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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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EXECUTIVO CAMINHENSE REÚNE QUARTA-FEIRA

Pelas 15H00, no Edifício da Biblioteca Municipal de Caminha

O Executivo Caminhense vai reunir quarta-feira, dia 20 de março, pelas 15H00, no Edifício da Biblioteca Municipal de Caminha, com uma agenda diversificada e propostas que serão postas à discussão e votação.  

Na ordem do dia, o Executivo caminhense vai desde logo votar submeter à Assembleia Municipal o Concurso público do serviço público de transporte de passageiros nos Municípios do Alto Minho para inscrição de dotação orçamental para os anos 2027 e 2028 / alteração da designação do projeto.

A votação estará a atribuição de subsídio à Associação Social Cultural e Desportiva de Vile – Programa de Apoio ao Associativismo Cultural e Recreativo.

O Executivo deverá ainda aprovar a homologação da lista provisória dos candidatos selecionados para beneficiarem dos incentivos a estudantes do Ensino Superior.

Executivo caminhense vai também votar o Regulamento de Acesso, de Atribuição e de Gestão da Habitação Municipal – Início do Procedimento.

Da ordem de trabalhos faz parte o Programa CLDS 5G – Convite para manifestação de interesse no desenvolvimento de projeto no Concelho de Caminha.

Por último, o Executivo vai votar a alteração temporária da postura de trânsito e estacionamento em várias freguesias: na Freguesia de Vila Praia de Âncora para realização do evento “A Maior Mesa de Páscoa”; na União de Freguesias de Caminha e Vilarelho para realização das procissões  religiosas da Semana Santa; na  Freguesia de Vile para realização do evento “Encenação da Via Sacra ao Vivo” e na Freguesia de Âncora para realização do Torneio de Pascoa / Taça Paulino Velho Gomes.

CAMINHA: DOIS AUTOCARROS ELÉTRICOS REFORÇAM FROTA MUNICIPAL NUMA OPÇÃO MAIS ECOLÓGICA E MAIS SUSTENTÁVEL

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Uma séria aposta na mobilidade que não penaliza o Ambiente

Dois autocarros de 40 lugares vieram reforçar a frota de veículos elétricos do Município de Caminha e já estão ao serviço do concelho e da comunidade. Os dois pesados juntam-se a um monovolume e a mais três ligeiros e um furgão. Esta é uma séria aposta em veículos mais ecológicos e mais sustentáveis, que é complementada pela instalação de Postos de Carregamento Elétrico (PCE) pelo concelho,

São, ao todo, sete novos veículos e traduzem uma nova filosofia em matéria ambiental e uma resposta aos desafios da sustentabilidade por parte do Município de Caminha. A vontade de promover a mobilidade fazendo uma opção mais limpa, aliada ao facto da frota municipal se encontrar bastante envelhecida e de ter surgido uma oportunidade em termos de Fundo Ambiental, levou a Câmara a avançar e a realizar a respetiva candidatura.

Os primeiros quatro veículos elétricos chegaram em finais de 2022 e passaram imediatamente a integrar a frota automóvel da Câmara Municipal de Caminha. Foram três ligeiros e um furgão, contratados no regime de locação operacional, que foi possível graças às cinco candidaturas que o Município conseguiu então aprovar. Em 2023 chegou o quinto elétrico, um monovolume de nove lugares, que fazia parte deste primeiro conjunto de novos veículos.

Com estes dois autocarros, aumenta o esforço do Município na defesa do Ambiente, sendo que estes veículos emitem menos poluentes atmosféricos, auxiliando na melhoria da qualidade do ar.

A Câmara de Caminha tem uma atividade intensa e regular nos transportes, designadamente escolar, operando todos os dias e em todo o concelho. A utilização de veículos do Município faz parte também do apoio generalizado às diversas instituições, sobretudo na área do desporto.

VILA PRAIA DE ÂNCORA: CONTRA-ALMIRANTE JORGE MAIA RAMOS PEREIRA – UM RETRATO

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Na homenagem da população de Vila Praia de Âncora ao Contra-Almirante Jorge Maia Ramos Pereira, coube ao professor Celestino Ribeiro a intervenção de fundo, que constitui um retrato bastante completo do homenageado e que reproduzimos:

“Permitam-me partilhar com todos a honra pessoal sentida por tomar parte neste ato e nele usar da palavra. Em ano de centenário da elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora é toda uma comunidade que se ergue em uníssono, lembrando os seus ilustres, dedicados aos engrandecimentos dos lugares e das suas gentes. A família Ramos Pereira, nas três gerações de nomes, José Bento Ramos Pereira, Luís Inocêncio Ramos Pereira e Jorge Maia Ramos Pereira, estão de forma indelével associados a Vila Praia de Âncora e ao Vale do Âncora. Hoje, neste ato, cabe-nos lembrar Jorge Maia Ramos Pereira, o Contra-Almirante.

E porquê lembrar em aniversário de falecimento a figura, a obra, a pessoa que foi Jorge Maia Ramos Pereira?

Tomando as palavras escritas na Revista da Armada em Maio de 2001, num artigo síntese assinado pelo Contra-Almirante Joaquim Félix António sobre as comemorações o 1º centenário do nascimento do Vice-Almirante, Jorge Maia “Ramos Pereira não deixou descendentes directos, é certo. Mas deixou obra, designadamente no campo da radioelectricidade e das radiocomunicações, e no âmbito do Instituto Superior Naval de Guerra, e uma vida pessoal, familiar, social, profissional, militar e política, que o creditam como Homem de eleição a apontar como exemplo a seguir pelas gerações actuais e vindouras, e digno de figurar na Galeria de Honra dos Grandes Portugueses!”.

