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BLOGUE DO MINHO

Espaço de informação e divulgação da História, Arte, Cultura, Usos e Costumes das gentes do Minho e Galiza

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CENTROS HISTÓRICOS CLASSIFICADOS PELA UNESCO ESTÃO ISENTOS DE IMI

- Quem o garante é a Secretaria de Estado das Autarquias Locais

Informação baseia-se no Estatuto dos Benefícios Fiscais, Lei de Bases do Património Cultural e classificação dos bens imóveis de interesse cultural.

O Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, informou a Câmara Municipal de Guimarães que os moradores dos prédios integrados nos centros históricos incluídos na lista do Património Mundial pela UNESCO beneficiam da isenção da taxa de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis). A informação resulta de uma reunião efetuada em Lisboa com o Presidente do Município, Domingos Bragança, no passado dia 04 de fevereiro, onde foi abordado o tema da divergência da aplicação da isenção.

De acordo com a exposição apresentada pelo titular da Secretaria de Estado das Autarquias Locais, o Centro Histórico de Guimarães «integra a lista dos bens classificados como de interesse nacional sendo, como tal, designado monumento nacional. Os monumentos nacionais não exigem a classificação individualizada dos prédios que os integram para efeitos de isenção de IMI», acrescenta o texto do ofício.  

Além da missiva remetida para a Câmara Municipal de Guimarães, na qual menciona explicitamente não ser «necessária a produção de qualquer alteração legislativa», a informação foi igualmente enviada para o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para «confirmação deste entendimento e eventual auscultação da Autoridade Tributária».

Interesse público nacional

A alínea n) do nº 1 do artigo 34º do Estatuto dos Benefícios Fiscais determina que estão isentos de imposto municipal sobre imóveis «os prédios classificados como monumentos nacionais e os prédios individualmente classificados como de interesse público ou de interesse municipal, nos termos da legislação em vigor».

Nos termos do disposto no nº 7 do artigo 15º da Lei nº 107/2001, de 08 de setembro, «os bens culturais imóveis incluídos na lista do património mundial integram, para todos os efeitos e na respetiva categoria, a lista dos bens classificados como de interesse nacional», cuja referência está expressa no nº 3 do artigo 3º do Decreto de Lei nº 309/2009: «A designação de ‘monumento nacional’ é atribuída aos bens imóveis classificados como de interesse nacional, sejam eles monumentos, conjuntos ou sítios».

PRESIDENTE DA REPÚBLICA NOMEOU ALVES DOS SANTOS MINISTRO DO TRABALHO DO GOVERNO DE CUNHA LEAL

A imagem pertence ao Arquivo Histórico da Presidência da República e reproduz o Decreto de nomeação pelo então Presidente da República, Dr. António José de Almeida, do governo de Francisco Pinto da Cunha Leal, do qual fez parte Augusto Joaquim Alves dos Santos como Ministro do Trabalho, além de António Abranches Ferrão, Victoriano Máximo de Carvalho Guimarães, Fernando Augusto Freiria, João Manuel de Carvalho, Júlio Dantas, Francisco da Cunha Rego Chaves, Alberto da Cunha Rocha Saraiva e Mariano Martins, respetivamente, nos cargos de Presidente do Ministério e Ministro do Interior, Ministros da Justiça, Finanças e interino do Comércio e Comunicações, Guerra, Marinha, [Negócios] Estrangeiros, Colónias, Instrução Pública e Agricultura.

AlvesSantos-Cunha Leal

FILÓSOFO JOAQUIM DE CARVALHO EVOCOU A FIGURA DE ALVES DOS SANTOS

No dizer de José de Pina Martins, Joaquim de Carvalho foi “Historiador da Filosofia e da Cultura, pensador e ensaísta, erudito e professor, Joaquim de Carvalho foi, nas quatro décadas que vão de 1918 a 1958, ano da sua morte, uma das maiores figuras, em Portugal, dos estudos a que se dedicou, e em todos estes domínios do scibile deixou a marca duradoura da sua personalidade de exceção.”. É precisamente de Joaquim de Carvalho a evocação do Dr. Augusto Joaquim Alves dos Santos, apenas oito anos decorridos sobre a data do seu falecimento.

“O Dr. Alves dos Santos

Dobraram já oito anos sobre a morte do Dr. Augusto Joaquim Alves dos Santos, e este lapso de tempo, mais que suficiente para suportar no olvido a maioria dos homens, não me quebrantou a evocação afetuosa do mestre, do colega e do amigo. Fui seu discípulo, e, apesar de me ter orientado desde a escolaridade para uma conceção da vida diversa da sua, o seu magistério selou indelevelmente a minha formação. Pode a vaidade tingir-me de ilusão o orgulho de pensar que contei sempre comigo próprio; mas o orgulho volve-se em modéstia humilde quando revivo a incitação e alento com que o Dr. Alves dos Santos me fortaleceu o ânimo na fase mais intensa e crítica da minha preparação para o ensino universitário. À estima veio juntar-se assim a gratidão, e, pelo convívio, em breve uma e outra se fundiram no sentimento da amizade inalterável.

Discordei pública e particularmente de atitudes suas, ditadas ou condicionadas pelas circunstâncias políticas, e embora em certo momento a discordância atingisse as fronteiras do isolamento, no meu íntimo jamais se apagou a flama da amizade, que afinal se reavivou com maior intensidade pelo sopro do afeto e da mútua compreensão.

Confiou-me algumas confidências nos derradeiros dias, e senti angustiosamente o seu drama interior e o conflito da razão lúcida com a aproximação, dia a dia mais insistente, da morte. Pertencem à piedade dos íntimos esses dias lancinantes, em que a agonia do espírito se estrangulava em palavras de som indistinto e confuso pela violência do morbo que lhe corroía a garganta, porque ao público só interessa o perfil da pessoa.

Nunca lhe ouvi palavras de recriminação e muito menos de ódio, e mesmo quando a hostilidade lhe instilava a sensação gélida do isolamento, o Dr. Alves dos Santos, que tinha o arrebatamento, e até a irreflexão, dos afetivos, persistia no desejo de servir e colaborar, não por temor ou ardil, mas por congénito otimismo, que era a face psicológica da fluência e exaltação do seu verbo de orador. Com o saber dos livros e conhecimento dos homens poderia ter sido um demolidor, como o são, foram e serão por imperativo psicológico quase todos os que a meio da vida cambiam o rumo da sua existência social. Tinha a consciência destas possibilidades, porém jamais transpôs o impulso ou o ressentimento para a ação, por ditame da tolerância e do respeito da pessoa.

Demais inibia-o ainda a ética profissional, tal como era entendida e praticada na Universidade do seu tempo, porque o Dr. Alves dos Santos foi acima de tudo professor. O público conhecia-o principalmente como orador sacro e profano, que o foi notável tanto no púlpito como na tribuna, embora tivessem tido ressonância as suas campanhas pedagógicas e os seus esforços para a melhoria da administração do ensino primário como inspetor da Circunscrição escolar de Coimbra (1903-1904).

Algumas inovações que introduziu nas escolas primárias de Coimbra, como o ensino da ginástica sueca, e a organização de comissões de benefi­cência e ensino na sua circunscrição, ecoaram em todo o País, e do entu­siasmo com que se devotou a esta obra deu e dá flagrante testemunho a Estatística numérica e gráfica das Escolas Primárias da 2.a Circunscrição (Lisboa, 1906), que lhe valeu os maiores elogios e lhe deu algumas das horas mais alegres da sua vida. Muita vez me falou na benemérita campanha, mas insisto em dizer que Alves dos Santos foi acima de tudo professor. Iniciara o magistério na Faculdade de Teologia e nele se conservou até à extinção da Faculdade em 1910 — extinção que, apesar de universalmente esperada, mesmo pelos teólogos universitários, cujo silêncio se tornou sinónimo de aplauso, foi um erro, porque os estudos teológicos embora involuam entre nós jamais cessaram e se forçou o clero a ilustrar-se em escolas teológicas do estrangeiro.

