Gonçalves, destaca-se o projeto da Casa Manuel Gonçalves, a Quinta de Compostela e a Têxteis Manuel Gonçalves.

A entrega do Prémio Januário Godinho está marcada para a próxima segunda-feira, dia 22 de janeiro, pelas 17h30, na sala de conferências dos Paços do Concelho.

Créditos fotografias:

Casa de Delães 1 e Casa de Delães 2 | Angelino Cristóvão

Sede da Caixa Agrícola | João Paulo Silva

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CIENTISTA ARCUENSE PADRE HIMALAYA VIVEU NA AMADORA NO PALÁCIO/QUINTA DOS CONDES DA LOUSÃ

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Localizado na freguesia das Águas Livres, o imóvel dominou em tempos um vasto território, na então aldeia da Damaia ou A-da-Maia, encontrando-se atualmente rodeado por uma urbanização dos anos 60.

A construção do edifício data do Século XVIII, tendo o corpo central da fachada norte sido restaurado no Século XIX. Trata-se de uma casa de campo típica da região lisboeta, com reboco cor-de-rosa e pilastras de pedra que possuía uma capela particular cujo orago era a Nossa Senhora da Conceição.

Do seu conjunto destacam-se os múltiplos telhados que compõem o edifício e os conjuntos de painéis de azulejos.

Da sua história, sabe-se que em 1813 a quinta era habitada apenas pelos caseiros e que, na primeira década do Século XX, viveu lá o Padre Himalaya, famoso pelas suas invenções.

Em 2003, a Câmara Municipal da Amadora adquiriu o imóvel, com o objetivo de assegurar a sua preservação.

A Quinta dos Condes da Lousã foi classificada como Imóvel de Interesse Público, pela publicação em Diário da República de 24 de dezembro de 2012.

Fonte: https://www.cm-amadora.pt/

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A Presidência do Conselho de Ministros - Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, através da Portaria n.º 740-AS/2012 publicada em Diário da República n.º 248/2012, 1º Suplemento, Série II de 2012-12-24, Classifica como monumento de interesse público a Casa da antiga Quinta Grande, também denominada Quinta dos Condes da Lousã, na Rua Carvalho Araújo, 13, Damaia, freguesia da Damaia, concelho da Amadora, distrito de Lisboa.

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Manuel António Gomes – vulgo Padre Himalaia – nasceu em 9 de Dezembro de 186º em Cendufe no concelho de Arcos de Valdevez

Aos 15 anos foi para o Seminário de Braga (Colégio Espiritano), onde adquiriu o gosto pelo experimentalismo e pela intervenção técnica, graças aos métodos de ensino inovadores ali praticados.

Durante o seminário modificou o seu nome de batismo, acrescentando-lhe Himalaya, devido à alcunha que um colega lhe dera por ser de elevada estatura.

É ordenado padre em 1891.

Em 1900 iniciou em Paris as suas experiências com o protótipo de um forno solar, batizado “Pyrheliophero”, que, traduzido à letra, significa “eu trago o fogo do Sol”.

Em 1904, o aparelho foi apresentado na Exposição Universal em Saint Louis, nos EUA, e premiado com o “Grand Prize da Lousiana Purchase Exposition”.

Ainda nos EUA, fabrica a “Pólvora Sem Fumo” ou Himalayte, pólvora que resiste a grandes choques e temperaturas sem risco de explosão.

Regressa a Lisboa em 1906, onde continuou a desenvolver a sua faceta de inventor e investigador. Durante alguns anos dedicou-se, filantropicamente, à prática da naturopatia junto das populações carenciadas na Damaia e Amadora. O seu interesse pela constituição de um laboratório levou-o a tentar vender, em 1925, a quinta que tinha na Damaia, onde viveu alguns anos antes de partir para a Argentina.

Voltou da Argentina em 1932, doente. Alguns meses depois, a 21 de dezembro de 1933, morria, com 65 anos, em Viana do Castelo.

Fonte: Câmara Municipal da Amadora

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