Ora, é nesse propósito, de uma partida que deixa legado, de uma ausência que não esconde a existência, que hoje cumprimos, com este ato, um exercício de cidadania que centra em Vila Praia de Âncora e no seu centenário, os valores da liberdade, do progresso, da singularidade que faz a diferença na construção social, e que afirma que o Contra-Almirante têm aqui os seus descentes, o povo que não o esquece.

Jorge Maia Ramos Pereira será sempre um Ancorense de referência, um Homem que fez do seu, e no seu, tempo um exemplo que nos honra e que nos dá sentido de pertença à comunidade.

Jorge Maia Ramos Pereira nasce a 6 de Abril de 1901 na freguesia de Gontinhães, hoje Vila Praia de Âncora. A influência paterna será seguramente um marco de elevada referência na sua formação. Filho do Dr. Luís Inocêncio Ramos Pereira e de Dona Cecília Maria Ramos Pereira, será pelo pai a sua ligação a Vila Praia de Âncora e será, como o próprio refere, no cumprimento do sonho do pai que um dia acabará por adquirir uma casa (Casa do Monte) em Vila Praia de Âncora. Republicano assumido e convicto, o dr. Luís Ramos Pereira assume o cargo de Deputado à Assembleia Constituinte de 1911 (1ª República) pelo círculo de Viana do Castelo, sendo sucessivamente eleito senador até 1926. É ele o responsável pela elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora, a 8 de Julho de 1924. A sua ligação ao Alto Minho deriva, ainda assim, do seu avô paterno. Natural da Freguesia de Riba de Âncora, no Vale do Âncora, José Bento Ramos Pereira emigra para o Brasil aos 14 anos. De regresso, torna-se benemérito, uma característica que deixará de legado, assumindo-se, mais tarde, uma nota de identidade da família Ramos Pereira.

É neste enquadramento familiar que se estrutura a formação de carácter daquele que ficaria conhecido em Vila Praia de Âncora como o Sr. Almirante.

A sua formação académica começa com o ensino doméstico. Posteriormente passa a aluno do colégio militar, terminando o curso em 1918. Nesse mesmo ano incorpora o exército. Frequenta o primeiro ano do Instituto Superior Técnico (Lisboa), mas muda a sua opção nessa altura. Faz então as preparatórias para a Escola Naval da Escola Politécnica em 1919/1920. Aos 19 anos, em 1920, o então 1º Sargento Cadete Jorge Maia Ramos Pereira é transferido para o serviço da Armada como Aspirante. A 30 de Junho de 1923 é o primeiro classificado do Curso da Escola Naval. Passa a Guarda Marinha em 1924, sendo depois promovido a 2º Tenente em 1924. É com esta patente que se evidenciam os seus valores ao nível das radiocomunicações, e a par da sua capacidade técnica e conhecimento científico, revela-se também um pedagogo. Em 1927/1928 faz o Curso de Especialização em Radiotelegrafia e Motores de Combustão Interna, montando um posto emissor-recetor de ondas curtas em sua casa. Em 1932 assume a função de professor dos cursos de telegrafia e comunicações. É ainda na altura membro da Comissão de Tradução para Português do Código Internacional de Sinais Visuais e Radiotelegráficos, e, em 1936, é incumbido de restaurar e modernizar os cursos de TSF na Escola de Mecânicos. Assume o posto de 2º Comandante da Escola de Mecânicos em 1938, mantendo-se como instrutor dos cursos de radiotelegrafia.

No ano de 1939, mais concretamente a 11 de Maio, surge uma mudança na sua vida pessoal, casando com Maria da Graça Lopes Mendonça, neta de Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931), autor da letra “A Portuguesa”, que junta à música composta por Alfredo Keil é hoje Hino Nacional de Portugal, e sobrinha-neta de Rafael e Columbano Bordalo Pinheiro.

O seu círculo familiar cresce em referências republicanas. Há ainda necessariamente um quadro de referências interventivas que moldam e estruturam necessariamente o carácter de Jorge Maia Ramos Pereira.

As suas qualidades humanistas, aliadas à sua capacidade intelectual e manifestação de interesses culturais e aprofundamento científico levam-no à procura incessante de novas oportunidades. Em 1958 frequenta o Naval Command Course for Senior Foreign Officers no Naval

War College, em Newport, Estados Unidos da América, primando pela capacidade de em contextos aparentemente difíceis, fruto da sua origem (Portugal) e das relações internacionais EUA-URSS, optar por livremente dissertar sobre “A educação e a ciência na competição comunista”.

É assim de forma natural que a sua carreira militar prossegue chegando a Almirante, depois de passar por Capitão de Fragata em 1953.

Jorge Maia Ramos Pereira revelou uma enorme curiosidade e capacidade para persistir na experimentação ao nível da telegrafia sem fios.

Em 1928 construiu e montou um posto emissor-recetor de ondas curtas.

A 28 de Abril desse mesmo ano iniciou, a título experimental e de estudo, comunicações com amadores de todo o Mundo e com alguns navios. Transmitiu e recebeu diversas ordens de serviço a pedido de entidades oficiais. Posteriormente transferiu o seu equipamento para o “Vasco da Gama” quando nele embarcou e assim continuou os seus trabalhos em onda curta. Efetuou alterações (adaptações) no transmissor MC3 e com este equipamento assegurou comunicações com Lisboa durante a comissão a Angola. Até Dezembro de 1929 colaborou com a Marinha, para que fossem possíveis as comunicações radiotelegráficas entre os navios e o Ministério da Marinha.