Após uma breve passagem pelo Gabinete da Presidência da República, servindo Teófilo Braga, foi nomeado em 1911 professor da Faculdade de Letras de Coimbra, para a qual transitaram quase todos os professores da extinta Faculdade de Teologia.

Foi então que o conheci como professor.

Ensinava Filosofia. As suas lições denunciavam o orador. Era fluente, elegante na dicção, e se alguma coisa emergia o emprego de esquemas e na ordenação dos argumentos, nos quais vejo hoje um eco do tempo em que se debruçara sobre compêndios de inspiração escolástica.

Só a forma, ou melhor, a arquitetura da lição, tinha um vago sabor escolástico, aliás admiravelmente dissimulado na elegância verbal da frase, porque o fundo, a matéria e a conceção da vida, que teciam e norteavam o objeto das lições eram a-escolásticas, quando não anti escolásticas.

Uma disciplina dominou o seu ensino: a psicologia. Iniciara o novo curso da sua vida docente sob a influência da psicologia experimental, de sorte que o psicologismo, transportado quase a disciplina filosófica funda­mental e exclusiva — conceito felizmente em ocaso entre nós —, assim como o positivismo estreito foram os supostos da sua conceção filosófica. Por isso, as suas lições, sempre sugestivas e por vezes admiráveis, perderam em sedução metafísica o que alcançaram no descritivo dos factos.

Sob este aspeto, sem ser um discípulo de Comte,— seduzia-o o empiriocriticismo de Mach —, Alves dos Santos, foi talvez o último representante em Portugal do positivismo, no sentido amplo do teimo. A ele se deve em Coimbra o Laboratório de Psicologia, o primeiro que se organizou em Portugal, no qual fez estudos de estesiometria e dos tempos de reação, assim como investigações sobre o crescimento das crianças portuguesas.

Sem apreciar o valor atual destes trabalhos, devo acentuar no entanto que eles definem uma atitude de espírito e sobretudo uma direção de ensino, que foi honrosamente reconhecida por Claparede, o grande pedagogista de Genebra, no seu famoso compêndio.

A esta luz, Alves dos Santos conquistou um lugar inconfundível na história da psicologia e da pedologia em Portugal. Poderão os vindouros dissentir da sua metódica e dos resultados que estabeleceu, mas lembrarão sempre o seu nome como o de alguém que não ocupou obscuramente a cátedra universitária e soube criar desde a raiz um ensino que não existia em Coimbra. Se o psicologismo orientou a direção do seu espírito, o patrio­tismo foi o alvo da sua atividade docente. Já incutindo nos alunos senti­mentos e ideias de confiança no futuro de Portugal, já procurando dar expressão científica a certos problemas de psicologia e pedagogia.

Quando o filósofo Victor Cousin trocou um dia a cátedra da Sorbonne pela pasta ministerial justificara-se perante os amigos com a necessidade de atuar, servindo e colaborando. Foi este também o impulso incitador da atividade política de Alves dos Santos. Clientela pessoal nunca a criou, e se por acaso a tivesse herdado era incapaz de a manter; em compensação, porém, tinha o sentimento vivo dos interesses gerais.

Vivia no desejo de os realizar, e de uma forma tão intensa, que se esqueceu dos seus interesses pessoais. Servindo a República como cidadão, deputado e como ministro, vendo dia a dia dilatar-se o círculo da sua atividade, persistiu no entanto fiel e incomovível à sua missão de professor.

A imagem de Alves dos Santos viverá no meu espírito pela sua amizade, pela lealdade de colega e pela sua inteligência, e aos indiferentes ou adversários que o recordem eu peço apenas que respeitem a sua memória, como ele neles respeitou a liberdade de opinião e de consciência.

Coimbra, Natal de 1932

Joaquim de Carvalho”

DOUTOR AUGUSTO JOAQUIM ALVES DOS SANTOS (1866 – 1924)

- Este é o título de um texto da autoria de José Carlos de Oliveira Casulo, publicado em “Figuras Limianas”, obra coordenada por João Gomes de Abreu e editada pela Câmara Municipal de Ponte de Lima.

Augusto Joaquim Alves dos Santos nasceu numa casa então ainda do lugar da Igreja, na Cabração, concelho de Ponte de Lima, a 14 de Outubro de 1866, filho de Manuel Joaquim Rodrigues dos Santos, daquela mesma freguesia e de sua mulher Ana Maria Alves Soares, da Ribeira.

Sobrinho e afilhado do Padre Manuel Joaquim Soares, seguiu as pisadas do tio e padrinho. Assim, entrou no Seminário de S. Pedro e S. Paulo, em Braga, cujo curso de estudos frequentou e concluiu, tendo recebido a ordenação sacerdotal em 26 de Julho de 1891.

Em 1899 terminou, em Coimbra, a Licenciatura em Teologia e, no ano seguinte, alcançou o grau de Doutor na mesma área de conhecimento. Passou, então, a leccionar na Faculdade de Teologia, funções com as quais acumulou as de inspector do ensino, entre 1901 e 1906 e em 1908. Alves dos Santos distinguiu-se, também, naquela primeira década do século XX e enquanto sacerdote, pelos seus dotes oratórios, de que deu prova não só nos púlpitos de igrejas de Lisboa, Coimbra e Porto, como também em elogios fúnebres, como os das exéquias comemorativas da morte do Papa Leão XII, ou as do antigo Presidente do Conselho Hintze Ribeiro. Foi também ele quem fez o elogio de D. Carlos e de D. Luís Filipe, na comemoração do regicídio mandada celebrar pela Universidade de Coimbra.

A instauração da República, porém, revelou outra faceta do nosso biografado. Em 1911, Alves dos Santos proferiu, em Coimbra, o discurso de boas-vindas ao Presidente da República. Militou no Partido Republicano Evolucionista e no Partido Republicano Nacionalista. Fruto desta sua militância, veio a desempenhar vários cargos públicos - Vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, Deputado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra e Ministro do Trabalho. Abandonou, entretanto, o estado clerical e casou com D. Maria Adélia de Oliveira.

Enquanto Professor universitário, Alves dos Santos, após a extinção da Faculdade de Teologia, transitou para a novel Faculdade de Letras, na qual, já em 1916, viria a receber o grau de Doutor. Em 1912 viajou em missão pedagógica até França e Suíça, tendo chegado a encontrar-se com Édouard Claparède. Fundou, depois, e chegou a dirigir, o Laboratório de Psicologia Experimental anexo à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi, ainda, Director da Biblioteca Geral da mesma Universidade.

Para além do âmbito estritamente universitário, Alves dos Santos esteve ligado à criação das Escolas Normais Superiores de Lisboa e de Coimbra, tendo trabalhado nesta última desde a data da sua fundação (1915) até à morte. Pertenceu, ainda, à Academia das Ciências de Lisboa.

A docência de Alves dos Santos desenvolveu-se no âmbito da Filosofia, da Psicologia e da Pedagogia. Esta constatação pode ajudar-nos a perceber a intenção que subjazia, como linha de rumo, ao seu pensamento: contribuir para a construção de um edifício de conhecimento científico-experimental sobre a criança, para uma pedologia, então, mais do que para uma teoria pedagógica fundamental. Para alcançar este objectivo empenhou-se arduamente, não só no trabalho que desenvolveu no Laboratório de Psicologia Experimental, mas procurando, também, estabelecer uma base epistemológica justificadora da sua postura científica. É neste sentido que se pode compreender o seu elogio da Filosofia Positiva de Augusto Comte, que o tornou num dos derradeiros positivistas nacionais.

De entre as suas obras, menção para - A Nossa Escola Primária (o que tem sido, o que deve ser), (Porto, s.d.); O Ensino Primário em Portugal (nas suas relações com a História geral da Nação) (Porto, 1913); Elementos de Filosofia Scientífica (Coimbra, 1915); Educação Nova. As Bases. I. O corpo da criança ( Lisboa, 1919); e ainda para os seguintes artigos - Psicologia e Pedologia: uma missão de estudo no estrangeiro (1913)(1); Para a história do ensino público em Portugal (1916)(2); e Projecto de Lei sobre a reorganização do ensino público (1921) (3).

Faleceu na sua residência em Coimbra, à Rua Alexandre Herculano, nº 14, em 17 de Janeiro de 1924, tendo ido a sepultar no cemitério da Conchada.

(1) Revista da Universidade de Coimbra, vol. II, 1913, pp. 41-46

(2) Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, vol. III, 1916, pp. 83-113

(3) Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, vol. VI, 1921, pp. 18-42.

Bibliografia

Casulo, José Carlos de Oliveira - Filosofia e Ciência no compêndio escolar de Filosofia de Alves dos Santos (posições defendidas e sua fundamentação positivista), Braga, Universidade do Minho, 1987

Fernandes, José Marques, Pedagogia Científica e Educação Nova no contexto da I República: Costa Ferreira, Alves dos Santos, Faria de Vasconcelos [dissertação de mestrado apresentada à Universidade do Minho], Universidade do Minho, Braga, 1993

Fernandes, José Marques, “Santos, Augusto Joaquim Alves dos”, em Nóvoa, António (dir.), Dicionário de Educadores Portugueses, Ed. Asa, Porto, 2003, pp. 1250-1261

Gomes, Carlos, “Dr. Alves dos Santos: um limiano ilustre e desconhecido”, em O Anunciador das Feiras Novas, X, 1993

José Carlos de Oliveira Casulo

Fonte: http://hdl.handle.net/1822/9962

ALVES DOS SANTOS NA WIKIPÉDIA

Augusto Joaquim Alves dos Santos (1866-1924). Natural de Ponte de Lima, foi republicano, reformista e educador minhoto.

Biografia

Nasceu em Outubro de 1866, em Ponte de Lima, na Freguesia de Santa Maria da Cabração. Morre em Coimbra, em Janeiro de 1924. Filho de Manuel Joaquim Rodrigues dos Santos, daquela mesma freguesia e de sua mulher Ana Maria Alves Soares, da Freguesia da Ribeira.

Foi ordenado padre pelo Seminário de Braga em 1891 e depois capelão da Capela da Universidade de Coimbra. Obteve o grau de Doutor pela Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra no ano de 1900 (que passa a fazer para da Faculdade de Letras). Em 1899 terminou, em Coimbra, a Licenciatura em Teologia e, no ano seguinte, alcançou o grau de Doutor na mesma área de conhecimento.

Ação como Educador

Em 1901 começa a lecionar na Faculdade de Teologia e é durante o início do século XX que se distingue como orador eloquente em comemorações e elogios fúnebres. Em 1911 transitou para a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde começa a se interessar por psicologia experimental que foi na altura considerada parte da filosofia. A partir de 1915 foi professor na Escola Normal Superior de Coimbra, inspector do Ensino Primário (1901-1906) e membro do Conselho Superior de Instrução Pública.

Foi membro do movimento republicano para a implementação de pedagogia científica no ensino de professores e nas escolas. O Laboratório de Psicologia Experimental da Faculdade de Letras de Coimbra é fundado por ele em 1913 e do qual foi director até à sua morte.

Ação Política

Foi republicano a par de uma intensa actividade profissional relacionada com a reforma escolar de 1911, desempenhou funções públicas e exerceu os cargos políticos seguintes:

Chefe do Gabinete do Governo Provisório de 1911;

Presidente da Câmara dos Deputados;

Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (1918-1921);

Deputado do Parlamento (1919-1921); e,

Ministro do Trabalho (1921-1922).

Foi Director da Biblioteca da Universidade de Coimbra, de 1916 a 1924. Desempenhou um papel de relevo na história do ensino em Portugal. Em 1904, foi distinguido com aOrdem de Santiago.

Obras

Educação Nova — As Bases, I — O Corpo da Criança, Lisboa, 1919;

Elementos de filosofia científica, Coimbra, 1915;

O ensino primário em Portugal nas suas relações com a história geral da nação, Porto, 1913;

Psicologia e pedologia: uma missão de estudo no estrangeiro, Coimbra, 1913; e A nossa escola primária: O que tem sido, o que deve ser, Porto, 1905.

UNIVERSIDADE DE COIMBRA EVOCA ALVES DOS SANTOS POR OCASIÃO DAS COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DA BIBLIOTECA GERAL

Augusto Joaquim Alves dos Santos, 1866-1924

Nasceu em Santa Maria da Cabração, Ponte de Lima, em Outubro de 1866.Recebeu ordens sacras no Seminário de Braga, foi capelão da Capela da Universidade de Coimbra e obteve o grau de Doutor pela Faculdade de Teologia no ano de 1900. Em 1916, doutorou-se em Letras. Foi professor de Grego e de Hebraico no Liceu de Coimbra (1901-1903; 1906- 1909) e, na Faculdade de Teologia, de que também foi Secretário, leccionou Teologia Dogmática, Ética Cristã Geral e Teologia Moral (1900-1910). Em 1911, com a extinção da Faculdade de Teologia, transitou para a Faculdade de Letras, onde regeu Pedagogia, Filosofia e Lógica, História da Filosofia Medieval, Moderna e Contemporânea, Psicologia Geral e Psicologia Experimental. Foi ainda professor, a partir de 1915, na Escola Normal Superior de Coimbra, inspector do Ensino Primário (1901-1906) e membro do Conselho Superior de Instrução Pública. Pedagogo e pioneiro dos estudos de Psicologia Experimental em Portugal (a investigação científica levou-o a França, à Suiça e à Bélgica), funda, em 1913, o Laboratório de Psicologia Experimental que dirigiu até à sua morte.

Das suas publicações destacam-se Educação nova: as bases, Lisboa, 1919; Elementos de filosofia scientifica, Coimbra, 1915; O ensino primário em Portugal nas suas relações com a história geral da nação, Porto, 1913; Psicologia e pedologia: uma missão de estudo no estrangeiro, Coimbra, 1913; e A nossa escola primária:  o que tem sido, o que deve ser, Porto, 1905?. Desempenhou um papel de relevo na história do ensino em Portugal. Republicano activo, a par de uma intensa actividade profissional, desempenhou funções públicas e exerceu cargos políticos significativos: Chefe do Gabinete do Governo Provisório (1911), Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (1918-1921), Deputado do Parlamento (1919-1921) e Ministro do Trabalho (1921-1922). Em 1904, foi distinguido com a Ordem de Santiago. Morre em Coimbra, em Janeiro de 1924.

Foi Director da Biblioteca da Universidade de Coimbra, de 1916 a 1924. Durante a sua administração, em que entrou em vigor O Regulamento da Biblioteca da Universidade de Coimbra, publicado no Diário do Governo, Iª Série, nº 222, de 31.10.1919, prosseguiu os esforços do seu antecessor para a modernização dos equipamentos e dos processos de acesso às espécies na Biblioteca, promovendo a conclusão da nova sala de leitura da Biblioteca e a construção de um "moderno depósito de livros", para guarda e exposição de cimélios. Impulsionou a organização e o desenvolvimento dos catálogos e deu início à elaboração do Catálogo dos Reservados.

Bibliografia

MEMORIA Professorum Universitatis Conimbrigensis, 1772-1937. Coimbra: AUC, 1992. Vol. 2. p. 41, 81, 335.

SANTOS, Alves dos - Catálogo dos cimélios da nossa Biblioteca: breve conversação preambular. Boletim da Biblioteca da Universidade. 7 (1922-1925). p. [42]-48. 

ALVES DOS SANTOS NASCEU HÁ 150 ANOS! - FOI UM EMINENTE PEDAGOGO E UM DOS MAIORES VULTOS LIMIANOS

Passa no próximo mês de Outubro precisamente 150 anos sobre a data de nascimento daquele que foi um dos maiores vultos limianos de que há memória – o Dr Augusto Joaquim Alves dos Santos – introdutor do estudo da Psicologia em Portugal. O seu perfil de pedagogo justificaria a atribuição do seu nome a um estabelecimento de ensino em Ponte de Lima, tornando-se seu patrono.