Posteriormente, por necessidade e obrigação passa a desenvolver e a pôr em prática o seu conhecimento na Armada Portuguesa, passando por momentos em que o seu papel é mais relevante na qualidade de supervisor e responsável pela construção de estações e rádio faróis, e por outros em que se assume pedagogo, quer de forma direta na direção dos cursos, quer indireta, no trabalho desenvolvido no Museu e na colaboração da Anais do Clube Militar Naval.

Em 1937 iniciaram os cursos de TSF na Escola de Mecânicos. O então Tenente Ramos Pereira foi o seu primeiro Diretor. Mas a sua ação enquanto pedagogo não se restringiu apenas à esfera da formação ativa desta escola. A sua tenacidade na disseminação do saber e na disponibilidade do acesso ao ensino, se não toda, a uma grande parte da população portuguesa, numa altura em que Portugal estava submetido às agruras de uma ditadura que se mostrava relutante à promoção do ensino, levaram-no a várias práticas filantrópicas sendo a mais emblemática para Vila Praia de Âncora, e que retomaremos adiante, a criação da Fundação de Vila Praia de Âncora, estatutariamente “Grupo de Promoção Escolar do Vale do Âncora”.

Jorge Maia Ramos Pereira foi um escritor de lições.

Exemplo disso são as suas publicações, quase sempre associadas a momentos de aprendizagem. De entre as suas obras destacam-se “A propagação das ondas electromagnéticas na superfície da Terra” (1934), “O transmissor de onda média e longa, de 2 kW, tipo M 11 – Standard” (1935), “Radioelectricidade Elementar” (1952), ou “Gago Coutinho geógrafo” (1973).

À data da publicação de “A propagação das ondas electromagnéticas na superfície da Terra” (1934) não existia disseminado nos diversos circuitos editoriais um extenso e pedagógico manual. Jorge Maia, tomando a dianteira, prepara-se assim para se assumir um “construtor” de manuais de aprendizagem. Preparado científica e pedagogicamente, ao que não será alheio o seu exercício na formação de quadros e na gestão pedagógica dos cursos de TSF, em 1952 Jorge Maia Ramos Pereira faz publicar um verdadeiro manual, que se assume como tal, sobre bioeletricidade -

“Radioelectricidade Elementar” (1952).

Mas o seu percurso paralelo de vida, alimentado por valores progressistas e de responsabilidade nas relações sociais, serão o que de maior relevo ficará na memória dos que com ele conviveram.

Nunca deixará, contudo, de afirmar ao longo da sua vida a figura de saber, de capacidade técnica e de democrata, num país governado em ditadura.

Sempre presente na nossa comunidade, concebe e implementa um projeto, de enorme complexidade, face à necessária configuração jurídica que enquadra o movimento associativo em Portugal, e também fruto do difícil acesso aos recursos financeiros que permitem levar a cabo tão nobre intuito – a criação do Grupo de Promoção Escolar do Vale do Âncora.

Inicialmente, desde 1960, como Fundação de Vila Praia de Âncora, foram necessários praticamente 10 anos para que os estatutos pudessem ser aprovados e publicados, o que veio a acontecer em 1972, e com o nome de Grupo de Promoção Escolar de Vila Praia de Âncora.

Esta foi uma obra de beneficência, mas sobretudo de devoção ao patrocínio do saber e do enriquecimento cultural e científico num Portugal que mutilava as aspirações de progressão escolar aos seus cidadãos. Jorge Maia Ramos Pereira usa toda a sua influência, toda a sua capacidade para organizar eventos dos que recolhia dividendos para a associação, que se somariam aos contributos individuais e coletivos e quotizações para, depois, tornar possível a frequência da escola a diversos alunos oriundos de famílias com maiores dificuldades. A análise aos relatórios do exercício anual do Grupo de Promoção Escolar de Vila Praia de Âncora revela o escrupuloso rigor com que Jorge Maia Ramos Pereira acompanhava a evolução escolar dos alunos. É certo que ele mesmo os orientava nas escolhas das suas formações e no seu crescimento enquanto cidadãos, sendo lembrado por muitos que beneficiaram deste apoio e por muitas outras pessoas como alguém que não se compadecia com o erro de incúria, de pouca dedicação, mas que alentava e confortava todos os que devotavam o seu esforço à arte da aprendizagem.

A vida de Jorge Maia Ramos Pereira não pode alhear-se do contexto difícil que caracterizou Portugal durante 48 anos. Dos ideais republicanos democráticos, que com certeza se constroem primeiro no seio familiar e posteriormente em todos os campos de intervenção cívica, ficou-lhe a bravura, por vezes punitiva, de, dentro de certos limites, contrariar o regime, assumindo a verticalidade de carácter que hoje se lhe reconhece.

Assim foi, não se furtando à submissão de escrutínio e à disponibilidade para alimentar a mudança política, na candidatura, em 1969, pela oposição, no círculo eleitoral de Viana do Castelo, vendo-se bem o reconhecimento dado à sua Terra e pela sua Terra, com um resultado de 45,2% no concelho de Caminha, quando o país e o o distrito mantiveram a situação política.

Essa tónica de verticalidade esteve também presente aquando da sua demissão de Diretor do Instituto Superior Naval de Guerra.