DR. ALVES DOS SANTOS: UM LIMIANO ILUSTRE E DESCONHECIDO

De seu nome completo Augusto Joaquim Alves dos Santos, o nosso ilustre conterrâneo nasceu em 14 de Outubro de 1866, na Freguesia de Cabração, tendo falecido em 17 de janeiro de 1924 na cidade de Coimbra onde viveu e se distinguiu.

Apesar dos esforços desenvolvidos não conseguimos identificar possíveis descendentes ou outros familiares, nomeadamente na Freguesia de que foi natural. Sabemos unicamente que era filho de Manuel Joaquim Rodrigues dos Santos e Ana Maria Alves Soares.

Não é nosso propósito aqui fazer a sua biografia mas, no caso vertente, não resistimos a enumerar alguns dados biográficos pois o conhecimento do Dr. Alves dos Santos não dispensa apresentação.

Entre os inúmeros cargos que exerceu, o Dr. Alves dos Santos foi Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Ministro do Trabalho e por três vezes eleito deputado pelo círculo de Coimbra entre 1910 e 1921, chegando inclusivamente a presidir à Câmara dos Deputados. Foi ainda Diretor da Biblioteca da Universidade de Coimbra e, um ano após a implantação da República, Chefe do Gabinete do Presidente do Governo provisório.

Foi um eminente teólogo, tendo frequentado o curso de Teologia do Seminário de Braga e recebido ordens sacras. Comendador da Ordem de Santiago em 1904, lecionou Grego e Hebraico no Liceu de Coimbra, Pedagogia, Psicologia e Psicologia Infantil nomeadamente na Escola Normal Superior daquela cidade e, entre inúmeras cadeiras, Pedagogia, Psicologia e Lógica, História da Filosofia e Psicologia Experimental na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

A ele se deveu a instalação do Laboratório de Psicologia daquela Faculdade, no qual também desempenhou as funções de Diretor.

A sua obra literária é igualmente vasta, sendo de destacar os seguintes trabalhos:

- “Concordismo e Idealismo”, publicado em 1900;

- “O Problema da origem da família e do matrimónio em face da Bíblia e da Sociologia”, editado em 1901;

- “A nossa escola primária – o que tem sido e o que deve ser”, em 1910;

- “O ensino primário em Portugal, nas suas relações com a história geral da nação”, em 1913;

- “Elementos de filosofia científica”, em 1918;

- “Portugal e a Grande Guerra” (duas conferências), Coimbra, 1913;

- “Psicologia experimental e Pedagogia”, Coimbra, 1923;

O Dr. Alves dos Santos foi militante do Partido Republicano Nacionalista desde que se extinguira o Partido Republicano Evolucionista do Dr. António José de Almeida.

Sobre o seu perfil político, o periódico “O Despertar” de Coimbra, na sua edição de 19 de janeiro de 1924 afirmava:

Foi um orador fluente. Tanto da tribuna sagrada como em comícios públicos e mais tarde no parlamento, o sr. Dr. Alves dos Santos era sempre ouvido com o mais vivo interesse.

Conhecedor a fundo da língua, o saudoso extinto era fecundo em maravilhosas imagens, chegando, por vezes, a empolgar a assistência, com o seu gesto largo e manifesta sinceridade que exprimia às suas palavras.

Os seus adversários políticos, nomeadamente, eram os primeiros a reconhecer-lhe o mais formoso talento”.

Ainda segundo o mesmo periódico, o Dr. Alves dos Santos era uma figura “essencialmente popular, sem escusados preconceitos”, “estimadíssimo em Coimbra” e “um amigo devotado das crianças, às quais dedicava os mais vivos afectos”, razão pela qual lhes consagrou muitos dos seus estudos.

O Dr. Alves dos Santos residia no número catorze da rua Alexandre Herculano, na cidade de Coimbra, e faleceu na sequência de “uma horrorosa enfermidade para a qual a sciencia médica é ainda impotente”, conforme noticiava a “Gazeta de Coimbra”, no dia do seu falecimento.

No seu funeral estiveram representadas a Universidade de Coimbra, o Governador Civil do Distrito, os ministros do Interior e do Trabalho, a Câmara Municipal de Coimbra e a Misericórdia local entre numerosas outras entidades. Isto apesar da vontade manifesta do Dr. Alves dos Santos na realização de uma cerimónia fúnebre discreta.

Na Câmara Municipal e no Centro Nacionalista foi içada a bandeira nacional a meia haste e na Câmara dos Deputados foi aprovado um voto de sentimento.

Os restos mortais do Dr. Alves dos Santos encontram-se depositados no Cemitério da Conchada, em Coimbra, mais concretamente na sepultura nº. 16 do leirão nº. 23, conforme notícia publicada em “O Despertar” de 19 de janeiro de 1924.

O seu nome não consta da toponímia da cidade de Coimbra nem do Concelho de Ponte de Lima.

Contudo, como dizia o periódico acima citado na referida edição, o Dr. Alves dos Santos foi um “patriota dos mais eminentes, foi sempre um grande liberal, perdendo o país no saudoso finado um dos seus filhos mais ilustres”.

- Carlos Gomes, “O Anunciador das Feiras Novas”, nº X, Ponte de Lima, 1993

AlvesSantos-Cunha Leal

O Dr. Alves dos Santos (segundo a contar da direita) foi Ministro do Trabalho no governo do Dr. Cunha Leal

ALVES DOS SANTOS: PIONEIRO DO ESTUDO DA PSICOLOGIA EM PORTUGAL

O Dr. Alves dos Santos, um dos mais ilustres filhos de Ponte de Lima, foi o pioneiro do estudo e investigação da psicologia no nosso país, continuando a sua obra a ser estudada pelos mais notáveis académicos decorridos mais de oito décadas desde a data do seu desaparecimento. A obra que publicou em 1923, “Psicologia Experimental e Pedologia”, é considerada aliás um marco“na história da psicologia em Portugal pelo seu pioneirismo e importância histórica”.

Num dos trabalhos publicados na Revista Portuguesa de Pedagogia a propósito da criação do laboratório de psicologia experimental da Universidade de Coimbra, J. F. Gomes inclui alguns dados biográficos que transcrevemos: “Alves dos Santos nasceu em Cabração, Ponte de Lima, em 14 de Outubro de 1866 e faleceu em 17 de Janeiro de 1924, com 58 anos incompletos. Doutorou-se na Faculdade de Teologia de Braga em 1890. Com a extinção da Faculdade de Teologia, Alves dos Santos é colocado na Faculdade de Letras de Coimbra, sendo nomeado professor de pedagogia por Decreto de 9 de Dezembro de 1911. (…) De Agosto até finais de Novembro de 1912 efectua uma visita às Universidades de Genebra e Paris, tendo adquirido livros e equipamento laboratorial que lhe permitiram fundar e organizar no regresso a Coimbra o laboratório de psicologia experimental, tendo o funcionamento deste sido iniciado em meados de Fevereiro de 1913”. Este foi, pois, o primeiro laboratório de psicologia experimental instalado em Portugal.

Em 1992, Professor Dr. Amâncio da Costa Pinto, actualmente professor catedrático a exercer docência na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, publica na revista Psychologica um artigo científico sob o título “Estudos de Memória Humana na década de 1920 na Universidade de Coimbra”, no qual analisa “o modo como a memória humana foi abordada a nível teórico e a nível experimental”, fazendo incidir a sua reflexão no capítulo “Mnemometria” da obra “Psicologia Experimental e Pedologia” do Dr. Alves dos Santos e também na tese de doutoramento “ O problema da recognição: Estudo psicológico teórico-experimental”, do Dr. Sílvio de Lima, publicada em 1928. A parte do artigo dedicada ao estudo da obra do Dr. Alves dos Santos aborda os seguintes temas: A “Noção de memória”, a “Classificação das memórias”, “Mecanismos e operações de memória” e a “Descrição dos dois estudos experimentais realizados”.

Afirma o articulista que “…este capítulo e os restantes do livro, além de terem por objectivo promover as investigações do Laboratório e os trabalhos dos alunos, constituem um excelente manual de formação dos futuros investigadores em psicologia experimental. Se o livro não foi usado como tal durante as décadas seguintes, não foi por falta de mérito e valor pedagógico nele contido”. E acrescenta: “Alves dos Santos apresenta ainda uma concepção inovadora de memória humana, ao afirmar que é precisamente a memória que torna “possível e inteligível a unidade e a identidade do eu”. Só muitas décadas mais tarde, nomeadamente nos anos 70 e 80, é que o estudo da memória humana veio a ter o protagonismo por ele antecipado. Acrescente-se a finalizar a elaboração temerosa, porque esboçada em nota de rodapé, mas valiosa e consequente, de uma classificação das memórias humanas, tema que voltou a interessar os investigadores nestes últimos 20 anos”.

A título de curiosidade e sem pretender reproduzir integralmente o artigo referido, transcrevemos uma breve passagem a respeito da “Classificação das memórias” que é feita: “Alves dos Santos rejeita a noção de que a memória é uma mera faculdade para reter ideias. A memória enquanto faculdade é “um erro”, já que não há uma memória, mas “memórias ou um feixe de memórias”, e estas em regra são muito desiguais, tanto em qualidade, como em quantidade…”. A causa desta diversidade resulta “da estrutura do órgão, que as elabora, e das circunstâncias da sua produção”. Por estrutura do órgão Alves dos Santos refere-se provavelmente à complexidade e plasticidade do cérebro, enquanto que as circunstâncias de produção teriam a ver com “a riqueza das respectivas associações”.

Alves dos Santos propõe dois sistemas de classificação de memórias. O primeiro sistema de memória é desenvolvido no corpo do texto e classifica a função mnésica em inorgânica, orgânica e psíquica. É uma classificação proposta na sequência talvez dos estudos de Rbot.

A memória inorgânica seria uma expressão da energia físico-química.

A memória orgânica, de ordem biológica, seria privativa de seres dotados de sistema nervoso. As modificações neste tipo de memória seriam susceptíveis de persistência, mesmo após ter desaparecido o estímulo que as desencadeou e de reprodução activa destas através da evocação e da identificação.

Alves dos Santos não define nem esclarece o mecanismo destas operações, principalmente as respeitantes à reprodução das impressões e modificações conservadas. Acrescenta no entanto uma explicação fisiológica para o seu bom funcionamento ao referir que a conservação depende da plasticidade do cérebro proporcionada pela nutrição e que a reprodução seria dependente do estado do aparelho vascular.

(…) Para justificar esta diversidade de memórias, Alves dos Santos adverte: “Não é de admirar, pois que “memórias” cada um tem as suas; e, todas juntas, são tantas, como os cabelos da cabeça”.

Relativamente ao Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade de Coimbra, fundado em 1912 pelo Dr. Alves dos Santos, os seus aparelhos e outros instrumentos então utilizados encontram-se actualmente à guarda do actual Laboratório de Psicologia Experimental existente na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, constituindo um núcleo museológico devidamente catalogado e descrito num volume dedicado ao laboratório e ao seu fundador. De referir ainda que, apesar do ensino da psicologia ter-se iniciado naquela Universidade em 1911, apenas no ano lectivo de 1976/1977 teve início o Curso Superior de Psicologia inserida na Faculdade de Letras para em 1980 ser finalmente criada a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.

Não vamos enumerar aqui a sua vasta obra literária e científica como também não nos alongaremos na sua descrição biográfica porquanto já o fizemos em edições anteriores da revista Anunciador das Feiras Novas, bastando para tal os interessados seguirem as referências bibliográficas do presente artigo. Lembramos apenas, a quantos estejam porventura interessados em conhecer a sua obra, que podem consultar na Biblioteca Municipal de Ponte de Lima o seu livro “Elementos de Filosofia Sciêntífica”, constituindo este o único título disponível neste local. Contudo, na Biblioteca Nacional, em Lisboa, encontram-se depositados além daquele, ainda os seguintes livros do Dr. Alves dos Santos: “Um plano de reorganização do ensino público: projecto de lei, para apresentar à Câmara dos Senhores Deputados”, “O problema da origem da família e do património em face da Bíblia e da sociologia”, “Orações fúnebres”, “Elogio fúnebre do Conselheiro de Estado, Ernesto Rodolpho Hintze Ribeiro, proferido nas exéquias… 13 de Novembro de 1907”, “Estatística geral da circumscripção escolar de Coimbra, relativa ao anno de 1903-1904” e “O ensino primário em Portugal: nas suas relações com a história geral da nação”.

A propósito do Doutor António de Pádua, outro médico ilustre que nasceu no concelho limiano, escrevia Francisco de Magalhães, no Elucidário Regionalista de Ponte de Lima, o seguinte: “Honrada e, ainda mais, envaidecida sentia-se, também, Ponte de Lima. É que sucedeu, e no decurso de uma porção de anos, três filhos seus – desta vila pequenina, sempre, porém, farta de glórias – pertencerem, simultaneamente, ao corpo docente da Universidade de Coimbra, a saber: Doutor Alfredo da Rocha Peixoto, da Faculdade de Matemática; Doutor Augusto Joaquim Alves dos Santos, da Faculdade de Teologia; e Doutor António de Pádua, da Faculdade de Medicina.

Qual a cidade de província, populosa mesmo – e intencionalmente saio dos limites duma vila – que se pudesse exprimir, naquele instante, sob este aspecto, como Ponte de Lima ?

Não obstante, como disse o cronista, Ponte de Lima ter-se sentido “honrada e, ainda mais, envaidecida”, o Dr. Alves dos Santos permaneceu no desconhecimento da generalidade dos seus conterrâneos até muito recentemente, tendo cabido à revista “Anunciador das Feiras Novas” o mérito de o ter dado a conhecer e divulgar a sua obra. Ainda assim, uma sugestão feita à Câmara Municipal de Ponte de Lima e por esta unanimemente aceite, com vista à realização de uma homenagem por ocasião da passagem dos setenta e cinco anos sobre a data do seu falecimento, acabaria por cair no esquecimento em virtude da mudança de vereação entretanto verificada. Ficámo-nos pela atribuição do seu nome a uma artéria da vila quando foi necessário escolher novos topónimos para arruamentos entretanto construídos.

Contudo, a memória do Dr. Augusto Joaquim Alves dos Santos merecia mais porquanto constituiu uma das figuras mais notáveis do concelho de Ponte de Lima. A sua brilhante carreira de pedagogo, cientista e escritor bem justificaria a sua escolha para patrono de um estabelecimento de ensino no concelho de Ponte de Lima, proposta que pode ser apresentada pela Câmara Municipal ao abrigo do Decreto-Lei nº. 314/97, de 15 de Novembro. Assim exista vontade e Ponte de Lima sentir-se-á mais “honrada e, ainda mais, envaidecida”!

Carlos Gomes. O Anunciador das Feiras Novas, nº XXIII, Ponte de Lima, 2006

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A foto, publicada na revista “Ilustração Portugueza” de 28 de janeiro de 1922, mostra a visita do Dr. Alves dos Santos, na qualidade de Ministro do Trabalho, ao asilo D. Maria Pia

Transcrição:

“Aos vinte e hum dias do mês de outubro do anno de mil e oito centos sasenta e seis n’esta parochial Igreja de Sancta Maria da Cabração, concelho de Ponte do Lima Diocese de Braga Primaz Baptizei Solenemente hum indevido do sexo masculino a quem dei o nome de Augusto Joaquim Santos que nasceo nesta freguesia no dia quatorze de outubro pelas quatro horas da manha do dito mês e anno folho legitimo de Manoel Joaquim Rodrigues dos Santos e Anna Maria Alves Soares natural da freguesia de Sam João da Rebeira e ele natural desta freguesia recebidos (…) de Ponte de Lima mas parochianos Proprietarios e moradores no Lugar da Igreja desta freguesia. Nepto Paterno de Antonio Jose Rodrigues dos Santos já defunto e Anna Joaquina Dantas proprietários e moradores no Lugar de Igreja que he desta freguesia e ella hoje residente na freguesia da Labruje deste concelho Materno de Antonio Jose Alves, Soares digo de Antonio Jose Alves e Mariana Luisa Soares da freguesia de Sam João da Ribeira Lugar de Crasto proprietários e forão Padrinhos o Reverendo Manoel Joaquim Soares thio do Baptizado e Maria Rosa Alves, solteira thia do Baptizado ambos da freguesia de Sam João da Rebeira Lugar de Crasto os quais todos sei serem os próprios. E para constar labrei em duplicado o prezente assento que depois de lido e conferido perante os Padrinhos comigo assinarão Era est supra.

os Padrinhos Manoel Joaquim Soares

                      Maria Rosa Alves

O Parocho     Antonio Raymundo da Cunha Ferreira”

(Arquivo Distrital de Viana do Castelo. Fundo Paroquial de Ponte de Lima – Cabração. Livro de baptismos. Datas extremas: 1855 – 1890. Fls. 33 Cota 3.13.1.32)

O AMOR É LINDO... EM ARCOS DE VALDEVEZ!