Pesado, por isso, para si, terá sido a perseguição de um projeto democrático para Portugal, que o infortúnio da doença impediu de viver, tendo falecido a 16 de Março de 1974, praticamente um mês antes do 25 de Abril que viria a ditar o fim da ditadura em Portugal.

Jorge Maia Ramos Pereira foi reconhecido por diversas vezes, e ainda hoje assim acontece. Ficam sempre claros três aspetos fundamentais da sua figura: Carácter, Saber e Altruísmo.

São notórias as expressões de coragem e verticalidade que fizeram dele um homem observado pelo regime ditatorial vigente em Portugal.

A devoção ao saber, e especificamente no que toca à radioeletricidade e à sua aplicação à TSF foi ao longo da sua carreira reconhecido pelos seus.

Graças à sua persistência e intuição, a Armada Portuguesa foi prestigiada pelos seus serviços técnicos e disso é feita nota de reconhecimento logo após o 25 de Abril em Portugal.

Em tudo pôs dedicação, sem esperar compensação. Recebeu a Medalha Militar de Ouro da Classe de Comportamento Exemplar, o Grau de Oficial da Ordem Militar de Avis, o Grau de Comendador da Ordem Militar de Avis, o Grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Avis, a Medalha de Ouro de Filantropia e Caridade do Instituto de Socorros a Náufragos, a Medalha Militar de Prata de Serviços Distintos, a Medalha de Mérito Militar de 1ª Classe, a Medalha Comemorativa das Campanhas do Exército Português no Estado da Índia “1954-59”, a Medalha Naval Comemorativa do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique (Ouro), o Grau de Oficial da Ordem do Império Britânico, Comendador da Ordem de Mérito Naval do Brasil, entre outras condecorações e reconhecimentos, mas seguramente que o que hoje estamos a fazer será a forma mais sublime de o a agraciar, com a gratidão pelo exemplo recebido, com a certeza de que esta é a sua comunidade, a Terra que desejou, o povo que ajudou a construir.

Vila Praia de Âncora jamais esquece os seus e por isso persistiremos na sua lembrança!”

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COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DE VILA PRAIA DE ÂNCORA ARRANCARAM COM HOMENAGEM AO CONTRA-ALMIRANTE RAMOS PEREIRA

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Comissão independente conduzirá o programa, que se estende ao longo deste ano

O descerramento de uma placa junto ao busto do Contra-Almirante Jorge Maia Ramos Pereira e a inauguração de uma exposição sobre a sua vida e obra, na Praça da República, em Vila Praia de Âncora, marcaram este sábado a abertura das comemorações do Centenário da Elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora. Seguiu-se uma romagem ao cemitério onde está sepultado, e onde decorreu uma cerimónia evocativa. No final da tarde, no Auditório que tem o nome do Contra-Almirante, realizou-se mais uma sessão formal, que terminou com um espetáculo de música pelos alunos da Academia de Música Fernandes Fão.    

Dezasseis de março, o dia em que se completou meio século sobre a morte do Contra-Almirante Ramos Pereira, foi a data escolhida para dar início a um programa, que se vai estender ao longo do ano, e que vai assinalar o centenário de Vila Praia de Âncora. Esse programa é da responsabilidade da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da Elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora, o modo escolhido para organizar a efeméride que, conforme explicou o Presidente da Câmara, Rui Lages, é também uma oportunidade de reflexão para, recordando o passado, idealizar projetos e sonhos, que não podem ser de um homem só, nem de uma instituição só, mas que encontrou a fórmula ideal numa Comissão independente.

A exposição, que fica patente no coração da Vila, aborda várias facetas da vida e obra do Contra-Almirante Ramos Pereira, como “A Família e a educação permanente”, “A carreia militar, representações oficiais e distinções”, “O pedagogo e o educador” e o “O benemérito”. Muitas vidas numa vida que influenciou a sua geração e a comunidade, em prol da qual trabalhou o homem que foi o grande responsável pelo processo que conduziu à valorização de Gontinhães, conduzindo-a com sucesso até à condição de Vila.

Junto ao seu túmulo, coube ao Professor Celestino Ribeiro evocar a vida e obra do Contra-Almirante, detalhando a evolução da sua carreira, mas sobretudo as facetas do homem que se empenhou até ao final da vida em apoiar as pessoas, de várias formas, assim como a sua Terra adorada - Vila Praia de Âncora. 

Já no Auditório Ramos Pereira, e antes do concerto, houve três intervenções, a primeira do Presidente da Câmara. Rui Lages falou do homenageado, mas abordou também alguns desafios que se colocam à Vila, mas não só. Desde logo as alterações climáticas, lembrando a situação geográfica da Vila e a forma como foi afetada há poucos anos ainda, por um temporal que até destruiu a Duna dos Caldeirões, entretanto recuperada. Revelou que está a ser ultimado o Plano Municipal de Ação Climática e deu conta da entrada ao serviço do concelho e da comunidade de dois autocarros elétricos – boas notícias para o Ambiente; defendendo também o investimento em edifícios eficientes, e dando como exemplo a escola, cujo auditório acolhia a sessão.   

Focando-se mais na Vila, Rui Lages lembrou a intervenção que está a ser realizada no Forte da Lagarteira, onde a Câmara Municipal está a desenvolver um projeto de recuperação e valorização para instalação do Espaço da Memória do Mar de Vila Praia de Âncora, intervenção financiada pelos programas Norte 2020 e Mar 2020.

O Presidente disse ainda que, em breve, será apresentada uma proposta para requalificação da Avenida 8 de Julho e defendeu também a melhoria da Praça da República, espaço de excelência, referindo que tem de ser repensada em conjunto.

O Presidente da Câmara referiu-se também à reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora, lembrando que há um compromisso do Governo para que a obra se inicie em 2026: “o Governo da República só tem uma palavra”, seja qual for a cor política de quem o lidere, disse, convidando a população a conhecer a maqueta, que se encontra exposta no GAM - Gabinete de Apoio ao Munícipe, nesta Vila.  

Estas comemoração são – sublinhou – uma oportunidade também para refletir e trabalhar com todos em prol de Vila Praia de Âncora.

Interveio de seguida o Presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, Carlos Castro, que falou sobretudo na vida e obra do Contra-Almirante Ramos Pereira, do seu legado e da sua importância para Vila Praia de Âncora.

No final, um sobrinho do homenageado teve ainda a oportunidade de intervir, para agradecer a evocação do tio nestas Comemorações.

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CAMILO CASTELO BRANCO EM VIANA DO CASTELO

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Camilo Castelo Branco insigne escritor do século XIX teve uma vida bastante atribulada como é do conhecimento geral. Em certo momento, Viana do Castelo foi seu porto de abrigo, tendo aí residido em 1857 por um curto, mas profícuo período de tempo, tendo escrito os romances “Carlota Ângela” e “Cenas da Foz”. Simultaneamente foi diretor do jornal “Aurora do Lima” durante 55 dias.

Residia então o romancista no Lugar de S. João de Arga, na encosta do Monte de Santa Luzia, dando origem a algumas confusões com a Freguesia de S. João d’Arga lá no alto da Serra d’Arga.

Camilo Castelo Branco nunca residiu na Freguesia de S. João D’Arga e muito provavelmente nunca lá passou, visto ser um local de difícil acesso há cento e cinquenta anos atrás.

A sua residência era em local aprazível da encosta de Santa Luzia, mais precisamente na Quelha do Peneireiro, próximo da ermida de S. João de Arga.

A casa foi profundamente remodelada por volta do ano de 2005, tendo existido alguma contestação por parte de uma associação local e empenho da Câmara Municipal na sensibilização do arquiteto e do proprietário para manter alguns elementos que mantenham viva a memória cultural legada por Camilo.

Autor: Brito Ribeiro / Fonte: Vila Praia de Âncora

SABIA QUE CAMILO CASTELO BRANCO VIVEU EM ARGA DE SÃO JOÃO E FOI REDATOR DO JORNAL “A AURORA DO LIMA”?

O insígne escritor Camilo Castelo Branco que no próximo ano se celebra 200 anos do seu nascimento, viveu em 1857 dois meses em Arga de São João, no concelho de Caminha. Foi por essa altura que escreveu os romances "Carlota Ângela" e "Cenas da Foz" e ainda assumiu o lugar de redactor principal no jornal A Aurora do Lima.

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HOMENAGEM AO ALMIRANTE JORGE M. RAMOS PEREIRA ABRE COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA ELEVAÇÃO DE GONTINHÃES A VILA PRAIA DE ÂNCORA

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Capitão-tenente Ramos Pereira

Comemorações têm início sábado e prolongam-se até dezembro

Este é um ano importante para Vila Praia de Âncora. Comemoram-se os 100 anos da Elevação a Vila. A Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da Elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora está a organizar as comemorações com um vasto programa que têm início já no sábado, com uma homenagem da população de Vila Praia de Âncora ao Almirante Jorge M. Ramos Pereira e se prolongam até dezembro.

É de referir que Vila Praia comemora os 100 anos no dia 8 de julho. Mas, a abertura das Comemorações do Centenário de Vila Praia de Âncora é no sábado, dia 16 de março, dia em que se assinala o 50º aniversário da morte do Almirante Jorge M. Ramos Pereira.

O Almirante Jorge M. Ramos Pereira foi um benemérito para a população ancorense. Tem o seu busto na Praça da República, o coração de Vila Praia de Âncora, e também deu o nome ao mais recente auditório daquela Vila.

Enquanto benemérito, o Almirante Jorge Ramos Pereira já em agosto de 1960 havia criado a Fundação de Vila Praia de Âncora, de cariz benemérito e assistencial. Em 22 de setembro de 1972, esta passa a usufruir de um carácter formal, regendo-se por Estatutos Associativos e alterando a denominação para Grupo de Promoção Escolar de Vila Praia de Âncora. Em ambos os casos, as suas linhas orientadoras tinham como finalidade principal: prestar a estudantes necessitados de Vila Praia de Âncora e das freguesias do Vale do Âncora o auxílio indispensável à sua educação escolar na: frequência de cursos liceais, técnico-profissionais, do ciclo preparatório ou da telescola, auxiliando nas matrículas, propinas, material escolar, transportes e outras despesas, conforme as carências dos assistidos e disponibilidades financeiras da associação. Outra das facetas mais conhecidas do Almirante Ramos Pereira, era a colocação de jovens pescadores na Pesca do Bacalhau, principalmente na década de 60, após o estalar da guerra colonial, isentando-os, assim, de cumprir o serviço militar. Providenciava, igualmente, estudos a adultos que, por razões de ordem profissional, necessitavam de obter o diploma da 4ª classe.