Dia 3, domingo às 15h00 e às 22h00

O AMOR É LINDO… PORQUE SIM!

Comédia - M/12

Realização: Vicente Alves do Ó

Com: Maria Rueff, Frances Edward, Miguel Monteiro

Sinopse: Amélia é uma jovem lisboeta que no dia do seu aniversário é abandonada pelo namorado e perde o emprego num quiosque de cachorros quentes. Para ajudar à festa, a mãe, dona de casa, ganha dinheiro como vidente e a irmã é uma atriz no desemprego. Nada corre bem nesta casa portuguesa. Até que um acaso muda tudo. Amélia arranja emprego numa tasca moderna e tem o azar, ou a sorte, de a patroa a ouvir cantar. No meio desta aventura de loiça e cantoria, dois rapazes apaixonam-se por Amélia: Ruben, um promissor jogador de futebol, e Rogério, mais conhecido por Bubu, forcado de Santarém e filho de boas famílias. Para complicar ainda mais as coisas, Amélia não consegue esquecer o ex-namorado - que entretanto prepara o casamento com outra - enquanto na noite de Lisboa esbarra constantemente com alguém que escreve palavras de amor nas paredes da cidade.

ARCOS DE VALDEVEZ RECEBE OS "VIRGEM SUTA"

Música/ Pop Rock:

2 de Abril

sábado às 22h00

VIRGEM SUTA

Auditório da Casa das Artes

Pré-venda e reserva de bilhetes a partir de 29 de Março

Preço único: €8,00. (sem lugar marcado)

Limite de reservas: 4 bilhetes/pessoa | Limite venda directa: 8 bilhetes/pessoa

Os Virgem Suta fizeram uso das autoestradas da informação para conquistar os milhares de fãs. Valeram-se de duas guitarras, da voz e de uma mão cheia de canções. Não descartam a tradição, e transpiram Portugalidade.

Com três disco já lançados, “Virgem Suta” (2009), “Doce lar” (2012) e “Limbo“ (2015), a banda leva para a estrada o espetáculo “Limbo”, divulgando assim o seu mais recente trabalho, que agora apresentam no Auditório da Casa das Artes, num regresso muito esperado.

AGRO É O GRANDE CERTAME INTERNACIONAL DEDICADO À AGRICULTURA, PECUÁRIA E ALIMENTAÇÃO QUE SE REALIZA EM BRAGA

AGRO é uma marca incontornável de Braga. Certame decorre até ao próximo Domingo no PEB

Durante quatro dias, Braga será um palco privilegiado para dar a conhecer o que de melhor que se faz em Portugal nas fileiras mais representativas do sector agrícola. Até ao próximo Domingo, 3 de Abril, a 49.ª edição da AGRO – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, espera atrair mais de 100 mil visitantes ao Parque de Exposições de Braga (PEB), fazendo desta a melhor e maior edição de sempre.

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“A AGRO faz parte da vida de Braga há quase 50 anos e é uma marca incontornável da Cidade. Nos últimos anos temos vindo a devolver esse estatuto a este certame atraindo cada vez mais visitantes e queremos continuar a reforçar essa representação, tronando a AGRO cada vez mais atractiva para profissionais do sector e para o público em geral”, referiu Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, durante a abertura do certame que decorreu esta Quinta-feira, 31 de Março.

O Autarca considera que a AGRO “contribui para que Braga seja vista como uma referência do sector agrícola”, uma vez que se trata do maior evento na região do Norte de Portugal e da Galiza e do segundo a nível nacional. “Para uma Região que possui uma fortíssima relação com as actividades agro-pecuárias, é muito extremamente importante contar com um evento com estas características”, sublinhou Ricardo Rio.

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Chocolates, patês, doçaria diversa, queijos, compotas, vinhos, gins, licores e cervejas artesanais são alguns dos produtos em destaque no Salão Gourmet, uma área da AGRO reservada para produtos gastronómicos e sabores de requinte. Ainda com o intuito de aguçar o apetite dos visitantes, a feira apresenta uma área de restauração com a presença de sete restaurantes de Carnes DOP, nos quais podem ser degustadas, entre outras, carnes da raça Arouquesa, Barrosã, Marinhoa, Maronesa, Mertolenga, Minhota, Mirandesa e Porco Preto Alentejano. E porque o certame não ficaria completo sem os habituais sabores regionais dos enchidos e petiscos, há ainda tasquinhas para completar a oferta.

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Conferências e seminários dedicados a vários temas da actualidade do sector, também fazem parte do programa, assim como os habituais concursos pecuários, Showcooking e os espectáculos musicais com a actuação do grupo ‘Átoa’, os ‘Diabo na Cruz’, e os ‘Sons do Minho’.

Os bilhetes para a AGRO 2016 estão disponíveis online na Ticketline e na bilheteira do PEB com um custo único de 3,5 euros. As crianças até aos 12 anos têm entrada gratuita. À semelhança do ano transacto a CP – Comboios de Portugal associa-se a esta iniciativa disponibilizando um bilhete especial de 2 euros (ida e volta) nos comboios urbanos do Porto (linhas Urbanas de Braga, Guimarães, Caíde e Aveiro), a que apresentar o ingresso para a AGRO.

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MUNICÍPIO DE GUIMARÃES LANÇA PLATAFORMA DE GESTÃO TERRITORIAL EM TEMPO REAL

APLICAÇÃO “GUIMARÃES.MYCITY” JÁ SE ENCONTRA DISPONÍVEL

Cidadão pode acompanhar e consultar o estado de resolução da ocorrência que submeteu. Instrumento de gestão territorial fornece dados sobre a tipologia, hora e localização da participação.

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A Câmara Municipal de Guimarães acaba de disponibilizar a plataforma “MyCity”, um serviço que pretende revolucionar o processo de notificação e gestão de ocorrências, permitindo aos cidadãos vimaranenses reportar as mais variadas situações relacionadas com os espaços públicos do concelho. Trata-se de um modelo de participação cívica que faculta o envolvimento ativo do cidadão na gestão do Município e que lhe permite consultar a evolução, acompanhar e ser notificado de todos os estados da ocorrência. A plataforma pode ser acedida através da página de internet da Câmara de Guimarães e está diretamente disponível na ligação eletrónica <http://guimaraes.mycity.pt>.

A necessidade de intervenção na via pública, a manutenção de equipamentos ou a comunicação de problemas do foro autárquico passam a estar à distância de um clique. As ocorrências são tipificadas e registadas através da introdução de uma pequena descrição, acompanhada de um registo fotográfico que pode ser anexado pelo cidadão. A Câmara Municipal recolhe a comunicação e fará a gestão de anomalias detetadas numa Autarquia, tais como derrocadas de muros, mobiliário urbano danificado, necessidade de recolha de lixo, animais desprotegidos, estacionamento abusivo, viaturas abandonadas, entre outros.

Com esta plataforma de gestão de ocorrências, financiada no âmbito de uma candidatura da CIM do Ave, o Município de Guimarães passa a dispor de um melhor controlo das estruturas no concelho, reduzindo significativamente custos e melhorando o serviço aos cidadãos, promovendo ao mesmo tempo a participação colaborativa. «Esta nova ferramenta proporciona a criação de um diálogo permanente e construtivo com os cidadãos, empresas e associações, demonstrando que a contribuição das pessoas faz, de facto, toda a diferença», considera Domingos Bragança, Presidente da Câmara Municipal.

Comunicação fácil e cómoda

As ocorrências podem ser submetidas através de um smartphone, tablet ou via internet, efetuando um registo simplificado na aplicação informática e acessível através de qualquer sistema operativo. O Município, por sua vez, assinala e responde, através de vários canais, as ocorrências registadas pelos cidadãos, filtrando por tipologia e encaminhando a informação técnica para o respetivo departamento. A comunicação é georeferenciada e feita via wireless, tendo em vista a sua resolução em tempo útil e com notificações via email ao munícipe-repórter, comunicando-lhe a evolução da sua ocorrência.

Com este modelo, a Câmara de Guimarães desenvolve mecanismos de participação eletrónica no exercício da cidadania, através de uma aplicação para dispositivos móveis que possibilita a comunicação fácil e cómoda de ocorrências que requerem a intervenção municipal e da disponibilização de funcionalidades que permitem a participação pública na discussão de temas comunitários. Possibilitar aos munícipes a participação na gestão do espaço público e aumentar a eficácia na resolução de ocorrências comunicadas ao Município são alguns dos objetivos deste sistema interativo.

PONTE DE LIMA PREPARA COMEMORAÇÕES DOS 250 ANOS DO NASCIMENTO DE CARDEAL SARAIVA

Município de Ponte de Lima apresenta programa comemorativo em tributo ao Cardeal Saraiva

O Município de Ponte de Lima apresenta no dia 7 de abril no Auditório da Biblioteca Municipal o programa das comemorações dos 250 anos do nascimento do Cardeal Saraiva.

O Município vai celebrar através de múltiplos eventos culturais, a decorrer ao longo do ano, os 250 anos do nascimento de D. Frei Francisco de S. Luís – Cardeal Saraiva - notável figura Limiana de grande relevância na cultura local e nacional.

A apresentação do programa comemorativo em tributo ao Cardeal Saraiva, cuja apresentação estará a cargo do Prof. Doutor Brochado de Almeida, acontece na próxima quinta-feira, 7 de abril, às 18 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal.

CARDEAL SARAIVA NASCEU HÁ 250 ANOS - PONTE DE LIMA VAI EVOCAR A SUA MEMÓRIA!

BLOGUE DO MINHO assinalou a efeméride no passado dia 26 de janeiro, por ocasião da passagem dos 250 anos sobre a data de nascimento de Cardeal Saraiva

Passam precisamente 250 anos sobre a data do nascimento de D. Frei Francisco de São Luís, vulgo Cardeal Saraiva, um dos principais vultos do liberalismo e um dos ícones maiores de Ponte de Lima e do Minho.

Os restos mortais do Cardeal Saraiva repousam no Panteão dos Cardeal o Mosteiro de S. Vicente de Fora, em Lisboa, ao lado dos demais cardeais da Igreja Católica. Mesmo ao lado encontra-se o Panteão dos reis da Dinastia de Bragança.

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Frei Francisco de S. Luís, aliás Francisco Justiniano Saraiva, nasceu em Ponte de Lima em 26 de janeiro de 1766 e faleceu em Lisboa em 7 de maio de 1845. Aos catorze anos de idade, ingressou no Mosteiro de São Martinho de Tibães, da ordem beneditina, tendo daí saído anos mais tarde para o Mosteiro de Santo André de Rendufe e, posteriormente, para a Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra.

Filiado na Maçonaria da qual chegou a ser Grão-mestre, adoptou o nome Condorcet, tendo ainda integrado o Sinédrio que foi a organização responsável pela revolução portuense de 1820. Apesar dos seus ideais, não deixou de combater os invasores franceses pelos quais muitos liberais tomaram partido sem receio de que tal atitude configurasse um acto de traição.

Após a revolução, tornou-se um dos membros da Junta Provisional do Supremo Governo do Reino e, pelas Cortes Constituintes, nomeado membro do Conselho de Regência. Foi ainda Reitor da Universidade de Coimbra, deputado às Cortes e Presidente da Câmara dos Deputados.

Em 1824, resignou ao episcopado e veio a ser desterrado para o Mosteiro da Serra de Ossa, de onde saiu após a chegada das tropas liberais a Lisboa em 1833. Foi feito Patriarca de Lisboa em 1840 e, em 1843, confirmado no título e pelo Papa Gregório XVI elevado ao cargo cardinalício.

O Cardeal Saraiva deu o nome a um dos mais antigos títulos de imprensa do nosso país, o centenário jornal “Cardeal Saraiva” que se publica semanalmente em Ponte de Lima, tendo constituído durante muito tempo a única homenagem prestada àquela relevante figura nacional.

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Há mais de duas décadas, um grupo de naturais de Ponte de Lima radicados na região de Lisboa resolveu prestar-lhe simbólica homenagem com a realização de uma romagem ao seu túmulo, tendo a mesma contado com a presença do então Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, sr. Fernando Calheiros. Uma celebração que lamentavelmente não teve continuidade, não contribuindo para transmitir aos mais novos a memória de um dos filhos mais ilustres da sua terra.

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BRACARENSES DEBATEM EMPREGABILIDADE JOVEM

Seminário reflectiu sobre os desafios da empregabilidade jovem

O vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, Firmino Marques, participou hoje, 31 de Março, no edifício do gnration, no seminário ‘Empregabilidade Jovem: Desafios e Soluções à Escala’ que marcou o final do projecto ‘(IN)EET – Capacitação Local para a Empregabilidade Jovem’, promovido pela organização não governamental OIKOS.

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Na ocasião, Firmino Marques sublinhou que este tipo de projectos são fundamentais para ajudar os jovens a encontrar soluções profissionais para o seu futuro. “Sabemos que o desemprego é um dos problemas que afectam a juventude, uma juventude cada mais qualificada e que precisa de desafios e oportunidades para mostrar o seu valor”, sustentou, garantindo que o “Município está atento a esta problemática com a realização de diversas actividades que têm como objectivo a capacitação e a adaptação dos jovens às necessidades do mercado de trabalho”.

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Neste seminário, especialmente dirigido a profissionais de entidades que actuam nas áreas da empregabilidade e juventude, os participantes puderam partilhar experiências e boas práticas de promoção local da empregabilidade jovem, através de momentos de dinâmica de grupo.

O projecto ‘(IN) EET – Capacitação Local para a Empregabilidade Jovem’, promovido em parceria com o Município de Braga e com o Instituto Português do Desporto e da Juventude, foi desenvolvido ao longo dos últimos 18 meses e envolveu vários jovens NEET (que não estavam a estudar, nem a trabalhar) do Concelho de Braga em actividades de capacitação para o trabalho, sempre com o horizonte da integração profissional.

Este projecto incluiu o apoio personalizado aos jovens, com o objectivo de adaptar as respostas existentes às necessidades de capacitação demonstradas. Cerca de 50 jovens tiveram acompanhamento personalizado ao longo do período de implementação do projecto, tendo sido elaborado um Plano Individual de Inserção.

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ARCOS DE VALDEVEZ RECEBE PORTUGAL-HOLANDA EM SUB-20

Seleções nacionais de sub 20 de Portugal e Holanda levaram até ao Estádio Municipal da Coutada muitos aficionados da modalidade

No passado dia 24 de março disputou-se no Estádio Municipal da Coutada em Arcos de Valdevez, um jogo de futebol entre as seleções sub-20 de Portugal e Holanda, que levou a estas instalações desportivas muitos aficionados da modalidade. Este encontro foi realizado no âmbito da participação da Seleção Portuguesa de futebol no Torneio Internacional de Toulon, França, a decorrer entre 18 e 29 de maio.