Como referimos, as comemorações começam sábado, pelas 15H00, com o descerrar da placa de Homenagem da População de Vila Praia de Âncora ao Almirante Jorge M. Ramos Pereira no 50º Aniversário do seu falecimento 16-03-1974 * 16-03-2024, na Praça da República, seguido de Romagem ao Cemitério. 

Pelas 16H00, no Cemitério de Vila Praia de Âncora terá lugar uma homenagem, com depósito de coroa de flores, ao Almirante Ramos Pereira, com a intervenção de Adelino Morais Cabral.

A abertura das comemorações termina com a Cerimónia de Abertura das Comemorações do Centenário da Elevação de Gontinhães a Vila Praia de Âncora com um concerto protagonizado pela Academia de Música Fernandes Fão. Este momento decorrerá no Auditório Ramos Pereira, pelas 17H00.

O programa das comemorações via prolongar-se até dezembro com várias iniciativas que serão oportunamente divulgadas.

PESCADORES DE VILA PRAIA DE ÂNCORA E CÂMARA DE CAMINHA QUEREM QUE A RECONFIGURAÇÃO DO PORTINHO AVANCE PARA A FASE DE OBRA EM 2026 CUMPRINDO OS PLANOS

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Maqueta está patente no Gabinete de Apoio ao Munícipe, em Vila Praia de Âncora

A obra de reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora tem condições para arrancar dentro e cerca de dois anos “e ninguém entenderia que assim não fosse, sobretudo os pescadores, que têm visto a intervenção sucessivamente adiada, comprometidas as suas condições de trabalho e a própria vida. Eles acreditaram que desta vez seria possível, têm trabalhado com os especialistas do IST - Instituto Superior Técnico, com a Câmara Municipal de Caminha e com os organismos oficiais ligados às Pescas e aos Portos. Seria mesmo muito mau que os planos fossem interrompidos e não acredito que essa injustiça possa vir a acontecer” – a convicção é do Presidente da Câmara, Rui Lages, e surge a propósito da sessão de apresentação da maqueta do projeto de reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora, agora patente no GAM – Gabinete de Apoio ao Munícipe, naquela Vila.

Um misto de alegria e esperança, mas também de algum receio e angústia, marcou a sessão em que foi divulgada a maqueta, no final da semana passada, passo que encerra um conjunto de etapas que têm sido cumpridas com rigor. Carlos Sampaio, em nome da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, em declarações aos jornalistas no final, admitiu isso mesmo, lembrando a falta de segurança e os valores gastos em dragagens nos últimos anos. “Este é um projeto da nossa comunidade e não pode recuar uma vírgula, não pode recuar uma palavra. Estamos há dez anos a lutar por isto, já passamos por quatro governos e já tivemos o projeto e a construção nas nossas mãos, e quando íamos começar, tivermos de recomeçar da estaca zero”, afirmou.

O responsável considerou mesmo que foram “10 anos de luta, um passo de cada vez (…) o Porto de Mar de Vila Praia de Âncora nunca foi concluído e esteve sempre inoperacional”.

“Agora, falta só mais uma etapa, só mais uma, mas é uma etapa decisiva. Diria que a parte mais difícil está cumprida. Foi feito um trabalho muito sério, muito rigoroso, muito profundo, em diálogo com todas as partes. Agora é preciso fazer a candidatura e obter o financiamento. O dinheiro é importante, mas atrevo-me a dizer que é a parte mais fácil. Os pescadores, todo o concelho tem direito a esta obra”, sublinha Rui Lages, considerando ainda que todos ganham – “não são apenas os pescadores, é a economia do concelho, é toda a nossa comunidade. O Portinho não é funcional e é perigoso, exige dragagens frequentes e com isso nada se resolve em definitivo. Temos de encontrar financiamento para a execução da obra. Sabemos que o Governo já estava a trabalhar nesse sentido - em 2026 a obra tem de estar no terreno, é isso que se exige e nada menos”, conclui Rui Lages.

A subdiretora-geral da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), Isabel Ventura mostrou-se otimista sobre a possibilidade de, na prática, se cumprirem os planos definidos. O início da execução da obra está aprazado para 2026, lembrou, recordando também que, nos últimos dois anos (2022 e 2023) foi gasto cerca de meio milhão de euros em operações de dragagem para garantir que o Portinho pudesse estar funcional.

Na opinião de Isabel Ventura, com a execução da obra, o Portinho de Vila Praia de Âncora poderá ter um papel tão importante como outros portos do Norte de Portugal, constituindo mesmo uma alternativa, inclusive ao Porto da Galiza.  

A responsável salientou ainda o empenho que todas as partes colocaram no processo que conduziu até esta maqueta – “a DGRM pôs muito empenho, juntamente com a Câmara e com os pescadores. Só assim conseguimos cumprir a promessa” feita aos pescadores.

Recorde-se que, em maio de 2021, o então Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, em visita a Vila Praia de Âncora, prometeu a execução do estudo da reconfiguração do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora, com um novo layout. A partir daí iniciou-se um processo longo e profundo, sempre em diálogo com os pescadores, Câmara Municipal, entidades ligadas às pescas e aos portos e especialistas do Instituto Superior Técnico; sempre acompanhado pela Secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho.

O Estudo de Reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora foi apresentado no Cineteatro de Vila Praia de Âncora no passado dia 6 de julho, com a participação do Diretor Geral da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos - DRGM, José Simão, e com a Secretária de Estado das Pescas.

A responsável voltou a estar presente no Congresso da Pequena Pesca, no início de novembro, altura em que foi feito novo ponto de situação do estudo.

Já em dezembro último, ainda no espaço do Cineteatro, concluiu-se mais uma etapa fundamental: o Estudo de Reconfiguração do Layout do Portinho de Vila Praia de Âncora estava finalizado e pronto para avançar para as fases seguintes. O projeto passa pela criação de um anteporto (solução A), conforme preconizam os especialistas do Instituto Superior Técnico. Foi na altura assumido o compromisso de que, de imediato, seria concluída a construção da maqueta (e entregue em Vila Praia de Âncora), para poder ser realizada a candidatura a financiamento para EIA (MAR 2020).

A previsão avançada foi de que até ao fim de 2024 possa estar concluído todo o processo burocrático e na passagem do dossiê ao novo Governo o projeto terá a indicação de prioridade.

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VILA PRAIA DE ÂNCORA: REQUERIMENTO DE ANTÓNIO DE ARAÚJO E BRITO, ABADE DE SANTA MARINHA DE GONTINHÃES SOBRE OS PREJUÍZOS PROVOCADOS POR EMBARGOS A BULAS, FEITOS PELO REITOR DO COLÉGIO DA MADRE DE DEUS DE ÉVORA, FRANCISCO FERREIRA DE PINA EM 1634

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Requerimento de António de Araújo e Brito, Abade de Santa Marinha de Gontinhães do Arcebispado de Braga, como procurador de D. Francisco de Lima, Deão de évora, sobre os prejuízos provocados por embargos a bulas, feitos pelo reitor do Colégio da Madre de Deus de Évora, Francisco Ferreira de Pina, em 1634.

Fonte: ANTT

CAMINHA: NOVOS ESTABELECIMENTOS DE ALOJAMENTO LOCAL DISPARARAM EM 2023

Duas dezenas de unidades e uma centena de novas camas entraram no mercado turístico

O Alojamento Local contribuiu fortemente para o incremento da oferta de camas no concelho em 2023. O número de novos estabelecimentos licenciados no ano passado ultrapassou as duas dezenas, colocando no mercado uma centena de novas camas, que acolheram, seguramente, uma boa parte dos turistas que procuraram o concelho de Caminha, batendo todos os recordes. Todos os indicadores que vão sendo conhecidos apontam para um crescimento contínuo e sustentado do Turismo no concelho, alavancando a economia local. O mês de dezembro fechou também com 361 desempregados inscritos no IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional, bem longe das mais de 1000 pessoas que se encontravam na mesma situação em dezembro de 2014.      

Os estabelecimentos de alojamento local (AL) “são aqueles que prestam serviços de alojamento temporário, nomeadamente a turistas, mediante remuneração desde que não reúnam os requisitos para serem considerados empreendimentos turísticos”, de acordo com a definição oficial. Segundo os registos do Turismo de Portugal, foram licenciados no concelho de Caminha, em 2023, um total de 21 novos estabelecimentos, entre quartos (dois casos), moradias (6), apartamentos (11) e estabelecimentos de hospedagem (2). No seu conjunto disponibilizam uma centena de camas, distribuídas um pouco por todo o concelho.

Os registos apontam também para um crescimento extraordinário em relação aos AL licenciados face a 2022 (13), enquanto a oferta de camas cresceu mais de 100% (40 em 2022).

Olhando para os últimos cinco últimos anos, verifica-se um decréscimo de camas e AL licenciados em 2020 e 2021, anos de pandemia. Em ambos os casos, os valores desceram relativamente a 2019, invertendo a tendência de crescimento, (10 novos AL licenciados e 40 novas camas em 2019).

Tudo leva a crer que a retoma está aí e em força, ultrapassando os constrangimentos impostos pela pandemia, que no concelho como no mundo em geral, comprometeram o desenvolvimento. Com o ano de 2024 ainda no início, até à data, contabilizam-se já sete novos licenciamentos de AL. A esta tendência corresponde investimento nas unidades, a todos os níveis.

O Turismo, transversal a vários negócios, está a alavancar a economia local, com reflexos também, muito provavelmente, em relação ao número de desempregados inscritos no IEFP, como referimos, 361 em dezembro de 2023, dos quais apenas 15 procuram um novo emprego e 238 estão nessa situação há menos de um ano.

Recorde-se que, de acordo com as estatísticas do INE – Instituto Nacional de Estatística, o número de hóspedes nos estabelecimentos de alojamento turístico em Caminha, em 2023, bateu todos os recordes e foi de 73 508. Entre os 10 concelhos do Alto Minho, apenas Viana do Castelo superou aquele valor, ficando Ponte de Lima atrás de Caminha, com 63 648 hóspedes contabilizados.

No mesmo sentido, os dados do INE revelam que o número de dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico no ano passado, no nosso concelho, subiu para 119 507, apenas ultrapassado, entre os 10 municípios do Alto Minho, por Ponte de Lima e Viana do Castelo, municípios de dimensão bastante superior.

QUEM FOI O BISPO CARLOS FRANCISCO MARTINS PINHEIRO – NATURAL DE VILA PRAIA DE ÂNCORA?

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Carlos Francisco Martins Pinheiro, filho de José Maria Pinheiro e de Carlota Joaquina Martins Pereira, nasceu a 30 de Maio de 1925, em Vila Praia de Âncora.