Este jogo foi uma grande oportunidade para se poderem ver de perto algumas promessas do nosso futebol nacional e mesmo algumas certezas, sendo disso exemplos os jogadores Hedberto, Gilson, Evanildo Fernandes, Romário Baldé, André Horta, Rui Moreira, José Gomes, Joel Pereira e Dalcio, o marcador do golo da seleção portuguesa.

Edgar Borges, técnico da formação das quinas, elogiou as condições apresentadas, referindo mesmo que Arcos de Valdevez poderá receber qualquer tipo de seleção nacional.

Quanto ao jogo considerou que Portugal merecia vencer e o penalti sofrido no último momento (gerando alguma confusão) acabou por não ajudar ao desfecho mais favorável.

Já o Presidente da Câmara Municipal, João Manuel Esteves, considerou este dia como um dos mais importantes para o concelho de Arcos de Valdevez no que ao desporto diz respeito “porque não é todos os dias que temos uma Seleção Nacional a jogar em Arcos de Valdevez, coroada com uma casa cheia.”

O autarca admitiu ainda que a Autarquia continua a manter excelentes relações com a Associação de Futebol de Viana do Castelo e a Federação Portuguesa der Futebol, existindo mesmo a possibilidade da realização de novos encontros de seleções nacionais em Arcos de Valdevez.

A escolha de Arcos de Valdevez para a disputa deste encontro deixou os arcuenses cheios de orgulho e atestou a qualidade das instalações desportivas disponíveis no concelho de Arcos de Valdevez.

BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FAMALICÃO ASSINALA DIA MUNDIAL DO LIVRO INFANTIL

O Dia Internacional do Livro Infantil celebra-se neste sábado, dia 2 de abril, e a Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, vai assinalar a data com o lançamento do livro “O coelho que queria ser artista”. A apresentação da obra, da autoria do escritor José Francisco Rica, irá decorrer no auditório da Biblioteca Municipal, pelas 16h00 e é de entrada livre.

Lançado no passado mês de fevereiro, pela Chiado Editora, o livro faz parte da coleção “Contos com Sabor”, uma coletânea apaixonante que pretende ir ao encontro de crianças que gostam de histórias e desafios.

“O Tó orelhudo imaginava que todos ainda o iam admirar e reconhecera sua arte de verdadeiro Artista de palco (…) Um belo dia, cheio de coragem e muito decidido levantou-se, saiu da sua toca e partiu à aventura pelo monte abaixo”, pode ler-se na sinopse do livro.

Refira-se ainda que José Francisco Rica nasceu em 1953 na cidade de Lamego, onde passou a sua infância e juventude. Posteriormente, a residir na cidade do Porto, começou a desenvolver uma série de atividades culturais, com destaque para a pintura e fotografia, com diversas exposições realizadas em Portugal e no estrangeiro. Na área literária, dedica-se à poesia e contos infantis e juvenis, com obras já publicadas por conceituadas editoras, realizando sessões de dinamização e sensibilização em diversas bibliotecas e escolas, com o objetivo de motivar e entusiasmar as crianças e jovens para o gosto da leitura.

“Vaivém do Oceanário” aterra em Famalicão

De 5 a 9 de abril, o Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão, vai receber o “Vaivém do Oceanário”, um projeto de responsabilidade social do Oceanário de Lisboa, que nos últimos tempos tem percorrido Portugal de lés-a-lés.

De 5 a 8 de abril, o “Vaivém do Oceanário” dá-se a conhecer ao público escolar do concelho, enquanto que no dia 9 de abril, sábado, abrirá portas para o público em geral, com sessões entre 09h30 e as 12h30 e as 14h00 e as 16h00.

Refira-se que através de um programa sustentado de educação ambiental, com uma série de ações de acesso livre e gratuito, o projeto pretende consciencializar os cidadãos, sobretudo os mais novos, para a necessidade urgente de mudarmos as nossas atitudes, com vista à conservação e sustentabilidade dos recursos naturais.

CERVEIRA FAZ DE ABRIL UMA “FESTA DO LIVRO E DA LEITURA”

O Município de Vila Nova de Cerveira, através da Biblioteca Municipal, dinamiza um programa amplo e de excelência em torno das letras, aproximando a população aos escritores e às mais diversas manifestações literárias. De 1 a 30 de abril, a ‘Vila das Artes’ celebra a Festa do Livro e da Leitura, com ações gratuitas para todas as faixas etárias.

A edição 2016 da Festa do Livro e da Leitura de Vila Nova de Cerveira contempla atividades para escolas e famílias, desde encontros com escritores, apresentações e lançamentos de livros, sessões de autógrafos, ações de formação, palestras e conferências, exposições, oficinas, sessões de conto, teatro e concertos.

Assinalando o Dia Mundial do Livro (23 de abril), o objetivo deste certame é o de estimular, não só um apreço mais intenso pelo livro, como também uma maior curiosidade pela leitura nas diversas facetas (música, teatro, etc.). Procurando cativar novos públicos, os jovens continuam a ser uma prioridade chamando-os a participar através de propostas mais adequadas aos seus gostos.

A Festa do Livro e da Leitura de Vila Nova de Cerveira arranca esta sexta-feira e sábado com ‘Afinal o Íbis…’, um espetáculo de promoção da leitura para bebés dos 6 aos 3 meses integrado na comemoração do Dia Internacional do Livro Infantil. Segue-se, de 5 a 10 de abril, a XXVII Feira do Livro com mostra e venda de dezenas de livros a preços sugestivos.

Além da presença de escritores de renome nacional como Valter Hugo Mãe (5 de abril) e Inácio Nuno Pignatelli (10 de abril), o evento promove a apresentação de livros de autores do concelho como Luandino Vieira (9 de abril) e Adelaide Graça (30 de abril).

A vertente de animação fica marcada pelo espetáculo ‘Diogo Piçarra em Pessoa’, com exibição de uma peça de teatro com o jovem músico a recriar Fernando Pessoa em livro, seguida de uma performance musical e sessão de autógrafos (8 de abril) e o Concerto + de Mil Blues com os Moonshiners Blues, numa organização da +Cerveira Jovem Associação (9 de abril).

Para que não perca nenhuma atividade da Festa do Livro e da Leitura de Vila Nova de Cerveira, consulte o programa específico e esteja atento à Página do Facebook do Município de Vila Nova de Cerveira.

LIMIANOS DEBATEM "LITERACIA DIGITAL NOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO"

“A literacia digital nos serviços de informação: uma abordagem integrada”, no Auditório Municipal de Ponte de Lima – 8 de abril

O Município de Ponte de Lima promove no dia 8 de abril uma jornada sobre “A Literacia digital nos serviços de informação: uma abordagem integrada”. A iniciativa, que conta com a colaboração da Delegação Regional Norte da BAD – Associação Portuguesa de Bibliotecários e Arquivistas, pretende refletir sobre o papel dos profissionais da informação na promoção e desenvolvimento da literacia da informação.

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As comunicações serão apresentadas no período da manhã. “Mediação e Literacia nos Serviços de Informação” será apresentado pelo Dr. Armando Malheiro da Silva, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Segue-se “Literacia da Informação: do contexto académico ao futuro profissional”, a cargo de Cristina Lopes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

O programa inclui ainda “Galiciana - Biblioteca digital de Galicia” por Noelia Bascuas Ferreiro e Elena Verdía Armada, da Biblioteca de Galícia, terminando as comunicações com a apresentação pública do “Repositório de Informação do Município de Ponte de Lima”, a apresentar pelo Dr. Paulo Barreiro de Sousa, Vereador da Educação e Turismo da Câmara Municipal de Ponte de Lima.

Durante a tarde o programa completa-se com um conjunto de visitas culturais, nomeadamente ao CIPVV – Centro de Interpretação do Vinho Verde; Museu dos Terceiros; Museu do Brinquedo Português, Centro de Interpretação da Historia Militar de Ponte de Lima e ao Centro de Interpretação do Território.

A participação é gratuita mas sujeita a inscrição através do preenchimento do formulário online ou dos seguintes contactos: arquivo@cm-pontedelima.pt – 258 900 425

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