Após ter concluído a Instrução Primária, frequentou a Escola Comercial e Industrial de Viana do Castelo, durante um ano. Em 1939 ingressou no Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, onde estudou humanidades. A partir de 1947 curso Filosofia e Teologia, no Seminário Conciliar, Braga. Em 1950 Director do “Cenáculo” – revista dos Seminários – Braga.

Foi ordenado sacerdote a 8 de Julho de 1951, em Braga, e logo a seguir, nomeado Prefeito, Professor e Ecónomo do Seminário de Filosofia, Braga.

Em 1953 foi nomeado para Coadjutor do Senhor Cón. Correia, pároco da vila de Ponte de Lima, capelão do Hospital da Santa Casa da Misericórdia e do Colégio D. Maria Pia. No ano seguinte ocupou, o lugar de Prior de Ponte de Lima e pároco de Feitosa e Arca, e em 1958, Arcipreste do Julgado Eclesiástico de Ponte de Lima.

Durante a sua permanência em Ponte de Lima, 19 anos como pároco, exerceu diversos cargos: Vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Director do Externato Liceal Cardeal Saraiva, Presidente da Direcção da Oficina S. José, Professor no Externato e Colégio, lançou a Caritas Paroquial, fundou o Museu dos Terceiros e o Instituto Limiano. Para a instalação destas instituições restaurou as Igrejas de Santo António dos Frades e da Ordem Terceira e seus anexos, em estado de ruína. Organizou várias exposições culturais em colaboração com o Museu Soares dos Reis do Porto, com a ajuda da câmara Municipal e da Fundação Calouste Gulbenkian, restaurou a Igreja Matriz degradada e em ruína eminente.

Licenciado em Direito Canónico pela Universidade Pontifícia de Salamanca, Espanha, exerceu no último ano de paroquialidade de Ponte de Lima, o cargo de Vice-Reitor do Seminário de Filosofia, durante o ano 1968, sendo nomeado no mesmo ano Pró-Vigário Geral da Arquidiocese de Braga.

Em 1958 foi investido como Cónego da Sé Primaz de Braga.

No ano de 1978, o Senhor Arcebispo de Braga, D. Eurico Dias Nogueira, numa linha de inalterável linha de colaboração com o Exmo. e Revmo. Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, Bispo do Porto, na altura Bispo de Viana do Castelo, acedeu a que o Cónego Carlos F. M. Pinheiro então Vigário Geral de Braga, colocasse os seus préstimos ao serviço da nova Diocese de Viana do Castelo, onde exerceu os cargos de Vigário Geral, Juiz do Tribunal Eclesiástico e Presidente da Comissão de Arte e Cultura.

Em 22 de Fevereiro de 1982, o Papa João Paulo II nomeou-o Capelão, com o título de Monsenhor.

Em 22 de Fevereiro de 1985 foi eleito pelo Papa, Bispo Titular de Dume e Auxiliar de Braga.

A ordenação Episcopal teve lugar em 28 de Abril do mesmo ano, na Cripta do Sameiro, Braga, com a presença de quase todos os Bispos Portugueses e alguns da Galiza e muito clero e cristãos das dioceses de Braga e Viana do Castelo e, particularmente, uma larga representação dos Pontelimenses.

Além do múnus episcopal e do cargo de Vigário Geral, foi presidente da Comissão Diocesana de Arte Sacra e Obras e foi-lhe confiada de modo especial, a região pastoral dos arciprestados de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, Esposende, Barcelos e Vila Verde.

A nível nacional, foi membro da Comissão Episcopal Mista Bispos/Religiosos.

Em 10 de Novembro de 2000 passou a Bispo Emérito, residindo, a partir dessa data, em Ponte de Lima, sempre com ligações a Braga.

Publicou em 1949, “A Ínsua de Caminha”;

Em 1974, “Museu de Arte Sacra de Ponte de Lima” – subsídios para a sua história;

Em 1963, “O Novo Altar-Mor da Igreja Matriz”;

Em 1971, O Colégio D. Maria Pia e a sua influência na comunidade paroquial de Ponte de Lima.

Em 1962-1982, Instituto Limiano – Museu dos Terceiros – Documentos;

Em 1983, Guia do Visitante do Museu dos Terceiros (bilingue)

S/data Instituto Limiano – Museu dos Terceiros, c/ ilustrações.

Fonte: Arquidiocese de Braga

QUEM FOI A ESCRITORA MARIA DA GRAÇA LOPES DE MENDONÇA – ESPOSA DO ALMIRANTE RAMOS PEREIRA?

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Filha de Vasco Lopes de Mendonça [1883-1963], engenheiro, sobrinha de Alda Lopes de Mendonça e de Virgínia Lopes de Mendonça [1881-1969], escritora, e neta de Henrique Lopes de Mendonça [1856-1931], autor de "A Portuguesa", e de Maria Amélia Bordalo Pinheiro, nasceu em Lisboa em 2 de Março de 1919 e faleceu na mesma cidade, no Hospital da Marinha, em 14 de Maio de 1979.

Casou, a 11 de Maio de 1939, com Jorge Maia Ramos Pereira [06.04.1901-16.04.1974] que fez, a partir de 1920, carreira na Armada e foi, em 1969, candidato da Oposição às eleições pelo distrito de Viana do Castelo, tendo esta lista obtido no concelho de Caminha, de onde era natural, 45,2% dos votos [Glória Marreiros].

Por proposta de Maria do Carmo Vieira, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas em 1941.

Fonte: [in Glória Marreiros || Almirante Jorge Ramos Pereira - Uma vida - Um exemplo || Livros Horizonte || 2001] / via: Silêncios e Memórias